Darkness In My Life escrita por Luiza Payne


Capítulo 7
Capítulo 7




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Olivia

Eu estava no corredor escuro novamente, ao me recordar da lembrança soltei um grito.

Vi mãos pálidas passarem pelo meu rosto ate tamparem minha boca, geladas como a de um morto.

- você não tem pra quem pedir socorro – uma voz disse baixinho, próximo ao meu ouvido, seu halito gelado bateu no meu pescoço.

Acordei em um pulo, minha respiração estava rápida, pus a mão no meu peito e senti meu coração dando batidas rápidas como a de um beija-flor, passei a mão no meu cabelo e o senti molhado.

Tento lembrar a mim mesma que só foi um sonho.

Sinto lagrimas descendo em meu rosto quente e as limpo com as costas da mão.

Encosto na parede ao lado da cama e suspiro fundo tentando acalmar minha pulsação.

Porque estou tendo esses sonhos?

Daniel

Tento assimilar o que acabei de ouvir

- ta, eu... – começo a dizer mas em menos de um segundo Alicia esta na minha frente tapando minha boca com sua mão, sinto o cheiro de seu perfume enjoativo.

- não quero que responda agora – ela diz e abaixa a mão – não vamos cometer o erro de você me trocar por outra garota esta bem?

- por quem eu trocaria, Alicia? – cuspo as palavras – você matou a única garota que eu amei

- e também vamos esperar você entender que eu quero um namorado gentil e doce – ela abriu um sorrisinho – você tem 7 dias para pensar, quando tiver se decidido escreva meu nome nesse papel – ela ergueu o mesmo papel bege que eu havia amassado, mas agora não tinha nenhuma palavra escrita, e o pôs em minhas mãos, senti sua pele quente – não vou aceitar respostas apressadas portanto não tente me chamar antes do período ter acabado, ok? – ela piscou um dos olhos para mim – ate la – ela fez um biquinho e desapareceu, deixando uma fumaça rosa e o cheiro do seu perfume enjoativo para trás.

Balancei as mãos tentando afastar o cheiro mas parecia que ele não iria embora tão cedo então desci as escadas e abri a porta, a noite estava fria.

Olivia

Me sentei nas pedrinhas a frente do lago e olhei para a lua, senti o ar frio da madrugada tocar em meu corpo e puxei o edredom mais para perto, pensei no que Sarah diria se soubesse que eu trouxe o edredom que ela havia acabado de lavar para tomar um ar.

Tentei me lembrar dos números que estavam em azul no relógio digital da sala, eram 3 e alguma coisa quando sai de casa.

‘’para com isso Olivia, você veio aqui para relaxar, Sarah vai entender’’ lembrei a mim mesma.

Voltei a olhar para a lua, ela estava redonda e bem brilhante.

Fechei os olhos e senti o ar ficando mais frio, me apertei mais ao edredom.

Senti um olhar frio acertar meu pescoço, abri os olhos e olhei para trás devagar.

Uma figura pálida com calça jeans escura e jaqueta varsity azul e branca estava parada a um metro de mim.

- oi – eu disse e dei um sorrisinho

- oi, posso? – Daniel apontou para o meu lado direito

- ah, claro - assenti e fiquei olhando enquanto ele se movia e se sentava ao meu lado – toma, esta frio – estendi uma das pontas do edredom para ele, ele ficou olhando para minha mão por alguns segundos e depois para mim, então pegou o edredom, nossas mãos se tocaram.

- obrigado – ele cobriu as pernas com o edredom.

Olhei para sua mão por alguns segundos, pálidas e frias como a de um morto, me lembrei das mãos do meu sonho e senti meu coração acelerando.

- você esta bem? – a voz de Daniel me tirou dos meus pensamentos, ele me olhava com uma certa preocupação

- sim, sim eu... eu só estava pensando... – olhei para a lua – e você? – olhei para seu rosto perfeito, ele observava a lua.

- o que? – ele olhou para mim confuso

- você esta bem? – dei um pequeno sorriso

- ah, sim... – ele olhou para o chão e sorriu – é, nada que não seja normal pra mim... você não deveria estar dormindo? – seus olhos azuis acinzentados me encararam

- é, deveria... mas tive um sonho ruim e não consegui voltar a dormir – umedeci os lábios – e você não deveria estar dormindo? – encarei seus perfeitos olhos, vi seus lábios se curvarem em um sorriso.

- é, deveria – eu sorri – mas aconteceu uma coisa, e eu espero mesmo que tenha sido um sonho – ele mordeu o lábio inferior, prendi a respiração – e, sabe, esse lugar me faz relaxar.

- é, a mim também – olhei para baixo, tinha algumas pedrinhas em cima do edredom, eu queria perguntar o que havia ocorrido com ele mas senti que era melhor não.

Me encolhi no edredom e meu joelho tocou no de Daniel, frio, independente das roupas, olhei para ele com a boca entreaberta.

- você é tão frio – ele me olhou e balançou a cabeça

- é, acho que é de família – senti que ele não estava seguro na resposta, ele desviou do meu olhar.

Lentamente, eu ergui minha mão esquerda e toquei em sua bochecha, o obrigando a olhar para mim.

Sua pele era macia como seda, mas gelada como granito.

Seus olhos penetrantes não pareciam querer desviar dos meus.

Como alguém como ele pode ser tão perigoso quanto mostrava meu sonho?

Me lembrei dele no corredor, com sangue em volta da boca e meu polegar escorregou ate sua boca, contornando seu lábio inferior.

Olhei novamente para seus olhos nebulosos.

Me aproximei um pouco mais de Daniel.

Ele então tocou na minha mão esquerda e a afastou de seu rosto

- ta na hora – ele disse suavemente, me tirando do encanto que seu rosto perfeito fez em mim.

- o que... – consegui dizer.

Daniel virou o rosto para o céu e então eu percebi.

O céu mudava de cor lentamente.

Do preto a um rosa alaranjado.

A lua sumia, dando lugar a um lindo sol.

- é lindo – disse ainda olhando para o céu, senti os olhos de Daniel olhando para mim e me virei para ele, ele sorria timidamente.

- acho melhor você voltar, seus pais vão acordar daqui a pouco – Daniel tapava o rosto com a mão, ela estava um pouco rosa.

- ah.. – coloquei o cabelo para trás da orelha – na verdade faz mais de 10 anos que eu não vejo meus pais, moro com a minha tia.

- a... desculpe tocar nesse assunto

- não, esta tudo bem, eu já superei isso – sorri para ele e ele retribuiu – mas você tem razão, é melhor eu voltar – me levantei – com licença – puxei o edredom e o arrumei entre meus braços, a parte usada por Daniel estava fria.

Daniel se levantou e bateu em sua calça para tirar as pedrinhas que ficaram grudadas

- ate outra hora – acenei para ele e segui a trilha de volta para casa

Daniel

Olhei para minha mão e vi que ela estava queimada.

Bosta

Corri para entre as arvores.

Minha mão ardia e queimava muito.

Lembrei de que quem me proporcionou essa dor agora me quer de novo, senti meus caninos se expandindo.

Será que eu quero mesmo que ela me tenha assim, como um troféu após fazer o que fez?

Tenho que pensar bem na resposta que irei dar a ela.


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