O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 17
Avisos




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Depois que chegamos à casa de Billy, Jacob apenas comeu o jantar rapidamente e saiu.

Sue ficou bastante preocupada comigo quando soube de meu “acidente”, mas tranquilizei-a afirmando que eu sempre fora desastrada. Leah e Seth estavam lá também, juntamente com Paul e Rachel.

–Oi, você é a Agatha não é? – cumprimentou-me Paul. Surpreendi-me com seu tamanho.

–É sou sim e você é Paul. – sorri.

–Sou Rachel. – a irmã de Jacob era incrivelmente bonita. A pele era morena como a do irmão, os olhos castanhos e o cabelo liso.

–Oi tudo bem?

–Tudo. –ela respondeu sorridente.

Eu lera sobre Paul nos livros e ele sempre fora temperamental, mas pude ver que Rachel ajudou-o muito nisso, ele estava definitivamente mais calmo. Como sempre a aura de amor entre pessoas ligadas pelo imprinting começou a me incomodar. Nem eu mesma sei o porquê disso, o fato é que eu aprendera a evitar o amor. Eu era um produto danificado nesse departamento.

Billy – depois de descobrir que minha temperatura aumentara – disse que eu deveria ir a uma reunião do conselho, por que ele explicaria algumas coisas que eu precisava saber.

No fundo eu sabia que deveria me importar com tais informações a serem ditas, mas eu não me importava. Não agora quando eu me sentia tão entorpecida.

Era estranho como eu conseguia me sentir sozinha mesmo estando rodeada de pessoas. Eu sabia a resposta, ela estava ali nas margens espreitando e esperando o momento certo para emergir. Eu simplismente não podia me permitir pensar nisso, sequer cogitar a possibilidade de que eu talvez acabasse gostando demais de Jacob.

Eu estava sem ar e precisava de distração. Poderia conversar com Seth se ele não estivesse roncando no sofá. E as opções que me restaram não eram exatamente boas: Billy e Sue falavam de coisas que realmente não me importavam. O casal “compromisso e adoração” era demais para eu aguentar. Sobrou-me apenas Leah Clearwater.

Depois do jantar cheguei perto de Leah, que estava encostada na parede.

–Oi. – eu disse.

–Por que está falando comigo? – ela respondeu rude.

Suspirei sem paciência.

–Leah por que você não gosta de mim?

–E quem disse que eu não gosto, garota?

–Não acho que ninguém precise me dizer o que está bem óbvio.

Ela riu.

–Ok, talvez eu esteja sendo um pouco rude. – ela disse sarcástica. – Me desculpe se eu não sou a única que está dando pulinhos de alegria por que você apareceu, tá legal.

–Leah, eu não estou pedindo a você para fazer isso. Só queria conversar um pouco, ser legal sabe.

Ela me olhou com seus olhos inteligentes.

–Você deve estar mesmo desesperada por companhia.

–Você não acha que é uma boa companhia? – indaguei.

–Não é o que todo mundo diz.

–Acontece que eu não sou todo mundo. Vamos Leah! Estamos morando na mesma casa. Será que não podemos ser amigáveis?

Ela suspirou pesadamente.

–Se isso for te tirar fora do meu pé... Tudo bem. Eu vou me esforçar, só não prometo nada.

–Ok. – sorri, estava muito satisfeita por ter feito algum progresso com Leah.

Mais tarde Sue nos levou de carro para casa. Eu estava caindo de sono, mas assim que todos foram para o quarto ela pediu que eu ficasse na sala de estar. Imaginei o que ela poderia querer estando tão tarde.

–Billy lhe contou sobre a reunião, não é?

Assenti.

–E você não imagina o que ele tem a dizer? – ela sondou.

Na verdade eu não tinha parado para pensar nisso. Ela viu em minha expressão que eu não sabia nada e continuou:

–Eu não vou contar nada a você por que o conselho decidiu que tudo seria revelado na reunião. Mas me sinto na obrigação de ao menos prepará-la.

Sua expressão era estranha, meio cautelosa. O que eles estavam escondendo?

–Sue, eu não entendo. O que vocês têm a dizer que seja tão grave a ponto de eu precisar de preparação?

–Eu não posso dizer agora, terá de esperar até amanhã à noite. Mas eu lhe peço que vá preparada para a verdade.

–Que verdade? Como assim?

–A verdade que explica o porquê de você estar aqui.

Petrificada, apenas encarei Sue sem saber o que dizer.

–Acho melhor você ir dormir agora Agatha.

Ela solta uma bombas dessas e espera que eu vá dormir com os anjinhos?

–Ok... Boa noite. – eu forcei minhas pernas a se moverem. Antes de ir para o quarto tomei o remédio que Jacob comprara para mim.

Eu não sabia o que pensar. Não fazia ideia de como viera parar aqui e não imaginava que eles soubessem. Não era uma coisa que se pudesse explicar. Eu não só viera parar num mundo diferente do meu, eu viera parar numa história. Era surreal demais.

Não consegui dormir, meus olhos recusavam-se a fechar. Havia tantas coisas em minha cabeça que era impossível pensar coerentemente. Eu estava morrendo de saudade de minha família e de Ane, estava aterrorizada com o que eles tinham a me dizer amanhã. E por mais que tudo isso fosse crucialmente importante. Minha mente insistia em passar imagens de meu dia com Jacob, seu sorriso, seus olhos e a sensação de seu corpo junto ao meu quando ele me carregara para o hospital...

–Estou avisando a você, não se apaixone. Não vai adiantar lamentar depois...

Cale a boca, voz estúpida. Você não entende nada.


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Notas finais do capítulo

E aí, estão curiosas sobre a reunião?
hahaha