Eu Te Amo... Feliz Natal! escrita por DezzaRc


Capítulo 1
Capítulo Único.




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Dias. Horas. Minutos. Segundos... Milésimos. Tempo. Destino, uma vida. Semanas, meses, anos. Quanto mais duraria a dor de uma perda? Resta apenas um vazio, uma imensa solidão. Décadas, séculos, milênios...

Beleza, inteligência, bondade... Menos tempo. Tudo corria, anos eram semanas, dias eram segundos.

— Dra. Isabella? Sr. Collins deseja falar com a senhorita.

Esperança, desejo... Decepção.

— Dra. Isabella? — repetiu a secretária.

Dor, solidão...

— A senhorita está bem? Quer que eu chame o Dr. Daveson?

Coragem, força de vontade...

A bondosa secretária esperava impaciente na soleira da porta alguma resposta, mas nada fazia Isabella, apenas rabiscava na receita médica de seus pacientes.

Três palavras... Três segundos...

— Vou chamar o Dr. Daveson — disse por fim antes de sair a passos largos.

Eu te amo... Feliz Natal.

O som da caneta chocando-se contra a mesa ecoou na sala. Lágrimas grossas escorriam por seus olhos, coisa que não acontecia desde que perdera seus pais há 7 anos, quando tinha apenas 16 anos.

Novamente ela pegou a caneta e continuou seus rabiscos.

Perda, perder, perdeu... Perderá.

Quanta perda irá aguentar?

— Flashback —

— Tudo vai dar certo. Seu transplante será realizado ainda hoje — avisou sorridente, segurando a mão de seu paciente que estava deitado sobre a maca, pronto para a sala de cirurgia.

— Promete que estará comigo o tempo todo?

— Prometo o que você quiser.

— Flashback off —

 Pingos molhavam o papel, suas lembranças eram cada vez mais dolorosas. Suas vistas estavam nubladas, e um forte sentimento de injustiça a dominava.

Isabella levantou com ódio de sua cadeira e pegou sua folha em que estava rabiscando, amassou e jogou-a contra a parede.

Quanto mais suas lágrimas caiam, mais o ódio a consumia. As coisas sobre sua mesa foram derrubadas com força, e logo ela começou a chutar sua cadeira.

— Flashback —

— Tudo pronto, senhor Edward. Algum pedido antes? — perguntou o Dr. Scott.

Edward olhou diretamente para Isabella e seus olhos ganharam um brilho fraco.

— Sim, eu quero... — afirmou com sua voz baixa.

— Então peça! — brincou Isabella.

Ele sorriu e elevou seu braço a chamando... Ela foi até ele e segurou sua mão firmemente.

— Quando tudo terminar... você será minha namorada...

Seus olhos lacrimejaram e um sorriso irradiante tomou conta de sua face.

— Pensei que seria sua esposa, Edward! — zombou Dra. Thompson e todos riram.

— Flashback off —

— Por que comigo? Por que sempre comigo? — gritava Isabella enquanto esmurrava a parede, não se importando com a dor física que tomava conta de seu corpo.

— Ali está ela, Dr. Daveson, eu não sei o que fazer! — explicava a secretária que voltara com o doutor, ambos encarando a cena assustados.

— Jason, Paul! Tragam o calmante, Isabella está tendo outro ataque.

Segundos depois os enfermeiros entraram com pílulas e seringas em suas mãos. Eles tentaram segurar Isabella, mas a mesma se debatia em seus braços.

— Por que, Edward? Por que você me deixou? — gritava Isabella chorando.

Os homens conseguiram segurá-la e aplicar-lhe o calmante.

— De novo Edward! Isabella ficará louca desse jeito — comentou a secretária ao doutor.

— Ela vai superar — respondeu Daveson sem certeza. — Ela tem que superar.

— Flashback —

— Deu tudo certo, Isabella. Em dentro de algumas horas ele acordará — informou-a Dr. Scott.

— Obrigada, doutor — suspirou ela, aliviada. — Não sabe o quanto pedi a Deus isso.

— Pois já pode agradecê-lo.

— Flashback off —

Alguns minutos depois, Isabella dormia tranquilamente em um dos quartos de pacientes. Horas mais tarde, ela acordou e notou onde estava. Era o quarto do Edward. Seu Edward.

Look in my eyes... You are killing me... All I wanted was you...

Ela ainda sentia seu cheiro, seu doce cheiro… Seu presente de Natal seria tê-lo de volta. Se pudesse, nunca mais sairia dali. Ficaria trancada e viveria de lembranças.

— Flashback on —          

 Ela esperava ansiosamente sentada em uma poltrona ao lado de Edward. Ele ainda não havia acordado depois da cirurgia. Vários fios ainda estavam ligados ao seu corpo.

