- Acorde, vadia!

Assustei com aquele grito e abri meus olhos lentamente. Pisquei algumas vezes até perceber onde estava e quem era aquele homem.

- O que você quer, Mason? - gemi frustada e sentei-me naquela cama.

- Sabe que horas são? - ele sorriu hipócrita - É hora dee vadia estar de pé. Então levante-se. - jogou sobre mim uma muda de roupas. Encarei a roupa confusa e o olhei da mesma forma - Arrume-se, o chefinho que falar com você.

Levantei-me pegando a roupa e Mason sentou-se na cadeira. Ele sorriu sarcástico, me encarando da mesma maneira.

- Saia daqui. - disse incrédula. Ele negou malicioso e bufei nervosa. Caminhei pisando firme até o banheiro imundo e tranquei-me no mesmo. Ouvi a risada de Mason e suspirei lentamente.

Olhei naquele banheiro, vendo a pia beje e a privada da mesma cor. Na parede havia um antigo chuveiro.

Tomei um banho gelado, pois a agua quente deveria nem existir nessa imundiça. Mas assim eu pelo menos tirei aquele cheiro nojento de Chad de meu corpo. Vesti um short jeans justo e curto, uma regata branca quase transparente. Naquele resto de espelho que tinha sobrado na parede, provavelmente alguém tinha quebrado-o. Meu rosto estava avermelhado, com uma grande marca do lado esquerdo, onde tinha levado os dois tapas.

- Que demora, Caroline! Vamos logo! - Mason gritou apressado.

Abri a porta o olhando nervosa.

- Se está com pressa, pode ir! - disse irritada e ele bufou vindo até a mim.

Mason puxou-me pelo meu braço e arrastou-me para fora do quarto. Ele pouco se importou se eu nem tinha me calçado ou não. Era um extenso corredor, com pouco iluminação e alguns quartos. Cada vez mais que nos aproximávamos da saida, mais próxima ficava aquela musica. Era parecida com a musica que tinha acordado-me no dia anterior. Chegamos numa escadaria escura e ele me arrastou para descermos. Quando chegamos no andar de baixo, outro corredor. Desta vez, esse estava movimentado.

Mason puxou-me pelo corredor, enquanto eu olhava para as mulheres e homens que passavam. As mulheres todas eram jovens, pouco a menos que minha idade, e pouco a mais também. Eram uns cinco ou seis homens, e todos me olhavam com malícia e maldade quando me viam. Encolhi meus ombros envergonhada, enquanto recebia olhares curiosos e surpresos das mulheres. Assim que Mason abriu uma porta, não me assustei em ver um pequeno escritório e aquele grande homem atrás de uma mesa.

- Pronto, chefe! - Mason disse jogando-me sobre um sofá de couro negro.

- Agora me deixe com ela, Mason. - Chad disse largando seu cigarro no cinzeiro. Mason fez o que seu dono mandou e fechou a porta.

- Onde estamos, Chad? - perguntei com medo e ele sorriu para mim.

- Seu namorado foi muito estupido pensando que eu só tinha um meio de sobrevivencia. - ele falou distraindo-se com um isqueiro - Vocês só me davam a metade do lucro, Caroline. - olhou-me incrédulo e fiquei confusa.

- Então... - comecei a raciocinar - Aqui é... outra boate sua? - eu o olhei incrédula.

- Bingo! - sorriu dando-me uma piiscadela.

- Mais uma vez obrigando garotas a se prostituirem? Oferecendo lar em troca de sexo? - disse enojada e ele revirou os olhos.

- Engraçadinha você, não? - sorriu e levantou-se - Venha comigo.

Eu o olhei desconfiada enquanto ele saia da sala. Levantei-me e percebi uma porta do outro lado do escritório. Deixei aquilo de lado e segui Chad. O mesmo estava ao lado da porta e sorriu me estendendo sua mão.

Passei reto por ele e olhei em volta, por onde eu sairia daqui?

- Se pensa em fugir, doçura, você se dará muito mal. Todos esses homens estão proibidos de deixar alguma mulher sair. - ele disse indo a minha frente.

