Dilemas escrita por nana_cullen


Capítulo 23
ÚLTIMO CAPÍTULO SEASON 1: OOOH DIAZINHO DIFÍÍÍÍCIL




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ÚLTIMO CAPÍTULO SEASON 1: OOOH DIAZINHO DIFÍÍÍÍCIL!

 

 

 

BELLA SWAN #

 

 

 

‘Vê se não escolhe nenhum trapo pra vestir ta?’ – Alice resmungou, dando suas retocadas básicas no cabelo curtinho. Revirei os olhos, morrendo de vontade de dar um coque bem no meio da cabeça dela. – ‘Sempre que nós saímos, temos que parecer DIVAS okay? DIVAS! ’

 

 

‘Então pode ir saindo do quarto e esperando lá embaixo com os outros!’ – Eu disse, ainda com a toalha pelo corpo. – ‘Ouvindo suas reclamações pra cima de mim em plena manhã? Desculpa, mas não rola mesmo!’

 

 

‘Ah é?’ – Ela bufou, andando até ficar de cara para mim. – ‘Escute bem Bella Swan. Um dia você vai IMPLORAR pelos meus toques de moda ta? E esse dia chegará, com certeza chegará! MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!’

 

 

‘Ta bom videntezinha!’ – Disse, apertando suas bochechas. – ‘Agora... você pode sair daqui, por favor?’

 

 

‘Eu estou de olho em você Bella... ’ – Ela andava para trás, sem precisar se virar. Alice apontou seu dedo para os olhos e depois para mim, fazendo um revezamento. – ‘De olho... de olho...’

 

 

Ela ficou repetindo isso até finalmente sair do quarto. Era incrível como agente pode gostar de uma pessoa tão nanica e tão irritante, não é?

 

Respirei fundo, seguindo para as minhas gavetas de roupa. Talvez Alice estivesse certa, íamos sair todos juntos hoje para um passeio grupal por Roma, então algo mais decente seria bom né?

 

 

Acho que talvez, depois de tanto tempo, os meus dias iriam voltar ao normal. Eu e Rosalie estávamos nos falando de novo e as coisas entre mim e o safado... Bem... Acho que finalmente estávamos começando a nos dar bem. Eu acho.

 

Ainda assim, eu teria que ficar de olho nele. O que ele fez por mim foi a coisa mais legal do mundo, mas eu não sabia se podia confiar no safado. Porém ontem na varanda... Olhando nos seus olhos... Parecia ser verdade. Eu estava confusa, essa dúvida latejando na minha cabeça. Mas quem me dera que fosse só isso.

 

O estranho sonho que eu tive também não me deixava em paz.

 

Sou péssima pra gravar meus sonhos, geralmente acordo e não me lembro de nada! Realmente uma negação! E esse não foi diferente, mas ele foi tão estranho que alguns flashs sem sentido nenhum ficaram gravados em mim!

 

 

Por que diabos eu sonhei com o CULLEN?! Justamente ELE?!

 

 

Eu devia ter caído da cama no meio da noite, só podia ter sido isso! Rolando colchão e dormindo como bebê, e derrepente POOOW! A cabeça direto no chão e delirando no sonho! Quando estava nele, tive uma sensação horrível, né dando até vontade de chorar.

 

Eu estava sofrendo demais no sonho, uma dor insuportável. Suplicando para que alguém não me deixasse. Então do nada apareceu o Ed... Ed... EDMUNDO, droga! Eu tenho que aprender a falar esse nome direito!

 

 

‘Além de maluca e histérica, também está tentando virar altista?’ – Pensando no maldito, lá estava ele, me encarando a alguns passos e de braços cruzados, as sobrancelhas erguidas. – ‘Como é que eu ainda me impressiono?’

 

 

‘DÁ PRA VOCÊ PARAR DE APARECER ASSIM DO NADA?’ – Gritei para aliviar a tensão. Isso é terapêutico sabia? – ‘QUASE TENHO UM INFARTO AQUI!’

 

 

‘Pára de ser fresca garota!’ – Ele disse, com um sorriso torto em seu rosto. ODEEEIO QUANDO ELE FAZ ISSO! – ‘Todos estão esperando, vai demorar muito?’

 

 

‘Posso pelo menos saber pra onde vamos?’ – Perguntei, fechando a gaveta de roupas. Respirei fundo, agradecida por estar vestida.

 

 

‘A um parque de diversões. ’ – Ele disse, totalmente indiferente. – ‘Inaugurou a algumas semanas antes de vocês chegarem. Rosalie estava doida para ir nele. ’

 

Espera um momento. Eu por acaso ouvi... PARQUE DE DIVERSÕES?! Aqueles com montanhas enormes de revirar o estômago e brinquedinhos suicidas? TÔ FORA MERMÃO!

 

 

‘Aproveitem bem o dia!’ – Falei rápido, tropeçando um pouco até chegar à cama. – ‘Eu vou f-ficar aqui!’

 

 

‘Também queria que você ficasse, muito mesmo!’ – Ele revirou os olhos, andando até mim. – ‘Mas papai não quer ninguém aqui, então trate de levantar, antes que eu te carregue. ’

 

 

‘Não quero ir! Vou ficar!’ – Eu disse, agarrando forte ao colchão. – ‘E NÃO É VOCÊ QUE VAI ME TIRAR DAQUI!’

 

 

‘Tudo bem maluca, eu tentei ser legal. ’ – Ele suspirou, e então senti suas mãos se posicionarem em minha cintura. – ‘Vai ter que ser na marra então!’

 

 

‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!’ – Berrei, sendo arrancada da cama e colocada entre o ombro do safado. – ‘ME DEEEEEEESCE! EU NÃO VOU! EU NÃO QUEEEEEEERO!’

 

 

‘Você é pior que uma criança!’ – Com essa eu me invoquei, fechando bem a mão e o batendo com tudo na cabeça. – ‘AAAAAAAAAAI! SUA DESGRAÇADA!’

 

 

‘ME SOLTA!’ Gritei, me chacoalhando mais naquele ombro largo. O safado, com certeza só de sacanagem, me apertou mais contra ele, me deixando sem qualquer movimento brusco. – ‘FILHO DA MÃÃÃÃE!’

 

 

‘Por que você não cala essa boca chata e fica quieta?’ – Ele falou, me ajeitando em seu ombro, quase me fazendo cair. – ‘Não vai doer nada sair com agente. ’

 

Ia sim, e ele não sabia o quanto!

 

 

 

 

Assim que pisamos na sala todos nos olharam, totalmente embasbacados com a situação, lógico! O maldito me desceu, e eu não pensei duas vezes antes de dar um tapa no meio de sua cabeça, fazendo-o reclamar um pouco de dor. Todos riram, e eu tive que me controlar para não fazer nenhuma besteira.

 

 

‘Mas antes ele a trazendo assim do que eu a puxando pelos cabelos né?’ – Alice deu de ombros, aquele risinho antipático que só ela sabia fazer. AAAH! – ‘Ia fazer desgraça com ele, só de sacanagem! MUAHAHAHA!’

 

 

‘Menos Alice... MENOS!’ – Disse, bufando de raiva.

 

 

‘O homem trazendo sua mulher... ’ – Engoli seco ao ouvir o que Emmett disse, mal me dando conta de que fiquei vermelha. – ‘MANDOU VEEER MANO!’

 

 

‘Cala a boca Emmett!’ – Rose falou, pisando no pé do coitado e andando na minha direção, puxando o safado pra longe de mim. Hã? O que foi que eu perdi?

 

 

‘Bom... ’ – Carlisle pigarreou, pousando uma mão no ombro de Esme. Ela estremeceu um pouco. – ‘Podemos ir agora?’

 

 

‘Eu estava pensando... ’ – Comecei a dizer, ficando nervosa com os olhares voltados pra mim. – ‘Vamos MESMO pra um PARQUE?’

 

 

‘Esse é o plano. ’ – Carlisle afirmou ao lado de Esme, que finalmente percebeu o porquê da minha pergunta. – ‘Algum problema?’

 

 

‘Carlisle... ’ – Esme disse, me olhando com piedade. AH MEU DEUS OBRIGADA! FINALMENTE ALGUÉM AQUI SE IMPORTA COMIGO! – ‘Podemos ir a um outro lugar? Eu não acho que... ’

 

 

‘AAAH NÃO!’ – Rosalie bateu o pé, puxando o braço do safado para baixo também. – ‘Nunca fui num parque! AGENTE TEM QUE IR! POR FAVOR!’

 

 

‘Esperem um pouco!’ – Carlisle aumentou um pouco o tom, fazendo todos o olharem. – ‘Vamos ser justos com todos! Sei que estávamos programados para o parque, mas é melhor colocar isso em votação. ’

 

 

‘AAAH QUAL É!’ – Emmett exclamou, bufando no meio do povo. – ‘Isso não é justo comigo!’

 

 

‘Cale a boca Emmett!’ – Seu pai disse autoritário, e em segundos o bombado estava com o rabinho entre as pernas. BEM FEEEITO! – ‘Tudo bem então. Por favor, quem ainda está disposto a ir ao parque levante a mão. ’

 

 

Rosalie e Emmett foram os primeiros a levantar, quase arrancando seus braços para isso. Alice também o ergueu, seguido de Jasper. Esme se manteve na mesma posição, disposta a me ajudar e Carlisle também. Encarei Edmundo, que sorriu maroto para mim, sendo o último a levantar a porcaria do braço.

