Torre Titã, San Francisco.

No horizonte o sol começa a dar indícios de que ia se pôr. Os céus adotam um tom alaranjado e as ruas começam a se agitar devido às pessoas estarem voltando para a casa de seu trabalho. Tudo estava calmo na torre titã, claro que se você desconsiderar o clima pesado no laboratório.

- Como você se atreve, depois de todo esse tempo sem nem ao menos nos dar alguma noticia, vir até aqui e pedir a nossa ajuda? – Grita Estelar empurrando Asa Noturna até a parede. – Você que vai procurar ajuda em outro lugar nós deixamos de ter alguma relação com você a muito tempo Robin. – A ruiva se afasta e se apoia em uma mesa. Fora criada a sempre expressar suas emoções e por isso não podia negar que estava abalada com o aparecimento de Dick. Ela o amou e fora machucada por ele, mas isso não a fez esquecê-lo.

Asa Noturna suspira e olha para Estelar. Sua face impassível, sem demonstrar nenhuma emoção. Depois de um tempo volta seu olhar para Ciborgue que até então estava calado e com expressão pensativa.

- Primeiro, não sou mais o Robin e você sabe muito bem disso Estelar já que novo Robin está aqui na Torre. Segundo, pode ter certeza que eu não estaria aqui se não estive desesperado. E você está certa Estelar, - Acrescenta ao ouvir a ruiva fazer um som de desdém – Vocês não têm mais nada a ver com meus problemas. Mas esse é um caso diferente.

Estelar sai de seu apoio na mesa e se aproxima novamente zangada.

- Isso é uma besteira. Nada faria com que ajudássemos um traidor...

- Nem mesmo antigos amigos mortos brutalmente Estelar? – Interrompe Asa Noturna. Estelar arregala seus olhos verdes esmeralda e olha fixamente para ele.  – Vocês já devem estar sabendo das mortes não é mesmo? – Continua Asa Noturna.

Estelar engole em seco e olha para Ciborgue que acena com a cabeça.

- Sim Dick, estamos cientes das mortes. E confesso que elas estão me deixando doido. Por mais que eu investigue a cena do crime, não consigo chegar a um culpado. – Ciborgue tristemente senta em uma cadeira, de repente muito cansado. Asa Noturna passa a mão pelos cabelos negros. Sentira muita falta de seus dois amigos, principalmente da Tamarana que estava olhando fixamente para ele agora, mas não podia admitir isso.

- Fiquei sabendo das mortes hoje de manhã pelo Bruce. Como é algo global, a Liga queria resolver o caso. Mas Bruce decidiu que por serem antigos Titãs, cabia a eu resolver já que fui o fundador do grupo.

- Você não vai se...

- Koryander, por favor, deixa o Dick terminar. – Interrompe Ciborgue fazendo Estelar bufar e se sentar. Asa Noturna engole em seco e continua.

- Bruce deduziu que por estar atacando apenas antigos titãs, o culpado deveria ser provavelmente algum antigo inimigo.

- É, eu também havia chegado a essa conclusão, mas nenhuma das mortes leva a qualquer um dos inimigos. – Diz Ciborgue desanimado.

- Verdade Victor. Nenhuma das mortes nos leva a algum culpado. – Asa Noturna coloca pega uma foto de seu cinto e continua. – Nenhuma das mortes a não ser essa. – Diz mostrando a foto a Ciborgue. Estelar, curiosa, se levanta de seu lugar e se aproxima de Asa Noturna para ver a imagem. Seu perfume invade Dick fazendo-o recordar dos vários momentos que passaram juntos.

Ciborgue pega a foto e a examina.

- Esse é Killowat? – Pergunta finalmente.

- Sim. Foi encontrado hoje de manhã. A Liga deve ter chegado antes e por isso você ainda não sabe de sua morte. – Dick passa o dedo pela marca no peito de Killowat e continua. – Ta vendo essa marca? Não consegue reconhecê-la? – Estelar se aproxima mais e da uma olhada na marca. Esta arregala mais uma vez seus olhos e coloca uma mão em seu peito.

- Slade! – Diz ela baixinho. Asa Noturna a olha e concorda com a cabeça. Estelar abana a cabeça e continua, dessa vez mais alto. – Isso é impossível, Slade morreu quando enfrentamos Trigon.

