Sutilmente escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Dragon Ball Z não me pertence! Esse está mais centrado no Goku e no pessoal, claro que tem um toque trágico, mas não está assim tão mórbido...espero que gostem.



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Chichi estava estupefata depois toda aquela comoção com o corvo, ela corria, corria e corria. Não sabia muito bem para onde estava indo e certamente esqueceu-se do carro que tinha deixado próximo à casa. E como carros poderiam estar encapsulados, mas não eram baratos, ela voltou ao seu veículo e decidiu tirar uma soneca, quem sabe depois de um cochilo ela saberia mesmo o que fazer...se voltava, se iria, se girava ou parava no mesmo lugar...

Enquanto isso...em uma certa casa em uma certa montanha...

Goku ainda hiperventilava diante de tanta eloquência que proveio do seu ser e todos os seus amigos andavam igual baratas que tinham experimentado algum tipo de veneno, enquanto Gohan, o cérebro afiado da família colocava o investimento da mãe para funcionar.

Analisando o bilhete, viu que não tinha mesmo nenhuma pista de onde sua mãe poderia estar, o que era inacreditável, já que sua mãe era uma mulher que planejava cada detalhe de sua rotina.

Sentiu uma espécie de transformação no ki dela, como se a essência de sua alma estivesse em um processo profundo de intercambio, algo está se invertendo e mudando a polaridade do ki dela, ela seria a mesma aparentemente, mas como ela retornaria?

Ainda podia sentir uma espécie de amor, embora sentisse medo do que poderia encontrar quando revesse sua mãe. Sabia que uma mudança tinha ocorrido, mas não podia deixar de tentar encontrá-la. Talvez essa seja a razão pela qual ela ainda não tinha sido encontrada. Ninguém tinha se atentado a esse fato ainda. Que ninguém tinha tentado localizá-la pelo ki. Bom, papai disse que tinha tentado, mas não havia conseguido, o que não deixa de ser uma estupidez sem tamanho.

Gohan tentava raciocinar: “ Mas o que será que aconteceu com mamãe? Será que ela não nos ama mais? Onde será que ela foi? Ninguém nem tentou ver com o vovô ainda? Ah sim, papai ligou pra ele, mas não quis alarmá-lo. E também parece que teve a busca pelo ki. Tudo bem...não parece ser um desastre total...contudo...mamãe...o que será que fez você sair daqui? Será mesmo que a vida com a gente é tão insuportável? Será que você não vai voltar??? Ok, sem pessimismo. Goten não está entendendo nada e eu estou seriamente preocupado com o fato de papai falar tão bem, pensando tão claramente e ainda nem falou de treinar. E o pior: Ele está completamente sem fome!!!! Kami-sama nos ajude!!!! Tenho que fazer alguma coisa!!! Não posso deixar a minha família ser destruída assim!! O que será da gente? Eu havia perguntado ao papai se ele tinha dito que amava a mamãe, mas eu mesmo não me lembro de ter dito...Ela sempre foi muito rígida comigo, mas eu nunca a agradeci pelos cuidados...nunca. Eu achava que era meio que obrigação de mãe, era o trabalho dela...ai meu Deus!!!

Todo esse diálogo se passava na cabeça do primogênito de Goku que estava encostado na parede em uma posição no mínimo curiosa. Não se sabe quando, mas ele se vestiu como o Grande Saiyaman e estava com os dedos em V só que horizontal...uma cena um tanto quanto bizarra.

Enquanto Gohan estava em profunda e destorcida meditação, o pobre Goten, que não sabia se chorava, se sorria ou se ainda comia, se atentou ao fato que o carro tinha sumido, algo incomum na casa dos Son, levando em consideração que todos voam ou quando não voam ainda tem o transporte instantâneo.

Goten nunca tinha parado pra pensar sobre o motivo pelo qual eles tinham um carro, papai podia teletransportar todo mundo, então pra quê? Aí recordou que ele pertencia à mamãe e por mais que parecesse inútil, aquilo era dela e não tinha o que fazer para que ela se desfizesse do mesmo.

