Tears escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 68
Sem Falhas




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Capítulo 68 – Sem falhas.

POV de Bella

Depois que Edward foi embora de casa, eu tomei um banho quente e fui direto para meu quarto. Enterrei a cabeça no travesseiro e chorei até não poder mais, querendo achar uma resposta que pudesse esclarecer minhas inúmeras dúvidas. Ouvi a porta do quarto se abrir, mas não dei atenção.

- Calma, Bella. – Will me abraçou e deitou ao meu lado. – Shii,, vai dar tudo certo.

- Como, Will? – Perguntei enxugando um pouco das lágrimas. – Edward só diz que sabe que sou importante, porque sente isso cada vez que olha na mente da Alice... sou egoísta demais em querer que ele me ame? Que ele saiba que me ama?

- Não, vamos, durma. – Ela afagou meus cabelos. – Durma tranqüila, porque eu sei o que você tem que fazer...

- O que?

- Bem, antes ele acabou adquirindo outro dom com o passar do tempo, quando bebia do seu sangue certo? – Eu assenti. – Então, ele terá que beber do seu sangue de novo.

- Mas aqui é difícil, Will... mais do que nunca, Edward preza essa coisa de ‘vegetariano’.

POV do Edward

Voltei para casa, andando, não correndo. Eu queria pensar em tudo o que Bella havia dito. Eu queria poder ajudá-la de alguma forma, algo dentro do meu silencioso coração, me dizia que eu teria que fazer algum sacrifício para que eu pudesse ser feliz. Quando cheguei á minha casa, todos estavam reunidos na sala, esperando que eu dissesse tudo o que nós havíamos conversado. Carlisle daria o veredicto final.

- E então? – Rosalie perguntou num tom voz quase arrogante.

- Eu... – Alice murmurou. – Sinto que... uma decisão está para ser tomada...

- Eu vou lhes mostrar... – Murmurei pesadamente. – Só então... tirem suas conclusões.

Mostrei a todos eles a conversa que tive com Bella, abri minha mente como eu nunca tinha aberto antes para que minha família pudesse ver exatamente como eu me sentia, como eu via Bella naquela hora. As lembranças de horas atrás, quando ela dizia que todos eram importantes, foi uma das que ficou pairando em minha mente. A outra, foi quando ela disse que sentia falta dos meus abraços.

- Isso é... estranho. – Jazz murmurou. – Me sinto como se ela fosse, de alguma forma, importante para mim.

- Oh... – Alice murmurou, olhando para o nada. – Eu vejo... vejo várias coisas...

- O que vê? – Carlisle perguntou.

- Edward. – Ela sibilou. – Vejo ele beijando-a.

- Aee Brow!!! – Emmett gargalhou.

- Não. – A baixinha falou mais séria. – Você está... você não está somente beijando-a. Tem algo mais. Está nublado...

- Por favor, tente ver... – Pedi.

- Sim, agora está mais claro. – Ela murmurava. – você se alimenta... da Bella.

- O que?!?!? – Perguntei exaltado.

- Isso não deve acontecer. – Meu pai falou. – Procure Alice, procure falhas, tem haver outra saída. Essa visão não pode acontecer.

- Não. Não tem. – Eu via em minha mente, Alice olhava para todos os lados. – Isso vai acontecer.

- Então... olhe mais a frente.

Alice sentou-se no sofá e concentrou-se no futuro. Ela procurava, quase inutilmente, mais a frente do que havia visto. Eu precisava saber. Eu não podia simplesmente deixar uma visão – uma visão que me dava sede – acontecer. Minutos se passavam e eu olhava as visões borradas que Alice via, até que uma, me chamou atenção.

- Ah!! – Ela exclamou. Depois sorriu. – Eu sabia! Sempre tem alguma coisa que me ajuda.

- Alice, você me bloqueou. – Rosnei. – Deixa eu ver...

- Bem, então mostre a eles também! – Ela fez um biquinho.

Revirei os olhos. Me concentrei em ver a única visão mais nítida que ela tinha tido. “Não se preocupe.” Era a voz de Bella. “Você não vai me machucar.” Ela falava. Fiquei imaginando como isso poderia acontecer. Num momento subido, fechei minha mente. Todos me olhavam atônitos, mas eu tinha mesmo chegado a uma conclusão que fosse plausível.

Aquele seria o sacrifício que eu sentia que estava por vir? Seria um sacrifício da minha parte, ou da parte de Bella? Mais perguntas rodavam em minha cabeça, mas algo ainda me dizia – instintos talvez – que aquilo parecia o certo. Mas eu não tinha certeza se podia confiar.

- Isso é interessante. – meu pai murmurou. – está nas suas mãos.

