Isabella suspirou, quando ouviu minha pergunta

-Sei quase a mesma coisa que você – ela respondeu

-Então me diz o que você sabe

-É quase nada, ninguém sabe exatamente o que aconteceu entre vocês dois, as únicas pessoas que sabiam é você, e a Gina, por que ela é sua melhor amiga

-Nem essa Marie? – eu perguntei

-Nem mesmo a Marie – ela diz se virando pra porta

-Não – eu disse, e ela se virou mais uma vez – me diz pelo menos o que você sabe então

-Bom tudo bem – ela diz indo até a geladeira, ela voltou trazendo uma garrafa de água – por onde quer que eu comece?

-Me diga quem Draco é – eu pedi

-Ta. Eu nunca o vi frente a frente, mas eu ouvi muita coisa sobre ele. O Malfoy vem de uma família rica, de linhagem pura. Desde o primeiro dia de escola, ele foi inimigo do Harry, e conseqüentemente de você e do Rony, por que vocês eram melhores amigos.

-Inimigos?

-Sim, até onde eu sei, não havia um dia que vocês não tentassem se matar pelos corredores do castelo, vocês realmente não dava bem – ela riu com isso

-Se éramos inimigos, como nos apaixonamos? – eu perguntei

-Eu não sei, só sei que você teve um caso com ele durante o quarto ano, e ele por algum motivo acabou mal. Depois no sétimo ano ele tentou se aproximar, dizendo que estava fazendo um sacrifício por estar com você, mas vocês brigaram novamente

-Um sacrifício? Eu não entendi

-Talvez... Ele já soubesse que você era a última descendente de Merlin no sétimo ano, se for isso, ele realmente deve amar você

-Como você sabe?

-Se não amasse, não estaria lá com você, quando descobriu que o seu destino era matar ele e a irmã dele

-Acho que eu entendi... – eu suspirei – parece que tudo que vocês dizem tem haver com meu destino e o mundo bruxo

-É por que tem – ela diz – não importa se você quiser fugir, tudo esta rodando ao redor disso, agente gostando ou não

Eu suspirei, não gostava de falar sobre essas coisas de bruxo

-E... – eu tentei arranjar forças para perguntar o que eu realmente queria perguntar desde o início – Eu amo o Draco, não é?

Ela assentiu

-Sim. Sem dúvida você o ama

Eu suspirei. Realmente alguma coisa me diz que isso é verdade. Que nada que eu possa imaginar é mais importante que ele

Por um instante eu me senti estranha, como se eu o tivesse traído com Steve. Mas nós não estamos namorando certo? Por isso, não foi bem uma traição

Repeti isso algumas vezes na minha mente, para me acalmar.

E nisso, me surgiu uma duvida

-Se o amo, por que eu quero matar ele?

-Na verdade, você não quer. Você não quer matar nenhum dos dois, por que a Thainá foi sua amiga, e pra você ela não tem culpa de nada disso

-E você acha que eu estou certa?

-Quer que eu seja sincera?

-Sim.

-Eu...

Harry entra na cozinha de repente, e joga uma varinha para mim. Ele parecia agir com urgência

-O que houve? – eu pergunto

-Já anoiteceu lá fora esta escuro. – ele respondeu – o Rony acha que viu alguma coisa lá fora

-Deve ser coisa da cabeça dele – Isabella diz sorrindo travessa – estamos em uma área pobre da cidade, deve ser algum idiota por aí, mano.

-Bom, é bom nós estarmos preparados – ele sorriu – parece que tudo pode acontecer por aqui

-Harry, eu preciso mesmo ficar com isso? – eu pergunto olhando pra “vareta mágica” na minha mão com uma careta – eu nem sei como vocês usam isso...

O som alto de algo se quebrando, fez todos nós sairmos da cozinha pra área dos livros da biblioteca.

Todos estavam com varinhas mágicas na mão – inclusive a Sra Lunes – eles empunhavam as varinhas com força nas mãos

Will e a Sra Lunes estavam na porta, a trancando e Rony fechava uma janela, dando uma última olhada e verificando se tinha alguém

-Eu disse que tem alguma coisa errada! – Rony diz

-Vocês viram aonde foi o barulho? – Will pergunta para nós

-Não – eu respondi

-É estranho, não costuma ter barulhos assim nessa área. – Sra Lunes diz em tom preocupado

-O que acham que esta acontecendo? – eu pergunto

-Estamos sendo vigiados. – Will responde

-Não temos como sair agora com alguém lá fora – Harry diz – vamos dormir aqui mesmo, vamos fazer turnos de vigia, nós trocamos a cada duas horas

Eu senti a experiência na voz de Harry.

