Em um dia ensolarado com uma ventania leve e fresca, num campo grande e com quadras esportivas, muitas garotas vão se exercitando em Educação Física, mantendo o físico aperfeiçoado e saudável, vendo que aquele lugar é uma escola. A Academia Kuoh.

Lá, sentado no gramado [em terra inclinada], está um jovem de cabelos loiros e olhos rubros, Akurosu Isao, do segundo ano no ensino médio, apenas observando a vista, mas com uma expressão não emotiva, como se estivesse prestando atenção somente em sua mente.

–-EEEEIIII!!! ISAOOOOO!!! –gritava uma voz masculina.

Quando Isao foi ver, ele viu os seus dois “amigos”.

O que gritou se chamava Motohama, um “nerd” de óculos. Outro se chamava Matsuda, um rapaz de cabeça raspada.

Isao só os avistou e depois isolou novamente seu campo de presença.

–-Isao! –Matsuda falava. –Qual é a sua, cara?! Por que todo esse desânimo?

–-... –Isao ignora a pergunta.

–-Cara... Eu soube que você tem sorte com as garotas, por causa desse seu jeito misterioso... –Motohama.

–-Na verdade, algumas... Mas são, assim, bonitas!! Embora essa escola só tem beldades... –Matsuda calcula a sua fala. –Mas é o suficiente para você ser um rival daquele bishounen cretino... Como eu o odeio...! –disse com ironia.

–-... E eu com isso? –responde Isao.

–-“E EU COM ISSO” VOCÊ DISSE?! –exclama Motohama. –Você até declara que gosta de garotas com appeal mais maduro! Assim você só atrai garotas com busto de 80 para cima!!!

–-O QUÊ?! –exclama Matsuda em seguida. –Que sortudo... Bem que eu tinha desconfiado de você recusar friamente uma aluna da 8ª Série...

Enquanto os outros ficavam discutindo sobre as garotas [de comentários pervertidos], Isao somente pensava: “Eu nem sequer tenho tempo para isso... Infelizmente...”

–-Então venha conosco! –falava Matsuda enquanto arrastava Isao pelo colarinho.

–-Ei! Para onde vocês estão me levando?! –Isao protestava.

–-Para um lugar que você possa se acostumar com as garotas! –respondeu Matsuda, seguindo uma risada pervertida.

E os três chegaram numa área “privada”, onde não tem mais algo do que uma janela com a vista de um vestiário subterrâneo. E era um vestiário feminino.

Ao chegarem perto da janela, a “Dupla Pervertida” ficou esfregando e abusando a vista, assistindo às garotas a trocarem/tirarem a roupa, deixando todos expostos os seus corpos.

–-É o paraíso... –afirma Motohama. –As medidas de bustos são de 70 para 83!!!

–-Ih! Tem também as do primeiro ano! Caramba, elas são tão fofas que eu quero assediá-las!!! –falava Matsuda com um tom pervertido.

–-Isso é perda de tempo... –reclamava Isao, apoiando as costas na parede e preparando-se para se retirar do local, até que foi agarrado pelo colarinho novamente.

–-Ah não, você não vai! Vai se acostumando!! –Matsuda protestava.

A Dupla Pervertida ficava forçando Isao a espiar o vestiário das meninas, até jogando o peso em cima do loiro de olhos rubros, enquanto o mesmo tentava reagir pelo ataque surpresa dos dois.

Eles fizeram um pouco de barulho, mas o suficiente para alertar as meninas de dentro e viram os três espiando, e se viram que algumas delas estavam nuas.

–-AAAAHHH!! –exclamou uma delas. –AQUELES PERVERTIDOS OUTRA VEZ!!!!

Isso alertou a Dupla e ficaram apavorados, resultando numa fuga atrapalhada, enquanto Isao, com a cara enfiada no gramado, ele se levanta um pouco e se limpa com a manga longa do uniforme escolar. Depois de se limpar, os seus olhos rubros se revelam.

–-Ei!!! –exclamou outra. –Aquele ali não é o Akurosu-kun?

–-É ele!!! –mais uma falava. –Então ele decidiu nos espionar?!

–-Isao-kun? Mas...

Quando Isao percebeu que foi detectado, ele logo foge de lá. No entanto, ele decidiu fazer uma pausa e respira um pouco.

–-Eu não vou tolerar essa besteira diária... –ele pensou.

Esperando, ele viu as garotas com uniforme de educação física chegando. Elas parecem um pouco chateadas.