Aos poucos ela viu aquelas grandes orbes verde a fitando. Sua face curiosa logo dera lugar a sua felicidade. Ele sobrevivera à cirurgia. Ela estava olhando para ele sorrindo. Ele olhava para ela e fazia o mesmo.

I can’t keep my eyes off you...

— Flashback off —      

                          

Sons altos ecoavam da porta. Os médicos tentavam impacientes entrar, mas Isabella a trancara e estava se preparando para fazer algo que mudaria completamente sua vida. Para melhor ou para pior.    

Era começo de Dezembro, uma semana depois de tudo. O Natal se aproximava em Birmingham, mas seu Natal acabara uma semana atrás. 

Nada a faria mudar de ideia, sem ele, ela não viveria. Depois de olhar a altura da janela e perceber que estava no sexto andar, havia chegado a hora.  Após abrir a grande janela de vidro, rapidamente, um vento gélido adentrou o quarto.  

Isabella sentou-se na beirada da janela, rezara seu último Pai Nosso, e sem pensar duas vezes, jogou-se. O baque entre as janelas foram audíveis e, assustados, os médicos correram para as janelas para ver o que estava acontecendo.

— Flashback —  

— Você cumpriu sua promessa — murmurou ele sorrindo.

— Eu disse que faria o que você quisesse — respondeu se levantando da poltrona e sentando ao lado dele na cama. Sua mão acariciava-lhe a face de Edward.

— E se eu te pedisse um beijo agora? Você me daria?    

Ela corou com seu pedido, mas não pensou duas vezes antes de encostar seus lábios levemente sobre o dele. Era um beijo singelo, sem malícia, apenas carinho.

Porém, de repente, o som de bips começou a apitar pelo quarto. Isabella interrompeu o beijo assustada, e rapidamente olhou para o monitor.  Não podia ser. O corpo de Edward estava rejeitando o coração transplantado. 

— Ai, meu Deus!  — falou desesperada.

Ela correu para a porta e começou a gritar pelo Dr. Scott. Edward não podia morrer, não poderia deixá-la. Eles se conheceram no hospital, há dois meses, quando Edward ficou internado na espera de um doador.

Quando voltou, notou que Edward estava mais pálido que o normal. Rapidamente ela segurou-lhe sua mão e começou a rezar.

— Edward, meu amor, vai dar tudo certo. Você vai sobreviver, ficaremos juntos, nos casaremos, formaremos uma família...

— Bella... não vou... sobreviver — sua voz já estava rouca e falha.

— Vai sim! E seremos felizes!

— Promete que serás... feliz... mesmo sem... mim. Que... encontrará seu amor.

Seu aperto em sua mão era firme, sua voz não passava de sussurros e nada do doutor, apenas enfermeiras.

— Não serei feliz sem você — declarou ela chorando.

— Bella... Eu te amo... feliz Natal.  

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.    

— Não! Não! Edward, acorde! Não me abandone! Edward! — Isabella gritava descontroladamente o balançando, mas já era tarde demais, seu coração parara de bater.

— Edward, não! Eu te amo! Não me deixe!

— Calma, Bella! Não fique assim! — consolou-lhe uma das enfermeiras a segurando.

— Não! Volta, Edward, volta para mim!

— Flashback off —

Duas semanas depois...

Seus olhos abriram lentamente. Um forte feixe de luz a fez praguejar por tê-los aberto. Sua cabeça doía, mas o local onde estava parecia familiar. Ela estava no hospital. Uma pessoa estava sentada ao seu lado. Quando ela o olhou notou que era Alice, sua irmã.

— Bella! Finalmente você acordou! — saudou animada, indo ao encontro de sua irmã. — Você não deve estar se lembrando de nada. Então irei lhe fazer um breve resumo. Consegue me ouvir?

Ela apenas soltou um fraco gemido e a irmã prosseguiu:

— Bem, você tentou se suicidar. Alguns falaram que você caiu da janela, mas tenho certeza que não foi isso que aconteceu — disse a irmã encarando-a brava. — Porém, sua queda foi amortecida pela piscina dos pacientes. Sorte que o segurança viu o que aconteceu e rapidamente entrou e te tirou de lá desacordada. Você teve hipotermia por causa da água gelada. Mas graças a Deus você sobreviveu, porém entrou em coma. Mas vejo que está bem agora. — terminou sorrindo.

— Quando irei sair daqui? — perguntou decepcionada por sua tentativa de suicídio não ter dado certo.

— Em breve. Irei chamar o doutor, já volto, mana.

Alice saiu e logo Bella se viu sozinha no quarto. Entretanto, aquilo estava diferente, uma grande árvore de Natal estava posta alguns centímetros de sua cama. Um pequeno presépio estava armado perto da árvore, junto com algumas caixas de presentes, na certa vazias, pois geralmente nessa época do ano os quartos dos pacientes tinham uma decoração de Natal característica.

