Ponto de vista: Bella

1 semana se passou e eu me exclui de todos, tentei ficar bastante tempo com a familia, fiz compras com a minha mãe, cozinhei com meu pai, sai com algumas primas e li 2 livros.

Mas eu não poderia fugir para sempre, teria que enfrentar o meu erro e pedir desculpa para Jacob, porque sinceramente, não quero ficar sem falar com o meu melhor amigo.

Então eu liguei para ele.

- Jake me desculpa, não consigo te ver de um jeito que não seja como meu melhor amigo e quase o irmão que eu nunca tive. Desculpa se eu fiz você achar que a gente, um dia, talvez pudesse dar certo. Mas não vamos. A gente é totalmente igual e você sabe que eu acredito que os opostos se atraem. Não quero que a gente fique sem se ver, sem conversar, sem darmos risada de tudo. E também tem o Edward, e ele é incrivel e ah, eu me sinto tão diferente do lado dele e... Ah, eu não sei. É como se eu o quisesse realmente, mas tenho medo de me levar totalmente para o amor e esquecer que tenho outras prioridades, a faculdade, procurar um estagio nesse ano, um apartamento maior, depois procurar um emprego e eu não estou pronta para tudo isso de uma vez só.- Eu vomitava palavras, não conseguia parar de falar e eu nunca tinha feito isso.

- Relaxa, Bella. Eu já tinha percebido que você não queria nada mais comigo e bom, eu simplesmente não queria acreditar. Confundi nossa amizade com algo que nunca vai ser. Eu é que tenho que me desculpar por tudo isso esteja acontecendo. Eu não deveria ter te beijado semana passada, deveria ter apenas de abraçado do jeito que voce queria. E quanto ao Edward, eu acho que você tem que deixar acontecer, o que tiver que ser vai ser. - Deu uma risada e continuou. - Só acho que você deveria se preocupar um pouco menos, você vai ter uma vida incrivel, e outra, você é tão jovem aproveite um pouco. Uma hora a sua caixinha de desculpas vai acabar e você vai se arrepender de não ter se divertido.

- Obrigada por tudo Jake, eu te amo.- Sorri.

- Magina, melhores amigos são para isso... Eu tenho que desligar, meu pai está querendo que eu vá pescar com ele.- E então desligou o telefone.

É incrível como 6 anos fazem diferença na vida de uma pessoa. Aos 15, eu não imaginava que estaria aqui hoje, matando saudade de meus pais porque não os via à quase 6 meses. Aos 15 eu já era uma menina diferente. Já havia deixado minha timidez de lado pra ir viver a vida sem medo de ser feliz. Era retardada na frente de todo mundo e me sentia a vontade pra ser assim. Gostava de dar risada e que dessem risada de mim também. Naquela época, minha maior preocupação era minha vida social. Não eram os estudos, a faculdade que eu ia entrar ou o trabalho dos meus sonhos. Eu nem tinha sonhos naquela época. Nem se passava pela minha cabeça em ir morar sozinha quando completasse 20. Claro que se tudo isso caísse do céu direto nas minhas mãos, eu não iria recusar. Mas se vocês querem saber mesmo, eu com 15 anos só queria ter dinheiro pra comer um salgado e um doce gostoso no intervalo das aulas. Queria ter um grupo de amigos pra sair aos finais de semana e cabular aula pra ir tomar umas cervejas. Queria encontrar um menino parecido comigo pra ser meu amigo. E depois, quem sabe, um ficante. Mas namorar? Não, obrigada.

Eu sempre fui muito livre, descompromissada, relaxada. Deixava as coisas na mão do destino. Minha vida rolando e eu só dando risada. E foi bom por muito tempo! Acho que todo mundo precisa disso, principalmente os adolescentes – afinal, é nessa época que a gente dá uma última respirada longa e profunda antes de entrar na “guerra dos adultos” de cabeça. Não ter que se preocupar com nada é uma delícia, mas como tudo na vida, traz consequências. Aos 15 cabulei mais de metade das aulas durante o ano e acabei repetindo o primeiro colegial. E foi aí que tudo mudou. Liguei a chave central do meu cérebro e decidi que não dava mais pra ficar no marasmo. Eu tinha praticamente perdido um ano da minha vida! Esse definitivamente foi o primeiro choque de vida real que eu levei.

Desde então, tirei meu destino das mãos da vida e coloquei nas minhas. Agora quando eu quero, eu faço acontecer. Como a Blair Waldorf já disse: “Destino é pra perdedores. É só uma desculpa pra deixar as coisas acontecerem ao invés de fazer com que elas aconteçam”. As coisas que a gente quer não caem do céu. Não dá pra deixar tudo na mão da sorte! Parece uma coisa óbvia a se dizer, mas se fosse tão óbvia assim, não teria um monte de gente reclamona por aí.

E foi ai que eu mudei. Comecei a ser uma menina voltada totalmente aos estudos, não faltei um dia sequer na escola naquele ano em que eu repeti, não deixei de estudar para ir a uma festa em que todos iriam, não deixei de dormir direito para assistir a uma série de televisão. Eu mudei e Jacob sempre esteve ao meu lado.

Deixou de ir às festas para me ajudar a estudar, deixou de sair com nossa turma quando eu não ia também, deixou de assistir nossos programas favoritos porque não teria com quem comentar depois.

E agora aqui nós estamos, matando a saudade dos nossos pais que não víamos a quase 6 meses porque não tínhamos tempo para vir para Forks. 

Com toda a certeza do mundo inteiro, em qualquer decisão que eu tomasse Jacob iria me apoiar e ajudar. Como eu já disse, Jacob é o irmão que eu nunca tive e que levarei para a vida inteira.Nada nem ninguem vai separar nossa amizade.

E tudo irá ficar bem, como sempre ficou.