Xinguei-o baixinho de todos os possíveis nomes e voltei a segui-lo. Havia mais dois andares para baixo, e logo chegamos onde julguei ser o térreo. Era um grande bar, muito parecido com a antiga boate. Algumas garotas limpavam o lugar e outras praticavam pole dance. Engoli em seco vendo aquilo e Chad fez-no parar nas escadas.

- Sente falta disso, querida? - ele olhou-me sorridente.

- Acha mesmo que preciso lhe responder? - o ohei com ódio e ele revirou seus olhos novamente.

- Não se preocupe, em breve você volta a ativa. - ele disse olhando para as garotas que praticavam a dança. Meus olhos quase saltaram da face e meu estomago embrulhou-se aqui dentro. Neguei com a cabeça e Chad virou-se para mim novamente - Agora, é melhor você voltar para o quarto.

- Chad, por favor, me deixe ir embora! - implorei com meus olhos umidos - Prometo não contar a ninguém, nem mesmo a polícia!

- Caroline, não me deixe estressado, querida. - ele disse puxando-me para subirmos.

- Chad! - implorei novamente.

- Você ficará lá em cima, até quando eu achar que devo lhe soltar. - ele disse sério - O que eu duvido muito, você sabe que não sou de mudar de opinião fácilmente.

{...}

Ouvi o ranger da porta e continuei a encarar o teto sobre mim. Deixei de acariciar minha barriga e limpei minhas lágrimas imediatamente. Minha mente tinha voado em Klaus e em nosso filho, mas deixei de pensar quando ouvi uma linda e delicada voz.

- Oi. Você deve ser Caroline, não?

Levantei meu rosto para encarar tal garota. Ela era baixa, morena, com a pele bem clara. Seus cabelos negros iam até o meio das costas e tinha um tímido sorriso. Ela fechou a porta se aproximando de mim calmamente, trazia uma bandeija com alimento.

- Quem é você? - perguntei desconfiada.

- April. - sorriu timidamente - Trabalho aqui na boate. - respondeu e colocou a bandeija sobre a cama - Chad mandou-me trazer-lhe. - explicou. Suspirei pesadamente e sentei-me não me importando com a comida.

- Você sabe que horas são? - perguntei receosa. Ela pegou seu celular e olhou as horas.

- Quase sete da noite. Daqui a pouco a boate começa a encher, preciso voltar e me arrumar...

- Hey! - levantei-me depressa e ela olhou-me surpresa - Por favor, dê-me seu celular! - implorei e ela afastou-se agora assustada - É caso de vida ou morte! Me ajude, por favor! Eu estou presa aqui, assim como você!

- Presa? Han? - ela olhou-me assustada - Do que você...

- April! - nos assustamos quando um homem entrou furioso - Nada de conversar com ela, ordem do Chad. - aquele homem disse sério - Vamos, você tem que se arrumar. - falou rude.

April assentiu silenciosa e saiu cabisbaixa. Aquele homem alto fechou a porta com força deixando-me novamente sozinha. Gemi frustada sentando-me na cama, minha barriga alertou-me da fome. Peguei o prato de comida e resolvi comê-lo rapidamente.

PDV Klaus

Minha cabeça doia. Estava irritado do tanto de ligações que Esther me fazia. E sempre para o mesmo motivo: Hayley está internada, você tem de ir vê-la. Pouco me importava com Hayley, nem mesmo com a criança. Já estava tão nervoso que até tinha desligado meu celular.

Tomei um demorado banho e fui deitar-me. Novamente aquele vazio me deixou angustiado e me fez lembrar dela. Caroline me fazia muita falta. Definitivamente, eu fui um idiota em me apaixonar. E fui um idiota de marca maior quando transei com Hayley.

Não foi novidade passar aquela noite em claro. Já estava me acostumando. Sempre que dormia, tinha sonhos com ela. Se fosse sonhos bons, quem sabe eu até ficaria dormindo para sempre. Mas eram sempre os mesmos sonhos. Dela indo embora para sempre.

Naquela manhã, tudo estava ocorrendo normal. Tomei um rápido café numa lanchonete e fui para empresa. Como sempre, resolvi todos os problemas. Dentro de oito meses precisarei ir a New Orleans, numa importante reunião. Estava tudo preparado adiantamente para a viagem. A empresa Mikaelson também faria parte, já que Mikael estava aliando-se com essa empresa, tudo para trazer-me de volta aos Mikaelson. Eu já nem me importava mais. Já que Mikael uma vez disse: "Enquanto estiver com essa mulher, estará fora de minha empresa." Eu já não estava mais com Caroline, agora, quem sabe já estou de volta a empresa? Esther, já me quer de volta em sua casa, provavelmente Mikael me queira em sua empresa.