Até tiveram uma discussão muito séria, onde Chichi saiu chorando, o que surpreendeu e muito a todos os moradores da casa, já que ela não tentou vencer através dos gritos como já era de costume. Algo tinha chamado a atenção: Chichi explicou entre lágrimas que o carro era a única coisa que atestava a presença dela naquela casa, já que era a única que precisava dele e que se o carro fosse embora, não tinha mais nada pra dizer que ela também estava ali.

Aquilo por si só era um exagero, achava Goten! Tinha fotos da mamãe por toda a casa! Roupas femininas, maquiagem, pincéis, panelas, colheres, tudo o que ela usava! Como ela dizia que aquele carro era o que a representava em casa? Mamãe endoidou, pensava o menino.

As coisas dela ainda se encontravam um pouco por ai, ele pensava...Como ela achava que não pertencia a ….KAMI SAMA!!!! Goten começou a pular e rir e quase arrasou o teto no processo, despertando Gohan de sua meditação pouco ortodoxa que foi em direção ao irmão mais novo antes que sua mãe não tivesse mais casa pra voltar.

“Goten-kun, o que aconteceu?” Gohan indagou.

A criança disse entre risos e lágrimas que tinha encontrado uma maneira de encontrar a mãe deles através do tal carro.

Goku que se encontrava em um estado letárgico, juntou-se ao caçula e chacoalhava tanto o menino, que sabe-se lá Kami o que aconteceria se ele não fosse um sayajin.

“Pai, calma!! Chega!! Você vai me matar de tanto rir! Me solta que eu te conto! Deixa eu tomar um ar! É assim: o carro da mamãe tem um negócio que ajuda a achar ele quando some! Já que ela levou o carro e não tá dando pra achar ela pelo ki, se a gente achar esse negócio, a gente acha ela!”

A fala de Goten levou todos os presentes a uma comoção jamais vista, a não ser quando eles salvavam o mundo e todos eram curados pelo Dragão ou ainda pelos remédios poderosos da Corporação Cápsula. Contudo...Vegeta com sua delicadeza costumeira exclama:

“Mas seus idiotas! Vermes imbecis! Onde está o tal negócio? Vocês podiam comemorar depois de encontrarem aquela cafona, não é? Bando de idiotas! Vamos procurar essa inutilidade antes que Kakaroto realmente traga a destruição total do universo dando uma de inteligente por aqui!” Goku pareceu magoado com a fala de Vegeta, mas compreendeu que essa era a maneira idiota do amigo de demonstrar sua preocupação pelo fato de sua mulher estar desaparecida. Goku assentiu e tentaram iniciar a busca por um ponto fundamental: “Onde vocês guardam o negócio, pai?” questionou Goten.

Mas é claro que Goku não sabia! E por quê? Porque quem conduzia a casa era Chichi! Ela arrumava tudo! Cada detalhe da casa era pensado e realizado por ela! Como se fosse um pequeno universo comandado por sua deusa que dizia onde cada coisa deveria estar e o que cada coisa deveria fazer...olha ele pensando com coerência novamente...”Kami-sama, o que eu farei? Me dá a oportunidade de ser um marido melhor! Desse jeito nem eu me aguento!”

Uma força-tarefa foi composta e procuraram o negócio (que ninguém parecia saber que era um localizador) na dispensa, na cozinha, no quarto, na lavanderia e até mesmo na banheira, mas claramente não encontraram nada.

Verdade seja dita, o método de busca não era dos mais eficazes: consistia em uma fila indiana composta por pelo menos uns 10 homens estranhos, que eram conduzidos pela miniatura de Goku, que dava uma olhadinha singela e frustrava a esperança de encontrar o tal “negócio” com um sorriso displicente no rosto infantil.

Claro que essa ação não era tão serena quanto podia parecer, já que entre esses 10 homens estranhos estava o príncipe dos Sayajins, cujo orgulho era notório e inversamente proporcional à sua paciência. Em uma tentativa de apressar o encontro do tal negócio, Vegeta elevou seu ki a potências inimagináveis, o que ameaçou e muito a estrutura física do lar de Goku e dos outros, o que fez com que Goku, em um movimento instintivo, desse uma voadora no amigo para acalmá-lo e aproveitando assim para se acalmar e preservar a casa onde tinha passado os melhores momentos com sua família.