Perto de sua cama havia uma sandália havaianas. Ela reconheceu sendo sua, que geralmente usava em sua casa.

Alguns minutos depois sua irmã voltara com o Dr. Daveson. Ela não pode segurar a risada, ele estava vestido de Papai Noel, com uma vela decorada em cima de um castiçal em sua mão, e na outra, um peru de Natal.

— Vejam se não é minha paciente emo. Gostou de minha nova roupa? — perguntou animado dando uma volta.

— Por que trouxe um peru, se sabe que não irei poder comê-lo? — perguntou ela fingindo aborrecimento.

— Para te deixar com água na boca — respondeu rindo e logo depois colocou o peru sobre uma mesa onde havia uma pequena ceia de Natal.

Ele a examinou e gostou do resultado. Se tudo desse certo, ela sairia antes do ano novo.

— Que data é hoje? — perguntou ela começando a se irritar pelas coisas que estavam em seu quarto.

— Véspera de Natal. Irei passar aqui com você — respondeu sua irmã.

— Bem, deixarei você descansar um pouco agora, mais tarde passo aqui e vejo se precisa de algo. Beijos, Bella, e se cuida, feliz natal! — desejou o Dr. Daveson antes de sair pela porta e fechá-la.

— Bella, eu vou dar um pulo no refeitório, estou morrendo de fome — desculpou sua irmã. — Posso sair ou você precisa que eu fique aqui agora?

— Não, tudo bem, eu vou ficar bem. Fique tranquila, não irei tentar me suicidar de novo — respondeu rindo, mas Alice só a olhou preocupada. — Sério, pode ir!

Após ter certeza de que Bella não aprontaria nada, Alice saiu. Ela já estava cochilando quando uma voz começou a citar suas anotações no quarto.

Dias. Horas. Minutos. Segundos... Milésimos. Dor, solidão... Três palavras... Três segundos...

Ela rapidamente abriu os olhos assustada. Era ele. Seu amor. Seu Edward. Mas como? Ele tinha falecido!

— Agora essa é minha — continuou. – Amor, paz, sossego. Família, felicidade, casa. Filhos, pais, netos. Estou feliz e nem sei bem certo. Pois tudo que espero é que você prometa. Promessa, prometeu, não cumpriu.  Está legal?

— Co-co-como você está aqui? Você morreu! — gaguejava ela piscando os olhos rapidamente. — Você me deixou.

— Você me prometeu que seria feliz. Por que tentou se suicidar, Bella?

— Eu disse que não seria feliz sem você — respondeu baixo.

— Tente! Você tem que tentar, e conseguirá. Não éramos para ser, não era para eu ser, mas você ainda tem a chance. Busque sua felicidade, esqueça seu passado e construa seu futuro. Esqueça suas perdas e lembranças tristes, alimente-se das boas, as que te dão forças para não desistir e seguir em frente, em busca da felicidade.

— Eu não posso! Eu não consigo! — dizia ela balançando a cabeça. — Volta para mim, Edward, volta para mim, meu amor.

— Só quero que saiba uma coisa: eu sempre te amei, desde o primeiro dia que te vi entrando pela porta do meu quarto aqui nesse hospital.

— Não, Edward... — implorava chorando, mas quando fez menção de levantar, percebeu que seus braços e suas pernas estavam presas na cama. Ninguém realmente confiava nela.

Época das boas lembranças, dos nascimentos abençoados.

— Não tenho muito tempo, mas se prepare para o adeus. Definitivo.

Da nova esperança, do novo começo.

— Bella? — chamou-lhe sua irmã no corredor. — Já estou entrando.

Ela se desesperou e apenas sentiu um leve sopro em sua testa. Edward estava lhe dando seu último beijo, era hora do adeus final.

— Edward, eu te amo, muito! — disse ela apressada antes que ele sumisse.

— Ah, oi, Jess... Sim, quanto tempo! — ela deu graças a Deus por sua irmã ter parado para conversar com uma das enfermeiras que estavam no corredor.

— Eu sei disso — respondeu ele sorrindo. Ele lentamente se afastou dela e ficou perto da árvore de Natal.

Nesse momento, sua irmã abriu a porta rapidamente e a olhou sorridente. Edward ainda estava lá, parado, mas pelo visto só ela o via. Antes de ele sumir para sempre, ela ainda conseguiu escutar um leve sussurro em seu ouvido:

Eu te amo... Feliz Natal.

E que as más lembranças sejam afastadas para que as boas prosperem. Que nessa linda noite de Natal, a esperança volte a cruzar em seu caminho, e que um belo dia a estrela cadente pare simbolicamente em seu coração. Feliz Natal, e um próspero Ano Novo.

Bella Swan.


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Notas finais do capítulo

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