- Senhor Mikaelson? - Miranda chamou-me receosa ao entrar em minha sala. Eu a olhei sem nenhuma vontade - Tem uma mulher que gostaria de falar com o senhor...

- Diga que estou ocupado. - mandei revirando os olhos.

- Ela se chama Vickie Donovan. - falou confusa - Mas direi a ela que o senhor...

- Não! - praticamente gritei incrédulo e a mulher assustou-se - Mande-a entrar!

Miranda ficou confusa, mas logo saiu da sala para fazer o que mandei. Podia ser algo relacionado a Caroline, óbvio! Levantei-me no mesmo momento em que Vickie atravessou aquela porta.

- Klaus, obrigada por me atender. - ela disse entrando apressada.

- Não foi nada. - respondi saindo de trás de minha mesa. Vickie continha uma preocupada e desesperada expressão - O que houve? Aconteceu algo? Com Caroline?

- Sim... Não... Eu não sei! - falou desesperada.

- Oras, então...? - disse irritado e ela respirou fundo.

- Caroline sumiu. - ela disse séria - Já fazem três dias que ela não aparece em casa, não atende o celular... Eu já não sei mais o que fazer! - ela falou desesperada e a olhei assustado.

- Está brincando comigo, não está? - ela negou - Onde Caroline se meteu? Como ela sumiria assim?!

- Eu não sei, por isso vim lhe pedir ajuda. Iria ligar a policia, mas pensei em te avisar primmeiramente... - ela encolheu seus ombros humildimente - Klaus... eu tenho medo de que tenha sido Chad.

Eu a olhei incrédulo. Tinha mandado aquele infeliz para a puta que o pariu, ele não teria coragem de aparecer e fazer isso, não depis de minha ameaça... Mas, como Caroline disse: Ele era vingativo. Então, não posso duvidar de que não tenha o dedo dele nessa história.

PDV CAROLINE

Mais um dia já tinha se passado, comigo presa alí dentro, com medo de algo de ruim pudesse acontecer, não comigo, e sim com meu filho. Já fazia algumas horas que ele não se mexia e estava completamente desesperada por dentro. Chad já tinha vindo me fazer uma visita matinal. Não podia estar vivendo num pesadelo maior.

- Hey, pequeno... - sussurrei acariciando minha barriga - Mexa-se para a mamãe, por favor. - implorei com meus olhos umidos.

Nenhuma movimentação. Neguei com lágrimas caindo e fechei meus olhos. Eu não podia perdê-lo, não podia mesmo. Escutei a porta se abrir e vi aquela garota entrando com uma bandeija em mãos.

- April. - sorri esperançosa. Ela também sorriu e deixou a bandeija sobre a cama.

- Olá. - ela disse sorrindo - Como você está?

- Presa! - gemi frustada - Assim como você. - disse incrédula - Por favor, - aproximei-me dela lentamente - diga-me que está com seu celular! - implorei.

- Sinto muito. - ela negou - Eu o emprestei para Karen... - encolheu seus ombros timidamente - Mas... Caroline, o que quis dizer com: Presa; assim como você? - perguntou-me confusa.

- Estou presa aqui, da mesma forma que Chad te mantem presa aqui, eu também estou. - disse sentando-me na cadeira. Ela me olhou incrédula e suspirou pesadamente.

- Bom... Eu não entendi muito bem, já que eu não estou presa aqui. - ela disse envergonhada e a olhei confusa - Chad me deu um lar em troca de meus trabalhos. - ela me olhou ressentida consigo mesma - Eu não estou aqui forçada, não estou presa.

- Então... você trabalha por livre espontanea vontade? - perguntei incrédula e ela afirmou. Não podia lhe dizer nada, não tinha tal moral. Afinal, foi o mesmo comigo, não? - Eu preciso que você me ajude a sair daqui, eu estou sendo forçada a ficar aqui... - implorei desesperada e ela me olhou assustada.