Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 6
Saudade


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é um pouco chatinho, mas vai melhorar (: Espero que gostem :3



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Despedir-me daquele lugar foi à parte mais difícil de tudo.
Quando o caminhão da mudança parou em frente a nossa casa meu coração apertou. Corri para baixo dos pés de bergamota e fiquei olhando as caixas sendo colocadas uma por uma dentro do caminhão.
Eu não poderia dizer como eu estava me sentindo ao certo, era uma mistura de dor e angústia. Como se alguém decidisse tirar toda a minha felicidade de uma única vez.
Eu me via pensando nas coisas erradas da vida, nos problemas que me rodeavam e me senti deslocada, sem saber a onde eu pertencia ao certo.
Eu queria encontrar um lugar para secar as lagrimas, um lugar onde eu não me sentisse tão arrasada por dentro.
Olhei ao meu redor e respirei fundamente o ar daquele lugar.
Um ar nostálgico que me fez chorar.

 


***
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Entrei no carro e encostei a cabeça no vidro triste e enquanto percorríamos o caminho para a nossa nova casa, deixei uma lagrima escorrer do meu rosto.
Papai ligou o radio do carro e tocava Hair – Lady GaGa era uma versão ao vivo tocada no piano que fez meu coração se apertar ainda mais.
Olhei pelo retrovisor do carro e a ultima coisa que eu vi foi o enorme pé de manga que mamãe havia se enforcado.
O carro percorreu alguns quilômetros ate entrar em um bairro pouco movimentado. Rodamos mais algumas ruas e paramos em frente a uma pequena casa de tijolos verde com um pequeno gramado na frente.
—chegamos – disse papai.
O caminhão de mudanças já estava vindo logo atrás de nos.
Desci do carro lentamente e vi duas meninas para das no muro que fazia divisa a nossa casa.
—Oi – disse uma delas – e você que vai morar aqui?
Olhei para ela.
—Sim – respondi indiferente.
A duas meninas sorriram e voltaram a conversar.

Respirei fundo bufando o ar para o alto fazendo minha franja cair toda desalinhada na minha testa.
Entrei pela porta e parei no primeiro cômodo da casa. 
A sala e a cozinha não eram separadas, havia três quartos e no final do corredor o banheiro, na parte de trás da casa estava à lavanderia e uma churrasqueira.
Fiquei com o primeiro quarto que era um pouco menor do que o meu antigo, Giovane ficou com o quarto do meio e papai com o ultimo perto do banheiro.
Fui para o quintal dos fundos onde também era gramado e me encostei em baixo de um pé de ameixa amarela.
Tudo era muito diferente do que eu estava acostumada, até o ar era diferente. Parecia mais pesado e tenso.
Não me lembro muito bem o que jantamos naquela noite e nem o que eu sonhei na hora que fui dormir, apenas senti uma dor no peito que me consumia lentamente.
Uma dor chamada saudade.

 


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