Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo quentinho pra vocês! Espero que gostem!
E lembrem-se: Tem sempre uma foto de cada personagem no final do capítulo.
Bjs e obrigada!



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Sai da aula de Educação Física e troquei de roupa no banheiro feminino. Andei três corredores inteiro pra conseguir chegar ao andar onde estava meu armário. Assim que o abri meu armário um pequeno papelzinho branco dobrado ao meio caiu no chão. Já até sabia o que era. Enquanto ajeitava minhas coisas dentro do armário, tirando os que eu ia usar agora e colocando meus materiais que não iria usar, deixei o papel no chão sem me importar em pega-lo.

Revirei os olhos pensando na breve e nojenta conversa com Josh. Nina está certa, ele quer é me levar pra cama. O jogo inteiro ficava me olhando lançando beijinhos, sorrisinhos e piscava pra mim. No final da aula ele fez o sinal de um celular na mão e móvel os lábios dizendo “me liga”. Patético.

__ Oi Any. __ Uma voz fina me fez virar e deixar cair alguns cadernos e folhas. __ Nossa desculpe, não queria ter te assustado.

Anne se abaixou e começou a juntar as coisas que deixei cair, respirei fundo e me abaixei também.

__ Tudo bem. A culpa não foi sua __ falei. __ Ultimamente ando muito assustada.

Dei um sorrisinho pra ela.

Nos levantamos e eu guardei as coisas que peguei no chão no armário, ela me passou o resto.

__ Só queria saber se você poderia me ajudar com o exercício de Matemática hoje. Não to querendo reprovar, e essa é a única matéria que estou presa. __ Disse ela.

Fechei meu armário e me virei pra ela. Anne era da minha aula de Matemática, era tímida e a mais quieta da sala, sentava sempre na ultima carteira encostada na parede no canto esquerdo da sala. Era baixinha e gordinha, tinha sardas nas bochechas e no nariz, seus olhos eram de um chocolate bem escuro, tem os cabelos encaracolados pretos que iam até metade do seu pescoço. Ninguém falava com ela direito. Ela às vezes parecia estranha...

__ Desculpe. Eu ando muito ocupada lá no rancho. __ Falei. __ Deixa pra uma próxima?

Ela abaixou a cabeça e confirmou.

__ Tudo bem. Vou ver se Emma pode me ajudar então. __ Disse ela, logo depois se abaixou.

__ Toma. __ Ela me estendeu um papel branco dobrado no meio. __ Esqueceu de pegar isso.

Relutante, pois já sabia que aquele deveria ser o papel com o telefone de Josh, estiquei a mão e peguei o papel.

Dei um sorriso fraco.

__ Obrigada.

Observei enquanto ela saia meio apressada.

Suspirei e abri o papel de má vontade.

Meus olhos se arregalaram e se encheram de lágrimas enquanto lia e relia a mensagem. E eu senti, por rápidos segundos, meus olhos arderem.

Isso não era o bilhete com o numero de Josh.

Era um aviso.

Minhas mãos tremeram enquanto eu amassava ferozmente o papel que dizia: “A sua hora está se aproximando”.

Em vez de ir para a última aula, e corri para a biblioteca.

Assim que cheguei, sentei-me na cadeira de rodinhas em frente a um dos computadores que tinha lá. Eram computadores velhos, brancos, com péssima velocidade e a maioria com defeito. Eu não agüentava mais, precisava descobrir alguma coisa a respeito do homem com olhos violetas. Então comecei a pesquisar.

