A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 40
Visita surpresa


Notas iniciais do capítulo

Estamos próximos do fim, hein? E desculpa pela enorme demora de voltar a postar novos capítulos.



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Quando acordei, olhei ao meu redor e percebi que estava sozinha em minha cama. Suspirei. Queria acordar com ele ao meu lado na cama. A noite com Jared foi muito boa e relaxante. Vê-lo feliz por ter conhecido meu palácio me fazia feliz. Levantei da cama e fui me preparar para mais um dia agitado no palácio.

***

Já podia sentir certa tensão no ar e aquilo começava a pesar em meus ombros. Apolo me dizia que, segundo suas previsões, estava tudo favorável para minha vitória. Mesmo assim, eu podia sentir a insegurança querendo tomar conta de mim. Enquanto cuidava de alguns relatórios, Kim entrou no escritório fazendo uma reverência logo em seguida.

— Desculpa a intromissão, minha senhora, mas tem uma visita à sua espera na sala do trono.

Olhei atentamente para Kim e tentei identificar quem era a tal visita pela energia que emanava. Senti um calafrio percorrer o meu corpo. Não podia ser ela.

— Estou a caminho. Agradeço, Kim.

Ela fez uma reverência e saiu. Levantei da minha cadeira e fui até a sala do trono, me preparando para o que ela veio tratar comigo. Para ela ter quebrado o acordo, com certeza era algo grave ou só estava fazendo isso para me irritar. Quando cheguei na sala, ela estava vestindo seu vestido longo de cor azul, com um cinto dourado e os cabelos pretos estavam presos em um rabo de cavalo impecável. E, para me irritar, estava sentada em meu trono. Que audácia.

— Saia do meu trono. – ordenei.

Ela me analisava dos pés à cabeça, acompanhado com um sorriso presunçoso. Patética e irritante.

— Esses não foram os modos em que nossa mãe te ensinou, irmãzinha.

— Saia. Do. Meu. Trono. – estalei os dedos e meu cetro apareceu flutuando e apontado em frente ao pescoço dela.

Ela gargalhou e levantou os braços em rendimento.

— Tudo bem, tudo bem. – e ela levantou – Vejo que continua tão apegada ao seu assento.

Fui em direção ao meu trono, peguei o meu cetro e o posicionei ao meu lado enquanto sentava.

— Em relação a você, Electra, sempre estarei alerta.

— Ainda guarda ressentimentos por eu tentar tomar o seu domínio?

— Creio que a palavra certa é roubar àquilo que é meu por direito.

Ela balançou a mão com descaso.

— Você é muito rancorosa, irmãzinha. E já me redimir por isso há muito tempo atrás.

Respirei profundamente, numa tentativa de manter a minha paciência intacta.

— O que você quer, afinal? Creio que deixei bem claro que nunca mais queria te ver e que pusesse os pés em meu palácio. Lembro também que Zeus a baniu daqui.

— Põe na lista o castigo idiota que ele me deu também. Ele só fez isso porque estava tentando te proteger, por estar apaixonadinho. Patético.

Um raio cortou o céu lá fora, como um aviso. Suspirei.

— Tenho tudo sob controle, Zeus. E meça suas palavras antes de falar, Electra. Perguntarei novamente: o que você quer?

— Soube da ameaça atual por aqui e gostaria de ajudar.

A olhei surpresa. Não podia acreditar no que meus ouvidos acabaram de ouvir.

— Você quer me ajudar? Claro. – dei risada.

— Estou falando sério, Alexis.

Analisei Electra. A deusa das nuvens estava muito séria e sincera. Mesmo assim, eu não confiava nela.

— Por que eu deveria aceitar sua ajuda?

— Porque tem muito mais chances de ganhar esta batalha com a minha ajuda.

— E como você me garante que este não é nenhum plano seu para tentar tomar o meu lugar aqui?

— Porque eu perdi o interesse neste lugar. Eu estava interessada mais em você quando tinha uma cadeira reservada no Monte Olimpo, mas isto você perdeu há muito tempo, juntamente com todo o prestígio.

Dei risada.