–-Você tem mesmo coragem de ficar esperando. O que foi, quer tanto apanhar? –disse uma delas.

–-Espere!! –disse uma jovem de cabelos pretos. –Não é melhor que ele pelo menos se defenda?

–-Eh?! E você defende pervertidos, Yoko-san? –disse outra garota aleatória.

–-Eu... Eu apenas defendo ele... E eu não acho que ele seja um... Mas...

–-Pois é! Isso faz dele um deles!!

–-E é por isso que vocês são um bando de idiotas que não utilizem lógica. –Isao as maltrata.

–-COMO É QUE É?!

–-Pois pensem bem. Estavam também o Duo Pervertido, correto? Agora meçam o meu comportamento ao longo deste tempo. A lógica deve fluir nessas suas conclusões frenéticas. –ele continua. –Eu entendo que vocês sofrem constantemente esses abusos, mas eu nunca quero me envolver com eles, vocês, ninguém.

Todas ficaram em silêncio...

–-Mas... Akurosu-kun... –disse Yoko, com pena.

–-E vocês sabem muito bem que eu sou muito zangado, então vê se não me acusem de besteiras como essas. –ele soca seus punhos. –Carpe diem*.

Ele se vira e anda tranquilo.

...

Depois de o sino tocar, todos vão para casa. Isao estava carregando não só a sua pasta com os materiais, mas também uma mochila de viagens muito grande.

A Dupla Pervertida se uniu novamente com Isao, machucados...

–-Caramba, que dor... –Matsuda resmungava. –Você teve sorte porque é do tipo que toda garota queria!!

–-Não fui eu quem decidiu espiar aquele vestuário. –Isao protestava quietamente.

–-Isao! Você precisa arranjar uma namorada! Está parecendo que é um caso perdido! –Motohama reclamava. –Precisa aproveitar esses dois últimos anos para conseguir ter a sua primeira experiência sexual!!! –falava agora com muita vigor de pervertido.

–-... Primeira experiência sexual...? –Isao ficou com uma expressão mais séria, e acaba ignorando a pergunta e acelera os passos.

A Dupla parou e somente vigiavam Isao ir embora.

–-O que deu nele? –Motohama.

–-Parece que ele ficou irritado do nada... –Matsuda. –O que será que aconteceu? Ele lembrou de alguma coisa constrangedora?

Isao está parado numa ponte, apoiando os braços e observando poucos carros passando. A expressão mudou de séria para triste.

–-... –ele cobre a parte direita da sua face com a mão. –Se bem que eu estou perdido mesmo... E nem tenho motivos para ficar com alguém...

–-Ei... –falou uma voz feminina.

Isao percebeu e avistou uma linda garota de cabelos pretos e longos, seios grandes e com um uniforme escolar diferente da Academia Kuoh.

–-Por acaso você é... Akurosu Isao? –ela continuava com uma voz muito tímida.

–-... Sim... E você? –respondeu Isao.

–-Eu... –ela tomou fôlego. –Meu nome é Amano Yuma!! Eu sempre te vejo passando por aqui e... Eu acabei me apaixonando por você! –ela reverencia. –Por favor! Quero ser sua namorada!!

Isao ficou sem palavras. Mas com a expressão de chocado, parece que ele quer recusar o pedido. No entanto, o rosto de Yuma parece ser de extrema sinceridade, deixando-o com uma expressão de um pouco decidido.

–-... Vou pensar no caso amanhã... –ele anda para a direção de Yuma. –Afinal, eu não tenho muito tempo nem sequer para namorar... –ele cruza caminhos com a estudante com uma expressão vazia. –Boa noite...

E quando ele olhou para trás, ele viu que a expressão da Yuma era de desespero. Isao nem sequer falou alguma coisa e já ignora tudo ao seu redor, apenas refletindo sobre a sua vida.

...

O sol se pôs completamente, e são 19hs.

Isao secretamente entrou num casarão, muito grande, suficiente para hospedar mais 19 pessoas. Quando ele abriu a porta principal, viu um completo vazio na recepção e na sala de espera.

Ele tranca a porta. Ele vai até o saguão, um andar subterrâneo. E ali estava uma imensa sala, metade da capacidade do casarão. Parece ser um ginásio/academia particular, onde se exercita o corpo e habilidades de artes marciais.

Isao remove seu uniforme da Academia Kuoh, somente ficando de calça, deixando todo exposto o seu vigor físico e um pouco rígido, devido à sua idade e tamanho.

