Amor além da Vida escrita por manmanbuu


Capítulo 1
Capítulo Único




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Já tiveram a sensação de que está sendo seguida? Pois é, eu tinha essa sensação. E não era só quando eu estava fora de casa, quando estava em meu lar também sentia isso. As vezes sentia um frio na barriga, me arrepiava por nada, mesmo quando não estava ventando. Era uma coisa estranha, muito estranha, mas mesmo assim eu gostava, me sentia protegida.

Bom, antes de mais nada vou me apresentar, meu nome é Mayu, tenho 16 anos, segundo colegial do ensino médio. Eu podia dizer que sou uma garota normal, mas às vezes não me sinto normal. Quando vejo casais no parque, felizes, demonstrando todo o amor que sentem, eu me sinto triste, muito triste. Não, eu não me sinto triste porque não tenho ninguém, mas porque eu tinha. Sim, tinha, tinha uma namorada linda, a menina mais perfeita do mundo, eu a amava e sabia que ela me amava. Mas agora não estamos mais juntas, mas não terminamos... Como isso é possível? Simples! Não, não é simples, na verdade é complicado, pelo menos para mim, a verdade é que ela morreu.

Depois da morte da minha amada Marília eu entrei em uma depressão, parei de sair, não sorria mais, vivia o dia inteiro trancada. Parecia que ela tinha me levado junto com ela quando ela se foi. Minhas amigas faziam de tudo para eu voltar a ser como eu era antes, me chamavam para sair, bom, chamavam não, porque ela praticamente me obrigavam a sair.

Foi em um dia desses que ela resolveram ir até minha casa e tiveram a grande idéia de jogar o jogo copo. Começamos com perguntar bobas, até que eu perguntei ao espírito qual era o nome dele. A resposta? Marília. Nessa hora eu achei que minhas amigas estavam me pregando uma peça.

- Quantos anos você tinha quando morreu? - uma amiga perguntou.

Quinze. Foi a resposta. A idade que a minha Marília tinha quando foi atropelada. Minhas amigas perceberam que eu comecei a ficar inquieta, então mudaram as perguntas, não mais perguntaram sobre o espírito, mas sobre nós mesmas.

- Alguma das pessoas aqui está apaixonada? - outra amiga perguntou.

Sim.

- E está aqui o amor da vida dessa pessoa?

A resposta demorou um pouco para vir, mas foi sim. Nessa hora eu me revoltei e disse que não queria mais jogar. Paramos com aquilo e elas foram para suas respectivas casas. Quando ela saíram eu comecei a chorar, porque o jogo me lembrou da menina que eu amava. No dia seguinte decidi ir a um centro espírita, queria saber mais sobre espíritos, se tinha alguma chance da brincadeira da noite anterior não ter sido somente isso, uma brincadeira.

Antes mesmo de eu entrar no recinto, uma cega que estavana porta me parou e disse que eu tinha um dom. Achei estranho, mas perguntei que dom era aquele.

- Com o tempo você irá descobrir. - foi a resposta dela.

Nem preciso dizer que não entendi nada. Fiquei confusa, mas decidi entrar mesmo assim. No local não descobri a resposta que eu queria, mas quando estava saindo a mesma mulher mandou eu me aproximar dela, e assim o fiz. Nisso, ela tirou do bolso um amuleto, e me deu. O objeto era bonito, tinha algumas coisas escritas em latim, mas eu não sei ler latim.

- Use que seu dom se revelará.

Achei aquilo extremamente estranho, mas não discuti e comecei a usar assim que cheguei em casa. Tomei o maior susto, quando eu coloquei o amuleto eu vi minha menina, na minha frente. Esfreguei os olhos pra ver se eu não estava sonhando, mas ela continuava na minha frente, sorrindo serenamente para mim.

- Por que parou o jogo ontem? Não estava gostando de estar falando comigo? - ouvi ela perguntar.

- Ma-Ma-Marília? - gaguejei.

- Sim, amor, sou eu. O amuleto ajudou a você revelar seu dom. - ela continuava sorrindo.

- Que dom?

- Você pode ver espíritos.

Eu não acreditei, estava achando que estava louca. Não podia ser verdade!

- Você não sentia minha presença? - ela perguntou.

Agora que ela mencionou, a sensação de estar sendo seguida, vigiada, protegida. Tudo começava a fazer sentido. Comecei a chorar, era bom demais vê-la de novo.

- Não chora amor, eu disse que sempre estaria com você.

- Agora eu sei que é verdade. - disse entre lágrimas.

Ela roçou os lábios no meu, eu não senti o toque, mas senti meus lábios formigarem. Nessa hora eu soube que não me sentiria mais triste por minha menina ter morrido, pois ela estaria sempre comigo, em espírito, mas estaria mesmo assim.


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