Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 18
Brigas




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~Justin on~

Teria que suportar o Ricardo, meu tutor, a manhã inteira. Quando acabou a cena família feliz, meu celular toca.

*Ligação On*

– Fala Victor.

– Vi tua mina entrando num carro que parecia ser do James hoje de manhã. – É, ele também conhece a desgraça.

– Tem certeza?

– Tenho. E antes que você queira matar ele, ele não obrigou ela. – A Mel não iria fazer isso, ou ia?

– Me ligou só pra falar disso?

– Não. – Victor falou que tinha conseguido o dinheiro que faltava. Ótimo, mas eu to puto. Pra que ela iria de carona com ele? E porra, sempre que eu falto tem algum problema. Fui até a casa dela, lógico. Toquei a campainha e ela atendeu sorridente. Até ver a cara que eu tava.

– Pode me dizer por que o James teve a sua companhia indo pra escola hoje?

– Eu tava atrasada e minha mãe já tinha saído de casa quando eu desci. Ai eu fui pro ponto, ele passou e me ofereceu carona. Só isso.

– Do mesmo jeito que eu ofereceria carona pra outra menina. – É, eu também tava com ciúmes. E não era pra menos.

– Perae, a situação é bem diferente.

– Não é não. Eu não gosto dele, e você sabe muito bem disso. Alias, eu pensava que você odiava o James.

– Isso não vem ao caso. Foi só uma carona. Eu continuo não gostando dele. – Só uma carona. Pode ter sido pra ela, mas pra ele? Eu duvido muito.

– Você sabe que ele podia tentar algo contra você. Ainda mais não estando no colégio.

– Eu deixei claro pra ele que se não fossemos direto pra escola, eu ia ligar pra policia.

– Ah claro, como se ele nunca se arriscasse. Como se ele tivesse algum medo de você. Como se ele nunca tivesse visitado uma delegacia como réu. – Esperei ela me dar alguma resposta. Em vão. Ela não moveu um músculo pra tentar me dar alguma resposta. Me irritei, virei as costas e sai com ela olhando incrédula pra mim.

Eu conheço o James, ele tá querendo alguma coisa. E claro que não é boa. Tinha muito medo dele fazer alguma coisa pra ela. Eu sei do que ele é capaz. Ou pior, eu sei do que ele já fez com garotas como a Mel. Digo, bonitas e, por mais que ela não admita, ingênuas demais. Isso mesmo, pensem na merda mais absurda. Estupro. Juro que se ele só tentar beijar a Mel, nem que seja uma vez, eu mato ele.

Claro, não iria deixar ele oferecer carona pra ela e ser tudo as mil maravilhas. Vou falar com ele sim, mas não no colégio. Ia dar merda, eu ia ser expulso, e ela ia ficar sem mim lá. O que seria mais fácil pra ele. Fiquei vegentando por um tempo pensando nisso e quando eu vi já eram 20h00min. Jantei e iria na casa do James. O foda é que eu tinha certeza que não iria sair coisa boa dali. Fui na casa do Victor primeiro e ele ia ficar no carro, qualquer coisa, tenho ajuda pelo menos. Toquei a campainha e fiquei esperando o idiota abrir.

– Oi Jhonson. Achei que nunca mais ia vir aqui.

– Preciso da tua ajuda.

– VICTOR!!!!!!!!

– Vish, quem tá ai?

– A Giselly.

– Giselly que eu peguei, James pegou, enfim, todo mundo pegou? – Ele nem precisou responder. Quando terminei de falar aparece ela atrás dele.

– Olá Jhonson.

– Ér... oi. Victor, eu ainda preciso da tua ajuda.

– O que é isso no teu dedo? – Giselly perguntou.

– Uma aliança, óbvio. Victor?

– Sobe lá que eu já vou, Gi. – Ela acentiu e me secou na frente dele ‘-‘ Tipo, vei. – Fala, Justin.

– Vou falar com o James e preciso da sua ajuda.

– Ah, cara. Tipo, a Giselly tá ai...

– Foda-se. Olha a merda em que você me colocou. E outra, essa vadia vai tá disponível a qualquer hora. – Ele olhou pra trás, murmurou alguma coisa, voltou, pegou o celular e saiu.

– É, eu sei que to te devendo uma.

– Que ótimo que sabe.

– Pretende fazer o que lá?

– Deixar claro de uma vez por todas que quero ele longe da Mel. Se é que já não fui claro demais. E eu não iria sozinho. Não por tá com medo, não tenho medo dele. Mas sei lá o que iria fazer comigo, nao sei quem tá lá também. E um contra mais uns 2 ou 3 é injusto, nao acha?

– Sim, mas ainda não entendi por que to indo.

– Você vai ficar no carro. Se der treta, você sai e vai na delegacia.

– Ficou louco? Lógico que não. Se você esqueceu, eu to sendo procurado.

– Eles não sabem nem a sua cara, deixa de ser frouxo.

