CAPÍTULO 10: ASSALTO FURADO! - PARTE 2

BELLA SWAN #

Eu e Alice paramos de discutir imediatamente quando o estranho barulho atravessou o quarto. Nós três nos olhamos, uma mais assustada que a outra.

‘Não precisava alguém quebrar alguma coisa pra parar nossa briga!’ – Disse Alice, me olhando com olhos brilhosos. – ‘Amiga, desculpa! Você sabe que eu te amo né?’

‘Ai amiga, vem cá! ’ – Eu falei, estendendo meus braços para ela e abraçando-a. – ‘Me desculpa!’

Ficamos abraçadas por alguns minutos. Senti Rose bater o pé no chão, toda impaciente. Ai, agora espera! Depois eu te abraço Rose!

‘Ta bom, chega de momento meloso!’ – Rose resmungou, botando os braços entre mim e Alice, nos afastando.

‘Poxa Rosalie! Dá pra parar com ciúme?’ – Alice falou, fazendo biquinho pra irmã. Eu ri da cara da minha pequenina!

‘Ai Alice, dá um tempo vai!’ – Rose falou, cerrando os olhos pra ela. – ‘Alguma coisa aconteceu lá embaixo! Vai que Esme se cortou com o copo ou coisa assim?’

‘Ai gente, eu fiquei com medo agora!’ – Disse Alice, coçando a cabeça. – ‘ Eu não quero ver sangue não! É nojento. ’

‘Alice sinto em te dizer, mas isso que corre dentro de você não é purpurina não okay?’ – Disse Rosalie sorrindo amarelo para a irmã, parando na frente dela.

‘É sangue exposto miss inteligência!’ – Alice disse, cerrando os olhos para Rose. Ai Deus! Alguma coisa tava acontecendo lá embaixo e elas vão começar a discutir justo agora?

‘Dá pra vocês duas calarem a boca?’ – Eu falei alto, fazendo as duas olharem pra mim. – ‘Agente tem que ver o que ta acontecendo lá embaixo! Esme não voltou até agora.’

Eu abri a porta e tomei um susto com as luzes acesas do corredor. Senti as meninas logo atrás de mim.

‘Ai gente, eu to sentindo um clima pesado agora... Acho que eu vou ficar por aqui sabe?’ – Me virei e vi Alice entrando novamente no quarto. AAAAAAH NÃO, VAI TODO MUNDO NESSA MERDA! Eu e Rose a puxamos de volta.

‘Não! Você vem com agente e ponto Alice!’ – Falou Rose puxando a irmã e andando na minha frente. Tratei logo de passar na frente, detesto ser deixada para trás.

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Primeiro eu, depois Rose e finalmente Alice, era assim que andávamos pelos corredores pouco iluminados da casa. Nós podíamos ouvir nossas próprias respirações corredor, rápidas e nervosas.

‘Ai gente, eu to com medo!’ - Falou Alice nervosa. Digamos que ela não gostava muito de escuro.

‘Isso não é hora pra tremer Alice, eu já to a mil aqui! Não piora a minha situação!’ – Reclamou Rose, segurando mais forte a minha mão. Eu não sabia nem em que corredor estávamos! MERDA DE CASA GRANDE!

‘Dá pra vocês pararem de brigar? Por favor!’ – Eu disse me virando pra elas. As duas me olharam assustadas, se abraçando. Revirei os olhos impaciente. Tudo bem que andar com pouca iluminação nessa casa enorme é meio medonho, mas com certeza não pode ficar pior né?

Pra quê que eu fui pensar isso!

De repente, as poucas luzes do corredor se apagaram e o som do grito de Alice e Rosalie ecoou no corredor e senti alguém me abraçar forte. Até que eu teria me assustado com isso se não tivesse reconhecido o perfume francês marcante de Rosalie na minha cara! As luzes voltaram a se acender e vi que meu palpite estava certo: agora Rose se atracava fortemente no meu braço, tremendo de medo.

‘Rose larga de mim, a luz já voltou!’ – Eu falei olhando pelo canto do olho para ela. Ela só concordou com a cabeça e aos poucos foi se desgrudando de mim. Ela estava pior que Alice! Olhei para os lados e não vi a danada.

‘Ahm... Cadê a Alice?’ – Eu perguntei para Rose que só naquele momento se tocou que sua irmã tinha desaparecido. Meu Deus, onde ela se meteu?

‘Ela tava atrás de mim antes das luzes apagarem!’ – Rose disse, botando a mão na boca para segurar o grito. – ‘Ai Bella, são os ANÕES ASSASSINOS!’

‘Anões o quê?’ – Eu exclamei indignada com a resposta maluca dela.

‘Os anões assassinos daquele filme horrível!’ – Ela tava falando de Pânico na Floresta? PUTA MERDA! – ‘AI MEU DEUS! SERÁ QUE ELES ARRANCARAM A ORELHA DA MINHA IRMÃ QUE NEM AQUELE CARA? AAAAAAAAAAAAAI BELLA!’

Ai Deus, DAÍ-ME PACIENCIA! Rosalie se agarrou no meu braço de novo e desta vez afundando a cara nele. Alice sumiu, Rosalie ta quase esmagando meu braço! Dá pra ficar pi... AAAAH ESQUECE!

‘Rose, larga do meu braço e presta atenção em mim. ’ – Demorou um pouco, mas consegui fazer ela se afastar de mim e me olhar. Ela estava quase chorando. – ‘Primeiro: aquilo é só um filme, então isso não existe! Segundo: Alice sumiu, o que é mais um problema. Terceiro: se realmente existissem essas coisas que você falou, não tinha como eles pegarem um membro da família poxa!’