Coloquei todas as palavras que vinham na minha cabeça que tinha relação com o homem, mas não consegui encontrar nada que fosse importante ou útil. Nada que me ajudasse a descobrir alguma coisa. Qualquer coisa. Comecei a pesquisar no Google sobre demônios, olhos violetas, sonhos estranhos que poderiam ser reais, e até mesmo “homem com olhos violetas”. Mas nenhuma dessas pesquisas me trazia as informações de que eu precisava. Achei apenas um link que dava as informações de três anos atrás quando muitos corpos apareciam às margens da praia de Meygo. Aquele ano foi o ano em que as pessoas tiveram medo da praia. Todos os dias apareciam diferentes pessoas mortas na praia, e também havia diversas pessoas que desapareceram quando pisaram lá e nunca mais foram vistas. Às vezes os corpos dessas pessoas desaparecidas eram encontrados na praia assim como outros corpos, mas tinha vez que quando desapareciam nunca mais retornavam. Até hoje tem pessoas que desapareceram a três anos naquela praia e até não foram mais vistas, nem mesmo os corpos. Naquela época os jornais só falavam dos desaparecidos e das pessoas mortas encontradas em Meygo. As pessoas passaram a chamar a praia de Praga, e ninguém pisava lá por medo.

Passei o mouse sobre o link e cliquei. Apesar de já saber sobre todos os desaparecimentos e mortes (pois eu já havia lido os jornais de três anos atrás onde continha todos os acontecimentos), eu cliquei no link para ver se achava algo que pudesse colidir com meu problema.

“Corpo de um adolescente desaparecido por seis meses é encontrado hoje próximo a praia de Meygo mutilado. Esse é o 25º corpo encontrado esse ano próximo a praia de Meygo (com a mesma situação que se encontraram os outros corpos) que fica a uma distancia do centro e também é afastada das demais praias de Petersburgo. A Polícia diz estar investigando sobre os desaparecidos que ainda não foram encontrados. A Polícia também diz está investigando sobre a praia que ficou conhecida como Praga para todos os moradores de Petersburgo. Mas até agora nada de útil foi encontrado.

Vários corpos têm sido encontrados em Meygo esse ano, o que antes era considerado apenas uma morte (o primeiro corpo que foi encontrado na praia em 1993. Naquela época foi considerado suicídio, pois seu corpo apresentava apenas cortes, e não um coração arrancado) agora se tornou um tipo de massacre. Desde 1993 a cidade vivia em paz, pois naquele ano apenas um corpo foi encontrado e o laudo considerou como suicido. Depois anos e anos se passaram e nenhum outro corpo foi encontrado, até agora... E agora as autoridades questionam sobre as mortes. Homicídio? Ou uma espécie de ritual satânico que um grupo anônimo pode estar fazendo? Ambas as opções coincidem com os corpos encontrados. Pode ser que haja um Psicopata a solto matando muitos só por diversão, ou pode ser que um grupo satânico esteja oferecendo corpos por meio de rituais. As autoridades preferem denominaram a situação como Homicídio, enquanto algumas outras pessoas acreditam na outra opção.

Os policias que estavam fazendo a ronda perto de Meygo, disseram que viram um corpo deitado na areia da praia hoje. Os policias acharam que era alguma pessoa “desafiando a vida”, e quando chegaram perto encontraram o adolescente Henrry Crowll morto, e o seu corpo apresentava cortes profundos em diversas partes, seu coração fora arrancado brutalmente deixando um buraco onde fora enfiado um objeto para tirá-lo. Os polícias chegaram a comentar que havia caído uma forte ventania gélida sob a praia assim que pisaram nela, para checar o corpo, e um forte odor de sangue que acharam ser do cadáver. Os pais do adolescente não quiseram dar entrevistas.”

Eu havia lido essa reportagem do adolescente há três anos, mas não me lembrava dos detalhes. Coração arrancado brutalmente, o clima frio, o cheiro de sangue, os cortes no corpo... Meygo. Todos os corpos encontrados da mesma forma... Incluindo Fredd. Homicídio? Talvez. Ritual a Satã? Não acredito nisso. Um Psicopata a solta? Provavelmente. Mas eu achava que era algo muito mais do que isso, como se tudo isso fosse para fortalecer alguém. Será que o homem dos olhos violetas estava envolvido? Será que é ele quem está arrancando os corações das pessoas?

Continuei a pesquisar ainda sem animo para desistir. Havia ficado na biblioteca a última aula toda, e o sinal acabara de bater para dispensar os alunos para suas casas.