Ele desfere golpes em um dos manequins articulados, e cada vez que desfere um golpe, o manequim tentava desferir um contra-ataque, mas que Isao, como sua mente é bem afiada, consegue bloquear e revidar todos os golpes do boneco. Ele fez isso por uma hora, e, quando terminou sua sessão, viu algumas marcas de golpes nos seus braços.

–-... Tenho que aperfeiçoar cada vez mais o meu corpo... –ele disse.

Depois, ele volta para o terraço e sobe para o primeiro andar. Ele foi diretamente para o banheiro e remove o restante da sua vestimenta e soltou o elástico que prendia seu longo cabelo loiro. Ele foi tomar um banho e, como sempre no dia a dia dele, sempre refletia sobre o seu passado.

–-... Preciso ficar mais forte... Acabar com todo o mal... Eu estou sozinho a partir em diante...

...

Na manhã seguinte, Isao está andando até à ponte, e quando avistou a ponte, também avistou a morena bonita. Isao inspirou fundo, e com uma expressão de confiança.

–-Bom dia... –disse ele.

–-Bom... Bom dia! –disse Yuma, com uma expressão feliz. –Bem... –agora com uma expressão tímida.

–-... Eu aceito... –ele disse com uma expressão calma. –Mas antes de tudo, eu quero me habituar com você. Só nos encontramos uma vez.

–-Ah... Bom... É verdade... –ela olha para baixo e mexia um pouco as pernas.

–-Vamos andar juntos um pouco...

Após esse diálogo, Yuma ficou extremamente feliz e teve o prazer de ficar ao lado direito do Isao. Eles andavam juntos, até que encontraram com a Dupla Pervertida. Por primeiro, eles saudaram com um bom dia, mas quando viram que ele estava junto com a linda garota, eles logo se espantaram com a repentina mudança de “rotina diária”.

–-Desde... Desde quando?! –falou Matsuda com espanto.

–-Ontem na ponte onde sempre passo, durante o pôr-do-sol. –falou Isao, com calma.

–-Nossa...! –exclamou Motohama. –Foi do nada isso...

Então a Dupla fez uma barreira de costas para Isao e Yuma e ficaram sussurrando. Eles ficaram com as faces normalizadas.

–-Bem... –Matsuda. –Parabéns! –deu um sorriso. –Pelo menos você já vai ter uma parceira para fazer- --é interrompido pelo Motohama.

–-Hehe! Não liga para ele! –Motohama.

–-É aqui que vamos nos separar? –disse Isao para Yuma.

–-Infelizmente, sim... –ela falou com um tom triste.

–-Então? Na ponte depois da aula? –Isao.

–-Sim! –Yuma, com entusiasmo.

Então, eles partiram de caminhos.

...

–-Ei! –Isao. –Onde vocês estão me levando?

–-Bem, é que nós estávamos querendo lhe mostrar uma pessoa... –Motohama.

–-E você ia gostar com certeza que você terá vontade de assediá-la, até mesmo que ela durma! –Matsuda.

A Dupla Pervertida foi arrastando Isao para uma área escolar que o loiro desconhece.
Eles pararam logo ao lado da entrada de um domicílio. Parece ser abandonado, pois muitos não passam por lá.

–-Mas que lugar é este? –pergunta Isao.

–-Aqui é onde fica um grupo estudantil, o Clube de Ocultismo. Espere até que a Rias aparece pela janela... –Motohama.

–-Rias? –Isao.

E, de repente, uma bela ruiva de olhos azuis aparece da janela, apreciando a vista ao ar livre

–-Aquela! Pena que você agora já tem a sua garota... –Matsuda.

–-... –Isao, quieto e observando Rias.

Quando Rias percebeu a presença dos três rapazes, ela só focava o seu olhar ao Isao. Ela ficou um pouco encantada com os olhos rubros do loiro, e mostrou um bom sorriso a ele.

–-Bonita, não? E o busto dela é de 90! –Motohama, com um ar de perversão.

Mas, quando Isao conseguiu analisar por completo os aspectos de Rias, ele logo teve expressão de desaprovação e se retira do local.

–-Ei! O que houve?! –Matsuda, preocupado.

–-Não gosto de vermelho. –Isao.

–-Vermelho? –Motohama. –Mas me diz! –seguindo Isao. –Pelo menos você ficou excitado com os peitões dela, não?

