Leyna escrita por Helena


Capítulo 4
Capítulo 4




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Reyna

A pretora se deitou em sua cama. Aquela pergunta tinha sido realmente estúpida. Estava óbvio que Leo não a achava bonita e interessante. Nenhum garoto achava. Jason a tinha trocado por uma filha de Vênus qualquer, e ela não conseguia se imaginar com nenhum outro garoto. Apenas...

Reyna sacudiu a cabeça. O filho de Vulcano definitivamente não era uma opção. Mas ele tinha sido melhor com ela em uma noite do que Jason em muito tempo... Ela olhou para o pequeno objeto de metal em sua mão. Era um pequeno dragão. Ela sorriu, e suspirou. Engrenagens começaram a se mexer no objeto, e ela ouviu a voz de Leo, surpresa:

- Você é incrivelmente bonita e interessante, mi reina

Ela começou a rir, e se levantou. Colocou o dragão na escrivaninha, e o olhou, ansiosamente.

- Vamos! Diga de novo!

As engrenagens voltaram a se mexer, e o dragão deu alguns passos antes de repetir. A pretora sorria como uma criança. Ela olhou pela janela, procurando o navio. Podia ver algumas luzes acesas. Ela se perguntou se Leo também estaria pensando nela. "Claro que não. Eu sou a iludida. Ele vai gostar do Octavian antes de me considerar como opção."

Ainda com ele na cabeça, Reyna se deitou e se forçou a dormir.

No dia seguinte, ela acordou com algo espetando suas costelas. Esfregando os olhos, levantou o torso e olhou para baixo. O pequeno dragão de Leo estava esmagado entre seu corpo e a cama.

A pretora praguejou em latim. Ela recolheu os pedaços e começou a tentar juntá-los, mas tudo que conseguiu foi fazê-lo dizer "Voc intr nita rina". Ela começou a se vestir. Quando saiu do quarto, reparou que era bem cedo. Começou a caminhar pelo acampamento. Quando chegou á sua parte preferida dele, de onde podia ver tudo, viu algo se mexer nas plantas. Sacou uma adaga e a apontou para a planta. Viu uma cabeça emergir das plantas. Pensou que era um espírito, mas logo viu que a garota usava uma roupa de camuflagem.

- Hylla! 

Ela abraçou a irmã. Acontecimentos recentes tinham feito com que as brigas acabassem. Uma das peças no dragão espetou a amazona.

- Ai! 

Reyna escondeu o dragão atrás de si.

- Reyna, o que é isso?

- Nada.

Em um piscar de olhos, Hylla tinha o dragão amassado nas mãos, e o girava displiscentemente. 

- O que é esse negócio?

- Não é nada.

- Você que fez?

- Claro que não, foi o Leo.

- Você roubou?

- Ele me deu.

- Outro namorado?

Reyna revirou os olhos.

- Claro que não! Leo nunca gostaria de mim.

Hylla se sentou em um dos bancos cobertos de folhas, e Reyna se sentou ao seu lado. Hylla deitou a cabeça da irmã no colo, e começou a trançar seu cabelo, do mesmo jeito que fazia quando as duas eram menores.

- Reyna, você é maravilhosa. Se ele não gostar de você, tem algo errado.

Reyna só fez que sim com a cabeça.

- E se ele te machucar, eu diria que vai ser uma sorte eu ser a rainha de um monte de garotas preparadas para arrebentar cada pedacinho dele e jogá-lo na parte mais profunda do Tártaro. Ou você poderia se juntar a nós e evitar tudo...

Reyna levantou a cabeça do colo da irmã.

- Já discutimos isso. Você é a líder das amazonas, e eu do Acampamento.

Hylla ergueu as mãos em sinal de rendição.

- Tudo bem, sem brigas. Mas vamos estar lá sempre que você precisar.

Ela afagou os cabelos da irmã, e se levantou.

- Agora, eu tenho que ir. As amazonas precisam de mim.

Reyna a abraçou.

- Você tem que aparecer mais vezes.

Hylla a olhou, séria.

- Vamos nos ver mais rápido do que você pensa, Reyna. E acho que alguém ali atrás quer falar com você.

Com essas palavras, a amazona estalou os dedos. Ela pulou sobre o pequeno muro do lugar, saltando no vazio. Um pégaso a pegou no ar, e ela foi embora, acenando. Reyna se lembrou das últimas palavras da irmã, e se virou. Leo estava lá, sorrindo envergonhado.

- O-oi...

A pretora se virou, e ajeitou os cabelos bagunçados.

- Leo. O que foi?

- Bom... Se lembra de quando você me beijou? Ontem a noite?

Reyna corou.

- Bem, sim...

- Podemos... Bem... 

Ele passou a mão pelo cabelo, repentinamente interessado em seus cadarços.

- Err... Podemos repetir a dose?

A pretora andou até ele, com a cara mais séria que conseguiu fazer, e um olhar gelado. Ela levantou uma das mãos á altura da cabeça dele, e ele apertou os olhos achando que ia levar um tapa. 

Reyna passou a mão levantada pelo pescoço dele e o beijou, passando os dedos entre ses cabelos enrolados. Ele pareceu surpreso, e depois feliz, e retribuiu. Os dois ficaram daquele jeito por um bom tempo, só parando para respirar, até que uma voz que Reyna, infelizmente, reconheceu, deu um grito estridente com o nome dela e começou a praguejar em latim.


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