A Garota Do Cachecol Vermelho escrita por Ana Luiza Lima
Notas iniciais do capítulo
E lágrimas escorrem de todos os rostos...
Boa leitura ;)
Acordei sorrindo, pois sentia o cheiro do cabelo de Anabelle, com ela ali passar a noite no hospital não foi nada ruim. Mas assim que abri os olhos o mundo real apareceu. Leah estava me olhando da porta, parada igual a uma estátua, com flores na mão. Naquele momento eu não entendia nada, minha cabeça rodava por causa dos remédios pra dor que eu havia tomado. O que ela estava fazendo ali? Tentei focalizar mais um pouco a imagem, e era ela mesma. Fiquei olhando mais um pouco para a sua imagem pálida e notei uma lágrima escorrendo de seus olhos. Meu coração se apertou e eu queria sair correndo da cama e falar com ela.
– Leah! – um grito meio abafado saiu da minha garganta.
Senti Anabelle acordando meio perdida, tentando ver o que estava acontecendo. Leah começou a se virar, e parecia que estava chorando mais ainda, porque ela tinha aparecido logo agora? Quando olhei de novo ela já tinha sumido e deixara cair às flores no chão. Anabelle olhou para as flores e depois pra mim, com uma cara de interrogação.
– O que houve Ben?
– Eu também não sei.
Em silêncio ela se levantou, recolheu as flores caídas no chão e colocou na mesinha aos pés da minha cama. Eu não conseguia pensar em nada, muito menos falar alguma coisa.
– Eu vou sair um pouco.
E assim Anabelle saiu sem mais nem menos. Mas era Leah que me ocupava a mente. Eu não sabia por que ela tinha aparecido, porque estava chorando e porque se ela gosta tanto de mim, a ponto de vir me ver e chorar por me ver com outra, tinha me mandado ficar longe dela?
Não sei. Só sabia que eu não tinha explicações nenhuma e as dores começaram a voltar, tanto as físicas como as do peito. Eu não sabia mais o que fazer ir atrás de Leah ou ficar ali com Anabelle e fingir que nada tinha acontecido. Com certeza eu não conseguiria fingir que nada tinha acontecido.
À tardinha Anabelle me levou para casa. No decorrer do dia não conversamos muito e se falávamos era só sobre as minhas dores ou assuntos fúteis. Sentia-me a pior pessoa do mundo por estar com ela e pensando em outra. Eu queria muito ficar com Anabelle, mas parece que meus pensamentos não me obedecem e começo a viajar até onde Leah está. O que ela estaria fazendo agora? Será que vai voltar a falar comigo? Queria voltar a trabalhar logo.
Em casa quando estava no sofá com Anabelle, ela começou a rir de um programa na TV. Esqueci-me de tudo de novo.
– Você vai ficar comigo? – perguntei e ela me olhou com cara de surpresa, como perguntando como eu tinha chegado ao assunto – não precisa ter pena de mim só porque estou doente, eu só quero a verdade.
– Benjamin, eu sempre gostei de você, desde a época da faculdade e te reencontrar aqui foi a melhor coisa que podia ter me acontecido – ela desviou o olhar procurando as palavras certas para dizer – Mas eu não quero ser um tapa buraco – ela suspirou – eu vi como você ficou quando viu a sua chefe, eu não sei o que vocês têm, mais eu não quero ficar no meio disso – uma lagrima desceu pela sua bochecha, eu segurei seu queixo e limpei a pequena gota de seu rosto angelical.
– Eu gosto muito de você Anabelle...
– Mas não gosta tanto quanto gosta dela, eu consigo ver. Quem sabe se tivéssemos ficado juntos na faculdade? Talvez desse certo. Mas não agora. Eu tenho a minha vida longe daqui e você tem a sua aqui. Não vamos estragar o que há entre a gente. Eu serei sempre a sua Anabelle da faculdade, mas ficaremos só no passado.
Eu não queria que ela fosse. Eu podia esquecer a Leah, não podia? Não sei. Mas Anabelle me fazia tão bem, porque eu não podia ficar com ela? Sentimentos idiotas que escolhem a pessoa errada.
– Acho melhor eu voltar para o hotel.
– Você não precisa ir, pode ficar. Aqui é sua casa também.
– Eu preciso ir, antes que estrague tudo.
– Mas eu quero que você fique!
– Ben, não se engane. Eu vou, porque é o certo a fazer.
– A alguma coisa que eu possa dizer ou fazer que te faça ficar?
– Não.
E com essa palavra ela se levantou, pegou suas malas e foi indo em direção à porta. Quando ela estava quase saindo eu peguei as muletas e tentei levantar, fui até ela.
– Eu não vou aguentar ver você indo sem fazer isso.
Dei um beijo nela, e nós dois deixamos as lágrimas rolarem e se misturarem com a saliva. Mesmo assim, ela me olhou uma última vez com seus olhos azuis, se virou e foi embora. E eu fiquei sozinho. De novo.
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Quem voltar a acompanhar, comenta aê! aushuahsu