 

 

MERDA! ME FERREI!

 

 

‘Como a maioria ganha... ’ – Carlisle pegou as chaves do carro de seu bolso, rodando-as e jogando para cima, caindo com precisão na palma de sua mão. – ‘Vamos?’

 

 

‘EBAAAAAAAAA!’ – Emmett pulava enquanto saía pela porta. – ‘MONTANHA RUSSA AÍ VOU EEEEEEEEEU!’

 

 

‘NÓS VAMO PRO PARQUINHO OLÊOLÊOLÁ! NÓS VAMO PRO PARQUINHO OLÊOLÊOLÁ!’ – Rose e Alice cantarolavam, fazendo um trenzinho feliz para sair da casa, sendo logo seguidas por Jasper. Edmundo passou por mim, rindo mais que animador de festa, o que me deu muita raiva.

 

 

‘Sinto muito minha filha. ’ – Esme posicionou suas mãos em meus ombros, falando baixo pra mim. – ‘Eu esqueci completamente que você não gosta muito dessas coisas e... ’

 

 

‘Eu vou e pronto!’ – Falei decidida. Pelo menos quis passar isso pra ela né?

 

Esme não disse mais nada, só fez um pouco de pressão com as mãos para que eu andasse. Como sempre o carro já estava lá fora, esperando para ser usado. Respirei fundo e saí, seguindo para o veículo enquanto Carlisle trancava a casa.

 

 

 

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Do vidro do carro eu já tinha condições de ver o parque dos horrores, minhas mãos tremiam só de pensar que chegaríamos ali em questão de minutos. Todos estavam animados com a saída e lógico que eu também estaria, se não fosse pelo destino.

 

Tenho pavor de qualquer parque. Não interessa se é aquático ou diversões, ODEIO TODOS ELES! É praticamente uma fobia, sei lá!

 

Me lembro muito bem do dia do trauma, foi numa viagem para Jacksonville com meus pais, quando eu tinha 9 anos. Meus pais simplesmente me arrastaram para aquele maldito parque, os dois crentes que eu adoraria passar o dia lá. Meu pai me obrigou a ir às montanhas russas, nos trens e até carrinhos bate-bate. Nunca saí tão roxa em toda minha vida de um lugar! Pode até ser besteira depois de anos eu continue com essa coisa na minha cabeça, mas eu tenho TRAAUMA DE PARQUE! E NENHUMA TERAPIA VAI ME TIRAR DISSO! QUEEEEEERO SAIR DAQUI! HEEEEEEEEEEELP!

 

 

‘AAAAH MINHA SANTINHA!’ – Alice berrou no carro, andando por cima de todos até chegar à janela, tirando resmungos do povão apertado. – ‘QUE LIIIIIIIIIIINDO!’

 

 

‘Bem, chegamos. ’ – Carlisle falou tranquilamente no lugar do motorista, sorrindo ternamente pelo retrovisor, me vendo ser prensada o monstrengo do Emmett! – ‘Vocês já podem descer!’

 

 

‘Seria uma coisa bastante legal... SE ALICE PELO MENOS TIRASSE ESSE SAPATO DA MINHA CARA!’ – Rose reclamou da outra ponta. É, ela estava pior que eu! – ‘Bella! Abre essa porta!’

 

 

‘Mas se eu abrir, Alice vai... ’ – Não deu tempo pra responder, Rosalie nos empurrou, causando um efeito dominó até chegar em mim. Meu ombro bateu na porta, que pra variar era aberta só em um aperto de botão. Adivinha o que aconteceu? HAHA, meu ombro lindo apertou a merda do botão!

 

 

Pra piorar, o bendito sapato da Alice tinha um detalhe de metal, que acabou engatando na minha blusa enquanto ela caía para fora do carro. Quando pisquei lá estava eu, sendo puxada por aquele safado da moda. URGHH! EU DETESTO MODA MAIS QUE NUNCA AGORA!

 

 

‘ALICE!’ – Jasper já estava a ajudando a levantar, logo a levando para o pai, onde estava com os outros a alguns passos de mim.

 

 

‘Eu to bem... ’ – Reclamei, ficando sentada no asfalto. – ‘Muito obrigada por perguntarem!’

 

 

‘Oh Bella!’ – Esme se aproximou de mim, sendo seguida por Rose e o safado, que ria alto da minha cara, com certeza só pra provocar. QUE VADIIIIIIO! – ‘Você se machucou?’

 

 

‘Eu sobrevivo. ’ – Respondi, me levantando de vez. Foi só eu ficar de pé que Esme escancarou a boca, virando para encarar Rosalie, que também estava da mesma forma que ela. O safado ainda ria, mas agora ele chorava com a gargalhada. – ‘Que foi?’

 

 

‘SUA MENDIGA!’ – Edmundo disse, soltando outra gargalhada, com uma mão na cara e outra apontando pra mim. Eu não entendia mais nada, então resolvi ver o que havia acontecido!

 

 

Alguém me dá uma pá? PORQUE EU PRECISO URGENTE DE UM BURACO PRA ME METER! AGOOOORA!

 

 

Agora sim eu captei o “mendiga”! Com a queda do carro, o treco engatado no sapato prendeu tão bem que até RASGOU A MINHA BLUSA! Dei sorte por meu sutiã não estar aparecendo, mas em troca havia uma cratera gigante no meu ombro, parando exatamente no início do busto. Minha reação foi tapar a coisa, ficando morta de vermelha depois! AAAAH MEU DEEEUS! POR QUE ESSAS COISAS SÓ ACONTECEM COMIGO? POOOOOOOR QUÊÊÊ?

 

 

‘Nossa!’ – Emmett chegou por trás dos três, só pra piorar a situação. – ‘Esse troço ta feião hein? Pena que não arrancou a blusa toda... ’

 

 

‘CALA A BOCA EMMETT!’ – Rose berrou, pisando em cheio no pé do bombado. Ah, ele tava merecendo mesmo!

 

 

‘Uou!’ – Jasper veio também, abraçado com Alice. – ‘Você vai mesmo querer andar assim?’

 

 

‘Concordo PLENAMENTE!’ – A baixinha agarrou-se mais forte a ele, fazendo biquinho – ‘Darling, roupa rasgada já saiu de moda A MILÊNIOS!’

 

 

‘Parece que vamos ter que voltar para casa então... ’ – Esme falou, piscando pra mim. OH MEU DEUS! EU AMO A ESME, FATO!

 

 

‘Voltar?  Acho que não precisamos de tanto assim! ’ – O safado ainda riu um pouco, tentando tomar fôlego. EU O ODIAVA, FATO!– ‘Pai, sei de um lugar dentro do parque que pode resolver isso. Vou até lá com Bella enquanto vocês compram os ingressos, pode ser?’

 

 

‘Claro filho!’ – Disse Carlisle, mal dando chance de Rosalie se manifestar. – ‘Nos encontramos na bilheteria então!’

 

 

‘Certo. ’ – Confirmou completamente indiferente. Ele saiu de perto de Rose, parando atrás de mim e pousando as mãos em meus ombros. Deu leves batidinhas neles enquanto sussurrava no meu ouvido.  – ‘Hoje eu serei seu salvador da pátria! Ponha um sorriso nesse seu rosto horrível!’

 

 

‘Você vai ver o sorriso quando eu te pegar. ’ – Sussurrei de volta, tentando ter uma expressão agradável para os outros. – ‘Me aguarde Cullen!’

 

 

‘A bilheteria fica naquela direção. ’ – Disse o maldito, apontando uma das duas entradas para aquele lugar dos horrores. – ‘Nos falamos depois. ’

 

 

‘Bem... Tomem cuidado então. ’ – Carlisle sorriu em despedida, começando a andar. Não demorou muito para que todos os seguissem, só Rose, que me fuzilou “discretamente” com os olhos enquanto andava. Fiquei com muito medo dela, muito mesmo!

 

 

‘Vamos?’ – O safado sorriu torto, saindo detrás de mim e sinalizando para frente. Bufei em resposta, andando pesadamente para longe dele enquanto segurava o bendito tecido furado. Segui até a entrada calada, tendo que aturar as risadinhas escrotas do Cullen. AAAAAI QUE RAAAIVA!

 

 

 

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EDWARD CULLEN #

 

 

 

Sei que era errado e tentava me controlar ao máximo, mas era impossível não se divertir com essa maluca! Ela parece um imã para coisas catastróficas e hilárias, realmente digna de me entreter!

 

Mesmo estando na cara que minha presença não a agradava em nada, ela ainda conversava comigo quando puxei os assuntos. Não sou de falar muito e todos que me conhecem sabem disso, mas, com Bella, todas as coisas que vinham na minha cabeça eu botava para fora, formulando-as em perguntas. Era bem estranho isso partir de mim, mas em compensação, bastante divertido!

 

 

‘Vai me dizer pra onde estamos indo ou continuar a imitar uma hiena?’ – Ela perguntou, o mau humor em pessoa. Isso só me fez rir mais, tinha que para agora, antes que saísse daqui direto para um hospital! – ‘Dá pra PARAR?’

