Perigosa União escrita por Izu Chan
Notas iniciais do capítulo
Capítulo feito em homenagem a meu querido/odiado amigo Daisuke *o*
Espero que gostem
Havia algumas semanas que estava em Nemuro. Agora morava numa mansão enorme num tom bege, tinha vários empregados a minha inteira disposição. Esse seria o sonho de qualquer pessoa, menos o meu. Estava olhando o jardim sem realmente vê-lo até que escuto três batidas rápidas e ritmadas na porta
-Entre – falo e me viro, vendo Asakura Daisuke entrar no meu quarto
Ele possuía cabelos arroxeados e curtos num corte desigual e repicado, os olhos azuis escuros, puxando para o violeta num contraste com a pele clara. Usava uma calça jeans e uma blusa branca com uma jaqueta jeans por cima
-Iza-chan, venha almoçar – fala ele e me dá um abraço confortador – Como se sente?
-Oi pra você também Daisuke
-Que mau humor é esse?Já é raiva?
-Não... É que...
-Que?
-Sou uma egoísta
-Por quê? – pergunta me olhando e desvio meu olhar pra algum ponto do chão
-Você é um louco apaixonado por mim e apesar de não sentir o mesmo, não tenho coragem de me imaginar se você me largasse
-Isso nunca vai acontecer Izayoi – fala e me viro para olhá-lo. Aquele brilho nos olhos e aquele sorriso fizeram um flash rápido de minhas memórias do rosto de Inutaisho virem a tona, mas sumiu tão rápido como apareceu – Porque choras?
-Você não me merece. Eu sou uma assassina e matei a pessoa que mais amava por um motivo inexistente. Nunca vou estar curada, esse buraco que tenho no peito só vai aumentar com o tempo. Devia investir em alguém que ame você como merece – digo e sinto outras lágrimas escorrerem pelo meu rosto
-Eu sei que um dia você estará curada e vou ser o primeiro a te mostrar que sua vida não acabou naquele dia em que te encontrei
>>>>> Flash Back <<<<<<
Corri pelas ruas de Nemuro. A chuva juntamente com meu choro não me deixava ver bem e tropecei caindo de bruços no chão. Tremia, mas não sabia se era pelo choro ou pelo frio provocado pelas roupas molhadas. Por um momento pensei sentir a chuva apenas da cintura pra baixo e uma mão quente toca em meu ombro
-Você está bem? – pergunta uma voz masculina ao meu lado. Viro-me e me deparo com um homem de profundos olhos azuis que me observava com preocupação evidente no rosto – Está machucada?
Ele afasta um pouco as mãos e vê o sangue na ponta dos dedos. Coloca o guarda chuva ao seu lado e me pega no braços levando-me pela rua até um carro, onde me coloca no banco traseiro indo, em seguida, para a frente e guiando o carro até uma das áreas nobres de Nemuro
-Yuzuki! – grita ele saindo do carro comigo nos braços e vejo uma mansão bege, pra onde ele estava indo, e uma jovem de cabelos vermelhos sair correndo da casa – Chame um médico. Rápido! – fala e ela sai correndo pra dentro da casa enquanto ele me deixava deitada numa cama macia – Não se preocupe você vai ficar bem – diz enquanto afastava minha franja molhada
Eu queria dizer que não precisava, que ele me deixasse morrer mas minha voz não saia de jeito nenhum. Ele saiu do quarto e voltou um tempo depois com a mesma mulher ruiva que eu tinha visto e outra vestida de branco, provavelmente a médica, que me examinou por um tempo fez um curativo enorme no meu ombro, enfaixando e tudo, depois sai com a ruiva. Ele ficou lá sentado na ponta da cama e vi que tinha um montinho de roupas ao seu lado. Ele notou e seguiu meu olhar