–-Cale-se. –Isao, com um tom frio.

Então a Dupla Pervertida ficou paralisada, pois é a primeira vez que viram o Isao com aquela expressão “demoníaca”.

Mais tarde, na sala de aula, Isao somente ficou apoiando sua cabeça em cima da sua mão direita, sem ânimo para escrever um exercício. Somente apresenta uma expressão vazia.

No intervalo...

Isao andava através os corredores da escola, distraído. Mas, no caminho, uma bela garota de olhos brancos e cabelos longos da mesma cor estava de pé, e parece esperar pelo loiro. Ela fazia gestos tímidos e corando sem parar.

O garoto percebeu e parou por um momento, mas ainda com a expressão vazia.

–-... Shirosaki? –ele disse.

–-Uh... –a garota alisava as próprias mãos. –É... É verdade mesmo?

–-... E o que seria? –Isao já faz ideia o que é, mas pretende se fazer de ‘sabe-nada’.

–-... É verdade que agora você tem uma namorada?

–-... Talvez sim, talvez não. –ele passa pela garota. –Na vida real não se faz uma namorada num dia apenas. Isso é só para perdedores que glorificam Eroge**. Como aqueles atrás de você.

A garota se virou e percebeu o Duo Pervertido tentando espiar as saias das garotas, despercebidos. Mas fracassou e apanharam mais.

A de cabelos brancos começou a ficar um pouco deprimida, mas mesmo assim, resolve ir atrás do garoto para saciar sua curiosidade, mas é cercada por rapazes com atitudes de malandros.

“Ei, ei, Shiroko-chan! Não ouviu o garoto? Ele agora está numa relação.” Disse um deles.

“Isso mesmo. Isso quer dizer que ele estava pouco se fodendo para você.”

–-M-Mas...!! –disse Shiroko, sentindo-se ameaçada.

“Vamos lá, por que não sai conosco?”

Os malandros começaram a judiar a garota de cabelos brancos, agarrando o braço dela. Ela fez um grito e aplicou um tapa no agressor.

“... Sua vadia...”

Quando o agressor estava prestes a esmurra-la, ele foi impedido com seu punho segurado pelo Isao.

“Mas o- Seu gaijin*** de merda!!”

–-Eu vou lhe dizer duas coisas. –Isao, aparentemente irritado. –Primeiro, um cavalheiro sempre respeita o bem-estar das donzelas, mesmo eu não querendo ficar perto delas, eu não as deixo chorando. E segundo... –ele pressiona o pulso do agressor. –Eu sou metade japonês, seu senhor olhos puxados [embora somente personagens importantes tem olhos enormes como os meus]!!

Isao levanta a perna e aplica um chute contra a perna do agressor, fazendo-o cair no chão de costas enquanto segura no pulso do mesmo. O agressor agoniza de dor nas costas devido ao impacto.

Os outros se preparavam para uma briga, mas viram o loiro tomando pose de arte marcial.

“Ah, merda... Eu não quero apanhar de novo!!”

“Nem eu! O cara aprendeu o quê? Judô?”

–-Eu aprendi Taekwondo. Arte marcial coreana. –disse o loiro. –Pois é, sou meio japonês, mas isso não significa que sou coreano, seus babacas.

“Nós nos lembraremos disso!!”

Os garotos fogem.

O loiro parou com a posição de luta e observou Shiroko.

–-Tch!! –virou-se para a direção para onde estava indo.

–-Isao-kun...! –disse Shiroko. –O-Obrigada... Você me salvou outra vez...

O garoto parou, mas decidiu não virar para trás.

–-Você deve parar de ser a vítima. Um dia eu posso não estar te ajudando, e você terá de se virar. –ele volta a andar. –Minha vida se consiste nisso.

...

De volta à ponte...

Isao e Yuma estavam conversando. Yuma rindo muito, mas Isao continua com a mesma expressão séria.

–-Isao-kun... –Yuma fala com um tom de preocupação. –Por que você não sorria?

–-... –ele olha ao pôr-do-sol. –Digamos que... Eu perdi a felicidade há muito tempo. –os olhos dele começaram a brilhar como rubis ao ver a luz do sol, agora fraca.

–-Ah... Sinto muito... –ela sente como se fosse culpada. –Mas não se preocupe! Eu quero aplicar um sorriso bem melhor do que antes! –agora com uma expressão de ânimo. –E por falar em ânimo, amanhã será domingo! Que tal um encontro?

–-Um encontro?