 

 

‘Já chegamos!’ – Disse, trocando o riso por uma tossida. Ela olhou para os lados, bastante incomodada com o lugar. Logicamente tinha percebido que ela não gostava de parques! Estava praticamente estampado em sua testa! Bem... Isso veremos depois. - ‘Logo ali. ’

 

 

Apontei para o conjunto de barraquinhas mais a frente. Lá vendiam lembrancinhas e souvenirs, ou coisa do gênero. Antes de elas chegarem aqui, Carlisle me pediu para dar uma olhada no local, só pra garantir se era bom mesmo. Uma pessoa normal gostaria daqui, o que não era o caso de Bella, é claro!

 

 

‘Ta legal... ’ – Ela me encarava com as sobrancelhas erguidas, ainda sem entender. Por Deus! Como Bella é lenta! – ‘Você está querendo cobrir essa coisa aqui com um chaveirinho de carrinho? Haha, muito maduro Edmundo!’

 

 

‘Esses tipos de loja sempre têm blusas para vender. ’ – Disse, sendo a coisa mais obvia do mundo. – ‘Acho que você não deve saber, já que Forks é um fim de mundo que não tem praticamente nada!’

 

 

‘É... ’ – Ela suspirou, tirando um pouco a mão de seu ombro para olhar o buraco, depois o tampou com a palma de novo. – ‘Acho que você tem razão. ’

 

 

‘Estamos começando a nos dar bem!’ – Disse, sorrindo para ela e sem precisar fingir para esboçar isso. Me dei conta de que se usasse as palavras certas, eu poderia ter uma relação bastante agradável com Bella. Peguei em sua mão, fazendo-a pular levemente em surpresa. – ‘Vem. ’

 

 

 

 

Eu não tinha noção de quantas lojinhas havia naquele lugar, só que eram muitas. Demos a volta em todo o local, mas nada de encontrar qualquer tipo de roupa. Chaveiros, canetas, bonés, pulseiras e até sex shop! Mas, blusa que é bom, nada. Realmente, o azar estava do lado dela hoje!

 

‘Esquece!’ – Reclamou invocada, sentando-se num banco e encostando no balcão de mármore de uma das barracas. Sem mais nada o que fazer, sentei ao seu lado. – ‘Vou arranjar um jeito de voltar pra casa! Andar com a mão no braço o dia todo nem pensar!’

 

 

‘Você já ouviu falar numa coisa chamada “pensamento positivo”?’ – Eu disse, apoiando minha cabeça com a palma da mão, olhando para ela. – ‘Isso funciona muito sabia?’

 

 

‘Dane-se!’ – Bufou, escondendo seu rosto entre seus braços cruzados no balcão. – ‘Ah meu Deus! Que vida tirana!’

 

 

‘Em que posso ajudá-los?’ – Perguntou o homem educadamente, com certeza o dono da loja. Ele esbanjava um sorriso largo demais pro meu gosto!

 

 

‘Obrigado, mas nós não estamos precisando de nad... ’ – Parei de falar, prestando mais atenção em sua loja. Era uma pequena barraca de blusas, exatamente o que estávamos procurando há tempos! Mas, tinha um pequeno detalhe...

 

 

Os modelos eram pequenos demais.

 

Mini do mini mesmo! Fiquei confuso com aquilo, sem entender nada.

 

 

‘Bella. ’ – Disse, sacudindo o peso morto ao meu lado. Ela ergueu a cabeça, quase caindo do banco.

 

 

‘Ai, que é? Não posso nem mais ficar depressiva não?’ – Suspirei impaciente e sem falar nada, apontei para dentro da barraca, fazendo-a olhar pra lá. – ‘Sim, uma loja de roupas, e daí?’

 

 

‘Senhor. ’ – O chamei, nem dando atenção ao senso de burrice da maluca. – ‘Estou muito interessando em comprar uma peça, mas por que elas são tão pequenas?’

 

 

‘Ah... ’ – Ele sorriu largamente de novo, e eu afastei meu banco um pouco para trás. – ‘Vendo para crianças e anões! Elas estão em promoção! Aproveite enquanto estou de bom humor!’

 

 

‘Nossa!’ – Bella sussurrou irônica. – ‘Você me tirou do meu transe só pra me mostrar uma loja com as roupas da Alice! Muito obrigada!’

 

 

‘Cala a boca!’ – Sussurrei de volta, o vendedor sem nos entender. Abri um sorriso amigável e retomei a conversa. – ‘Você por acaso não tem um modelo para ela?’

 

 

‘Hmm... ’ – O homem botou a mão no queixo, pensativo. – ‘Acho que tenho um sim... ’

 

 

‘SÉRIO?!’ – Num instante a maluca ficou alegre. – ‘ACEITO QUALQUER COISA! POR FAVOR!’

 

 

‘Bem... ’ – Ele coçou a cabeça, como se estivesse em dúvida. – ‘Se você realmente estiver tão desesperada assim... Posso até fazer de graça... ’

 

 

‘Eu visto qualquer coisa!’ – Bella pulou mais ainda, finalmente caindo do banco. Em questão de segundos a louca já estava de pé.

 

 

O vendedor não falou mais nada, só agachou-se e remexeu em algumas caixas que estavam do seu lado. Depois de um tempo ele subiu, mostrando a tal “blusa”. Não era a toa que ele queria fazê-la de graça!

 

Tecnicamente não era uma blusa, e sim um fino moletom. Havia uma espécie de monstro na frente dele, peludo, sorridente e com uma coleira no pescoço. Tentei evitar rir, mas imaginar Bella com isso foi hilário!

 

 

 

 

'AAAAAAAAH NÃO!’ – Ela exclamou, o que só fez aumentar a minha crise. – ‘TUDO MENOS ESSA COISA!’

 

 

‘Ele não é tão feio assim. ’ – Disse o homem, olhando para o desenho e depois para ela novamente, erguendo a sobrancelha. – ‘Vai levar?’

 

 

‘NEEEEEM MORTA!’ – Bella cruzou os braços enquanto eu me concentrava em parar com a gargalhada.

 

 

‘A casa fica muito longe daqui Bella. ’ – Eu disse, já controlado. Ainda deixei escapar uns risos, mas nada com que eu não desse conta. – ‘Ou é isso, ou seu dinheiro todo em táxi para voltar. ’

 

 

‘Prefiro isso a essa humilhação toda!’ – Falou, andando para longe. Fui atrás dela, ainda disposto a convencê-la. – ‘Esquece!’

 

 

‘Tudo bem, vá em frente!’ – Focalizei a atingir no ponto emocional, já que ela também era bastante altruísta. – ‘Mas todos te querem aqui, e você vai se sentir culpada se ir embora!’

 

 

Ela parou de andar, virando-se e me encarando. Estava com a testa franzida, levemente irritada comigo.

 

 

‘Vamos lá Bella! Pare com esse medo bobo!’ – Tentei incentivá-la, sem perceber que eu estava sorrindo. – ‘Não quero saber por que você detesta parques! Eu... quer dizer... nós... só queremos que você fique!’

 

 

Ela botou as mãos na cintura e mordeu o lábio inferior, trocando olhares entre mim e o chão. Depois de três longos suspiros, sua boca abriu de novo.

 

 

‘Ta legal, ta legal!’ – Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela levantou seu dedo indicador, mostrando que não tinha terminado. – ‘Se você rir, está ferrado! E eu não tenho medo de parques ta?’

 

 

Bufou, andando pesadamente de volta para a barraca de onde estávamos. Fui logo atrás dela, comemorando em silêncio para que ele não percebesse.

 

 

 

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BELLA SWAN #

 

 

 

Eu estava mais que ridícula. Era pior que o King Kong!

 

O safado caminhava ao meu lado evitando olhar para mim, assim ele não riria. Ainda bem mesmo! Se ele tornasse essa situação mais difícil pra mim, ele era um cara bem morto! COMO É QUE EU TOPEI FAZER ISSO?!

 

 

‘Por que você está tão calada?’ – Ele disse, olhando para o outro lado. Aquilo já estava me irritando demais! – ‘Devia pular de alegria, conseguiu uma blusa nova e de graça!’

 

 

‘Cala a boca. ’ – Bufei, o que fez ele rir um pouco. Urgh, QUE MERDA! – Você diz isso porque não está sendo a atenção daqui!’

 

 

‘Eu achei que ficou bom em você!’ – Ele comentou, completamente divertido. Senti uma veia da minha testa saltar com o que disse. – ‘Vestida de monstra, combina muito!’

 

 

‘VOCÊ VAI VER A MONSTRA!’ – O safado saiu correndo para longe, adivinhando o que eu queria fazer. Disparei atrás dele, louca pra pegá-lo. – ‘VOLTA AAAAAQUI!’

 

 

Percebi que mesmo eu querendo matar o maldito, ele não parava de rir. Por alguma razão que desconhecia, o seu riso me contaminou, me fazendo abrir um sorriso involuntário. E quando dei por mim, já estava gargalhando também.

 

Finalmente depois de muito tempo, consegui alcançá-lo! Estava sem fôlego, mas ainda sim me joguei nele, agarrando-o nas costas. Minhas pernas escorregaram até seu quadril e eu já podia imaginar a dor da queda, mas não foi isso que aconteceu. Ele as agarrou, deixando-me ficar em cima dele.