-São pra você usar, se quiser. Essas suas estão cobertas de sangue. Bom o banheiro é ali. Ahn... eu vou sair pra você poder se trocar ok – fala e sai do quarto
Vou até o banheiro e coloco a roupa que havia em cima da cama. Era uma camisola longa com as mangas que chegavam ao pulso. Volto até o quarto e vejo que tinha uma bandeja com comida na cama, sento-me e começo a comer. Assim que termino o vejo entrar de novo no quarto
-Está se sentindo melhor? – pergunta sentando-se ao meu lado – A médica disse pra te dar isso se sentisse dor – fala e mostra na palma da mão um comprimido
-Arigatou
-Que disse? – pergunta me olhando
-Arigatou
-De nada – fala sorrindo – Vá dormir. Acho que precisa descansar
Depois de dois dais eu já sabia um pouco sobre ele e vice e versa. Seu nome é Asakura Daisuke, ele é executivo de uma grande empresa de Nemuro que tinha filiais em várias partes do mundo, apesar de parecer esnobe e anti-social, era muito gentil e tinha uma presença agradável. Duas semanas depois quando estava no jardim da mansão em que ele morava ele declarou que estava apaixonado por mim e apesar de ter contado a ele todo meu passado ele disse-me que não se importava, eu seus sentimentos por mim não iam mudar
Ele sempre cuidava de mim com extremo carinho e atenção. Foi então que notei: precisava dele com precisava do sol todos os dias. Sem ele por perto com certeza sofreria com os buracos no meu peito até morrer ou me matar
>>>> Fim do Flash Back <<<<<
Ele limpa as lágrimas que ainda haviam no meu rosto com a ponta dos dedos
-Venha,você precisa se alimentar. Vocês dois – fala e olha discretamente pro meu ventre. Ele segura minha mão e começa a andar
-Você não existe
-É claro que existo. Estou bem na sua frente não é
-Sabe o que quero dizer
-Que sou único?A pessoa mais especial que já conheceu?
-É mais ou menos isso – ele gargalhou alto quando ouviu
Já estávamos na sala de jantar e uma das empregadas, Hana se não me engano, terminava de por a mesa
-Pode ir Hana, se precisar de alguma coisa eu lhe aviso – fala ele enquanto puxava uma cadeira, na qual me sentei e ele sentou-se na cabeceira da mesa – Que há Izayoi?Está meio verde
Eu mal tive tempo de responder. Corri para o banheiro me encurvando sobre a pia, ele veio logo atrás de mim e segurou meus cabelos longos enquanto a outra mão estava sobre a minha que me apoiava na pia
-Vou levar você ao médico amanhã. Está enjoada e vomitando demais, até mesmo para uma grávida. Eu já volto ok, vou pedir pra fazerem um chá pra você – fala saindo do banheiro
Minha boca estava com um gosto amargo e seco, umedeci os lábios com a língua mas fiquei com uma sensação amarga. Daisuke entra de novo e me ajuda a sair com uma das mãos na minha cintura, garantindo que eu não cairia pelo cambalear, e sento no sofá. Ele senta ao meu lado e coloca a palma da mão na minha bochecha e depois na minha testa.
Olho para a frente e vejo na mesinha de centro um pequeno bule ornamentado que expelia um odor agradável e uma xícara também detalhada minimamente. Ele pega o bule e despeja o conteúdo na xícara e me entrega. Tomo tudo num gole só
-Vai com calma Izayoi
-eu precisava disso – falo ainda sentindo a leve quentura na garganta – Pode colocar mais um pouco?
-Está realmente bem? – pergunta pegando o bule e colocando um pouco mais de chá na xícara
-Sim,só estou um pouco cansada e enjoada – bebo um pouco mais do líquido com mais calma dessa vez. Era de erva doce
-Não dorme direito né?