Rosalie entendeu meu recado e começou a rir. Tinha aprendido com Jake a brincar com o tamanho de Alice! Ela não estava aqui pra gritar comigo, então era melhor aproveitar! Ainda mais se for para quebrar o clima de tensão.

‘Vem, nós temos que encontrar o povo dessa casa!’ – Eu disse fazendo Rose parar de rir instantaneamente. Ela me olhou séria e concordou com a cabeça. – Você fica atrás de mim. ’

‘T-ta. ’ – Ela falou num sussurro e logo começamos a andar.

Ficamos bastante tempo andando por esses malditos corredores! Acho que até damos voltas neles! Realmente, andar de noite por aqui nunca mais. Vi de longe a entrada para a sala principal, a única que estava com as luzes totalmente acesas. Parei na mesma hora e me virei para falar isso com Rosalie.

‘Rose, talvez o pessoal esteja na sal...’ – Quando fui olhar Rose, ela já não estava mais atrás de mim. Tinha sumido. AI MEU DEEEEUS ONDE TODO MUNDO SE METEEEU?!

Calma Bella, calma! Você não pode pirar a cabeça só porque elas sumiram! Quem sabe elas não estão querendo te dar um susto? Ta, se for isso ela realmente estão conseguindo! Respirei fundo e botei as mãos na cintura, olhando para baixo.

No chão havia algo mais parecido com uma mancha. E inclinei mais para ver essa tal mancha e vi que era uma espécie de pegada molhada, mais ou menos no formato de uma bota. Engoli seco e me segurei muito pra não gritar.

Será que alguém entrou aqui?

 Virei para frente e andei lentamente até o corredor que era iluminado pelas luzes da sala, ficando nervosa a cada minuto que passava. Hesitei um pouco quando estava bem perto, mas arranjei coragem e entrei na sala.

‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH’ – Eu entrei gritando e de olhos fechados. Totalmente quieto. Abri os olhos e ninguém à vista.

Andei até ficar no meio da sala. Não sei por que, mas eu tinha a sensação de que não estava sozinha, mesmo não tendo ninguém lá...

Eu estava prestes a sentar no sofá quando eu comecei a ouvir altos gemidos. Me assustei tanto que simplesmente me desequilibrei e cai de bunda no chão! PUTA MERDA! DAVA PRA FICAR PIOR?!

Me levantei massageando minha retaguarda. AI COMO CAIR DÓI! Os gemidos ficaram mais altos, dei um salto de susto. Será que eles queriam chamar minha atenção?

Não sabia que a sala principal também era ligada a sala de jantar! Que descoberta! Os gemidos estavam vindo de lá, me assustando mais ainda. AAAH! VOU ACABAR LOGO COM ESSA PALHAÇADA! Corri e quando cheguei a sala fiquei sem ação.

Carlile, Esme, Rosalie e Alice estavam todos encostados no fundo da sala amarrados e com panos nas bocas. Meu Deus! O que aconteceu aqui?! Alice estava pulando tanto no chão que daqui a pouco ela ia fazer um buraco lá! Corri em direção a eles e me abaixei, tirando um a um o pano da boca.

‘Oh Bella!’ – Esme disse com a voz sofrida. – ‘Ainda bem que você está a salvo!’

‘Bella, você precisa sair daqui agora! Debaixo do criado-mudo do quarto de vocês tem um botão que apertado aciona o alarme direto na delegacia. Você tem que alcança-lo antes que... ’ – Carlile parou de falar. Tem três criados-mudos no nosso quarto! Como é que eu vou saber? Quando eu ia perguntar á Carlile, senti algo cutucar minhas costas.

‘Antes que por acaso eu apareça?’ – Ouvi alguém falar atrás de mim, pressionando ainda mais a estranha e desconfortável coisa na minha coluna. – ‘Ponha as mãos para trás senão quiser levar um tiro senhorita. ’

Dei uma olhada para trás e vi que o que estava me incomodando era simplesmente UMA ARMA! PUTA MERDA, UMA A-R-M-A! AAAAAAAAAI MEU DEEEUS, ASSALTO ATÉ AQUI?! SOCOOOOOOOOOOORRO! ODEIO ARMAS, TENHO MEDO! FOBIA. SEI LÁ! ME TIREM DAQUI!

‘Não se atreva a fazer nada com ela seu ladrão horrendo!’ – Ameaçou Alice enquanto sentia ele amarrar minhas mãos. Ouvi a gargalhada irritante dele.

‘E você vai fazer o que caso eu faça? Vai me bater, ANÃZINHA?’ – Alice se alterou na mesma hora, pulando raivosa na tentativa de alcançar ele. Eram as poucas coisas que eu ouvia já que eu estava no meu deprimente estado de pânico de armas.

‘TA ME CHAMANDO DE FILHOTE DE FORMIGA SEU LADRÃOZINHO CAFONA? TE TOCA CARA! VAI PROCURAR ESTILO!’ – Ela gritou, pulando muito. Será que a bunda dela não doía não?

‘Muito obrigado pelo conselho formiguinha! Quando eu ficar morto de rico com todas essas coisas que vocês têm aqui, eu vou fazer questão de ter mais estilo!’ – Ele falou rindo de novo e amarrando meus pés.

‘AAAAAAI SEU, SEEEEEEU...!’ – Alice começou a xingar o bendito do ladrão, chamando ele de tudo quanto era nome. Olhei na direção dele e mesmo coberto com a máscara, pude ver que já estava irritado com Alice. Nossa, nunca vi ladrão de olhos verdes!