 

 

Todos nos olhavam como dois retardados, e o pior de tudo é que nem ligávamos pra isso! Depois ele me puxou para frente, agarrando minha cintura e girando junto com ele. A sensação foi ótima! O vento batendo na cara e os cabelos entrando na boca enquanto eu ria, maravilhoso!

 

 

Derrepente ele parou, me colocando no chão e ficando ao meu lado. EEEEI! NINGUÉM TE MANDOU PARAR NÃO TA?! QUERO MAAAAAIS!

Ouvi um grande pigarro perto de nós dois, então ajeitei o cabelo para ver melhor. Rosalie me encarava com uma cara estranha, trocando os olhares entre mim e seu namorado. Os outros também estavam lá, mas o silêncio ainda continuou por alguns segundos.

 

 

‘CAAARA! QUE ROUPA MANEEEEEEIRA!’ – Quem foi que fez o comentário? Haha, Emmett! – ‘EU QUERO! EU QUEEEERO!’

 

 

‘Bom... ’ – Jasper hesitou um pouco, certamente não pretendendo me ofender. Eu acho! – ‘Pelo menos essa coisa não tem buraco né?’

 

 

‘OMG! Acho que eu vou desmaiar de tanta cafonice na minha frente!’ – Alice falou, cambaleando e caindo nos braços do mauricinho. GENTE! VOCÊS NÃO ESTÃO ME AJUDANDO TA?!

 

 

‘Por que vocês não nos esperaram na bilheteria?’ – Edmundo perguntou normalmente, ao contrário de mim, que estava mais vermelha que tomate podre.

 

 

‘Vocês estavam demorando demais. ’ – Rosalie não notou que quem ia responder essa pergunta era Carlisle. O olhar dela estava me deixando muito incomodada, mesmo. – ‘Enxergamos vocês dois de longe, mas parece que nem se tocaram, muito ocupados... brincando, não é?’

 

Meu Deus. O que deu na Rose?

 

 

‘Os ingressos estão comigo.’ – Carlisle se pronunciou, amenizando o clima pesado. – ‘Vamos?’

 

 

‘Vamos. ’ – Rose respondeu, pegando o namorado pelo braço e o puxando para longe de mim. Ele me olhava de testa franzida, como quem pedia desculpas. Só comecei a andar quando fui levemente empurrada por Esme, estava ocupada pensando na estranha possibilidade de minha amiga agir daquele jeito.

 

Estaria ela... com ciúmes... de mim... e... EDMUNDO?!

 

 

Não! Não! Impossível! Não tinha como! Nunca tivemos esse tipo de coisa antes, então por que agora? Haha, pare de besteiras Bella!

 

 

Mesmo a idéia sendo totalmente absurda, ela não saiu da minha cabeça. Não mais.

 

 

 

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EDWARD CULLEN #

 

 


Assim que todos nos juntamos de novo, Rosalie não deixava mais eu trocar nem duas palavras com Bella. Achei isso totalmente desnecessário e ridículo! Ela poderia sentir ciúme de qualquer garota, mas justamente da maluca?! Era completamente irracional!

 

Nunca iria me envolver com ela, que absurdo!

 

Instantaneamente a imagem do corredor vendo a tona, só para contrariar meu raciocínio, como se ela dissesse “Ah é? Se é verdade, então por que você fez isso hein? Olha mané, OOOOOLHA!”. Aquilo realmente estava me irritando!

 

 

Eu, Rose, Bella e Jasper estávamos parados ao lado da entrada para a montanha russa mais alta do parque. Do jeito que temos sorte, fomos recusados para entrar nela. Havia alguma coisa errada com os ingressos, então meu pai, junto com Emmett, Alice e Esme, foram ver o que tinha acontecido.

 

Bella conversava animadamente com meu irmão, sendo suas vozes as únicas ecoando no meio de nós. Rose estava agarrada a meu braço, fuzilando todas as garotas que me encaravam ao passar, querendo mostrar para elas que eu tinha uma dona. Revirei os olhos, tentando não ficar mais fulo da vida com ela.

 

 

Às vezes eu até conseguia me incluir na conversa, mas toda vez que falava muito com a maluca, Rose comentava algo, deixando o clima pesado. Então tentava pronunciar só as palavras necessárias, contra minha vontade.

 

 

‘Bem pessoal... ’ – Meu pai começou assim que chegou até nós. – ‘Temos um pequeno erro aqui. ’

 

 

‘Como assim?’ – Perguntei, notando o jeito com que Alice olhava para Emmett, se tivesse lasers, a anãzinha acabaria com ele na mesma hora. – ‘Um imprevisto?’

 

 

‘Olha darling, eu sei que ele é seu irmão e tal mas...’ – Alice respirou fundo, rapidamente mudando de expressão. – ‘EMMETT É UM BURRO! IDIOTA! ESTÚPIDO!’

 

 

‘AAAAAAAAAAAH!’ – O leso gritava com a língua pra fora enquanto Alice chacoalhava seu pescoço, tentando enforcá-lo. A anã não era tão forte, ele vai sobreviver. – ‘HEEEEEEEEEEELP!’

 

 

‘Emmett comprou somente quatro dos oito ingressos que precisávamos pra entrar lá. ’ – Esme explicou, nem dando muita atenção à tentativa de assassinato da filha, - ‘Só metade de nós vai poder ir. ’

 

 

‘Ah, que treva!’ – Não acredito que isso saiu da boca de Jasper. A situação dele estava realmente séria! – ‘E agora?’

 

 

‘CALMA AEEEEW BAMBIZINHO!’ – Emmett se livrou facilmente das mãos de Alice, se juntando a nós de novo. – ‘Eu tenho a solução! Já que eu sou “o” flóridão!’

 

 

‘Flóridão?’ – Bella indagou, erguendo a sobrancelha. Todos tiveram a mesma reação. – ‘Que merda é essa?’

 

 

‘Ah gente, qual é!’ – Meu irmão ficou indignado conosco, fazendo uma careta. – ‘Digo flóridão pra não falar palavrão! O horário não permite! Emmett também é cultura ta?’

 

 

‘CALA A BOCA EMMETT!’ – O coro de nossas vozes quase jogou o leso no chão. Ele se ajeitou um pouco, pronto para falar mais outra leva de besteirol.

 

 

‘Então negada, é o seguinte... ’ – Ele pigarreou, remexendo no bolso e tirando algumas varetas dele. – ‘Vamos tirar no... Tchantchantchan! PARITINHÔ!’

 

 

‘É palitinho seu idiota!’ – Rose o corrigiu, mas do jeito que ele é meio surdo, acabou nem dando ouvidos. – ‘Onde você arranjou isso hein?’

 

 

‘Ué, no chão né?’ – Emmett disse como se fosse a coisa mais natural do mundo. Deslizei a mão sobre meu rosto, não acreditando que estava tendo um dia daqueles. – ‘Fui com a cara dos paritos, aí saí catando!’

 

 

‘É PALITOS!’

 

 

‘Ta, ta! Tanto faz!’ – Ele exclamou, posicionando sua mão com as coisas no meio de nós. – ‘Vamos tirar!’

 

 

‘Eu não toco nesse negócio nem por um kit da Victoria Secret!’ – Alice fez cara de nojo, ficando atrás de Jasper. – ‘TÔ FORA!’

 

 

‘Tudo bem amor. ’ – Jasper ficou meloso, acariciando ternamente o rosto dela. – ‘Eu tiro pra você. ’

 

 

‘Owwwwn! Eu te amo!’ – Eles se beijaram, e todos estavam aos suspiros. Revirei os olhos ao mesmo tempo em que Bella. Ainda tínhamos essa sincronia louca, que estranho!

 

 

‘FOOOOCO NEGADA! FOOOOCO!’ – Emmett estalava os dedos, impaciente. Cada um então tirou o seu palito, tampando-o com as duas mãos. Ri um pouco ao ver a anãzinha tirando um pedaço de papel da bolsa para pegar no graveto! – ‘Bora lá! É no três hein? Um... Dois... Quatro... Meia... Vinte e... ’

 

 

‘Emmett... ’ – Alice suspirou, quase voando no leso de novo. – ‘ATÉ EU SEI QUE DEPOIS DO DOIS VEM O TRÊS! TE TOCA!’

 

 

‘Ta, ta! TAAANTO FAAAZ!’ – Todos ficaram impacientes, esperando o retardado recomeçar a porcaria da contagem. – ‘Um... dois... TRÊS!’

 

Abrimos as mãos, todas ao mesmo tempo. Sorri vitoriosamente por estar com um palito grande, satisfeito com a sorte ao meu lado. Rose também pulou, já que havia pegado um do mesmo tamanho que o meu. Alice também foi sortuda, dando um beijo estalado em Jasper como agradecimento. Olhei para Bella, que tinha os olhos arregalados para a sua palma. Nossa! Ela também conseguiu!

 

 

Não sei por que, mas realmente fiquei feliz com a possibilidade de nós dois, lado a lado naquela montanha russa com lugares apertados.

 

Por Deus Edward! Mantenha o foco!