Caí sentado no sofá, empurrando-o levemente para trás. EU não sabia o que fazer, eu não tinha idéia de absolutamente nada que poderia estar por vir. Alice ainda estava sentada, olhando para o nada, tentando olhar o futuro – falhamente.

POV de Bella

O dia seguinte ao que Edward veio aqui, foi melhor e pior. Melhor, porque eu sabia o que eu tinha que fazer – acontecer – para que tudo pudesse entrar novamente no seu devido lugar; e pior, porque isso, seria a coisa mais difícil de se fazer nesta época. Quando me levantei, vi Will na cozinha, ela fazia nosso café. Charlie já havia saído para trabalhar. Tomei um banho rápido e me vesti.

Nós tomamos café silenciosamente, trocamos apenas algumas sílabas de palavras, mas nada que fosse muito extenso. EU estava tentando pensar numa forma, num jeito de fazer a solução de Willow, funcionar para mim. Dirigi quieta até a escola, então, vi Edward parado em seu volvo. Ele veio em minha direção assim que estacionei.

- Bell, vou indo. – Will sorriu. – Nos vemos depois.

- Ok. – Murmurei.

Edward se aproximava, céus, meu coração acelerou e senti meu rosto queimar. (N/A: Para quem viu New Moon no cinema... sabe aquela ceninha básica do começo do filme em que o Edward vai em direção á Bella no inicio do filme, em que todo mundo grita “aooooo”... então... pensei nela *-* babando.)

- Precisamos conversar. Tem que ser agora. – Ele disse num tom sério. – Vamos andar um pouco.

Eu odiava quando ele dizia ‘vamos andar um pouco’, isso não era nada legal, me dava a sensação de dejá vu. Edward foi andando em direção á floresta que ficava um pouco ao norte da escola. Nós subimos e ele foi entrando, onde haviam apenas algumas árvores e um pouco de samambaias rasteiras.

- Diga. – Eu tentei manter um tom uniforme em minha voz.

- Alice teve uma visão...

- O que ela viu? – Perguntei.

- Ela disse que uma decisão ia ser tomada. Logo depois, nos viu, em uma visão. – Meu coração acelerou. Se eu estivesse certa, era algo relacionado ao meu atual problema.

- Pode me... dizer?

- Ela me viu... me... alimentando de você. – Ele disse tão baixo que quase não escutei.

- Ah. – Murmurei.

- Ela disse que não há escapatória, são poucas vezes que ela consegue realmente ver que não tem como evitar uma visão. – Eu sabia bem disso. Não havia chances dessa visão ter uma falha, porque já estava mais que decidido.

-Sim, eu sei disso. – Murmurei. – Isso aconteceu porque Will descobriu algumas coisas...

- Entenda, sabe que posso acabar te matando. – Ele disse com pesar. Aquilo o machucava por dentro.

- Sei. – falei me aproximando dele. – Você não pode me matar.

De repente, eu vi uma cena exatamente igual ao meu – real – passado. Edward correu, aparecendo do outro lado de onde eu estava, voltando para minha frente logo em seguida.

- Como se você pudesse ser mais rápida do que eu... –Ele gritou. Correu e pegou um tronco enorme de um pinheiro qualquer e atirou contra a outra arvore. Ela se partiu e caiu sobre outra. – Como se você pudesse me enfrentar...

- Não sou mais rápida do que você. – Eu andei calmamente até onde ele estava. – Sim, eu posso te enfrentar. –Murmurei erguendo minha mão e esticando meus dedos em direção á árvore partida. Ela levitou, fechei meu punho e estiquei-o em uma direção oposta, atirando a árvore.

- Você pode. – Ele sentou-se numa grande pedra a minha frente. Era alta, alta o suficiente para que eu não pudesse chegar até ele só com um pequeno impulso.

- Não se preocupe. – Murmurei, fechando os olhos, deixando o vento guiar meu corpo. Dei um pequeno impulso e pulei, senti como se aquela brisa me levantasse, me pousando ao lado dele. – Você não vai me machucar. – Sorri.

- Como posso não te machucar... – Ele murmurou. – A visão da Alice vai se concretizar... – Edward fechou os olhos. – É importante para você?

- É, esse é meu momento de egoísmo. É do que preciso para o buraco em meu peito se fechar. – falei pesarosamente.

Coloquei minha mão sobre a mão dele, eu queria sentir a frieza de sua pele, fazendo contraste com o calor que a minha emanava. Edward era a minha droga, como ele havia me dito uma vez., eu era viciada nele e eu precisava que ele se lembrasse de tudo, para que eu fosse feliz. Eu realmente era o egoísmo personificado.


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