‘Cala a boca formiguinha!’ – Ele me carregou e me jogou em cima de Alice. AAAAAAAAAAI COMO DÓI!

‘FILHO DA PUTA!’ – Eu exclamei, saindo de cima de Alice e encarando o ladrão. Ele rindo da minha cara. Não olhe pra arma Bella, não olha!

‘Minha mãe tem que ganhar a vida, fazer o quê!’ – Ele disse, dando de ombros e virando de costas para nós. – ‘Ah, me chamem de Mike. Ladrão soa como se eu fosse uma pessoa ruim!’

O tal do Mike nos olhou pela ultima vez e saiu da sala, dando altas gargalhadas. Ah se eu não estivesse amarrada! Ia dar um chute no meio das bolotas dele AAH SE IA!

‘E agora? O que agente vai fazer?’ – Perguntou Esme de cabeça baixa. Finalmente com a maldita arma bem longe daqui me permiti respirar direito! Olhei para todos, a aflição evidente no rosto.

‘Meus filhos... ’ – Carlile sussurrou, como se falasse com si mesmo. – ‘Eles estão aqui em casa. ’

‘Oh não!’ – Rosalie falou, mordendo a parte inferior dos lábios. – ‘Eles com certeza não sabem que estamos aqui!’

‘Se aquele ladrão maldito fizer alguma coisa com eles eu...’ – Carlile começou a dizer, mas foi logo cortado por Esme.

‘Não vai acontecer nada!’ – Disse Esme, olhando fixamente para Carlile.

Suspirei um pouco aliviada com a ausência daquela arma na minha frente. Odeio armas, odeio ladrões! Droga. DAVA PRA FICAR PIOR?! Olhei para frente e meu olhar pousou nas janelas que refletiam as partes de fora da casa. Percebi que tinha uma espécie de vulto nos olhando. Era um bem grande! Vi os olhos dourados e reconheci de imediato... Emmett?

‘Fique tranquilo Carlile. ’ – Eu falei, tentando deixar a situação mais confortável. – ‘Acabei de ver o Emmett na janela, ele vai nos ajudar!’

‘Ai minha pradinha, Brigada!’ – Disse Alice, olhando para cima.

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EDWARD CULLEN #

‘Cara, você ta gostando da anãzinha não é? Confessa pro seu irmão aqui!’ – Eu tinha que insistir nesse assunto! Ele era o ultimo Cullen virgem. Em todos os sentidos!

‘Edward, EU NÃO SEI!’ – Pela enésima vez ele me dá a mesma resposta. Não precisa saber! Se estiver com vontade de pegar, pega! Será que isso não soava simples como era pra mim?

‘Mas eu percebi que ela estava te dando mole! Ela também quer!’ – Eu falei, incentivando-o. Mas parece que não ia dar muito resultado!

‘Edward... ’ – Jasper falou, olhando pra mim. – ‘Você acredita em amor à primeira vista?’

‘Você ta perguntando isso pra mim?’ – Eu disse erguendo a sobrancelha. Jasper suspirou impaciente.

‘É né? Só estou conversando com você e mesmo que Emmett estivesse aqui não perguntaria isso pra ele!’ – Meu irmão falou, apoiando seu rosto com as duas mãos.

Falando no leso, onde será que está ele? Faz um tempo que ele foi buscar um copo de água lá em casa. O caminho de lá até a frente da academia não era tão grande assim!

Olhei para o horizonte, nada de anormal. Continuei a observar e logo vi o lesão correndo em nossa direção, com a língua batendo na bochecha dele.  Como Emmett era estranho! Do jeito que ele é afobado, não demorou muito para ele estar bem na nossa frente.

‘O... Derick... Já ta... Lá... Dentro!’ – Disse Emmett ofegante, apoiando-se nos joelhos. – ‘Ele... Prendeu... Todo... Mundo!’

‘Como é que é?!’ – Eu exclamei, levantando do banco. Jasper também levantou.

‘Isso... Mesmo!’ – Falou Emmett inspirando fundo, regulando a respiração.

‘Era pra ter acontecido isso Edward?’ – Jasper olhou no meu rosto, vendo minha expressão. Eu e Emmett não tínhamos falado nada sobre amarrar todos, era somente dar um susto em Bella.

‘Não, mas... ’ – Emmett me interrompeu, alegrando-se rapidamente.

‘Cara, foi muito hilário a cara que a Bella fez! Ela deve ter se mijado toda de medo!’ – Por mais que o plano de certa forma estivesse funcionando, eu fiquei desconfiado de Derick amarrar todos, incluindo meu pai. Ele mal diria a palavra à Carlile, tanto que foi um sacrifício enorme convence-lo somente a mexer com aquela maluca! Mas isso? Tinha alguma coisa estranha acontecendo.

‘Bem, se o plano está funcionando não há com que se preocu... ’ – Jasper parou de falar de repente deixando sua boca escancarada, olhando além do ombro de Emmett.

Segui o olhar petrificado de Jasper e por pouco não caí pra trás. Eu via Derick atravessando a área de trás e parando na porta dos fundos. Que estranho, Emmett disse que ele já estava dentro da casa.

‘Emmett, você tem certeza que Derick estava dentro de casa?’ – Eu perguntei erguendo as sobrancelhas.

‘Ed, eu posso ser meio bisonho, mas não sou cego okay?’ – Ele disse apontando pra mim irritado. O pior que ele tinha razão! O campo de visão dele era perfeito.

‘Então por que ele está bem ali?’ – Jasper perguntou pegando o queixo de Emmett e o virando para ele ter a mesma visão que a nossa.

