Damn! escrita por Camila


Capítulo 1
Damn!


Notas iniciais do capítulo

Ólá amores, como estão?
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/290190/chapter/1

Ser pai. Eu juro que nunca havia me imaginado como um pai, um tio ou padrinho talvez, mas pai? Aquilo tudo era muito novo pra mim. Eu não queria nem me casar!

Mas como Jay dizia: O amor te faz de capacho, elas só se aproveitam disso. E o que eu posso fazer se me apaixonei? Sinto-me preso em uma coleira, e por mais difícil que seja admitir, eu até gosto disso.

– Amor?

Agora você deve estar se perguntando, qual a sortuda que conseguiu fisgar o gostoso-maravilhoso do Sirius? Modéstia a parte, Marlenne Mckinnon é o nome dela.

– O que foi Lene? - perguntei a ela, que terminará de enxugar a louça e se dirigia para o escritório.

Se eu soubesse a frase que viria a seguir, sairia correndo e me jogaria da janela o mais rápido possível, ou me esconderia debaixo da mesa, quem sabe.

– Vou escrever - Lene era/é escritora, e estava com um livro em andamento que mantinha escondido a sete chaves -, Mel está com a fralda suja, troque-a pra mim, sim?

Hã? Trocar a fralda? Minha filha tinha um ano e eu nunca havia trocado uma fralda sequer, nenhumazinha.

– Lene, eu nunca troquei uma fralda na minha vida, por favor, tenha compaixão - fiz minha melhor cara de cachorro que caiu na mudança, mas não funcionou.

– Na hora de fazer ela você estava lá, todo animadinho. Agora cumpra com suas obrigações - ralhou, odeio quando ela faz isso -, é só coloca-la no trocador, tirar a fralda, com cuidado, depois limpe ela com o lencinho, aquele em cima da cabeceira. Devagar, ok? Coloque talco e ponha a fralda limpa que também está na cabeceira. Pronto, acredite você não morrerá por isso.

Fiz todas as carinhas fofas possíveis, até fingi que estava chorando, mas não colou. Lene me conhecia bem até demais.

Droga, droga, droga!

Subi as escadas me arrastando e entrei no quarto cor-de-rosa de Mel, minha filha.

Isso ainda soa muito estranho pra mim. Eu não sei ao certo, mas quando a peguei pela primeira vez, senti algo tão grande dentro de mim. Toda vez que eu estava com problemas, recorria a Mel, ficar com ela sempre me acalmou.

Ela tinha apenas um ano, mas mesmo assim, iluminava minha vida. Sorri ao vê-la deitada em seu berço, admirando os bichinhos pendurados na parede.

Todo esse meu momento ‘pai coruja’ foi quebrado, esfolado, esfaqueado pelo cheiro que invadiu minhas narinas a seguir. Um fedor nada agradável. Fiz uma nota mental para mandar Marlenne se catar mais tarde.

Primeiro: Marlenne me fez trocar uma fralda.

Segundo: Essa fralda está cheia de merda, isso aê. MEU DEUS DO CÉU ME AJUDA NESTE MOMENTO ILASTIMANTE.

Encarei Mel, todo sofrido. Como um bebezinho tão lindo conseguia soltar uma bomba dessas? Peguei-a no colo cautelosamente e a coloquei no trocador.

Era agora, respira, inspira - quando contei isso pra Marlenne ela me chamou de gay e disse que estava fazendo o maior drama cósmico, por Deus, ela deveria é se colocar no meu lugar - respira, inspira. NÃO, NÃO! É melhor parar de respirar fundo antes que eu desmaie ou vomite aqui.

Com muita, mais muita cautela e muito, mais muito medo de que voasse merda na minha cara, tirei a fralda da minha pequenina.

Pavor, sim, era apavorante. O quê a Lene tinha falado pra fazer mesmo? Ah é, pra jogar o talco.

Joguei.

PORRA! Ficou mais nojento ainda, cocô misturado com talco. Droga Sirius, droga! Era pra limpar primeiro.

– ARGH, era pra limpar - murmurei.

Peguei o lencinho em cima da cabeceira e tirei um bolo enorme em minha mão - enorme mesmo, quase metade do lencinho - e tapando o nariz com uma das mãos, limpei Mel com a outra. Pelo menos, tentei limpar. Na verdade espalhou foi mais, virou uma farofada só. Droga!

Peguei mais um bolo enorme de lencinho pra testar se desta vez daria certo e adivinhem? ACABEI SUJANDO MINHA CARA DE COCÔ! Torci o nariz de nojo tentando me limpar com o resto de lenço que sobrará e pra minha enorme sorte, eu consegui acabar com o pote de lencinho, todo.

