Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 45
Tereza


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Consegui entrar na internet antes do prazo u.u
Aqui está mais um capítulo pra vocês
Boa leitura :3



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Os dias em Porto Alegre foram se passando rapidamente.
O episodio com Deus e Ana Maria não foi comentado por ambas as partes e nunca mais voltou a se repetir.
Andando por uma das ruas próxima ao centro da cidade numa tarde quente, parei em frente a um prédio verde não muito grande com uma placa que indicava o nome da loja de roupas: La sua moda. Na vitrine haviam lindos manequins com vestidos longos lindíssimos. Alguns decotados e outros coloridos chamavam a atenção de qualquer mulher, mas o que me chamou a atenção realmente foi à pequena placa no canto do vidro onde dizia: contrata-se funcionaria.
Entrei na loja.
O cheiro de roupa nova era delicioso.
O salão era pequeno, haviam grandes araras com roupas do vestuário masculino, feminino e infantil. Além de roupas intimas e um pouco de perfumaria. Havia um pequeno balcão branco e logo a cima uma televisão pequena. As paredes estavam pintadas em um tom de verde claro, o provador de roupas ficava no canto do salão e as luzes fluorescentes estavam ligadas.
Atrás do balcão uma velha senhora me atendeu.
Ela era baixa e tinha muitas rugas no rosto, seus olhos verdes eram claros e seu vestido bege lhe caía muito bem.
-Pois não – disse ela simpática.
Sorri desajeitada.
-Oi – disse eu – Eu vi a placa ali na frente e me interessei pelo trabalho.
A senhora me deu uma boa olhada.
Senti-me ainda mais como um peixe fora da água. Ali era uma loja chique e conceituada e eu era uma ex-prostituta que vestia uns trapos indecentes.
-Bom – disse a velha – Eu realmente preciso de alguém para trabalhar aqui. Minha ultima funcionara surtou e fugiu com o namorado para o Alasca – ela fez uma expressão de espanto – Pense só em como o Alasca é frio. Eu nem sempre posso ficar na loja e também não posso fechá-la toda vez que eu precisar ir ao banheiro.
Notei uma porta no canto do balcão e deduzi ser o banheiro ali.
-Você mora muito longe daqui? – perguntou ela.
-Um pouco – respondi – Fica longe, mas se precisar eu alugo um quarto em algum lugar mais perto da loja se for o caso.

A senhora se animou com a minha disposição.
Ela parou e me olhou aflita.
-Qual o seu nome, querida?
-Jessica – respondi.
Ela sorriu.
-Você tem filho? – perguntou ela.
-Não.
-Usa drogas?
-Não.
- Tem namorado?
-Não.
-É fugitiva da policia?
-Não.
Ela me analisou por alguns segundos.
-Eu tenho um quarto nos fundo do prédio – disse ela – se você realmente se interessa pelo emprego é só trazer suas coisas.
Sorri e agradeci.
Ela estendeu a mão.
-Sou Tereza – disse ela – seja bem vinda a La sua moda
Apertei a mão da senhora e sorri.
-Obrigada.
Voltei para a casa de Ana Maria extremamente feliz e assim que contei a novidade todos ficaram felizes por mim. Arrumei minhas malas colocando as poucas coisas que eu tinha nelas e me despedi de Eliana, Mateus e Ana Maria prometendo voltar para fazer uma visita.
Fui até a loja e Tereza me levou aos fundos do prédio. Onde me deparei com um enorme gramado e um puxadinho nos fundos com uma lavanderia, churrasqueira e um quarto com banheiro.
O quarto tinha uma cama de solteira em bom estado e um armário pequeno para guardar minhas roupas. O banheiro era pequeno e todo branco e o quarto não se comparava a espelunca em que eu havia dormido em Canoá onde conheci Billy.
Fui pegando a tática de vender roupas aos poucos e Tereza gostava do meu desempenho.
Tereza era uma senhora solitária. Seu marido havia morrido há alguns anos atrás junto com seu único filho num acidente de carro. Ela havia superado a solidão abrindo a loja de roupas com um pouco de dinheiro que eles tinham. Tereza passou a receber a aposentadoria do marido que trabalhou por muitos anos no exercito e pode assim se estabilizar financeiramente.
Diabética e bem humorada, ela sempre me contava historias sobre seu passado e suas travessuras de quando ela era moça.

Sua casa ficava no segundo andar do prédio bem encima da loja. Era uma casa pratica e bonita. Em cada canto revelavam-se detalhes de uma personalidade forte e influente. Almoçávamos juntas todos os dias e a tarde eu ia até uma sorveteria próxima e lhe comprava um sorvete zero açúcar e gordura de framboesa, o sabor preferido dela.
Com o tempo passei a ter uma grande admiração e afeto por ela, aquela senhora de cabelos grisalhos que mantinha nos olhos a expressão jovial que ela jamais pensara em perder.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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