-Não – respondo e vejo ele inspirar profundamente
-Izayoi, você precisa se cuidar melhor. Qualquer coisa que faça pode acabar causando um aborto instantâneo de seu filho e sabe disso. Então me diga, por favor, que vai se cuidar melhor ou não vou poder por o pé pra fora de casa sem ficar preocupado
-Tudo bem seu dramático. Vou dormir
-Agora está melhor – fala e beija minha testa – Bons sonhos
-Obrigado
Vou até o quarto e me deito na cama, olhando para o teto. Já devia fazer dois meses que estava grávida e Takemaru ainda não tinha me encontrado ou tentado me matar. O sono me vence facilmente e mesmo com a claridade ou o calor eu dormi bem. Acordei levemente com um barulho estranho, não sei exatamente do que e ouço um ruído no chão. Passos. Viro-me levemente para o lado e vejo uma silhueta no escuro e começo a gritar
-Calma Izayoi, sou eu – fala ligando o abajur e vejo Daisuke, usando um short dos conjuntos de pijama dele
-Daisuke? – pergunto ainda tonta e toco no rosto dele com a ponta dos dedos. Abraço-o com força e começo a chorar
-Que houve Izayoi?Porque estava com tanto medo? – pergunta me abraçando também
-Tive um pesadelo
Ele me abraça mais fortemente enquanto passava as mãos suavemente pelas minhas costas numa tentativa de me acalmar, mas não daria certo. Eu sei que meu pesadelo é real. Takemaru virá atrás de mim para terminar o que começou me matando da forma mais cruel e dolorosa possível
-Daisuke?
-Sim
-Porque veio pra cá? – pergunto levantando um pouco a cabeça pra olhá-lo e vejo-o sorrir
-Achei que acordaria. São dez da noite e você foi se deitar eram por volta de uma da tarde
-Obrigado
-Que eu fiz?
-Você é um anjo. O meu anjo
Ele sorri mais e assovia uma canção que a tempos não ouvia e durmo embalada pela canção. Abro os olhos fracamente e noto que estava deitada na cama, levanto um pouco os olhos e vejo Daisuke sentado na cama com as costas apoiadas na cabeceira da parede, dormindo
-Ei. Daisuke – falo me sentando sobre os joelhos e mexo levemente em seus ombros. Ele abre preguiçosamente os olhos – Vem cá – falo abrindo os braços e ele se inclina na minha direção colocando a cabeça no meu colo e fecha os olhos novamente voltando a dormir
Olho pela janela e vejo que o céu estava começando a clarear, já devia estar amanhecendo. Fecho os olhos por um momento e respiro devagar colocando a mão no ventre e sinto a respiração calma de Daisuke perto da minha mão. Não sei como o coitado agüenta tudo que passa sem reclamar. Minha mão passa para seus cabelos e começo a mexer na franja dele
-Izayoi? – pergunta abrindo fracamente os olhos e se senta, esfregando-os de maneira preguiçosa
-Sim
-A quanto tempo eu dormi?
-Não sei, me responda você
-Hum... – ele passou a mão pelos cabelos jogando-os para trás – Eu não faço idéia seria adequado?
-Acho que sim. Vem cá vem – falo abrindo os braços e ele vem colocando a cabeça no meu colo – Você devia dormir mais
-Você não me deixa dormir, fica falando a noite
-Não falo não
-Fala sim
-Falo não
-Não quero brigar com você
-E quem disse que estamos brigando?
-Você está brigando
-Não estou – falo calma apoiando minha cabeça no batente da porta. Era engraçada essas briguinhas. Nunca levavam a nada e sempre alguém dormia, normalmente era eu, mas nesse momento ele estava mais cansado do que eu e mais entediado
-Está sim – fala ele e boceja, fechando os olhos levemente e não demora muito a respiração dele fica regular. Bingo!
Inclino-me e dou um beijo na testa dele, que se mexe apenas um pouco, e encosto-me à cabeceira de novo, fechando os olhos voltando a mexer na franja dele. Estava tão cansada de tudo, acho que a única coisa que me animava era a companhia dele e quase o isolava de tudo a sua volta. Apesar de que ele nem se importava muito, sempre o via sorrindo quando estava comigo. Acho que não devia isolá-lo de tudo assim. Seria bom pelo menos darmos uma volta vez ou outra. Não mataria ninguém
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