‘Olha, é ele lá. ’ – Falou Emmett semicerrando os olhos. – ‘Não sabia que ele era rapidinho assim. ’

‘Edward, eu acho melhor irmos lá. ’ – Disse Jasper com um tom sério. – ‘Derick nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas com nenhum de nós. ’

Lógico que não, ele era medroso demais para isso! Olhei para baixo, pensativo. Realmente, ele não seria capaz disso.

‘Então se Derick acabou de entrar na casa, quem está lá dentro?’ – Eu falei mais como uma pergunta interna. Senti os olhares de meus irmãos pousarem sobre mim, esperando talvez que eu tivesse a resposta. Fiquei pensando nas opções, só aparecendo uma em minha mente agora.

Oh droga. Um assalto de verdade!

‘Merda! Isso tinha que acontecer justo hoje?’ – Eu exclamei, fazendo meus irmãos saltarem do meu lado. – ‘Nós precisamos entrar, AGORA!’

Sem hesitar muito tempo, comecei a correr. Não tinha como eu estar errado! Todos estão lá dentro, amarrados e correndo risco real de vida. Sabe lá se o maldito está armado ou não! DROGA, ISSO TINHA QUE ACONTECER HOJE?!

‘EDWARD, ESPERA!’ – Ouvi Jasper gritar atrás de mim. Não dei ouvidos a ele, só aumentei mais meu ritmo, desesperado para saber se alguém tinha se machucado. Dava pra ficar pior?

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Os fundos estavam completamente em silêncio. Não se ouvia nada, nenhum sinal deles. Fiquei aflito com as possibilidades horríveis que invadiam minha mente, as piores possíveis. Fui surpreendido com uma forte batida nas minhas costas e quase espanquei Emmett por isso.

‘PORRA EMMETT!’ – Eu gritei assustando Emmett também. Este foi se esconder atrás de Jasper. – ‘ NÃO FAZ ISSO DE NOVO!’

‘Desculpa. ’ – Ele disse baixo sobre o ombro de Jasper. – ‘Eu não te vi. ’

‘Cala a boca Emmett. ’ – Eu disse, não ia perder meu tempo com ele. Estava mais preocupado com meu pai, Rosalie e o resto da família dela. Confesso que também senti uma pontada de preocupação com a maluca.

‘Edward? Edward, você está aí?’ – Automaticamente reconheci a voz de meu pai. Esqueci completamente minha fúria com Emmett e me segui ao encontro da voz de Carlile. Todos estavam na sala de jantar, amarrados e encostados um no outro. Meu pai suspirou provavelmente aliviado por nos ver. – ‘Que bom que ele não pegou vocês!’

‘Edward, a culpa é toda sua!’ – Ouvi Derick dizer. Ele estava sem a máscara. – ‘Foi você que me fez vir até aqui! DESGRAÇADO, SE EU MORRER HOJE, VAI PAGAR O MEU ENTERRO!’

‘Do que ele está falando Edward?’ – Perguntou meu pai, olhando pra mim. Senti a tensão de meus irmãos que não tinham coragem de pronunciar algo. Isso não ia prestar.

‘NUNCA MAIS EU VOU FAZER NADA PRA VOCÊ EDWARD! SE VINGAR DESSA GAROTA É PROBLEMA SEU!’ – Ele bufou, encarando a maluca e depois a mim. Agora todos os amarrados me olhavam agora.

‘Ahm... Eu vou à cozinha pegar uma faca. ’ – Falou Jasper, quebrando o silêncio que surgiu após a gritaria de Derick. – ‘Pra cortar as cordas né?’

‘Derick, do que você está falando?’ – Insistiu Carlile, direcionando o olhar para o dedo-duro. Derick não tirava os olhos de mim, fitando-me com raiva.

‘Ed, isso realmente não vai prestar. ’ – Sussurrou Emmett atrás de mim. Droga.

‘Você acha que eu não sei?’ – Sussurrei de volta, olhando para Derick – ‘Dá pra parar de gritar? Vai que o ladrão escuta e...’

Não adiantou meu conselho. Derick estava alterado demais para ouvir alguém, principalmente a mim.

‘ TODA ESSA HISTÓRIA DE ASSALTO FOI CULPA DELE!’ – Bufou ele ainda me encarando. Nessa hora eu só olhei para a maluca, esta estava olhando fixamente para mim. Ela sim ia me matar! – ‘SÓ PRA QUERER ASSUSTAR A BELLA!’

‘COMO É QUE É?!’ – A maluca exclamou, alterando-se também. Ela se desencostou da parede e não sei como conseguiu levantar. – ‘SEU SAFADO! FILHO DA MÃE!’

Do mesmo lugar onde ela estava pegou impulso e pulou em cima de mim, acertando meu peito com a cabeça. Tinha me esquecido completamente que Emmett estava atrás de mim e só me lembrei quando caí por cima dele.

Ainda estava de olhos fechados na tentativa de canalizar a dor que eu sentia no meu peito. COMO É QUE UMA CABEÇA PODE SER TÃO DURA?! Depois de um tempo consegui abrir os olhos, percebendo a vista raivosa da garota sobre mim. Ela tinha a respiração tensa, assim como eu agora.

Nós estávamos mais próximos do que na última vez em que nos confrontamos. Nossas testas estavam coladas e o aroma de sua respiração invadiu as minhas narinas, me paralisando na mesma hora. Me desconectei de tudo o que estava a minha volta, ficando hipnotizado pelo olhar daquela maluca, intenso e brilhante. O brilho de raiva me chamava mais e mais, como um canto de uma sereia.

‘Nossa!’ – Ouvi uma voz desconhecida falar. – ‘Vocês podiam pelo menos esperar até que eu saísse não é? Não sabia que a família Cullen fazia essas coisas em conjunto, e entre eles!’