 

 

‘Gente... ’ – Ela tinha a mão trêmula, erguendo-a para os perdedores. – ‘E-eu não quer... ’

 

‘O que você ainda ta fazendo aí Bella?’ – Alice botou suas mãos nos ombros da amiga, feliz da vida. – ‘VAMOS LOOOOGO!’

 

 

‘ESPERA! EU NÃO QUERO IR!’ – Elas já estavam longe, a maluca sendo arrastada por Alice. – ‘NÃÃÃÃÃÃO!’

 

 

‘Coitada dela!’ – Esme falou suplicante. – ‘Ela morre de medo dessa coisa! Tem pavor de altura! ’

 

 

‘Não tem com o que se preocupar mãe!’ – Rose sorriu, grudando em mim mais que chiclete embaixo de uma cadeira. – ‘Ela supera esse trauma hoje! Vamos amor? ’

 

 

Pavor de altura? Trauma?

 

‘Claro. ’ – Respondi, deixando-me ser guiado por Rosalie. Não queria admitir, mas mesmo sendo uma coisa boba, eu estava preocupado com Bella.

 

 

 

O instrutor da montanha nos indicou os lugares para nós sentarmos. Depois de todo o equipamento de segurança fechado, estiquei-me o máximo que pude para tentar achar as duas. Não demorei muito para conseguir.

 

Estavam a uns três vagões de nós, podia ver a cara de ambas. Alice estava animada, pulando bastante. Bella mal se mexia, o brilho do Sol refletindo o suor em sua testa, com certeza fria em desespero. Ela se virou para trás, e nossos olhares se encontraram.

 

Ela estava pálida que nem um cadáver, com os lábios trêmulos e suplicantes. Mesmo sendo uma besteira pros outros, era bastante sério para ela, até demais.

 

A campainha tocou e os vagões começaram a se movimentar. Havia uma descida logo no início, os carros já desaparecendo mais a frente. Só ouvi o grito das duas antes de despencar também.

 

 

 


Respirei fundo, mal conseguindo ficar de pé ao sair daquela coisa. Ajudei Rose a se levantar também, já que ela tinha cravado as longas unhas em minha camisa.

 

Esperamos bastante na frente da saída, vendo Alice lentamente descer as escadas, apoiando Bella nos ombros. Demorei um pouco para percebê-la ali.

 

BELLA!

 

 

‘Ajuda!’ – A anãzinha reclamou, eu e Rose andamos rapidamente ao encontro dela. – ‘Não sou a mulher-maravilha ta? Osso pesa! E MUITO!’

 

 

‘Meu Deus!’ – Rose exclamou ao meu lado, surpresa. – ‘Ela está verde!’

 

 

‘É melhor vocês duas se afastarem! Ela pode... ’ – Mal tinha terminado de falar quando um gemido de dor saiu de Bella, seguido por um jato de... Ah droga! RESPINGOU NO MEU TÊNIS! – ‘Vomitar... ’

 

 

‘Urgh! Isso foi nojento!’ – Acrescentou Alice, fazendo uma careta com a língua para fora.

 

 

‘Vocês voltam para os outros. ’ – Eu disse, apoiando totalmente a maluca em mim, passando seu braço por meu pescoço e a segurando pela cintura. – ‘Vou levar ela até o banheiro. ’

 

 

‘Eu vou com vocês então!’ – Bella gemeu de novo, desta vez com a mão na boca, abafando a segunda dose. Apoiei mais a maluca contra mim, sem tempo para responder minha namorada.

 

 

‘Volte com Alice. ’ – Disse, dando um selinho em Rose, na tentativa de fazê-la melhorar de expressão. – ‘Encontramos vocês na bilheteria. Não saiam de lá!’

 

 

Então, sem dizer mais nada, saí andando rapidamente a procura dos malditos banheiros. Iria ser bem difícil, já que o lugar era bem grande. Olhei para Bella, o enjôo estampado no rosto. Trinquei os dentes, acelerando o passo.

 

 

 

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BELLA SWAN #

 

 

 

Deus do Céu! Nunca me lembro de ter vomitado tanto assim na minha vida. Dessa vez a situação foi séria mesmo! Botei tudo pra fora umas três vezes antes de chegar aos banheiros.

 

Saí de lá, dando de frente com o safado, sentado num banco grande a poucos metros de distância. O final da calça dele e o tênis estavam bastante sujos, engoli seco com o pensamento, sentindo-me culpada.

 

Meio receosa, andei até ele, mordendo meu lábio inferior. Não demorou muito para ele notar minha presença perto dele.

 

 

‘Como você está?’ – Perguntou me encarando meio sério, seu tom era praticamente de um médico. – ‘Sentiu mais alguma coisa?’

 

 

‘Não, não! Eu... ’ – Gaguejei um pouco, sentando no mesmo banco que ele, a uma distância agradável. – ‘Eu estou bem melhor! Nem esquente a cabeça!’

 

 

‘Quem está de cabeça quente aqui?’ – Ele riu, me fazendo ter a mesma reação só que por pouco tempo, minha barriga ainda doía um pouco. Não tinha notado que o safado tinha duas garrafas na mão, estendendo uma delas pra mim. – ‘Toma, beba isso. ’

 

 

‘O que é?’ – Perguntei, virando a garrafa para os lados. Havia pequenos pedaços de alguma coisa dentro dela, aquilo revirou meu estômago.

 

 

‘Água de coco. ’ – Respondeu, tomando um gole da dele. – ‘Vai ser bom pra você, já que está desidratada. ’

 

 

‘Eu não vou tomar essa porcaria!’ – Eu disse, colocando a garrafa no espaço que havia entre nós. – ‘Só bebo quando estou doente! E MUITO DOENTE!’

 

 

‘Você praticamente baldeou cinco vezes no mesmo dia. ’ – Ele deu de ombros, bebendo mais daquela coisa nojenta. – ‘Saudável a senhorita não está MESMO! Deixe de frescura, tome logo!’

 

 

Peguei a garrafa de novo, tirando a tampa sem vontade alguma. O cheiro da água invadiu minhas narinas, me fazendo recuar. Engoli um pouco de saliva e tapei o nariz, entornando todo o líquido goela abaixo, fazendo cara feia assim que terminei.

 

 

‘Viu? Doeu alguma coisa?’ – Ele também já tinha terminado, jogando a garrafa na lata de lixo no outro lado dele.

 

 

‘Engraçadinho!’ – Falei com ironia, mostrando língua pra ele, que riu em resposta.

 

 

‘Ah, de nada!’ – Revirou os olhos, também usando o tom irônico. – ‘Foi um prazer ajudar!’

 

 

‘Ta bom, ta bom!’ – Disse, rindo um pouco. – ‘Obrigada. Sei que não tinha o dever de me ajudar, mas mesmo assim fez. Bem... Desculpa pelo seu sapato e...  ’

 

 

‘Isso faz parte da rotina de... ’ – Ele suspirou, baixando o olhar discretamente. –‘um futuro médico. ’

 

 

‘Bem... não se gabe, mas...’ – Olhei para outro lugar, disfarçando a estranha queimação em meu rosto. – ‘Acho que você daria um ótimo. Igual ao seu pai!’

 

 

‘É... ’ – Suspirou, logo em seguida me dirigindo um sorriso fraco. – ‘Quem sabe... ’

 

Era impressão minha ou ele tinha alguma coisa? Foi algo que eu disse? Antes que eu pudesse pensar em falar algo, ele já havia me cortado.

 

 

‘Bom... pelo visto você já está bem melhor.’ – Ele disse, tocando levemente meu rosto e sorrindo. Aquele movimento súbito dele me fez arrepiar-me, sentindo meu rosto corar contra a vontade. – ‘Acho melhor voltarmos. ’

 

 

‘E-eu também acho. ’ – Disse, levantando-me do banco sem encará-lo. Aquela proximidade toda não era boa para meu peito, que parecia explodir. Ele posicionou-se no meu lado, sorrindo tranquilamente e sinalizando para que eu começasse a andar na frente. O fiz enquanto ele suavemente botava suas mãos no bolso da calça, nós dois andando sem dizer nenhuma palavra.

 

 

 

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JASPER CULLEN #

 

 

Estávamos mais que mofando naquele lugar, e nada dos dois voltarem. Não que eu tivesse apressado pra sair desse parque fedorento e abundante de poluição sonora, longe disso! Se eu estava do lado da minha fada, o tempo era a única coisa que eu teria em mente.

 

 

‘Droga!’ – Rosalie reclamava pela trigésima vez, revirei os olhos. Ela era simplesmente INSUPORTAVEL quando não estava perto de Edward! Queria ficar 24 hras por dia perto dele! Nem eu e Alice somos assim! – ‘Onde será que eles dois se meteram?’

 

 

‘Rose.’ – Meu pai começou, a impaciencia presente no rosto. – ‘Bella passou mal, essas coisas demoram um pouco. Fique calma, daqui a pouco nós já vamos, só temos que espera-los.’

 

 

‘Eu sei!’ – Ela bufou, não se dando por vencida. – ‘Eu vou atrás deles! Ficamos tempo demais aqui!’

 

 

‘NÃO VALE!’ – A voz de Emmett se aproximando interrompeu Carlisle, que ficou bem agradecido. E eu também! – ‘VOCÊ ROUBA MUITO ALICE!’