Não faço idéia do que esta lá fora, mas a idéia mais aceitável que tive até agora é obedecer à ordem do Harry. A segunda opção seria fugir daqui, por que estou em meio de um monte de loucos, mas a primeira é melhor

-Tudo bem. – Harry diz, quando todos pareceram concordar com ele – no primeiro turno, eu, Rony e...

No meio da frase, a luz piscou várias vezes, e Harry deixou a frase no ar. De repente ouvi-se um barulho agudo de eletricidade, e a luz acaba. Deixando-nos no escuro, eu nem conseguia ver o que tinha a menos de um metro de mim

-Lumus!

Uma luz fraca surgiu, e eu consegui ver um pouco do rosto de Harry.

Ele pegou uma lanterna? Como ele conseguiu ver nesse escuro? Espere. Essa luz saiu da varinha dele!

Não consegui dizer nada, por que ouvimos outro barulho de algo sendo quebrado.

Visão de Draco

A cama onde Thainá dormia estava bagunçada, com travesseiros e lençóis espalhados por todos os cantos do quarto. A janela estava com metade do vidro quebrado, e a cabeceira da cama, com a madeira lascada

O quarto estava com um cheiro familiar. Magia negra

O ruído baixo não era muito conhecido, mas logo percebi de quem se tratava.

Thainá estava chorando, encolhida em uma cadeira de almofadas. Estava com os cabelos longos bagunçados, o rosto inchado, e olhos avermelhados pelo choro, e pele antes pálida, parecia ter mais cor agora

A seus pés, no chão estava um violão novo, um pouco arranhado, como com a cabeceira.

Ela virou o rosto inchado pra mim, depois se encolheu novamente, cobrindo o rosto dessa vez

Eu sorri. Essa reação mostrou que essa era a minha irmã de verdade, não um corpo possuído por Voldemort

Eu fechei a porta por trás de mim. E me aproximei de minha irmã, que continuava encolhida, como uma bola

-Vai embora, Draco. É a sua chance. – ela diz chorosa, sem olhar pra mim – encontre o Cristal sozinho, salve agente, por favor. Eu não agüento mais...

-Eu não vou sem você

-No meio da viagem, ele pode voltar a domar meu corpo, você sabe que eu não consigo controlar isso. Ele logo vai me controlar completamente. E depois disso, você vai ser o próximo, ele vai ti matar por dentro, como ele esta fazendo comigo.

-Não posso ir sozinho também – eu admito.

Olho pro violão no chão, e me estico para pegá-lo. Mas quando o toquei, meus dedos queimaram de imediato, o violão estava quente. Eu gemi

Thainá olhou pra mim, e viu meus dedos vermelhos

-Me desculpe – ela pediu – é culpa minha. Eu estou tentando fazer isso funcionar a três meses

-O que?

-A Minerva McGonagall, também tentou comigo, mas não conseguiu. Nós tentamos fazer uma Horcrux, para eu guardar a parte de Voldemort de mim, se conseguíssemos, faríamos o mesmo com você também. Depois nos iríamos destruir o objeto, então nós ficaríamos livre, pra sempre. Tentamos de tudo, mas nunca funciona. Seja lá o que ele tenha feito, é muito forte, e não vai ser com uma Horcrux que nós vamos conseguir nos livrar disso

-Eu já esperava. Ele não deixaria as coisas fáceis para nós – eu rosnei baixinho. Odiava Voldemort, muito mais que qualquer outro. Eu não podia nem pensar que temos o mesmo sangue, muito menos que minha mãe se deitou com aquele monstro. A simples idéia me dava náusea

-Você tem que ir atrás do Cristal, faça isso

-Eu não posso. O espírito de Voldemort, também esta cada vez mais perto de mim. Estou sentindo isso

A morena voltou a chorar.

Eu a abracei. E ela pousou a cabeça no meu peito, respirando fundo, enquanto chorava amargamente

A ouvi o rosnar alto, e isso me deram a certeza, que na minha frente, não era mais Thainá, mas o espírito de Voldemort

De repente eu já estava preso contra a parede, segurado pelas mãos pequenas, mas fortes dela

-Eu sinto o cheiro da Hermione em você – ela berra, com os olhos antes castanhos, agora vermelhos olhando profundamente nos meus olhos – onde ela esta?!