Olhei para direção da voz e vi o ladrão. Ele estava de braços cruzados e com um sorriso estampado na boca. Emmett se chacoalhou debaixo de mim.

‘EDWARD, SAAAI DE CIMA DE MIM! – Gritou Emmett virando-se para o lado e me fazendo cair por cima da louca. Meu irmão se levantou rapidamente. – ‘NÃO GOSTO DE HOMEM NA MINHA FRENTE!’

‘SAAAAI DAQUI SEU TARADO!’ – Ouvi a maluca berrar e logo me dando um golpe de cabeça na minha testa. Imediatamente saí de cima dela, reclamando de dor. DESGRAÇADA! ELA ME PAGA!

‘Ta legal, chega dessa suruba toda!’ – Me levantei ainda meio tonto da batida. Pude ver claramente ele apontando uma arma para mim e Emmett. – ‘Não estou a fim de ver pornografia hoje!’

‘Ah, quando você quiser eu tenho um sem censura que... ’ – Todos (inclusive eu) interrompemos Emmett.

‘CALA A BOCA EMMETT!’ – Gritamos em coro, menos o ladrão. Ele estava ocupado demais rindo de nós.

‘E eu jurava que a família Cullen era toda séria!’ – Ele falou entre os risos idiotas dele. – ‘ Vocês com certeza têm futuro na comédia! O próximo “Eu, a patroa e as crianças”!’

‘GENTE, EU ACHEI UMA FAC... ’ – Berrou Jasper todo alegre, logo mudando de expressão. Vi ele esconder cuidadosamente algo atrás dele, com certeza era a faca. – ‘Oh, droga. ’

‘Tudo bem, é um mais idiota que o outro!’ – Disse o ladrão, gargalhando. – ‘Eu posso superar isso! Por que você não vem pra cá e se junta à galera?’

Agora ele estava apontando a arma para Jasper, mas sem tirar os olhos de mim e Emmett. Jasper se aproximou lentamente até o ladrão, mexendo antes no bolso da calça. O movimento foi rápido demais para o safado do ladrão perceber. Ele pegou um ramo de cordas e jogou para jasper.

‘Amarra eles ou morre. ’ – O ladrão simplesmente disse, agora direcionando a arma para nós. – ‘Vocês. Sentem no chão com os braços para trás, por favor. Ah, quase esquecendo! Me chamem de Mike, ladrão não!’

Mesmo nervoso como estava, Jasper nos amarrou firme com as cordas. Ele não tinha escolha, pois se amarrasse de um modo que pudéssemos escapar ele perceberia na hora em que verificou se os nós estavam firmes. Jasper, que estava agachado, levantou-se lentamente, engolindo seco e encarando o “Mike”.

‘Hey, agora é a sua vez de ser amarrado. ’ – Ele já estava com outro ramo de cordas nas mãos, se aproximando de Jasper.

‘Meus heróis!’ – Falou a maluca com um tom irônico. Aquela garota já estava me estressando de novo!

‘É verdade. ’ – Mike disse, parando ainda longe de Jasper. Ele encarou a maluca com um sorriso divertido. – ‘Não se preocupe, se vocês cooperarem direitinho, eu saio daqui rapidinho!’

Ele virou para Jasper de novo. O clima estava tão tenso que meu pai, Esme, Rosalie e Alice nem se atreviam a falar. Nem Emmett se pronunciava mais!

‘Onde eu estava? Ah sim, indo amarrar o gay. ’ – Mike completou, coçando a cabeça com a arma.

‘Pensa rápido ladrãozinho de merda! – Jasper falou, jogando rapidamente a pequena faca na frente da maluca. Jasper saiu em disparada para a porta dos fundos.

‘EEEEEEEEEEI, VOLTA AQUI!’ – Gritou o ladrão, começando a correr atrás dele. Todos olharam para Bella.

‘Bella pegue a faca!’ – Insistiu a anãzinha, pulando atrás de mim. – ‘E tire agente daqui!’

‘Bella. ’ – Falou meu pai, fazendo a maluca se virar para ele. Ela estava com a faca na boca. – ‘Liberte Edward primeiro! Ele sabe em que criado mudo o botão está escondido!’

A maluca me encarou de má vontade. Mesmo estando na cara que ela não queria me libertar das cordas, fez o que Carlile mandou. Quando minhas mãos ficaram livres, desamarrei rapidamente meus pés. A faca pousou diante dos meus pés e automaticamente olhei para a maluca.

‘Agora você me liberta. ’ – Ela disse, me encarando seriamente. Achei melhor fazer o que ela falou, antes que abrisse a boca e soltasse coisas piores que Derick. Tinha acabado de cortar as cordas de seus pés quando o estrondo da porta se fechando ecoou na sala.

‘Você corre hein? Quase que não consigo te pegar!’ – Reclamou o ladrão, aparecendo na sala com Jasper nos ombros. Ele estava amarrado. – ‘Aqui, mais uma companhia pra vocês!’

Antes do Mike pousar o olhar sobre nós, botei com precisão a pequena faca debaixo dos pés da anã. Eu e a maluca nos levantamos num salto com a presença do ladrão.

‘O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!’ – Berrou Mike, jogando Jasper em cima de Alice.  – ‘VOCÊS ESTAVAM PRESOS!’

‘CORRAAM!’ – Rosalie berrou para nós. Sem pensar peguei a maluca pelo braço e saí em disparada para as escadas.

‘VOOOOOLTEM AQUI!’ – Ouvi o ladrão gritar, apontando a arma e atirando. Acelerei o passo e levei Bella junto comigo, deixando as balas ficarem cravadas na parede.

