Abandono Imprudente escrita por dyingbreed


Capítulo 15
Ligação, recordações, destino e positividade.




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Verônica Maine

Fui no hospital mesmo sabendo que não era grave. O médico que estava de plantão me fez um curativo e me deu uns remédios caso a dor persistisse em me atormentar. Chegando em casa fui recepcionada com a preocupação da Charlotte mas a única coisa que eu consegui fazer foi falar que eu explicaria tudo depois e ir pra cama.

Acordei no outro dia as 5:30 da tarde. Charles fez panquecas de queijo pra mim e pra Charlie. Pegamos seis panquecas e voltamos pro meu quarto. Charlotte me obrigou a contar tudo - desde o que havia acontecido em Coney Island mais cedo até a briga que Nolan começou quando me viu com Declan na beira da praia.

- E o que você vai fazer agora? - Charlie me perguntou séria.

- Não sei. E-eu nunca chego a uma conclusão. - eu olhei pra ela como se perguntasse o que fazer. Ela não me respondeu nada. Só ficou me encarando como se tentasse me consolar. - Charlie?

- Fala.

- Eu juro que vou resolver essa parada.

Ela deu um sorriso de leve e, quando eu fui retribuir, uma onda de dor percorreu o meu corpo e fez minha cabeça latejar. Vi o semblante assustado de Charlie e automaticamente levei minha mão até o machucado - que estava sangrando muito. O resto eu só me lembro em flashes, como se fosse um filme velho.

Charlotte me dando remédio e um apagão. Lembro depois de vê-la com algodões e esparadrapos na mão e então um breu. A última coisa que me lembro é de abrir meus olhos e ver seus olhos verdes me observando atentamente e depois o remédio me fez dormir profundamente.

Acordei no outro dia. Eram quase dez horas da manhã. Charlie estava deitada ao meu lado - provavelmente ficou com medo de que aquilo acontecesse de novo e dormiu ali. Tentei levantar sem acordá-la, peguei meu celular e desci. Charles parecia surpreso de me ver de pé tão cedo mas ignorou seus pensamentos enquanto preparava panquecas doces pra mim.

Aproveitei pra mexer no meu celular enquanto ele preparava a comida. Havia muitas chamadas perdidas. Algumas eram da Charlie na madrugada de sábado pra domingo - com certeza ela estava preocupada comigo-, outras eram do Nolan e do Declan no domingo e uma era de um número que desconheço - mas como a chamada tinha sido agora pouco resolvi retornar.

- Alô - sim, foi uma pergunta.

- Senhorita Maine? - perguntou a voz feminina do outro lado da linha.

- Acho que sim. - amo sarcasmo logo de manhã.

- Tentamos falar com você mais cedo mas não tivemos sorte.

- Sim, Alguns problemas...

- Meu nome é Victorys e eu sou dona da Viclavier e eu...

- Você quer uma entrevista? - interrompi.

- Exatamente. - escutei um riso leve. - E o mais rápido possível.

- Pode ser na minha casa? Porque eu realmente não posso sair. - “não posso, não quero, enfim.” , pensei.

- Posso ir aí com a minha equipe hoje as 8:30 da noite?

- Sim. - respondi depois de pensar um pouco. - E insisto para que fiquem pro jantar.

- Seria um prazer! - Victorys disse animada.

- Então está combinado.

- Até a noite.

- Até. - respondi e desliguei rapidamente.

- Parece que temos convidados pro jantar! - Charles disse empolgado.

- Cuida de tudo pra mim porque eu não faço ideia de como fazer essas coisas.

- Relaxa que eu cuido de tudo. - ele falou me entregando as panquecas com um pouco de mel.

Apenas fiz que sim com a cabeça e comi minhas panquecas. Subi para acordar a Charlie e contar que teríamos companhia pro jantar. Ela pareceu aprovar a ideia mas logo se virou na cama e caiu no sono novamente, o que não era novidade. Decidi que a melhor forma de organizar meus pensamentos era tentar descansar mas a única coisa que eu consegui foi ficar me revirando na cama enquanto tentava pensar no que ela possivelmente iria me perguntar e o que eu iria responder.

Não posso falar nada de errado e muito menos dizer que tenho certeza de que isso foi feito pra me afetar. Os ponteiros do relógio se moviam mais lentamente do que eu queria e eu tentava memorizar todos os acontecimentos pra não fazer merda. A última vez que olhei no relógio ele indicava 2:48 da tarde e então adormeci. Por pouco tempo.

***

Nolan Fall

Na real, eu estou gostando do meu novo emprego. Eu tinha me mudado pra LA pra tentar algo melhor. Foi fácil conseguir o emprego mas, a revista que eu estava trabalhando se mudou para Nova York o que me fez voltar as raízes mesmo que eu não quisesse. O emprego é bom, não tenho do que reclamar. Ajudo com um pouco de tudo. Continuo desenhando mas, agora também tiro fotos e escrevo textos quando é necessário.