Goku se sentiu calmo depois de bater em Vegeta, que proferia os mais grotescos impropérios no canto da sala com o nariz sangrando, e subitamente começou a ponderar sobre o que acalmava Chichi.

Existiam os carinhos do casal que tinham uma frequência satisfatória na opinião dele, mas que não pareciam suficiente pra ela, cozinhar muito, o que a deixava exausta, que não parecia ser o mesmo que calma, contudo lembrou-se de um fato que começou aos poucos mudar sua mulher no íntimo.

Ele se lembrou que Bulma tinha convidado Chichi para fazer parte de um tal de Book Club, que Chichi explicou que se tratava de uma reunião de mulheres para conversar sobre um livro que tivessem lido. A ideia era cada uma ler um diferente, para depois conversarem sobre o que cada uma tinha entendido.

Inicialmente Goku tinha achado aquilo sem propósito algum, mas percebeu depois de algum tempo, que Chichi, além de mais culta ou inteligente, ele não conseguia distinguir, estava aparentemente mais feliz! Depois de umas semanas nesse tal de Book Club, os pacotes começaram a chegar à casa deles, eram sempre livros usados, já que eram mais baratos, ou ainda uns novos, não importava, mas toda a semana o carteiro estava lá com mais um pacotinho que fazia com que os olhos escuros de sua esposa brilhassem de maneira peculiar.

Já que eles tinham essa propriedade, provavelmente poderiam ajudar a saber o que estava acontecendo, o porquê dessa fuga repentina, talvez até onde ela pudesse estar...

Com isso, Goku saiu da fila, que já estava completamente destroçada e foi até o quartinho dos livros. Abriu a porta e começou a sentir um aroma peculiar. Era um cheiro de livros novos com velhos e o perfume de sua mulher. Era no mínimo, perturbador.

Começou a olhar em volta e algo chamou a sua atenção, haviam livros novos, alguns que não tinham saído dos pacotes e um mais velho que estava sobre a mesa, aberto, como se estivesse acabado de ser lido.

Os mais novos tinham algo em comum: todos destacavam que ela não se sentia amada. Ela buscava nos livros uma resposta para o fato da família dela não a amar mais, como se isso fosse mesmo verdade. Parecia que ela acreditava mesmo que não era amada! Isso era horrível. A constatação o atingiu como um relâmpago, embora ele estivesse se esforçando para não cair no mesmo desolamento, ficou tão ou mais consternado do que quando ouviu o discurso de nº18.

Mas não podia se dar por vencido, a alma guerreira não permitiria tal coisa. O livro mais antigo que estava sobre a mesa atraiu a atenção de Goku. Dizia: Histórias Extraordinárias. Quem sabe podia ter uma dica excelente e alegre de como encontrá-la!

Ao manusear o mesmo, decepcionou-se ao notar a tristeza que emanava do livro e ele uma história e ficou imediatamente preso a ela, pela temática de um marido que aparentemente era devoto à esposa, sua beleza, mas só no momento da pintura de um quadro. A mulher parecia clamar por sua ajuda, mas no final, a vida dela parece sugada para o quadro que ele estava pintando. Ela morre em prol da obra do marido! Parecia que Chichi tinha lido muito aquele texto, já que o papel parecia puído.

Goku entrou em um devaneio mórbido, refletindo de uma maneira assustadora se ele poderia ser comparado ao pintor, que matava sua mulher aos poucos. Teria ficado na lamentação eterna, caso não tivesse ouvido os gritos de Gohan dizendo que tinha achado o localizador de carro.

“Vamos encontrá-la!” - Goku disse resoluto. Saiu em disparada, não esquecendo de trazer o livro estranho consigo.


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Notas finais do capítulo

Eu me inspirei em um conto de um autor norte americano até famoso, pra não dizer o mínimo. Será que alguém sabe de quem eu estou falando? Me respondam nas reviews. Até o próximo capítulo.