Suspirei.

O que eu faria agora? Minha filha toda suja de cocô, talco e lencinho e eu com a cara fedendo a merda.

Coloquei a fralda limpa de qualquer jeito e levei-a até o banheiro, estávamos os dois cheirando muito mal. Enchi sua banheira com água morna - tinha visto Lene fazer isso uma vez. Tirei a roupinha de Mel, morrendo de medo de machuca-la e coloquei-a na banheira. Adivinhem novamente? A banheira se encheu de cocô e talco.

Bufei impaciente e irritado com minha burrice do tamanho da galáxia, não, não da galáxia, da via láctea. Lavei o resto de cocô e enrolei a pobre Mel na toalha de rosto enquanto despejava a água da banheira pra colocar de novo. Desta vez, consegui lavá-la, com um pouco de dificuldade e muito cuidado. Ela estava bem cheirosa e eu ainda fedia. Enrolei-a em sua própria toalha e voltei para o quarto.

Joguei o talco, com ela limpa dessa vez e vesti o pijama que Remus havia dado á ela, cheio de foguetinhos.

Finalmente! Minha filha estava devidamente limpa.

– Olha só Mel, papai finalmente conseguiu -, sorri e beijei-a -, agora vamos até a mamãe.

Tudo orgulhoso de mim mesmo a levei até Lene. Até que foi fácil.

– Sirius, o que aconteceu com você?

Ok, as coisas não foram lá tão fáceis assim, na verdade, não foi nenhum pouco. Eu estava sujo de talco, fedendo a merda e todo molhado. Obviamente que as pessoas normais não costumam ficar assim quando vão trocar uma fralda. Mas afinal de contas, eu sou Sirius Black, não é?

– Sirius vá se lavar, por Deus... Eu te peço pra trocar uma fralda e você me volta nesse estado? Pelo menos a Mel está cheirosa e limpinha - essa Marlenne é muito mal agradecida, isso sim. Ingrata!

...

Depois de tomar banho na minha banheira quentinha, eu estava devidamente limpo e cheiroso, como um bom marido e pai deve ser. Sorri para minha filha e peguei-a no colo.

Estava assistindo o desenho de Mel, uma tal de Dora Aventureira - e não é que era legal? - Quando Lene veio correndo toda saltitante e feliz enchendo Mel e eu de beijos. Eu lembro muito bem das duas ultimas vezes que isso aconteceu, e justamente essa lembrança que me fez ficar apavorado.

A primeira vez foi quando pedi Lene em casamento, até ai tudo bem. Mas o que me apavorava era a segunda: foi quando ela descobriu que estava grávida. Não que isso tem sido ruim, muito pelo contrário. Mas outro filho? Mais fraldas? Ah, meu senhor!

– Você está grávida de novo? - perguntei claramente apavorado. Lene me olhou seriamente e sorriu.

– Estou - chamem a ambulância porque eu provavelmente terei um ataque cardíaco em 5, 4, 3, 2... - Calma Six, eu só estava brincando. Acabamos de ter a Mel, mal me recuperei. Vamos esperar pelo menos uns dois anos para o próximo, ok?

Respirei aliviado, ufa! Sorri pra Mel mais uma vez.

– Então porque toda essa felicidade?

– EU TERMINEI O MEU LIVRO, AMOR! EU TERMINEI - e pulou em cima de mim novamente, sorri pra ela.

– Que ótimo meu amor, fico muito feliz por você - encorajei, estava sendo realmente sincero - Mas, agora eu posso saber sobre o que ele é?

– Sobre nós - ela sorriu aquele sorriso mais lindo do mundo.

Droga! Quase chorei quando ela me deu o prefácio pra ler, ele era dedicado a mim e a Mel. Nossa história!

Sorri novamente, feliz. Estava tudo do jeito que tinha que estar. Nós três, minha família. Minha.

Mais tarde...

– SIRIUS BLACK! VENHA JÁ ATÉ AQUI - Lene berrou, o que de fato me assustou.

– O que f...

– O QUE FOI? ME DIZ VOCÊ POR QUE O BANHEIRO DA NOSSA FILHA ESTÁ TODO IMUNDO E MOLHADO E PORQUE A TOALHA DE ROSTO ESTÁ SUJA E FEDENDO A COCÔ?

Certas coisas nunca mudam...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isso ai, deixem o comentário ai embaixo, sim? Beijos!