 

 

‘Não tenho culpa se você é um leso pra acertar as coisas!’ – Ela virou a cara para Emmett, dando um selinho em mim.  – ‘No tiro ao alvo NINGUÉM me vence darling! FA-TO!’

 

 

‘ORA SUA....!’ – Sorte dele que Esme o fez parar, porque senão... A TAPA IA PEGAR! AAAAH SE IA!

 

 

‘Tudo bem, chega. Alice ganhou e pronto!’ – Ela disse, virando-se para nós, ignorando completamente o beicinho teimoso do meu irmão. – ‘E filha, fique calma. Assim que eles voltarem vamos embora. ’

 

 

‘Que droga!’ – Rose bufou, cruzando os braços. Fiquei quieto enquanto envolvia Alice em meus braços, a abraçando.

 

 

‘Que droga mesmo!’ – Emmett fez o mesmo gesto que Rosalie, revirando os olhos. – ‘Ouvir você repetindo a mesma coisa toda a hora! Pior que vitrola quebrada, pô!’ s, ignorando completamente o beicinho teimoso do meu irm

 

 

‘DO QUE É QUE VOCÊ ME CHAMOU?!’ – Axiii, ia começar. A primeira briga do dia! Realmente, estava bom demais pra ser verdade. – ‘REPETE!’

 

 

‘VITROLA QUEBRADA, VITROLA QUEBRADA E VITROLA QUEBRADA!’ – O palerma repetiu, e os dois começaram a discutir. Suspirei entediado, sentindo a gola de minha camisa ser levemente puxada para baixo.

 

 

‘Eu é que não vou ficar aqui vendo esses dois se matarem. ’ – Sussurrou Alice em meu ouvido. Ela me olhou, seus olhinhos brilhando.  – ‘Vamos comprar pipoca? ’

 

 

Sinalizei positivamente com a cabeça. Qualquer coisa do que presenciar Rose e Emmett brigando. Palavras de baixo calão e pancadas? Que BRUTALIDADE!

 

Avisamos para Carlisle, que sinceramente não se importou com nossa pequena saída, acho que até queria ir conosco! Ele ficou para acalmar as feras, junto com Esme.

 

 

 

 

 

‘Rosalie parece alterada hoje?’ – Minha fada perguntou, franzindo a testa. Queria poder falar que sua irmã, pelo menos pra mim, era alterada todos os santos dias. Quem ia usar uma blusa com aquele decote ENORME? Que piriguete!

 

 

‘Talvez seja só o clima. ’ – Pousei a mão em seus ombros, olhando-a diretamente enquanto andava. – ‘Garotas loiras geralmente ficam afetadas por aqui!’

 

 

‘Jasper! Que coisa feia!’ – Alice riu, me empurrando para o lado.

 

 

Me desequilibrei um pouco, batendo em alguma coisa. Ou pior, alguém.

 

 

‘Perdã...’ – Minha boca escancarou-se na mesma hora em que eu vi a merda a qual eu estava metido! Eu tinha esbarrado em um homem, pensando bem, aquilo NÃO PODIA SER UM HOMEM! A BARRIGA DELE COM CERTEZA PASSAVA DOS DOIS METROS! Pelas roupas, estava na cara que era um motoqueiro. Todo revestido de couro preto e luvas da mesma cor, com óculos escuros para completar mais o meu medo. Ele também era barbudo, parecendo estar pagando promessa para não cortá-lo. Minhas pernas ficaram bambas, e eu jurava que ia desmaiar. Desviei os olhos dele para um pouco mais atrás, deparando-me com outros vestidos igual a ele, engoli seco.

 

 

Maravilha! UMA GANGUE!

 

‘Ta olhando o que?’ – Quis apagar logo de uma vez, mas a voz dele me deixou paralisado e com as pernas tremendo demais para me mexer. – ‘PERDEU O RABO NA MINHA CARA?’

 

 

‘N-n-não, eu...’ – Todos aqueles olhares em mim só faziam piorar minha situação, estava quase furando o chão de tanto tremer! – ‘Eu... ahm...’

 

 

‘Ta esperando o que pra se desculpar?’ – Ele me encarou, e a manada dele fez a mesma coisa. SAAANTA ME TIRA DAQUI!!! – ‘ HEIN FRUTINHA?’

 

 

‘Com licença... ’ – Alice apareceu do meu lado com o rosto sério. – ‘Por acaso... você chamou MEU NAMORADO DE FRUTINHA?!’

 

 

‘Olha só! Uma anãzinha!’ – O motoqueiro riu, e toda a gangue foi junto. – ‘FRUTINHA E ANÃZINHA! COMBINAM! HAHAHAHAHA!’

 

(n/a: por Deus, não sei de onde tirei essa rima estúpida, nem perguntem!)

 

 

‘AAAAAAAAH! VOCÊ ME CHAMOU DE OVINHO DE CODORNA?!’ – Ta legal, ela explodiu de vez, estamos ferrados! – ‘Jasper, BATE NELE!’

 

 

‘E-eu?’ – Alice puxava meu braço, pulando com raiva. – ‘A-amor... eu não acho que...’

 

 

‘Bater?’ – Ele deu uma risada estrondosa, seguido pelos capangas. – ‘Essa frutinha me BATER? HAHA, vai encarar então?’

 

 

‘Ele te derruba em DOIS SEGUNDINHOS TA?!’ – Minha fada bufou, empurrando-me para frente dela. – ‘VAI LÁ AMOR! MOSTRA PRA ESSE BUJÃO DE GÁS VENCIDO QUEM É QUE MANDA AQUI!’

 

 

‘BUJÃO DE GÁS?!’ – O barbudo berrou, tirando a jaqueta de couro, ficando só com a camiseta. MAMMA MIA! ESSE BRAÇO É MAIOR QUE EU! TO FERRADO! – ‘AGORA APELOU! VEEEM CÁ SEU FRUTINHA DE MERDA!’

 

 

‘O-o-o-olha... ’ – O cara andava para frente na medida em que eu recuava dele. Fiquei desesperadamente desesperado (?), olhando para os lados na tentativa de ser socorrido. – ‘A-a-agente pode conversar? Foi só um e-e-e-empurrãozinho de n-n-n-nada!’

‘Calma frutinha!’ – Ele estalava os dedos, e eu imaginava meu pescoço entre as mãos dele. AH MEU DEUS! ME SAAALVA! – ‘Você não vai sentir nada!’

 

 

‘ESPEEEEERA!’ – Botei minhas mãos na frente, o vendo prestes a me pegar. Por extinto MESMO, me abaixei, com as mãos em cima da cabeça. – ‘AAAAAAAAAAAAAAAAH!’

 

 

Só ouvi um estrondo atrás de mim, mesmo assim pensei que era meu corpo quebrando em dois. Pelo menos a reposição não ia sair tão cara, vantagens de pai médico! Até estava raciocinando ainda depois de morto!

 

Peraí. EU NÃO TÔ MORTO! AAAAAAAAAAAAAAAAH!

 

 

Levantei rapidamente, virando para trás e abrindo os olhos. O barbudo estava escancarado encima de um carrinho de pipoca! Certamente ele teria passado bem na hora em que o monstrengo pulava pra me matar. Era pipoca pra tudo quanto era lado, todas as crianças pulando no carrinho pra comer de graça! O dono pra variar estava alterado, arrancando a toca branca e jogando-a no chão, pisando nela em seguida. EU HEIN! CIDADE DE DOIDO!

 

 

DANE-SE! EU TAVA VIVO! HAHAHAHAHA!

 

‘TA VENDO SEU NOÉZINHO BREGA!’ – Alice chutou o mar de pipoca, fazendo uma onda cair no cara. – ‘VAI PROCURAR O QUE VESTIR! SEU MANÉ!’

 

O bendito começou a se mexer, e isso foi o sinal que precisava pra finalmente decidir fazer alguma coisa.

 

 

‘VEM ALICE!’ – A puxei pelo braço, quase a deixando cair enquanto ela iria dar mais um chute na bunda do homem. – ‘COOOOORRE!’

 

Passamos por entre os comparsas, um mais horrível que o outro. Eles bem que tentaram nos agarrar, mas o meu desespero e os milhares de pisões que eu e Alice demos nos pés deles foi o suficiente pra escapar.

 

 

‘PEGUEEEEEEM AQUELE FRUTINHA!’ – Ouvi um berro mais ao longe, mas nem virei a cara! Corri mais rápido, o coração quase explodindo. – ‘EU VOOOOOU TE MATAAAAR!’

 

 

 

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EMMETT CULLEN #

 

 

Se aqueles dois foram se pegar no banheiro, é melhor eles aparecerem com um saco de pipoca tamanho família pra mim, porque senão... HAHA, Jaspinho não irá saber o que o aguarda!

 

 

‘Agora sim eles estão demorando muito!’ – Esme disse, cruzando os braços. OOOH MINHA SENHORA, AGORA QUE VOCÊ PERCEBEU ISSO?! – ‘Não creio que pegar pipoca seja tão complicado assim.’

 

 

‘Ah tia, depende do jeito da pipocada!’ – Falei, ela me dando aquela secada mortal de Jason e a Serra Elétrica. Ta bom, calei! – ‘Ou.... o milho ainda ta cru né?’

