A Life To Remember escrita por mi


Capítulo 3
I'll never know why, it’s coming down, down, down


Notas iniciais do capítulo

O nome da música é Down e fez parte do seriado The Vampire Diaries!
Queria agradecer a todo mundo que tá lendo! Vocês estão conseguindo arrancar sorrisos de mim! Espero que gostem desse capítulo e por favor, comentem!



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Toda felicidade que eu tinha sentido no dia anterior parecia estar amplificada. Minha vida tinha mudado. Eu tinha mudado, assim como meus amigos e ao que parecia, meus interesses também. Porém tudo tinha ficado melhor. E eu agradecia mentalmente por ter pessoas tão especiais ao meu lado.

         O dia seguinte foi maravilhoso. Por volta das 13 horas, o Doutor Harper estava em meu quarto me dando uma série de recomendações. Eu finalmente poderia sair do hospital e eu não tinha ideia de como tudo seria fora dali. O tom de voz que usava era tranquilo, mas tinha uma pequena nota de preocupação. 

         - Não faça nenhum esforço, Samantha. É necessário que você não sofra nenhum dano, pois sua lesão pode piorar. Não esqueça de tomar o remédio que eu receitei a você e é para tomá-lo de quatro em quatro horas. Preciso que você volte aqui no hospital próxima semana. – Ele falou tudo aquilo e eu assenti.

         Agradeci por tudo que ele havia feito por mim. Papai e mamãe me ajudaram a me levantar da cama e eu tive que ir para o carro em uma cadeira de rodas, por causa da minha perna engessada. Eu estava com um short jeans e uma camisa que eu não reconhecia. Era bonita, pelo menos.

Enquanto saía do hospital, tentei absorver cada pedaço daquilo em mim. Foi uma experiência ruim, eu sabia. Mas ela tinha sido necessária. O hospital tinha sido onde meu recomeço acontecera. Eu tinha uma chance de tentar recuperar minha antiga vida ou começar uma nova, totalmente diferente. Eu podia saber do meu passado ou planejar meu futuro. Eu tinha opções, escolhas. E isso me aliviava.

Quando sentei no banco traseiro do carro e papai começou a dirigir, passeando por Nova York, tentei fazer o mesmo com as emoções que sentia. Para mim, era tudo novo.  Os prédios eram gigantescos e as ruas eram cheias de pessoas que aparentavam estar apressadas.

Continuamos seguindo até meu pai parar em frente a uma casa branca. Era de tamanho mediano e tinha um jardim relativamente grande e verde. Ao lado tinha uma garagem. A casa era tipicamente americana e até parecia cenário daqueles filmes.

- Bem vinda em casa, filha. – Papai disse e sorriu.

- A casa é bonita. – Comentei.

- Sim, você que a escolheu. Estávamos em dúvida entre esta e outra, mas quando você a viu... – Mamãe me falou e saiu do carro.

Papai deixou o carro dentro da garagem e me ajudou a sair do carro. Pegou as muletas que eu usaria a partir de agora e me guiou até a porta que daria em nossa casa. A garagem era média e as paredes eram na cor cinza. Tinha várias prateleiras cheias de bugigangas do meu pai. Pneus para o nosso carro estavam desarrumados no chão e minha pequena bicicleta estava lá no canto direito. Sorri para ela.

Quando a porta foi aberta, eu não sabia bem o que esperar. Ela dava para a cozinha, então a primeira coisa que vi foi um móvel grande de madeira. A cozinha era cheia de móveis de madeira e um fogão preto no lado. Também tinha muito granito. Era bonita e simples. Típica de mamãe. O segundo cômodo que vi era a sala de estar. Tinha dois sofás brancos que pareciam ser macios. Em frente deles, tinha uma mesinha pequena, de madeira.

Mamãe e papai me ajudaram a subir as escadas e me deixaram em frente a uma porta branca. Ali era meu quarto.

- Passe o tempo que precisar, filha. – Mamãe disse e eu assenti. Ela se retirou e eu respirei fundo. Passei a mão pela porta e fechei meus olhos.

Quando cheguei na maçaneta, a girei. Empurrei a porta e abri os olhos. O quarto era branco e iluminado. Tinha duas janelas enormes que davam pra rua. A cama estava no canto do quarto, encostada na parede. Essa parede era decorada com um papel de parede de arabescos pretos. O quarto tinha um armário e uma pequena estante cheias de livros e porta-retratos. Cheguei perto dela e comecei a ler os títulos. Conhecia uma minoria e eu sorri. Pelo menos agora eu teria o que fazer.

