Luna acordou na manhã seguinte muito animada. Depois de se arranjar, pegou os seus livros e saiu do salão comunal da Corvinal. Ficou surpresa por encontrar Draco à sua espera.

- Draco? – a garota olhou-o sem conseguir acreditar.

- Bom dia amiga – ele disse com um sorriso nos lábios.

- Bom dia… O que faz aqui?

- Bem, eu pensei que te podia acompanhar até à sua primeira aula…acho que os amigos fazem isso né? – coçou a cabeça um pouco nervoso.

- Sim – ela sorriu. – A minha primeira aula é adivinhação. Vamos?

- Vamos – Ele respondeu e Luna saiu saltitando enquanto Draco ria e tentava acompanhá-la.

(…)

Mais tarde, na aula de Feitiços, Luna estava muito entediada, e so lhe apetecia dormir. Quando estava quase a adormecer em cima da carteira, viu uma luz sair da sua saca e olhou reparando que o seu livro de capa vermelha estava a brilhar. Pegou-o e abriu-o.

“Para quê nos interessa História da Magia? Aff, esta é a aula mais chata de sempre! Que aula está a ter?”

A loira riu baixinho, pegou uma pena e escreveu por baixo na sua caligrafia bonita e elegante.

“Concordo. Mas olha que hoje Feitiços está a ser bem chato também. Estava quase a adormecer.”

“Voce é da Corvinal, Luna. Tem de dar o exemplo. Não pode dormir nas aulas”

“Olha quem fala, sonserino chato”

“Eu não sou da Corvinal, senhorita inteligente”

“Mas você podia ser… é muito inteligente também”

“Obrigada”

Luna fechou o livro sorrindo e ficou o resto da aula pensando em Draco e o quanto ele tinha mudado.

(…)

- O que estavas a fazer na aula? Que livro era aquele? – perguntou Caroline quando a aula acabou.

- Hum…não é nada

- Não me mintas. É um diário?

- Sim, é isso. – Luna disse, afastando-se. Não gostava de mentir à sua melhor amiga, mas sabia que ela nunca iria aceitar a amizade dela com Draco.

(…)

Nessa noite, no salão principal, Luna comia animada o seu pudim, enquanto olhava algumas vezes para a mesa da Sonserina onde estava Draco. Este também estava sempre a olhar para Luna e algumas vezes os seus olhares cruzavam-se e eles sorriam.

- Porque o Malfoy está a sorrir para você? – perguntou Caroline.

- O Dra…quer dizer o Malfoy a sorrir? – riu – Voce viu mal de certeza.

- Tá… - Carol olhou-a desconfiada, mas voltou a sua atenção para o seu prato e recomeçou a comer.

(…)

Depois do banquente, Luna dirigiu-se até à sala precisa, onde Draco a esperava.

- Desculpa o atraso – ela disse.

- Não faz mal…

- A Caroline está desconfiada. Porque não contar que somos amigos?

- O Blásio e a Pansy também… Eu não sei, acho que as pessoas não vão aceitar muito bem…

- Podiamos tentar… Não gosto de esconder coisas à Carol.

- Tudo bem, se é o que quer. Não há mais segredos – Draco deu-lhe um beijo na face e Luna corou violentamente – Agora é melhor irmos, tenho de fazer a ronda.

- Sim, senhor monitor – Luna riu e saiu da sala precisa acenando para Draco.

(…)

Na manhã seguinte, Luna e Caroline vinham a conversar, enquanto saiam do salão comunal da Corvinal, lá fora, encontraram Draco à espera de Luna.

- Malfoy? O que você faz aqui? – pergunto Caroline desconfiada.

- Vim dizer Bom dia à Luna e acompanhá-la até à aula de Herbologia que vamos ter juntos. – disse ele naturalmente.

- O QUE? Como assim? Voces são amigos? – Carol encarava os dois sem conseguir acreditar.

- Sim, somos. – afirmou a loira.

- VOCE ESTÁ LOUCA?! – gritou Caroline.

- Não. O Draco mudou… Ele já não é o mesmo de antes.

- VOCE ESTÁ LOUCA! – repetiu Caroline – ELE TE HUMILHAVA, ELE ZUAVA DE VOCE E VOCES AGORA SÃO AMIGOS? Voce enlouqueceu… - Caroline foi embora chateada e ainda chocada com o que acabara de saber…

- Podia ter sido pior… - afirmou Luna.

- Pois, pelo menos ela não me bateu – ele riu e os dois dirigiram-se até às estufas.

(…)

Nessa tarde, depois das aulas, Caroline passeava perto do lago ainda pensando na nova amizade de Luna e Draco. Ela não conseguia compreender. Como Luna o tinha perdoado? Logo a ele? Um sonserino cruel, malvado, sangue-puro, rico e convencido que se achava o melhor… Ela não percebia…

Continuou caminhando quando reparou em algo. Uma garrafa estava a flutuar na superfície do lago. Ela pegou-a e viu que tinha um mensagem lá dentro.

“Que legal, é como nos filmes trouxas…Uma mensagem numa garrafa” – ela pensou.

Tirou o pequeno pergaminho e os seus olhos abriram-se muito quando reconheceu a letra de Luna.

Começou a ler a mensagem, deixando cair algumas lágrimas ao reparar que a sua amiga se sentia tão só e que tinha saudades da mãe.

Mas ao ler sobre o beijo, o livro misterioso e a amizade secreta de Draco e Luna ela começou a perceber que talvez tivesse sido injusta… Draco parecia fazer a amiga feliz de uma forma estranha. Talvez não fosse assim tão mau que eles fossem amigos… Só não percebia porque Luna não lhe tinha contado. Guardou o pergaminho e voltou para o castelo. Ela tinha de falar com a Luna.