 

 

‘Cala a boca Emmett!’ – Sem mais nem menos Rosalie bateu no meu braço. PÔ! ISSO DÓI CARA! – ‘Cadê o Jasper? QUE SAAACO!’

 

 

Eu ia dar uma bela resposta pra ela, mesmo sendo a loira que me matava de desejo ela estava merecendo uma na cara! Me virei, algo mais a frente chamando minha atenção.

 

É UM PÁSSARO? Não. É UM AVIÃO? Não. É BATMAN E ROBIN DE CUECA? Bem, eles usam né? Mas não.

 

 

NOOOOOOOOSSA! ERA O JASPER CORRENDO! Que nem uma bichona... MAS TAVA CORRENDO! O que é aquele pedaço de pau que ele tem na mão? PUTS! É O BRAÇO DA ALICE! CARAAAAAAAACA MALUUUUCO!

 

 

‘Ei Rose, sua boca é macumbeira!’ – Comentei, antes que ela me batesse de novo, apontei para onde meu irmão fresco estava, junto com a vareta anã. – ‘Fala que eu vou ganhar na mega sena?’

 

 

Ela me olhou mortalmente, e foi aí que finalmente me calei. PÔ, É UMA SACANAGEM! TODO MUNDO FALA E QUANDO CHEGA MINHA VEZ, NINGUEM DEIXA! SÓ PORQUE SOU PRETO! HUNF!

 

Bem, não demorou muito pro meu mano chegar até nós, todo ofegante e fresco!

 

 

‘Nós... precisa...precisamos...’ – Não entendia P.N! Alguém põe um tradutor de viadonês? – ‘Sair...  Da... daqui!’

 

 

‘O que aconteceu Jasper?’ – Meu pai logo o socorreu, pousando sua mão no ombro do mano. HAHA, deve ter se ferrado na hora H, broxa é flórida mesmo! – ‘Alice? O que foi?’

 

 

‘Tem... gente atrás de nós... e...’

 

 

Todos nós viramos as cabeças para frente assim que ouvimos os sons dos gritos. Era uma multidão! Não como no dia do shopping, mas ainda assim muita gente! Elas passaram por nós, um traveco me empurrando e esbarrando em Jasper. PÔ! QUE ISSO MERMÃO! SOU MAAACHO!

 

‘PEGAAAAAAA ELE!’ – Um bando de bad boys corria mais ao longe, todos com tacos de baseball na mão, batendo em tudo quanto era coisa. Uou! Eles davam medo mesmo!

 

 

‘MERDA!’ – Jasper berrou, pegando nos ombros do papai e os sacudindo-o com força. – ‘AGENTE TEM QUE SAIR DAQUI PAI!’

 

 

‘Mas o que está acontecendo aqui?’ – Papis parecia que ia falar mais alguma coisa, mas foi interrompido por outro berro dos bad boys.

 

 

‘FRUTINHAAAAAAAAAAAAA!’ – O cara que estava na frente de todo o resto passou perto de uma vitrine de presentes, batendo-a com o taco. Vidro pra tudo quanto é lado! AGORA SIIM TO ASSUSTADO! – ‘VOOOOOOOOLTA AAAAAAQUI!’

 

 

‘COOOOOOOOOOORRE!’ – Meu irmão fresco disparou, puxando papai com ele. Todos também o seguiram, e eu olhei para a manada de bads.

 

 

‘COOOOOOORRE NEGAAAADA!’ – Gritei, me botando a frente de todos. EU NÃO QUERO VIRAR COURO DESSES CARAS NÃÃÃÃO!

 

 

 

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BELLA SWAN #

 

 

Conversávamos de vez enquando, mas o clima ainda meio que estava pesado entre nós. Parecia que não tinha consciência do ato de andar ou respirar, fazendo só por hábito enquanto sua cabeça vagava por nem sei onde!

 

 

‘Não sentiu mais nada?’ – Perguntou-me, ainda com o olhar sem foco. Bem... pelo menos ele sabe que tem companhia né?

 

 

‘Estou sim. ’ – Respondi, mordendo os lábios antes de falar. – ‘E você?’

 

 

‘Como assim?’ – Me olhou com um das sobrancelhas erguidas. – ‘Quem passou mal foi você, não eu!’

 

 

‘Ta legal, eu não sou muito boa nessas coisas, mas... ’ – Engoli seco, pensando nas palavras certas. – ‘Você parece meio chateado, e sei que foi por alguma coisa que eu disse. ’

 

 

‘De onde você tirou isso?’ – Ele riu, o que não conseguiu me convencer. – ‘Quem devia estar mal aqui é você! ’

 

 

‘Toquei em algum ponto que você não gostou por acaso?’ – Desviou o olhar, virando a cabeça para frente e parando de andar. Arregalou os olhos, nem me respondendo mais. –‘Ei... EEEEEEEEEEEEEEEI!’

 

 

‘Aqueles ali não são Emmett e Jasper?’ – Apontou para longe, e eu olhei. Os dois estavam correndo desesperadamente em nossa direção, seguidos por Alice, Rose, Esme e Carlisle. – ‘Mas o que...?’

 

 

COOOOOOOOOOOOOOOOORRE NEGAAAAAAAAAAAAAAADA!’ – Emmett gritava, enquanto ele e mais o resto deles passavam por nós. Ao mesmo tempo, eu e Edmundo voltamos a olhar para frente, nos deparando com uma manada de motoqueiros bançudos e com bastões do tamanho de postes nas mãos, grunhindo e gritando de raiva. Nós dois nos entreolhamos, fazendo a única coisa racional para aquele momento.

 

 

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!’ – Gritamos, sem pensar duas vezes antes de começar a correr também.

 

 

 

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‘CAAAAAAAAAAAASA!’ – Jasper se jogava no chão de braços abertos, esfregando a cara e beijando o piso.  – ‘COMO É BOOOM ESTAR EM CASA!’

 

 

‘Quase morremos por sua causa!’ – Bufou Emmett, cruzando os braços enquanto todos atravessavam a porta. – ‘CULPA SUA!’

 

 

‘Não foi minha!’ – Ah não! Vai começar! – ‘Foi tudo um MAL ENTENDIDO!’

 

 

‘Sei, sei!’ – Cuspiu Emmett, cerrando os olhos para o coitado do irmão. – ‘O que foi então? Pegou na bunda dele por engano é?’

 

 

‘Já chega!’ – Fiquei grata por Carlisle botar moral em tudo, estava ficando com dor de cabeça com tanta briga do parque até aqui! – ‘Estamos bem não? Então nada mais de conflitos aqui! Mas Jasper, você não vai me escapar de contar o que aconteceu. ’

 

 

‘Aaaahw MELECA!’ – Revirou os olhos, passando a mão na cara. Ri um pouco, mesmo com o stress praticamente saindo pela boca. – ‘Ta legal! Mas sem ninguém por perto!’

 

 

‘Frescura.’ – Sussurrou Emmett, levando um belo pisão no pé enquanto Alice passava por ele. – ‘AAAAAAAAI! POR QUE ESSA MARCAÇÃO TODA NO MEU DEDÃO HEIN? QUE MEERDA!’

 

 

‘Cala a boca Emmett!’ – Ela mostrou língua pra ele, todos riram. Suspirou e virou-se pra mim. – ‘Não quero ficar aqui pra escutar. Vamos subir?’

 

 

‘Qualquer coisa por uma cama!’ – Exclamei feliz, sendo a primeira a dar os primeiros passos para a escada. Passei do lado de Edmundo, que fez menção em se movimentar também, só que foi segurado por Rose. Mordi os lábios, nem me dando conta disso.

 

 

 

 

 

 

‘Diz aí... ’ – Alice já tinha trocado de roupa, agora com uma camisa discretamente larga roxa e um short jeans. – ‘Por que você e Edward demoraram tanto hein?’

 

 

‘Ah... ’ – Olhei para minhas mãos, como se a resposta estivesse escrita nos meus dedos. Estou ficando lunática? HAHA, quem sabe! – ‘Passei bem mal mesmo e... também conversamos muito... ’

 

 

‘Então quer dizer que...’ – Seu olhinhos brilhavam em expectativa, já sabendo o que ia perguntar. – ‘Sem mais brigas?’

 

 

‘Acho que sim...’ – Minhas bochechas coraram um pouco, até eu ficando assustada com a reação. Hellow! O que aconteceu comigo?

 

 

‘AAAAAAAH! QUE LEGAAAAAAL!’ – Alice atravessava o quarto de braços abertos para vir me abraçar, despencando no chão bem no meio do caminho. – ‘AAAAAAAAI! FILHA DUMA %$#@$#@#$@#@#$@#$!’

 

 

‘ALICE!’ – Me arrastei até o pé da cama, esticando minha cabeça para tentar vê-la. – Você ta bem?’

 

 

‘QUEM FOI O ESPÍRITO DE PORCO QUE BOTOU ESSA PORCARIA DE PRIMEIROS SOCORROS AQUI?!’ – Esbravejou, levantando-se com a caixa branca nas mãos. Caí na gargalhada! – ‘NÃÃÃÃO RI! E SE EU TIVESSE QUEBRADO MINHAS UNHAS HEIN? HEEEEIN? BUÁÁÁÁÁ! VOCÊ NEM SE PREOCUPA MAIS COMIGO! INGRAAAAATA!’

