Cap. 7 – Casar?

– bom dia, minha querida! – minha ama me acordou carinhosamente. Ela já havia preparado meu banho e eu sorri agradecida. Depois do banho, ela me ajudou a por a roupa. – marquei de nos encontrarmos com Katherine e Emily no parque, para fazer-te uma surpresa. Vamos?

– claro que vamos, ama querida! – sorri animada.

– seus pais saíram cedo e avisaram que voltam tarde. – ela comentou e eu suspirei. Mas eu não tinha do que reclamar. Depois de fazer meu desjejum, nós saímos e caminhamos tranquilamente pelas ruas do bairro tranqüilo de Chicago.

– vi que agradei meus pais. Sinto-me feliz por isso. – sorri.

– está feliz por agradar a seus pais, mas devia estar feliz por agradar a si mesma. – ela disse e eu balancei a cabeça.

– meus pais são tudo pra mim, Maria. Se os estou agradando, é como agradar a mim mesma. – suspirei e meu coração bateu descompassado ao ver Edward vindo em minha direção. Ele não parecia muito bem. Aquela vontade de abraçá-lo e protegê-lo ainda estava em mim. Corri até ele e o abracei com ímpeto. – bom dia Ed. – disse sorridente e seu rosto pareceu se iluminar.

– bom dia, minha londrina. – ele afagou meu rosto e eu fechei os olhos, aproveitando a caricia. – aonde as moças estão indo, se me permitem perguntar?

– estamos indo ao parque, Sr. Edward, nos encontrar com a senhorita Katherine e Emily. – Maria falou por mim e eu automaticamente me lembrei de Marcus. Eu tinha um compromisso.

– peço permissão para acompanhá-las, então, assim posso ter uma conversa com minha melhor amiga. – assenti. Ele estendeu o braço e eu o peguei. Maria nos deu uma distancia confortável, para que pudéssemos conversar à vontade. – me perdoe por não contar nada a você sobre o suposto casamento. É que não havia nada decidido, e eu sei que você não suporta a Tracy. Aliás, nem eu... – ele confessou. Cogitei perguntar amarguradamente o por que dele casar com ela, já que não a suporta, mas imaginei que seria intromissão demais. Era a vida dele, o compromisso dele. Assim como eu tinha o meu.

– eu já te perdoei, Ed. Não suportaria a idéia de perder o meu melhor amigo. Além do mais, sei que exagerei ao dizer que você havia traído minha confiança. Eu sei e você sabe que eu merecia saber, mas nem por isso eu teria motivos para acabar com nossa amizade de quase 13 anos. Desde que nos conhecemos você vem me dando provas imensuráveis de sua amizade e eu não tenho o direito de sequer questioná-la, pois sei que é verdadeira e eterna. Então, vamos virar essa página, tudo bem? – fiz um belo discurso e nós sorrimos um para o outro. – mas você vai me prometer que, por mais dolorosa ou irritante que seja a noticia, você não hesitará em me contar.

– eu prometo. – ele beijou minha testa e eu me senti quente de imediato. Nada daquelas palavras havia valor, no final. Por que eu não queria apenas o meu melhor amigo. Mas era só o que eu podia ter.

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Andamos mais um pouco e eu realmente senti que a hora havia chegado.

– Ed, eu tenho uma coisa pra te contar. – respirei fundo. – lembra-se quando eu, um pouco exaltada, disse-lhe que, se a situação se invertesse, você seria o primeiro a saber? – olhei para ele sugestivamente, que assentiu. Eu esperava não ter que dizer as palavras, mas ele parecia decidido a me fardar a dizer. – pois é...

– não entendi. – ele confessou, visivelmente confuso.

– eu vou casar, Edward. – falei de uma vez e esperei pacientemente o mundo desabar em minhas costas.

– casar? Como? Quando? Com quem? – ele perguntou exasperado, tentando formular uma pergunta coerente.

– com Marcus Dounahill. Não sabemos quando. – confessei e vi sua feição passar de raivosa e estressada para suave e desinteressada.

– já chegamos ao parque, minha londrina. Tenho que ir para casa agora. Repasse minhas lembranças à Katherine e, quanto ao seu... Casamento. – a palavra saiu sofrida de seus lábios. – espero que seja feliz. Adeus às duas.

– até, Sr. Edward. – Maria disse.

– tchau, Ed. – eu disse carinhosamente. Ele sorriu, me deu um beijo na testa e foi embora.

– o que foi isso? – Maria perguntou tão pasma quanto eu estava.

– só mais uma prova de que eu estou fazendo a coisa certa, ama. Ele não me quer como mulher. Isso está mais que claro. – suspirei e nós fomos até onde Kathy e Emily estavam. – bom dia meninas! – tapei os olhos de Kathy e ela me abraçou fortemente assim que se deu conta que era eu.

– Bella, você desapareceu! – ela exclamou e nós rimos.

– desculpe, mas eu tinha alguns problemas à resolver. – confessei.

Começamos a conversar sobre amenidades. Depois de algum tempo decidi que já era hora de contar.

– amiga, preciso dizer-te algo sério. – respirei fundo e disse-lhe em um fôlego só. – vou me casar.

– ah! Que noticia maravilhosa! Finalmente Edward e você se acertaram! Estou tão feliz... – ela gritou animada, mas foi parando ao ver minha expressão triste ao falar em Edward. – você não vai se casar com ele, vai?

– era o que eu mais queria no mundo, mas, não. – suspirei.

– então... – pediu.

– Marcus Dounahill. – sorri forçado.

– o herdeiro das fazendas? – ela perguntou irônica e eu assenti. – ele é bonito, meio rico, um bom partido. Mas eu não acho que seja bom pra você se casar com ele...

– Kathy, eu sei de suas preferências por Edward, mas... – comecei a revidar, mas ela me interrompeu.

– não é só por isso Bella. – ela disse. – sabe que eu tenho essa intuição sinistra, não é?

– já te chamei de bruxa por isso, eu lembro. – ri.

– então... Eu só... Não tenho sentimentos bons em relação à ele. Sua áurea me... Sufoca, sabe? Não consigo entender o que acontece, mas eu definitivamente não gosto dele. E não gosto dele perto de você... – ela disse e eu fiquei meio receosa. Marcus me pareceu uma boa pessoa, mas Kathy sempre teve uma intuição “sobrenatural.” – além disso, Edward e ele não se suportam, você sabe disso, não é?

– eles terão de aceitar um ao outro. – disse convicta.

– mas se eles não se aceitarem, quem você escolherá? – ela me pôs em uma encruzilhada. Minha primeira opção seria Edward, obviamente. Mas Marcus seria meu marido, pai dos meus filhos, e todas as baboseiras que eu queria ter com outra pessoa, mas era a ele que eu estava prometida. E eu tinha que dar orgulho a meus pais.

– me deixou em um caminho sem saída, Kathy. Eu não saberia escolher... – suspirei.

– então pense desta forma. Sem qual dos dois você não conseguiria viver? – ela me iluminou.

– Edward, sem sombra de dúvida. – as palavras saíram impensadas e o rosto de Katherine se iluminou em um sorriso presunçoso.

– então, diga a Edward o que sente. – ela me suplicou.

– eu não consigo... Tenho tanto medo da rejeição quanto da perda de meu melhor amigo... – Sussurrei.

– Bella, querida... Você nunca vai saber se não tentar. – Kathy disse sábia e eu suspirei. O que podia eu fazer?