__ Senhorita? __ A bibliotecária, uma senhora idosa de cabelos grisalhos com óculos de armação redonda que estava usando um vestido largo que ia até as canelas e sapatos pretos, chegou perto de mim. Ela me olhou com seus olhos castanhos por cima do óculos. __ Esta na hora de ir embora. Tenho meu horário de almoça e preciso fechar a Biblioteca.

__ Ah, claro. __ Disse. __ Eu vou fechar as paginas.

Ela me lançou um olhar apressado antes de se virar de volta para seu balcão de madeira escura envernizada e começar a juntar suas coisas.

Fechei apressadamente as paginas que eu havia deixado abertas e antes que eu pudesse desligar o computador, ele se apagou sozinho ficando com a tela completamente inteira. Olhei em volta para ver se isso aconteceu com todos os computadores que funcionavam e costumavam ficar com apenas o monitor ligado, mas somente o meu havia ficado com a tela escura. Será que estragou como os outros? Será que queimou alguma coisa? Tentei ligar o monitor apertando um botão que ficava na sua lateral direita, mas não funcionava. Olhei para o balcão onde a Bibliotecária ainda arrumava suas coisas para sair, fiquei na duvida se a chamava ou se saia correndo.

De repente o monitor deu um pisca rápido e se apagou de novo. Mas dessa vez tinha algo escrito no canto superior esquerdo da tela preta. Cheguei mais perto para enxergar melhor a pequena palavra que estava escrito de verde.

“Any”.

Engoli em seco e lentamente cheguei pra trás me recostando na cadeira novamente. A tela deu mais um pisca e dessa vez meu nome apareceu na tela inteira, como se alguém estivesse digitando. Mas ninguém estava. Levantei-me bruscamente derrubando a cadeira. A bibliotecária já estava se encaminhando até mim para me chamar a atenção, mas eu já havia pegado minhas coisas e saído da biblioteca correndo, passando pela senhora que estava com uma cara nada feliz.

Assim que sai do prédio da biblioteca, corri para os portões de entrada e fiquei o mais longe possível. Fiz um esforço para segurar as lagrimas enquanto eu esperava Jackson. Respirei fundo e tentei me recompor.

Eu ainda podia ver claramente a tela inteira com meu nome.

“Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any, Any…”

Fechei meus olhos com força.

Assim que cheguei em casa, depois de Jackson ter me buscou na escola, fui direto para o estábulo.

__ Vê se entra pra comer hem! __ Ouvi Jackson gritar assim que eu saí de seu carro disparada em direção ao estábulo.

Abri a portinha da casinha de Espartano às pressas deixando cair algumas ferramentas que estavam penduradas na portinha da cela. Já não podia segurar as lágrimas, o caminho todo pra casa eu havia tentado não falar muito porque se eu abrisse a boca iria ser pra chorar. Mas agora eu não podia impedi-las. Peguei a correi do Espartano, peguei a manta, a sela, os pelegos e os aperos e coloquei tudo nele ajustando direitinho, depois o puxei pra fora. Enquanto passava no corredor extenso do estábulo, alguns cavalos rincharam em suas casinhas.

Finalmente fora do estábulo, montei em Espartano e cavalguei as pressas pra qualquer lugar. E cada vez mais eu sentia as lágrimas mais fortes.

Espartano correu a toda velocidade para longe de Heartland.

Eu precisava de um tempo só pra mim. Sem escola, sem pessoas por perto, sem tarefas para fazer no rancho... Só eu e mais nada.

Espartano cavalgou até entrar na floresta que ficava em frete a Heartland, ele começou a entrar mais e mais pra dentro da floresta passando perto do lago.

Meus irmãos e eu costumávamos a entrar nela para chegar ao lago que brincávamos quando éramos crianças. Nunca entramos muito longe na floresta, apenas fomos somente até onde o lago estava que da um quilometro de Heartland ao lago. Vivíamos indo ao lago, todos os dias do verão.

Naquela época todos éramos felizes.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Porfavor comentem suas opiniões ou criticas! Adoraria saber o que vc ta achando e o que acha que precisa melhorar!
Bjs e muito obrigada!



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