 

 

‘Pára de drama Alice!’ – Me levantei, tirando o kit da mão dela. – ‘Eu levo isso aqui pro quarto dele. Feliz?’

 

 

‘Se essa coisa ficar longe de mim e não cometer o assassinato das minhas unhas perfeitas... ’ – Disse enquanto acariciava os dedos, suspirando ao olhá-los. AH MEU DEUS! QUE FRESCUUURA! – ‘Vou até fazer pirueta!’

 

 

‘Por que eu ainda convivo com você hein?’ – Ergui uma das sobrancelhas, Alice me abraçou.

 

 

‘Porque você me ama sua bobinha!’ – Ela apertou minhas bochechas, sacudindo de um lado para outro. – ‘Agora tira essa coisa masoquista daqui! PLEEEEEASE!’

 

‘Ta bom, ta bom!’ – Afastei-me dela, abrindo a porta. – ‘Toma cuidado com a minha sandália, eu deixei ela perto da sua cama!’

 

 

‘VAAAI LOGO BELLA!’ – Ela riu, empurrando a porta para que ela se fechasse. Já do lado de fora, era só seguir em frente. O quarto estava aberto, só com a entrada encostada. Fiquei com um frio na barriga, mas segui para o cômodo.

 

 

 

 

‘Oi?’ – Arrisquei falar pela brecha, não tendo retorno. A empurrei de leve, botando minha cabeça para dentro do quarto. – ‘Tem alguém aí?’

 

 

O lugar se encontrava completamente arrumado e vazio, sinal de que ele ainda não tinha subido para o quarto. Fiquei aliviada, entrando sem permissão nenhuma lá. Mesmo sabendo que não havia nenhuma viva alma ali, adentrei meio relutante, sentindo aquele cheiro gostoso de lugar limpo nas narinas. Um aroma de produtos de limpeza misturados com um doce perfume masculino. Fechei os olhos para senti-lo melhor.

 

 

Logo tive que abri-los para impedir uma queda linda direto ao chão. Um olho na frente e outro nos pés Bella, e você ainda se esquece disso! Me aproximei do guarda roupa e o abri, colocando o kit no meio de outras caixas. Passei meus olhos pelo quarto, prestando mais atenção nos detalhes.

 

 

Só agora percebia o quão bonito era aquele lugar. O aroma gostoso, as mobílias charmosas e brancas, a cama grande e com aparência confortável, o espaço enorme e as paredes pintadas em um claro amarelo, lembrando sutilmente a cor dos olhos dele... EEEEEEEI! ACORDA MENINA! TIRA ISSO DAÍ!

 

Minha vista parou na enorme estante de livros no fim do quarto, todos enfileirados ordenadamente nos espaços dela. Andei até lá, maravilhada com a quantidade de livros encontrados ali. Amava ler, isso era mais que fato!

 

 

Senti meu coração quase explodir dentro do peito quando meu olhar pousou em um dos diversos títulos que haviam na estante. “O morro dos ventos uivantes”, OOOOH MY GOSH! ESSE ERA O LIVRO QUE EU ESTAVA PROCURANDO A UM TEEEEMPÃO!

 

 

‘AAAAAAH!’ – Abafei o resto do grito com a mão, enquanto pegava o tesouro cuidadosamente. – ‘Obrigada senhor! Nada pode me impedir agora de ler esta belezinha!’

Poisé, como sempre eu estava errada. Assim que fiquei com o livro em mãos a estante simplesmente GIROU! Nem sei o que aconteceu e nem como, mas seu lado esquerdo bateu fortemente em minha bunda, empurrando-me para dentro de não sei aonde!

 

 

‘AAAAAAAAAAAAAAAAI!’ – Reclamei de dor no momento em que senti o gosto do chão, meu queixo arrastando-se um pouco no piso. Tratei de me sentar, passando a mão na minha cabeça que latejava. – ‘MAIS QUE MER...!’

 

 

Foi só então que me dei conta de onde estava. Lindo. Incrível. Maravilhoso. Não, isso era pouco para definir aquele lugar.

 

Era grande demais! As paredes laranja, seguido de caixas de som de última geração, ao lado da guitarra e baixo muito bem encostados nos apoios. Mais ao longe havia uma bateria, suas partes totalmente brilhantes. Levantei lentamente, sentindo algo molhado escorrer no lado da minha boca. Sim, era baba mesmo!

 

 

Andei pelo lugar, ainda de boca aberta com todas aquelas coisas. Por Deus... ELE TINHA UM ESTÚDIO ATRÁS DA ESTANTE DE LIVROS? QUE VIIIIIIIAGEM! ATÉ SALA DE GRAVAÇÃO TINHA NAQUELE LUGAR!

 

 

Não resisti à tentação do momento, adentrando na sala. Me senti uma cantora famosa gravando mais um de meus muitos CD’s de sucesso. SONHA QUERIDINHA! SOOOONHA! Todas aquelas tecnologias que eu via nas lojas musicais de Forks nem chegavam aos pés destas! Incrível. Simplesmente incrível! Comecei a andar para trás, as mãos na boca de tanta beleza que eu via.

 

Do meu famoso jeito de desastrada completa, acabei batendo com as costas em um armário de arquivos, ficando bambo com meu empurrãozinho. Fechei os olhos e tapei os ouvidos, ainda assim escutando o estrondo da queda. PUTA MERDA! DEVEM TER ESCUTADO! TÔ FERRADA!

 

 

Olhei para os lados, completamente desesperada e tentando lembrar de como começava o pai nosso. Assim, quem sabe, eu conseguiria me salvar dessa! Olhei para o vidro da janela, onde havia uma placa cinza que dizia: “Sala à prova de som”.

 

AAAAAAH MEU DEEEEEEEEUS! OBRIGADA! JURO QUE TE RECOMPENSO ASSIM QUE ME LEMBRAR DO PAI NOSSO TA?

 

Suspirei, tirando um peso enorme das costas. Só então percebendo que havia algo diferente lá. Encarei a parede, ou melhor, A PORTA QUE NELA HAVIA SURGIDO DO NADA! Troquei olhares entre o armário e a madeira meio velha, me tocando do que tinha acontecido.

 

Uma sala secreta? Por quê?

 

 

Minha mão já estava na maçaneta, pronta para girá-la e matar minha curiosidade. Fiquei receosa, achando melhor parar por lá mesmo e sair enquanto havia tempo. Meu lado menos nobre aguçou.

 

AAAAAH QUE SE DANE BELLA! ABRE LOGO A MERDA DESSA PORTA!

 

Fazer o quê? Sem mais delongas, abri a porta, entrando de olhos fechados no lugar. Respirei fundo, sentindo um sutil cheiro de mofo no local, mas nada de muito insuportável. Abri meus olhos novamente, dando uma encarada geral no novo compartimento.

 

 

Parecia uma espécie de sótão, mas muito bem organizado. Haviam diversos imóveis lá, todos com aparências velhas e de que não podem mais serem reaproveitadas. Também tinham várias e várias fotos em cima dos criados mudos e outros imóveis, mas não foi isso que me chamou a atenção.

 

No meio de todo aquele lugar, havia um imenso pano branco, servindo de capa para cobrir alguma coisa que não era visível.

 

Caminhei lentamente até lá, parando em frente à elevação do pano. Meu foco todo estava naquele branco levemente encardido, fazendo-me esticar mais e mais minha mão para puxá-lo dali. Parecia loucura, mas acho que não me mexia por conta própria.

 

E quando dei por mim, já havia jogado o tecido no chão. Voltei a olhar a coisa que o pano estava cobrindo, arregalando os olhos um pouco.

 

Era a pintura de uma mulher. O que me chamou a atenção não foi a tonalidade das cores ou o desenho, mas sim ela. Meus olhos desceram até a borda da tela, vendo o nome “Elizabeth Cullen” pincelado com precisão. A mulher era perfeita.

 

Fiquei vidrada no sobrenome da suposta mulher. Cullen? Ela era uma CULLEN? Quem é? Por que ela está nessa pintura e não com os outros Cullen?

 

 

‘O que você está fazendo aqui?!’ – O tom alto da voz me fez pular, virando rapidamente para sua fonte. Por puro azar, acabei derrubando a tela no chão, mas nem sequer abaixei-me, meu olhar cruzando com os de Edmundo.

 

 

‘Ed... eu...’ – Havia alguma coisa diferente nele. Alguma coisa que estava arrepiando até a ponta dos meus pés, passando pelo corpo inteiro. Algo que eu realmente não gostava. – ‘Eu...’

 

 

‘RESPONDE!’ – Seu tom me fez saltar, e instintivamente já tinha recuado um pouco. Sua expressão era assustadora e eu queria muito poder desviar meu olhar dela, mas não conseguia. – ‘O que você está fazendo AQUI?!’

 

 

Fiquei calada. Não estava em condições de fazer nenhuma ação, assustada com o jeito que falava comigo. Nem briga e muito menos irônico ou de deboche, mas sim de fúria. Eu sentia um frio na barriga, causando-me tanta dor que com certeza já estava em condições de chorar. Ele me dava medo, um medo que eu certamente merecia.

 

 

 

 

CONTINUA...

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

desculpa a demora pessoal, ta aí um cap beeeeeem grande :P