Plena segunda feira e eu sou chamado pra comparecer em uma pequena reunião da equipe. Estou rezando pra que essa reunião seja pra anunciar algo de bom. Quando estamos todos reunidos na sala de reunião ela começa a falar:

- Hoje conseguimos algo bom. - “graças a Deus”, penso aliviado. - Conseguimos a tão esperada entrevista sobre aquele caso daqui de Nova York.

- Quem vamos entrevistar sobre o caso? É alguém da família? - o editor pergunta.

- Ele não tinha família. Era solteiro, filho único e os pais morreram. Parentes não são uma alternativa então, vamos entrevistar uma colega de trabalho dele que está acompanhando o caso de perto. Verônica Maine.

Minha respiração parou por um momento. Era a Verônica, a minha Verônica. Como assim? Ela nem falou nada sobre isso, deve ser esse um dos motivos por ela estar sozinha e tão apreensiva na praia. O amigo dela foi brutalmente assassinado - pelo que eu sei - e com certeza o trabalho exigiu que ela visse a cena mesmo que doesse. Deve ter sido traumatizante. Argh!

- Quem vai com você? - perguntei rapidamente.

- Não sei. Alguém se habilita?

- Eu. - respondi prontamente antes que qualquer um tivesse o reflexo de se voluntariar.

- Então você vai. Só você porque não é necessário mais do que uma pessoa pra me ajudar com isso.

Nunca acreditei em destino. Sempre acreditei no espontâneo. Como pode a vida traçar algo pra você que obrigatoriamente deve ser seguido? Não, isso seria muita falta de livre arbítrio. Prefiro acreditar que o que se faz se é retribuído mas, realmente parece que o meu caminho e o da Verônica estão “destinados” a se cruzar de novo e de novo e de novo. Talvez seja apenas sorte da minha parte ou quem sabe - se eu não tivesse feito tantas escolhas erradas - nossos caminhos nunca teriam se separado.

Realmente quero acreditar que este é o universo me dando mais uma chance de concertar os erros que cometi. E que seja mesmo isso porque a falta que eu sinto dela me atormenta mais e mais a cada dia que passa. Eu quero sentir seu corpo ao meu lado na cama quando eu acordo e poder gritar pro mundo que eu tenho alguém especial com quem eu realmente me importo. Eu a amo.

Se destino realmente existe, que seja bom pra nós dois, que ele nos una em alguma parte do caminho. Eu sofro toda vez que a vejo com aquele babaca e preferia morrer a ter que ver os dois se beijando novamente. Eu nunca me perdoaria se ela escolhesse ele ao invés de mim.

- Nolan, tô falando com você! - Victorys chama a minha atenção, me tirando de meus pensamentos.

- Eu não escutei, estava longe, o que você disse?

- Perguntei se você pode hoje as 8:30.

- Posso, claro.

- Vou estar na porta te esperando as 8:30. Dê seu melhor pra chegar na hora!

- Eu vou de moto que é mais rápido até. - cocei a cabeça -  Posso chegar um pouco mais tarde mas nada tão drástico. Calma.

- Depois passa na minha sala pra pegar o endereço! - pensei em falar que eu já sabia o endereço mas isso me obrigaria a dar muitas explicações.

- Sim. - é o mais longe que eu chegaria com essa história.

- Fecho então senhor Fall. - fizemos um toque estranho. As vezes eu acho que a Vic é mais uma grande amiga do que minha patroa.

- Fecho parça.

Espero que tudo dê certo. Já pensou que vexame se nós chegamos lá e ela me vê e bate a porta na nossa cara? Não, não posso pensar assim. Pense hippie: sempre há um lado positivo em cada situação você só tem que descobrir qual é. Positividade. Não combina comigo mas é melhor pensar que tudo vai dar certo do que já ir esperando o pior. Embora seja mais prático manter as expectativas baixas e se surpreender. Tanto faz. Eu vou ver a Verônica hoje.

Um sorriso bobo brota em meu rosto e começo a lembrar dos momentos em que estávamos juntos. Sempre tão linda. Como ela consegue me fazer sentir tão bem sem ao menos estar ao meu lado? Os românticos diriam: você a ama, isso é o que o amor faz. Os poetas recitariam versos que falam do efeito do amor em uma pessoa. Eu? Prefiro acreditar que ela desperta o melhor em mim. Só desejo que ela pense o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Não tive muita criatividade pro titulo mas acho que esse resumiu muito bem o capítulo. Realmente espero que vocês tenham gostado do capitulo. ficou um pouco menor do que eu faço normalmente mas, pfvr, me amem. Love ya all, peace yo ♥



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