–-Sim! Não é isso que os namorados fazem? –de repente ela cora e junta às pontas dos dedos. –Digo... Nós devíamos fazer isso...

–-... Certo... –ele se prepara de saída. –Amanhã, às nove horas, na praça do shopping. –ele se retira.

Yuma ficou sem palavras de tanta seriedade e ousadia do garoto falar tudo isso sem pensar nos sentimentos. Ela apenas o observava, preocupada.

...

Na manhã seguinte, estava na praça, Isao de roupas casuais, uma calça marrom que vai até os tornozelos, jaqueta azul escura com as mangas que vão até o cotovelo, uma camiseta branca cujas mangas vão até os pulsos e tênis pretos. Estava uma movimentação muito calma, pois é uma pequena cidade. Ele deve estar esperando a Yuma.

–-Eu já disse a ela para vir aqui às nove horas... –ele olha no seu celular.

De repente, ele se depara com uma moça vestida de empregada doméstica e entregou a Isao um panfleto com uma espécie de círculo mágico dizendo “Todos os seus desejos serão realizados”.

–-... Meu único desejo seria...

Ele pensou em alguns segundos e guardou o panfleto na jaqueta.

–-Desculpe o atraso! –a voz da Yuma.

Yuma chegou com uma blusa branca que mostra um pouco os seus peitos, ainda que ela esteja vestindo uma saia vermelha e curta que vai até a metade das coxas. Isao ficou irritado ao ver a cor vermelha mais uma vez e imediatamente desviou o seu olhar.

–-Qual... Qual o problema? –Yuma.

–-Está atrasada. –Isao, ainda com cara de irritado.

–-Desculpe! –disse ela, com uma expressão de culpada. –Então, vamos nos divertir? –ela então deu um sorriso para animar.

Ainda com aquela expressão, mesmo assim os dois foram se divertir no shopping.
Eles foram primeiro para uma espécie de galeria de tiros ao alvo e só podiam usar dardos. Yuma nem sequer acertou um alvo e sobravam apenas quatro deles. E ela deve acertar os quatro para ganhar uma pulseira rosa.

–-Eu não consigo...! –ela choramingava.

–- Deixa comigo. –Isao suspirava.

Isao agora vai usar os dardos de uma maneira diferente que Yuma fez, desta vez agarrando-os entre os dedos. E num vulto, ele sacudiu o seu braço direito e acertou todos os alvos com um único movimento. Assim ele ganha a pulseira para a Yuma. Assim ela ficou tão contente que, mudando a expressão de frio do Isao, agora mudou para preocupado.

Eles foram também para outras atrações, como outro tirou ao alvo, desta vez usando um rifle, e novamente Isao teve de ganhar para a Yuma. Só que aqueles rifles pareciam muito simples para ele que acabou usando apenas o braço esquerdo para acertar os alvos.

Eles fizeram uma pausa numa cantina. Ambos estão tomando seus sundaes. Yuma parecia muito feliz, e Isao, preocupado mais do que nunca...

–-Ah, Isao-kun! –Yuma, com muita felicidade. –Esse vai ser marcado como o nosso melhor encontro!

–- Ahn?! –ele não ficou prestando atenção. –Er... Sim. –olha para o sundae.

–-“Sim”? –ela ficou ajeitando a blusa. –Você ficou olhando para os meus peitos, não? –um pouco envergonhada. –Seu tarado. –faz biquinho.

–-Huh?! –corou violentamente. –N-Não!! Eu não estava olhado! Só estou pensando! –olha fixamente para os olhos da Yuma.

Depois, Yuma deu risos gentis, fazendo-o ter uma cara de bobo.

–-Eu acredito em você! –depois um sorriso gentil.

A última frase da Yuma formou ecos na mente do Isao, fazendo com que ele volte a ficar triste. Ele começou a comer o seu sundae, sem palavra alguma.

...

Passara-se muito tempo. O sol estava prestes a se despedir da cidade. Yuma e Isao estavam na frente da fonte da praça em frente ao shopping. Yuma ficou na frente do Isao.

–-Eu me diverti tanto hoje... –Yuma.

–-Divertiu-se? Que bom. –ainda com sua expressão neutra.

–-Sim. –ela também acena. –E eu quero lhe pedir uma coisa para completar este dia...

–-E o que seria? –ele fala, suspirando. –Pode falar, porque eu preciso ir para casa agora. Afinal, eu moro sozinho.

