Tarde Para Amar escrita por imradioactives


Capítulo 70
Capítulo 70




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Renato, 20. Cabeça  no lugar, centrado e preocupado com o futuro. Ninguém com quem se envolveu lhe deu o valor necessário. Encontra Clara e vê nela uma nova oportunidade de reconstruir as coisas.
 

- Sim, convidei. – sorri – Algum problema? – fiz uma cara inocente.
- Não, nenhum. – ele respondeu com o mesmo sorriso – Mas se você veio até aqui, - ele voltou a se dirigir ao Renato – acho que não é uma coisa tão sem importância assim não é? – não Bernardo, você não fez isso.
- Relaxa, brother. Depois a gente conversa, de verdade, não é nada muito importante. É que você tá meio sumido esses tempos e tal...mas é isso aí, depois a gente conversa. – obrigada Renato, muito obrigada! Agradeci mentalmente por ele ter dispensado o Bernardo.
- Tudo bem então, bom almoço pra vocês. – ele disse se virando e voltando em direção a escola.
Eu e o Renato seguimos em direção à lanchonete, lado a lado. Nunca pensei que poderia encontrá-lo de novo nessas circunstâncias. Ele era uma pessoa muito agradável e atenciosa, era bom estar do lado dele. Durante o almoço, conversamos sobre tudo um pouco.
- Como você tá? Não te vejo desde a Freaking. – eu preciso parar de ficar vermelha toda vez que eu falo daquela festa.
- Tá tudo indo bem. É, eu ando meio ocupado com a faculdade e tudo mais. Como você viu, fazia tempo que eu não falava com o Bernardo, consegui sair mais cedo hoje e dei uma passada lá, agora descobri de onde o Bernardo te conhece...a gente pode se encontrar mais vezes. – ele sorriu.
- Com toda certeza...a gente vai se encontrar mais vezes. – sorri de volta. – E você faz faculdade de quê? – perguntei, tentando sair do assunto embaraçoso.
- Direto. Sempre foi meu sonho. – ele respondeu, claramente orgulhoso de si mesmo. Aquilo me fez sorrir também.
Ele me levou até a porta de casa. Não esperava que alguém fosse conseguir me fazer sorrir hoje, mas o Renato conseguiu me distrair.
Eu queria pedir pra ele me tirar dali, me levar pra algum lugar longe dali, eu não queria entrar na minha casa e sentir o peso da realidade em cada cômodo. Mas eu tinha. Como eu já havia dito, alguém vai precisar ser forte.
- Bom, acho que é isso. – ele deu um sorrisinho de lado – A gente se vê outro dia?
- Sim, – levantei meu celular pra ele – você tem meu número, é só ligar. – ele alargou o sorriso e se aproximou, deixando um beijo na minha bochecha, que me fez fechar os olhos. – Obrigada pelo almoço. – ele sussurrou e foi embora.
Mal sabe ele que quem devia agradecer era eu.
Entrei em casa e subi direto pro um quarto, me trancando lá e tirando meu material da bolsa. Talvez os estudos me distraiam pela tarde. Pena que eu estava errada.
Eu não tinha notícias do meu pai. Não sabia se ele teria coragem de aparecer no escritório hoje novamente, só saberia quando minha mãe chegasse em casa. Eu odiava ter que esperar. Mas paciência é a principal coisa que eu vou ter que ter daqui em diante.
Me joguei na cama e comecei a pensar sobre o dia de hoje. Meu ataque de choro na hora do intervalo, o Bernardo sentando do meu lado querendo parecer preocupado – ri comigo mesma – e do ataque de riso que eu tive logo depois. Que dia bipolar. Fiquei pensando mais um pouco e acabei cochilando. Acordei com meu celular vibrando, mensagem do Caio:
 “Aproveitou bem o almoço com o amiguinho novo, Clara?”
MAS COMO? Como ele já tava sabendo? Só o Ber...claro! O Bernardo. Ele sabe que o Caio morre de ciúmes e quer conhecer todos os meninos que eu me evolvo. Ainda mais o menino que eu conheci na Freaking. Na Freaking.


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