Corremos por todo o corredor até chegar ao quarto das meninas. Empurrei a maluca para dentro e logo em seguida entrei, fechando a porta e trancando-a. Me virei para ela e me deparei com uma garota estérica, doida para libertar suas mãos e com certeza voar em meu pescoço.

BELLA SWAN #

Eu estava prontinha para matá-lo. Eu ia apertar o pescoço dele até ficar roxo e marcado pelos meus dedos. Tudo isso que estava acontecendo era culpa dele! Ele pôs a família dele em perigo por causa de uma vingança contra mim? Como ele é baixo!

‘Me desamarra. Agora. ’ – Eu disse entredentes. A única coisa que me impedia de acabar com a raça dele era a corda presa em minhas mãos. Ele se aproximou lentamente de mim, ficando na minha frente.

‘Olha aqui sua estérica, eu vou te soltar. ’ – Ele ainda me olhava sério. Aquelas piscinas douradas me encarando com intensidade. – ‘Mas nada de me atacar, certo?’

‘Certo. ’ – Menti, falhando na voz. Ela andou um pouco até ficar atrás de mim e pousando suas mãos meio frias nas cordas, hesitando tirá-las. Senti elas ficarem mais folgadas nos meus pulsos e assim que ouvi o barulho delas caindo no chão, me virei e mirei minhas mãos no pescoço dele. Completamente sem sucesso. Ele tinha as pego antes de eu conseguir alcançar o meu objetivo.

‘FILHO DA PUTA! SAFADO!’ – Eu xinguei, tentando me soltar das suas mãos precisas nos meus pulsos. – ‘ME LAAARGA! SEU BAIXO. ESTÚPIDO!’

‘CALA A BOCA!’ – Ele gritou, sacudindo meus braços através dos meus pulsos. – ‘SUA MALUCA! ESTÉRICA!’

‘VOCÊ PÕE EM RISCO A VIDA DA SUA FAMÍLIA E EU SOU MALUCA?! VOCÊ É UM MANÍACO!’ – Eu berrei, esfregando a verdade na cara dele.

‘EU NÃO TINHA MAIS NADA A PERDER NÃO É MESMO?! VOCÊ ESTRAGOU TUDO ENTRE MIM E ROSE NÃO É?!’ – Ele rebateu, deixando sua feição raivosa.

‘EU NÃO CONTEI NADA A ELA SEU CABEÇUDO!’ – Eu berrei com a minha paciência já perdida. Ele ficou me encarando incrédulo.

‘Não... Contou? Por quê?’ – Ele perguntou, usando seu tom de voz normal. Não tinha percebido que ele havia baixado meus braços e tirado um pouco da força de suas mãos, deixando meus pulsos mais relaxados. Agora seu toque era delicado e sutil, fazendo-me criar arrepios. Ele me fitava com aqueles olhos intensos, totalmente confuso. Era impressão minha ou a cor da sua íris estava um dourado brilhante líquido? A curiosidade me venceu, me fazendo aproximar mais meu rosto do dele para ver se era verdade o que eu pensava. Fiquei tão próxima que percebi que ele mantinha sua respiração tensa, quase parando. Nossos olhares se encontraram, não se desviando mais. Ele se aproximava de mim também, não parando de fitar meus olhos. Nesse momento não ousei respirar, não queria que aquele olhar tirasse mais o meu fôlego. Um frio repentino na minha barriga apareceu e um nervosismo inexplicável surgiu em mim. Nunca tinha me sentido tão atraída como agora, fazendo-me esquecer até de como raciocinar direito.

De repente uma forte batida invadiu nossos ouvidos. Isso me fez acordar e dar um longo passo para longe do Edmundo. Respirei fundo, pegando no peito.

‘Abram a porta fujões!’ – Gritou a conhecida voz do ladrão, batendo a porta com mais força. – ‘Vocês não tem como escapar de mim!’

‘Rápido, o botão!’ – Eu disse, correndo em direção ao Edmundo. – Em qual está?’

‘Espera, preciso lembrar. ’ – Ele respondeu, andando até o centro do quarto. As batidas na porta ficaram mais altas. O tal do Mike estava tentando arrombá-la!

‘LEMBRA LOGO ENTÃO!’ – Eu berrei na tentativa de apressá-lo. Ouvi um grunhido por trás das batidas cada vez mais fortes, deduzi que o ladrão estava fazendo mais pressão na porta. Ouvi Edmundo estalar os dedos do meu lado e falar logo em seguida.

‘É o criado-mudo da cama da primeira cama à direita!’ – Ele disse, apontando para a cama de Esme. Corri em direção a ela e senti meus pés tropeçarem uns nos outros, fazendo-me cair em cima do criado-mudo, derrubando-o comigo.

‘Aiai... ’ – Reclamei de dor, mais outra marca na minha coleção! Ergui minha cabeça para frente e imediatamente enxerguei um pequeno botão vermelho localizado debaixo do imóvel. Ouvi o safado gritar um pouco ao longe.

‘APERTA LOGO ISSO AÍ!’ – Ele berrou e eu olhei pra ele. O safado tinha aberto a janela por alguma razão que eu não sabia. – ‘RÁPIDO!’

Desviei meu olhar dele e encarei a porta. Era bastante fácil de perceber que as pregas de metal da porta estavam se soltando devido a pressão que estavam recebendo. Quando ouvi o som de uma das pregas soltando parei automaticamente de olhar a porta e me virei para o criado-mudo, apertando o botão duas vezes.