–-Desculpe, mas não vai demorar.

–-Então... Pode falar.

Agora que o sol já foi embora...

“Você pode morrer pelas minhas mãos?”

–-?! –Isao ficou surpreso. –O que disse?! Eu ouvi direito?!

Yuma foi até Isao e sussurrou no ouvido dele as mesmas palavras... Isao ficou meio espantado e se afasta dela.

–-Ei... Isso é uma piada, não? Pois eu não estou gostando! –ele segura o seu braço esquerdo.

–-Não é uma piada...

De repente, asas negras surgem nas costas da Yuma. Isao ficou horrorizado ao ver a garota que estava interessada nele se transformar naquilo.

–-Quem... Quem é você?! O que é você?! –aponta o braço esquerdo contra Yuma.

Ela ficou se aproximando do Isao, ignorando as suas palavras. Ele fez com que, da mão, fizesse algum barulho bem alto. Mas Yuma pôde se esquivar numa velocidade rápida e acabou acertando a fonte da praça.

–-!!! –mais desesperado. –Que porra é essa?!

Desta vez, ele rasgou as duas mangas e revelou que está usando dois braceletes com mecanismos de disparo e de facas.

Com a ânsia o dominando, ele tentou disparar cegamente Yuma em qualquer parte do corpo dela, mas acabou errando todos os disparos. E mesmo assim, antes de acabar toda a munição, Yuma conjura uma lança roxa e foi atrás dele. Isao acabou gastando suas últimas balas, e Yuma pôde se defender utilizando a lança.

Com uma tentativa de estocar o loiro, Yuma tentou desferir um golpe contra o garoto. Isao pôde desviar, mas por pouco. Ele tentou se defender com seus braceletes, desviando a trajetória do golpe, mas no processo, os revólveres foram danificados.

–-Argh!! –Isao estava assustado. –Que força é essa?!

O próximo movimento do loiro, agora jogando os cabelos para fora da jaqueta, agarrou algo em baixo da jaqueta e jogou destas facas contra a garota das asas negras. E o resultado o pressionou bastante, todas as facas foram ricocheteadas ou quebradas na hora do impacto com a lança da inimiga.

–-Não está dando certo?! Maldita...! –ficou frustrado. –Não tenho escolha.

Ele arranca mais um objeto debaixo de sua jaqueta e desta vez foi uma esfera cinza. Ele jogou em direção da Yuma e criou uma cortina de fumaça. Yuma deve não estar vendo os passos do Isao, e, para aproveitar dessa vantagem, o loiro foi parar logo em frente da garota e balançou diagonalmente seus braços, formando um “X”.

Quando a fumaça desapareceu, ele apenas viu que somente danificou o vestido, deixando os seios completamente visíveis, e viu que as suas lâminas foram destruídas. Isao ficou apavorado.

–-Só isso que você tem? –ela falou.

–-Ghhh!!

Sem mais opções, ele tentou desferir um soco nela, mas acabou sendo facilmente impedido pela Yuma segurando seu braço.

–-Só um humano... Que pena. –Yuma disse, lambendo os lábios.

Ele recebeu uma joelhada na barriga e ficou fora de ação. E de joelhos, o anjo negro o chutou e o fez deitá-lo de barriga para cima, agonizado pela dor. E para piorar a situação, o anjo negro estocou no ombro esquerdo do garoto, prevenindo-o de escapar.

–-!!! –Isao, agonizado. –N... Não...!

E aproveitando este momento, “Yuma” senta em cima do quadril dele, e ainda que tirasse a vestimenta destruída pelas lâminas de Isao, para que, intencionalmente, fizesse-o admirá-los.

–-Está me vendo? –diz ela, com muita malícia. –É mesmo um desperdício... Um garoto tão bonito como você ter que morrer... Mas não se preocupe. Vou lhe dar algo que vai compensar a sua morte. –em diante, um sussurro pervertido.

–-Isso...! Isso não...! –o loiro falava enquanto vomita sangue.

–-Se você quer culpar a alguém por sua morte, culpa a Deus. Ele que implantou “Ddraig” dentro de ti.

–-Aaaah!! –a iluminação dos olhos dele foi apagada, em choque ao ouvir a palavra ‘Ddraig’.

E agora, tudo o que ele vê são apenas trevas e escutava os gemidos de prazer da “Yuma”.

“Pai... Mãe... Perdoem-me...! Eu não pude viver... Eu não pude mais continuar adiante...”

...