Os porta-retratos eram cheios de fotos que eu desconhecia. Duas eram com meus pais e outras duas com Danny e Heather. Parecíamos felizes. O último porta-retrato era um pouco intrigante. A foto era minha e de Danny. Eu estava em suas costas, como cavalinho. Ele segurava minhas pernas com firmeza e nós dois ríamos feito crianças para a foto. Sorri para o porta-retrato e o peguei. Rezei para que eu lembrasse de alguma coisa. Qualquer coisinha já me agradava.  Mas não consegui nada. A decepção com isso foi inevitável. Bufei e praguejei baixo. Me deitei na cama e fiquei olhando pro teto. Eu estava sozinha em meu quarto e não me lembrava dos meus dois últimos anos. Meus olhos encheram-se de lágrimas, mas não as deixei cair. Ouvi passos no corredor e passei a mão em meus olhos. Papai abriu a porta e entrou no quarto.

- Como você está? – Ele perguntou e se deitou na cama, ao meu lado. Minha reação com meu pai sempre foi mais fácil que a com mamãe. Ele sempre me escutou e me ajudou.

- Cansada... – Respondi com sinceridade.

- Eu imagino como deve estar sendo difícil pra você. – Ele comentou e olhou pra mim. – No seu lugar, não sei o que faria.

- Eu não sei o que eu farei.

- Tudo vai ficar bem, Samantha. – Ele me disse e eu o olhei. As lágrimas continuavam se acumulando nos meus olhos. – Eu prometo que vai.

- Você não pode me prometer algo que não possa cumprir, pai. – Respondi-o com tom de voz triste. Não aguentei segurar as lágrimas, que agora caiam livremente por minhas bochechas.

- Mas posso prometer que você tem força suficiente pra passar por isso, Samantha. Eu conheço minha filha e ela não é de desistir nas primeiras dificuldades. O Doutor Harper disse que às vezes a memória era recuperada.

- O problema é esse. Não gosto da possibilidade de lembrar. Eu quero ter certeza que lembrarei.

- As únicas certezas que temos na vida são as de que vamos morrer e que pagaremos impostos, filha. – Ele disse a frase que mais ouvi durante a vida inteira. Ele suspirou e me olhou. Começamos a rir instantaneamente. Ele me abraçou forte e fez carinho na minha cabeça. – Vai dar tudo certo, Samantha. Acredite em mim.

- Eu acredito.

E eu acreditava. Se papai dizia que tudo ia ficar bem, certamente ficaria.

Adormeci em seu colo e só acordei quando era noite. Mamãe afagava meu cabelo com carinho e me mandava levantar para jantar. Ela me ajudou a ir até a mesa de jantar e comemos uma lasanha feita por ela mesmo. Estava maravilhosa. Depois eles me deixaram no meu quarto novamente e foram pro quarto deles. Fiquei em minha cama vendo televisão até meu telefone tocar. Não reconheci o número, mas atendi do mesmo jeito.

- Alô?

- Sam?

- Oi Danny! – Eu respondi com entusiasmo.

- Como você tá? Não deu pra ir hoje, fiquei em casa cuidando da Zoey.

- Quem é Zoey? – Perguntei curiosamente.

- Minha irmã mais nova. Ela tem três anos. – Ele falou e suspirou baixo – Você não respondeu minha pergunta, mocinha.

- Desculpa, estou bem. E você?

- Também estou bem, só cansado.

- Quero conhecer Zoey. – Eu falei e ele deu uma risada baixa.

- Ela está com saudade de você. – Ele comentou e eu sorri. – Bom, Heather me ligou hoje. Parece que chegou de viagem e quer te fazer uma visita. O que acha de sairmos amanhã?

- Não sei se posso...Você sabe, minha perna não me permite andar muito. – Falei e ele riu baixo.

- Tinha esquecido desse detalhe...

- Vocês podem vir aqui em casa. – Dei a ideia e ele pareceu gostar, porque disse que iria falar com Heather. Nos despedimos e desligamos. Fiquei mais algum tempo vendo televisão, mas adormeci.


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Notas finais do capítulo

POOOOOOOOOOR FAVOR, comentem! E não deixem de acompanhar!



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