Cap. 11 – pondo tudo em pratos limpos.

— o dia hoje foi intenso. – papai disse sentando na cadeira de seu escritório. Estávamos ele, eu e a mamãe.

— meu dia foi maravilhoso. Meu amor, você devia ter ido, teria adorado. Podemos fazer um dia de garotas lá, na véspera de seu casamento, o que acha? – mamãe me abraçou e eu ri.

Estava na hora. Contornei a mesa e sentei no colo de meu pai, deitando minha cabeça no vão de seu pescoço e sendo abraçada por seus braços amorosos. Mamãe se sentou em cima da mesa, bem em nossa frente.

— eu preciso conversar algo realmente sério com vocês. – respirei fundo. – eu sei que foi errado desde o começo, mas... Eu nem sei o que dizer...

— não estamos entendendo, meu bem... – papai disse.

— eu venho cometendo erros. Erros terríveis. Mas quero consertá-los. – sentei direito para encará-los de peito aberto. – meu primeiro erro foi não ter contado a vocês meus reais sentimentos. Se o tivesse feito, muita coisa seria diferente, mas eu fui covarde... Eu me apaixonei. Perdidamente. E pelo meu melhor amigo. Não era algo de que eu me orgulhava... Depois errei em abrir mão de minha escolha. Não o fiz por impulso, mas eu estava disposta a trancar o que eu sentia por Edward, já que ele estava comprometido. Acabei envolvendo Marcus em minha irresponsabilidade, e agora será difícil fazer o que deve ser feito, por que eu me sentia bem ao lado dele. E ele parece me amar... E, agora que me comprometi com ele, não consigo honrar meu compromisso, pois não o amo. Edward e eu nos declaramos esta tarde. É a ele que eu amo. É com ele que quero me casar, construir uma família. É com ele que quero viver para a eternidade. Entendem? – disse tudo e esperei o que quer que viesse. Mas meus pais sempre me surpreendiam.

— oh meu bem, estou tão orgulhosa de você! – mamãe me abraçou e nós rimos. – se tornou uma mulher maravilhosa! E finalmente você e Edward se entenderam.

— papai? – olhei-o com receio. Ele parecia pensativo.

— bom... O que mais eu posso dizer? Só o que eu quero é sua felicidade. Se está no filho dos Masen... – papai brincou e nós rimos. – estou realmente muito feliz. Edward é exatamente quem eu sempre quis pra você. Amanhã iremos à casa dos Dounahill, pedir desculpas e cancelar seu compromisso. Então é só esperarmos aquele garoto vir me pedir sua mão... – abracei meu pai com ímpeto e beijei seu rosto.

— eu amo você papai! – nós rimos. – amo vocês dois... – peguei suas mãos. – eu sabia que vocês me entenderiam...

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O dia seguinte foi cansativo. Minha mãe foi à casa dos Masen, ansiosa por conversar com sua amiga. Naquela manhã, meu pai e eu fomos à casa da família Dounahill. Foi simplesmente desesperador. Marcus parecia... Outra pessoa. Disse-me que eu não podia encerrar meu compromisso com ele, pois eu já pertencia a ele e que eu não seria feliz com ninguém que não fosse ele. Seu olhar me dizia que ele não permitira que eu fosse feliz. Katherine tinha razão, afinal. Naquele instante ele não me lembrava aquele Marcus carinhoso, gentil e educado que eu tive a oportunidade de conhecer. Seus pais aceitaram facilmente, e agradeci a Deus por isso. Depois do almoço, Maria e eu fomos ao parque, no objetivo de encontrar Katherine e contar-lhe as novidades.

— Kathy! – chamei-a, que estava distraída.

— Bella, eu não havia visto você! – ela me abraçou amigavelmente.

— tenho ótimas noticias para você. – fiz suspense.

— conte-me, ande! – pediu.

— eu não mais me casarei com Marcus, Edward e eu nos declaramos, nos beijamos, e ele pedirá minha mão a meu pai! – disse em um fôlego só e ela arregalou os olhos de surpresa e alegria.

— ah, não acredito! – ela exclamou feliz. – finalmente! Finalmente! – ela me abraçou e deu pulos de alegria. – pode me contar tudo, em detalhes! – ela ordenou e contei-lhe absolutamente tudo. Ela ouvia atentamente, sempre com um sorriso presunçoso e feliz no rosto. Terminei de contar, mas, antes que ela pudesse comentar qualquer coisa, Tracy apareceu e nos sufocou com sua presença.

— boa tarde, garotas! – ela ainda sorria. Edward ainda não havia feito sua parte, afinal.

— boa tarde... – respondemos educadamente.

— então, Tracy, como anda os preparativos de seu casamento? – Kathy perguntou e eu ri.

— as mil maravilhas. Esta tudo dentro dos planos. Será o casamento do século. Ninguém nesta cidade se esquecerá. – ela disse, egocêntrica. Kathy e eu controlávamos nossas línguas para não gargalhar. – e seu casamento, Isabella. Como anda?

— meu casamento? Desculpe, Tracy. Tudo será mantido em segredo até a cerimônia. Mas você pode perguntar a Edward, se quiser. Ele sabe de tudo e, se ele quiser contar-lhe, não farei objeção a isso. – sorri. Kathy riu e eu segurei uma risada.

— é. Quem sabe eu pergunte. – ela disse irônica e eu dei de ombros.

— e quanto à lista de convidados, querida? Já enviou os convites? – Kathy perguntou.

— estou à espera de Edward para que possamos escolher juntos. Somente pessoas que agradem a ambos. – ela sorriu soberba e Kathy e eu nos entreolhamos.

— então ficaremos à espera de nossos convites, querida. – Kathy disse cética e eu não pude conter o riso.

— claro. – Tracy murmurou. – eu vou indo. Até...

— espere. Você disse que estava à espera de Edward? – chamei-a antes que fosse embora e ela voltou interessada.

— sim, ele está muito ocupado. – ela assentiu e refez a postura.

— bom, ele não parecia nada ocupado quando passou à tarde de ontem comigo. – sorri presunçosa. Tracy me fitou com ultraje e ódio, e saiu marchando e bufando. Kathy e eu gargalhamos tudo o que havíamos guardado.

— você é má!- ela disse assim que recuperou o fôlego.

— eu? Você é a bruxa aqui, lembra? – rimos mais. E Kathy, eu, Maria e Emily passamos uma divertida tarde no parque.