Quando tentava me levantar senti fortes mãos segurando minha cintura, fazendo ficar mais fácil me erguer e ficar de pé. O olhar de Edmundo era terno, fazendo uma estranha calma me invadir. Ele subiu uma de suas mãos até minhas costas, me empurrando levemente para que eu andasse.

‘Não tem como sair pela porta, o jeito é pular da janela. ’ – Ele explicou para mim, ainda com a mão nas minhas costas. Olhei para baixo e por instinto dei um passo pra trás.

‘Prefere pular e viver ou ficar aqui e morrer?’ – Ele me perguntou, me olhando sério de novo. Ouvi a porta finalmente se abrir, batendo com tudo no chão. O barulho me fez saltar de susto.

‘Agora vocês não me escapam!’ – Falou Mike, erguendo a arma em nossa direção. Fiquei aflita quando olhei diretamente para o revolver. Senti braços me envolverem num forte abraço. – ‘Infelizmente, não tenho mais paciência para vocês!’

Ouvi o tiro saindo, mas não fiquei para vê-lo. O safado pulo pela janela e como estava me segurando, fui junto. Até que a distância entre o chão e a janela do quarto não era muito grande, porém a aterrissagem não foi muito boa. Caí de costas no chão, me fazendo sentir falta de ar.

O safado estava massageando seu braço direito, com cara de dor. Quando ele pousou os olhos sobre mim imediatamente se sentou sobre a grama, me olhando com preocupação. Não conseguia respirar direito.

‘Bella. ’ – Ele me chamou, a voz dele estava completamente diferente. – ‘Bella, escute. Fique calma e respire fundo. Tufe o peito o máximo que puder. ’

Segui cegamente os conselhos dele, esperando ficar boa da falta de ar. Respirei o máximo que pude para manter meu peito cheio de ar, soltando tudo depois. Edmundo botou sua mão levemente em meu rosto, ainda me encarando de modo preocupado. O toque dele me fazia respirar cada vez melhor e com mais os seus conselhos não demorou muito até eu finalmente me estabilizar.

‘Você está bem?’ – Ele me perguntou, passeando sua mão pela minha bochecha. Meu rosto ficou mais quente com o toque dele. Me sentei rapidamente, fazendo sua mão se afastar do meu rosto.

‘Sim. ’ – Eu respondi, checando minha respiração. Ela estava normal, mas por alguma razão que desconhecia, meu coração estava a mil. Ele simplesmente riu da minha cara.

‘Ainda bem. ’ – Ele disse logo levantando e batendo em suas roupas, tirando um pouco da grama que tinha. – ‘Você já é pesada consciente, se tivesse apagado agora não sei se teria força pra te carregar.

COMO É QUE É?! O SAFADO TA ME CHAMANDO DE GORDA?

‘VAI SE FERRAR SEU SAFADO!’ – Eu berrei levantando também. Ele botou a mão no rosto, deslizando-a logo em seguida.

‘Chega de discutir! Precisamos voltar logo até a sala de jantar. ’ – Ele falou num tom restritivo. Só não gritei com ele porque o safado tinha razão. Atravessamos rapidamente toda a área de fora da casa, só parando de andar na frente da porta de entrada. Espero que todos estejam bem...

EDWARD CULLEN #

Eu fui o primeiro a entrar, sendo logo seguido por Bella. Pensei que naquele momento ela realmente tinha se machucado, isso me deixou aflito. Agradeci mentalmente de frequentar, mesmo contra vontade, às aulas de AMU (auxílios médicos urgentes) do cursinho de medicina de Milão.

‘Vamos Jasper, corta logo isso!’ – Ouvi Emmett reclamar. Andei mais rápido até a sala onde todos estavam.

Eu e a maluca chegamos no exato momento em que Jasper tinha acabado de libertar Emmett. Ele se espreguiçava feito um urso acabando de acordar. Meu pai quando me viu correu ao meu encontro, me abraçando fortemente.

‘Ouvi tiros lá em cima. ’ – Falou meu pai, me apertando mais no seu abraço. – ‘Que bom que você está bem, e vivo!’

Ele afastou-se de mim para também abraçar a maluca. Ela ficou assustada no início, mas logo retribuiu o abraço.

‘Fico feliz que você também esteja bem Bella. ’ – Meu pai disse, afastando-se dela. A maluca deu um sorriso para Carlile, fazendo-me olhar fixamente para seus lábios. Eram lábios normais, qualquer uma tinha! Mas alguma coisa evitava eu parar de fitar sua boca.

Mesmo longe, consegui ouvir passos rápidos nos corredores do segundo andar. Sem pensar, puxei meu pai para longe da maluca e o joguei precisamente em cima de Emmett, de modo que os dois caíssem no chão próximo aos outros.

‘Fiquem aí! Não se movam!’ – Eu alertei me virando para Bella e a puxando pelo braço. – ‘Temos que sair daqui. Agora!’

‘Aonde por acaso vocês pensam que vão?’ – Parei na mesma hora em que ouvi o estalo da arma, trocando as balas. Ela estava pronta para ser disparada. – ‘Vamos, odeio quando ficam de costas pra mim!’

Senti Bella paralisar do meu lado. Me virei para encarar o assaltante e ajudei a maluca a fazer o mesmo. Se fosse Derick em vez desse louco, meu plano teria funcionado. Ela estava petrificada.

‘Como eu queria que vocês tivessem cooperado comigo!’ – Ele disse, descendo as escadas e parando no meio da sala. Com as costas viradas para meu pai, irmãos e as garotas. Rosalie apertava seu lábio inferior, segurando-se ao máximo para não gritar. – ‘Mas alguém tinha que dar uma de teimoso e me estressar né?’