— Essa é a sua garantia?

— Sim.

— Não me convence.

Ela suspirou e andou um pouco pela sala. Creio que esteja pensando em um modo de me convencer. Depois de séculos, Electra, uma das minhas inúmeras irmãs, a que menos gosto afinal de contas ela tentou tomar o meu trono, está querendo me ajudar. Do nada. Porque simplesmente decidiu ser boazinha e caridosa. Claro.

— Eu posso te contar algo que foi mantido em segredo por longos séculos para você, assim provando que estou do seu lado.

Segredo? Electra é esperta ao ponto de delatar qualquer um para conseguir o que quer. Conheço minha querida irmã.

— Me fale exatamente o que você ganha em querer me ajudar nessa batalha e ainda me contando este segredo.

— Ganho a confiança da minha irmã novamente.

Fiquei um tempo analisando a situação. Electra demonstrava que estava falando a verdade, só que minha história com ela é longa e cheia de desavenças.

— Faça o juramento em nome da nossa irmã, Estige. Jure que não fará mal algum a mim ou àqueles que protejo.

Electra demonstrou hesitação. Bingo! Sabia que tinha alguma coisa errada nisso tudo.

— Jure, Electra, ou saia do meu palácio imediatamente.

Ela consertou sua postura e respirou fundo.

— Eu convoco Estige, para que ouça e testemunhe meu juramento. Caso eu descumpra, que você me enfraqueça. Eu juro não fazer nenhum mal a Alexis e seus protegidos. Juro pelo rio Estige.

No fundo, um raio surgiu no céu e uma gota de água pingou em meio a sala, como um sinal de que Estige presenciou o juramento.

— Ótimo. Agora, conte-me esse tal segredo.

— Nossos pais continuam vivendo em seus domínios, não estão aprisionados no Tártaro.

Me encostei em meu trono, tentando absorver aquela informação. Na época, lutei lado a lado a Zeus e ele tinha me dito que meus pais tinham aceitado lutar ao lado dos titãs. Só que eu não tinha acreditado naquilo, para mim àquilo soava errado e estranho, não condizia com a real essência dos meus pais. Eles evitavam participar de guerras ou confusões. Olhei para Electra atentamente.

— Por que está me contando isso agora?

— Porque achei que este era o momento mais adequado.

Minha cabeça girava um pouco. Por que esconderam de mim a verdade? Eu senti tanta raiva quando soube do fato naquela época, me distanciei de todos da família... Minha mente fez um crack, como se tudo fizesse sentido agora.

— Como você soube disso?

— Soube há algumas décadas atrás, juntamente com alguns de nossos inúmeros irmãos. Zeus escondeu isso de todos nós.

Apertei minhas mãos nos braços do meu trono, de raiva.

— Porque ele sabia que essa era a única forma de me manter no Monte Olimpo. Ele sabia que eu estava com a minha ligação com a família muito forte, isso atrapalhava a minha missão junto com o grande deus divino. Por isso mentiu para todos, para que esta informação não chegasse aos meus ouvidos.

Ah, Zeus, você terá que conversar comigo em breve para me esclarecer essa história. E não prometo em não te ferir.

— Provável. Agora confia em mim?

— Não.

Electra suspirou.

— Alexis, estou tentando me reaproximar de você. Será que é tão difícil para você engolir seu orgulho e acreditar em mim?

— Sim, é difícil. Todas as vezes você faz exatamente o que está fazendo agora: pede perdão, pede que eu confie em você, para depois me apunhalar pelas costas. Como terei certeza que não fará novamente? Você não me dá nenhuma garantia, Electra! Então, sim, continuarei desconfiada e descrente em tudo que seja relacionado a você. E eu juro pelo rio Estige, por nossa irmã odiosa, que se você fizer algo de ruim comigo novamente, irei fazer o dobro com você.

A gota de água pingou novamente no meio da sala e Electra me olhou incrédula. Levantei do meu trono e fui em direção a saída.

— Venha, vamos fazer uma visita aos nossos pais.


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Notas finais do capítulo

Como será que esses acontecimentos irão afetar Alexis?



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