– Se eles tiverem minhas digitais eles sabem quem eu sou.

– Victor, dá seus pulo. Você vai me ajudar.

– Tá, eu me viro. A gente tá chegando. – Eu acenti virando na rua. Parei o carro e disse pro Victor ficar lá. Apertei a campainha. Apesar dele ser um criminoso que parece largado, ele tem pais. E ainda mora com eles. O James mesmo que me atendeu.

– Eae, Jhonson. Achei que não queria mais ver minha cara.

– E continuo não querendo.

– Veio fazer o que aqui, então?

– Eu sei muito bem o que você quer com a Mel, não sou otário. Encosta um dedo nela pra ver se eu não te arrebento.

– Ah tá. Por falar nela, ela é bem mal educada. Nem me agradeceu. Pelo menos um beijo seria justo. – Meu sangue ferveu.

– Eu to falando sério, James. Não queira nem ser louco de chegar perto dela de novo. – James riu. Não acredito que ele tá debochando da minha cara.

– Você não pode mandar em mim, Jhonson. Eu faço o que eu quiser. E não quero só um beijo dela. – E fechou a porta. Quase derrubei a porta berrando o nome do filho da puta. Até que a mãe dele abre a porta.

– Justin, o que é isso?

– Desculpe senhora Blame (Autora on: não liguem pra esse sobrenome horroroso que eu inventei – Autora off.)

– O que o James fez dessa vez?

– Ele é um furo-olho. – Praticamente berrei. Ai lembrei que era com a mãe dele que eu tava falando rs. – Vou embora, senhora Blame. Até.

– Até, querido. JAMES!!! – Vish ‘-‘. Enfim, entrei no carro e acelerei.

– Achei que iria ter barraco.

– Os pais dele tão em casa. Ele se faz de santo na frente deles.

– E você ainda me chama de frouxo porque eu te entreguei.

– E você é. Mas ele é pior que você. – Deixei o Victor na casa dele e fui pra minha. Comi alguma coisa e meu celular tocou. Olhei no visor. “Mel”. É, eu tava puto ainda. Não iria atender. Passou uns dois minutos meu celular tocou de novo. Não conhecia o numero, achei que era ela, mas sei lá. Resolvi atender.

*ligação on*

– Alo?

– Eu não to acreditando que você não vai falar comigo. – É, era ela.

– Mel?

– Claro, quem mais seria? – Ela tava muito puta da vida comigo ‘-‘. Era pra não ser ao contrário, não acham?

– Acho melhor a gente conversar amanhã.

– Amanhã o cassete, Justin. Você já fez coisas piores do que eu, já mentiu pra mim, e mesmo assim eu não fiz esse drama todo.

– A gente conversa amanhã.

*Ligação off*

Se eu conversasse com ela agora, iria dar merda. Eu e ela estamos de cabeça quente. Amanha eu vou buscar ela e já resolvo isso. Fui dormir, ou tentar, porque o que o James falou não saia da minha cabeça “E não quero só um beijo dela.”. E aquele Mathew falando com ele não ajudava. Ia dar muita merda ainda. Em meio a esses pensamentos, dormi.

Acordei me sentindo estranho. É isso que acontece quando se tem uma Melissa brava, tipo, bem brava, querendo matar você. Ok, sem exageros. Me arrumei e fui em direção a casa dela. Cheguei, toquei a campainha e a mãe dela atendeu.

– Oi, eu vim buscar a Mel.

– A Mel já foi, Justin. Pensei até que ela tinha ido com você.

– Estranho, ela nem falou nada. Mas tudo bem, encontro com ela na escola. Obrigada, do... Claudia. – É, lembrei que a mãe da Mel sempre dava surto ‘-‘.

– De nada, querido. – No caso, quem era pra tá de revolta era eu, não ela. Quem concorda levanta a mão õ/. Ok, não. Voltando. Fui pra escola e tomara que ela tenha ido de ônibus mesmo. Ou vai ficar indo de carona com o James todo dia agora?

Vei, eu devia ser vidente. Tava estacionando o carro e vejo ela saindo do carro dele. Po, daora, legal, divertido. Ela olhou pra mim e foi direto pra dentro da escola (:

– Virou festa agora? Vai vim todo dia com ele?

– Oi pra você também. E eu precisava vir de algum jeito não é? – E ela fala com a maior naturalidade do mundo.

– Eu passei na sua casa, alias eu sempre passo lá. E só deixa eu te informar uma coisa, se quiser ficar de bico comigo, problema teu. Mas você sabe muito bem do que ele é capaz. E por falar nessa desgraça, ontem mesmo ele disse que não queria só um beijo seu. Já sabe o que significa né?

– Eu já falei que sei me cuidar. E já sou bem crescidinha pra tomar minhas próprias decisões.

– Ok, vou “tomar as minhas decisões também”. – Virei e fui falar com as lideres de torcida, que já não falava a muito tempo.


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