Meu pai e Emmett silenciosamente começaram a se levantar. Automaticamente entendi o que eles pretendiam: uma abordagem surpresa.

‘Garota. ’ – Mike disse, apontando agora a arma somente para Bella. – ‘Afaste-se dele, vou matá-lo primeiro. ’

A maluca fez o que ele pediu, dando uns dois ou três longos passos para longe de mim. Meu irmão e meu pai estavam prontos para cair em cima dele.

‘Suas últimas palavras Cullen?’ – O ladrão me perguntou, crendo que este seria meu último momento vivo. – ‘Ou prefere ficar calado?’

‘Seu ladrãozinho de merda. ’ – Eu repeti o que Jasper havia dito a ele. Então o ladrão atirou.

‘EDWAAAAAARD!’ – Eu ouvi alguém gritar meu nome antes de cair no chão.

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BELLA SWAN #

Confesso, nunca agi tão rápido na minha vida! Eu estava completamente assustada e com medo da arma do assaltante, mas, pior que ver um revolver de perto, é ver alguém morrer por causa dele.

Poucos segundos antes da bala sair da arma, me joguei com toda a força em cima do Edmundo. Também não acreditei quando consegui pronunciar o nome dele sem chamá-lo de “Edmundo”!

Assim que aterrissamos senti algo quente na sola do meu All Star (sim, eu estava de All Star!). Não liguei muito pra isso por causa dos gemidos que vinham do ladrão sendo amarrado por Carlile e o bombadão do Emmett. Me sentei apoiada no meu braço direito e olhei para a pessoa que eu tinha acabado de salvar. Ela estava com a mão na testa, massageando-a.

‘Você está bem?’ – Eu perguntei para o Edmundo, sentando-me corretamente agora. Ele sentou também.

‘EDWARD!’ – Gritou Rosalie correndo em nossa direção e se agachando para fitar o safado. – ‘Oh Edward, você está bem?’

‘Estou Rose. ’ – Ele disse no meio do forte abraço que Rosalie lhe deu. – ‘Não precisa se preocupar. ’

Ela começou a beijá-lo. Bem, essa era minha deixa para levantar! Odiava segurar vela! Segui para perto de Alice e Jasper, que estavam abraçados.

‘Bella!’ – Assim que Alice me viu se afastou de Jasper e veio me abraçar. – ‘Ai Bella, você está inteira!’

‘É né?’ – Eu disse, retribuindo seu abraço. Alice afastou-se de mim, beijando-me na bochecha. Não demorou muito para eu ser abordada também por Esme.

‘Bella!’ – Falou Esme, colocando as duas no meu rosto. – ‘Como é que você se joga na frente de uma bala hein?’

‘Instinto?’ – Eu chutei dizer, porém só fiz ganhar outro abraço pra minha coleção de hoje. Realmente, nem eu sei como fui capaz de tal coisa!

O barulho das sirenes dos carros policiais invadiu a rua. Podíamos ver claramente as luzes vermelha e azul parando na frente da casa e de lá saindo montes e mais montes de policiais. Carlile já tinha aberto a porta, esperando a entrada dos oficiais na casa.

Depois de muito interrogatório e falatório italiano, os policiais retiraram-se com o ladrão algemado. O nome do assaltante era Mike Newton e ele já estava sendo procurado há bastante tempo pela delegacia romana, sendo um dos principais ladrões da cidade. Quem diria não?

Até que a bagunça na casa não foi muito grande. Tirando a janela quebrada e o criado-mudo lascado no chão, estava tudo nos conformes. Na primeira oportunidade que Derick teve de sair da casa dos Cullen, o fez sem hesitar. Quando fomos procurar por ele, o garoto já tinha sumido!

Eu e as meninas já tínhamos ido para o quarto. As três me ajudaram a botar o resto do imóvel e suas lascas num enorme saco preto de lixo que foi jogado em um canto bem afastado do quarto, só pra não correr o risco de alguém (ou eu) cair sobre ele de novo. Eu estava tirando meu sapato quando vi uma coisa brilhar dentro dele. Semicerrei os olhos para tentar enxergar melhor e fiquei surpresa com o que eu vi.

‘Meu Deus!’ – Eu falei, botando meus dedos dentro do meu All Star e retirando a pequena bala dele. – ‘É por isso que eu senti alguma coisa queimar no meu pé!’

‘O que foi bella?’ – Perguntou Alice rapidamente do meu lado. Minha surpresa também chamou a atenção de Esme e Rosalie. As três já estavam de pijama.

‘Nossa! Essa por acaso é a bala que quase acertou Edward?’ – Rose me perguntou, eu só afirmei com a cabeça. Rosalie me abraçou. – ‘Oh Bella! Obrigada por salvar ele!’

‘MINHA SANTA PRADINHA!’ – Exclamou Alice, se juntando a Rose no abraço também. – ‘A BELLA É A SUPERBELLA!’

‘Ta bom meninas!’ – Esme falou, levantando-se da minha cama. – ‘Chega de conversar! Já está na hora de dormir. ’

‘Boa noite, minha heroína!’ – Disse Rosalie, me apertando mais antes de se levantar da minha cama.

‘SUPERBELLA AO RESGATE!’ – Falou em alto tom Alice, levantando-se da minha cama num salto e imitando o super-man até a sua cama.

‘Boa noite Bella. ’ – Esme disse inclinando-se e me beijando na testa. Depois deitou em sua cama e apagou as luzes.

‘Boa noite a todas!’ – Eu falei, pegando meu pijama que estava em cima do meu criado-mudo e o puxei para dentro do edredom. Ouvi as risadas baixas das meninas e também ri junto.

CONTINUA...