Asa Noturna dá de ombros e apenas diz:

- Bom, mas nós nunca acreditamos realmente em sua morte não é mesmo?

Ciborgue se levanta e vai até as fotos em seu computador.

- A marca é inegável. É o mesmo S do nosso velho amigo Exterminador. Mas as mortes, elas não se parecem em nada com o trabalho do mercenário.

Asa Noturna concorda com a cabeça e diz:

- Também pensei nisso e a única conclusão que eu cheguei é de que ele com certeza não está sozinho. E é por isso que estou aqui. – Ambos, tanto Ciborgue quanto Estelar o encaram. Este pigarreia e continua. – Não consegui derrotá-lo quando antes e sou humilde o suficiente para admitir que provavelmente não teria chance contra ele sozinho, ainda mais se ele tem ajuda. Slade quer vingança por alguma coisa que eu não faço ideia, e eu preciso da ajuda de vocês para descobrir o que é e o derrotá-lo. – Como nem Estelar e nem Ciborgue dizem qualquer coisa, ele continua desconfortável. – Qual é, eu sei que vocês não me perdoaram, a recepção de Estelar já me mostrou isso, mas amigos nossos estão morrendo. Acho que tanto vocês como eu querem que isso acabe.

Ciborgue olha para Estelar e pergunta:

- O que você acha? – Estelar suspira e olha para Asa Noturna.

- Por mais que eu odeie trabalhar junto com você Asa Noturna, sei que você está certo. Os titãs são nossa responsabilidade e Slade também. Iremos encontrá-lo e prendê-lo e depois tudo voltará ao normal. – Asa Noturna dá um meio sorriso fraco e diz:

- Pra mim está ótimo. Bom, me mudo para cá hoje a noite mesmo e...

- Peraí, como assim se mudar para cá? – Interrompe Estelar olhando sem entender. Asa Noturna ri, como havia sentido falta daquele olhar.

- Bem, Killowat foi encontrado morto aqui em San Francisco, isso indica que Slade está por aqui. Acho que é muito mais sensato eu ficar aqui do que voltar a Gotham City não é mesmo? – Antes que Estelar dissesse qualquer coisa, Asa Noturna vai até a janela e pula em uma espécie de planador preto. Vira-se para Estelar e Ciborgue e diz:

- Até mais tarde pessoal.

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- E esse é o jardim de nossa querida princesa Tamariana. Jamais arranque qualquer tipo de planta desse local se quiser ter suas duas mãos. – Diz Mutano para Cassie que agora estão fazendo um tour pelo exterior da torre. – Estelar é doida por essas plantas, então já sabe né...

- Ok, entendi. Apenas olhar, sem tocar. – Diz a garota rindo.

- Essa aprende bem as coisas. Pena que Bart não é assim. Sorte dele que pode ser mais rápido do que a luz... – Ele se interrompe ao escutar algo. – Escutou isso? – Pergunta para a loira.

Esta acena com a cabeça e diz:

- Sim, parecia barulho de algo caindo no chão. – Cassie, assustada, começa a olhar em volta. Ao avistar algo negro no chão ao longe, agarra fortemente o braço de Mutano e diz:

- Mutano, ali. – E aponta para a mancha. Mutano, ainda com Cassie agarrada a ele, vai silenciosamente até o local. Quando faltava pouco para chegar perto, nota que se tratava de uma pessoa, uma pessoa que parecia estar inconsciente. Por isso apressa seus passos.

Ao se aproximar, Cassie vai até a pessoa e retira a capa que cobria o rosto. Cassie suspira aliviada ao ver que a pessoa, uma mulher, estava respirando. Mutano, ao ver a pequena joia vermelha no centro da testa da mulher, fica paralisado.

- Está viva, mas acho que está muito ferida. O que a gente faz Mutano. – Pergunta Cassie. Como não ouviu nenhuma resposta ela o olha. O rosto do mentor estava aterrorizado. Preocupada, Cassie se levanta e pergunta:

- Mutano? Esta me ouvindo? Tá tudo bem? – Mutano se abaixa e olhando para a garota de capuz sussurra.

- Não pode ser, isso é impossível. – Cassie confusa pergunta:

- O que é impossível Mutano? Conhece essa mulher?

Mutano acena com a cabeça e diz emocionado:

- Sim Cassie. Eu a conheço. Essa mulher, essa mulher é a Ravena. Ravena está viva!