Diferentes Direções (romione) escrita por Nicole Marcon


Capítulo 16
Lábios Lacrados


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários de Jaine, que também comentou em outros capítulos, obrigada *-*
Geovanna Torres, autora da maravilhosa recomendação, agradeço também...
E, por fim, Bruna Farias, sempre com seus incentivos oweiaoeia
Os reviews de vocês são como meus passos rumo horizonte, me fazem caminhar (e postar hehehe) ♥
BOA LEITURA!!!



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Hermione, no momento, ficou sem ação. Depois, olhou para sua mãe e para Rony, que fez sinal para ela ir atrás de Helena.

A morena foi até o banheiro e bateu na porta.

Toc, toc.

Sem resposta.

Toc, toc, toc.

Sem resposta.

Toc, toc, toc, toc, toc, toc.

Sem resposta.

- Abre essa droga de porta! – disse Hermione, se jogando contra a porta.

- Não vou abrir! – surge a resposta em uma voz melancólica.

- Então me escuta.

Hermione suspira e começa:

- Olha só, não pense que tudo o que eu falar são desculpas. Quando eu era igual a você, assim, parecendo carvão ambulante, eu tinha minhoca na cabeça. Não sabia o efeito que fazia em tudo, não sabia que deixava todos humilhados e também não sabia o motivo pelo que as pessoas se calavam quando eu entrava na sala. Nunca soube que fui odiada por todos, mas agora eu sei, e agora isso já é irreparável, o que resta é recomeçar. E foi o que fiz. A questão é que, antes de fugir eu não sabia nem se queria ser como era. Mas tudo aconteceu muito rápido. Eu conheci um cara, Draco, o meu marido. Fiz a pior escolha da minha vida quando resolvi fugir com ele, principalmente porque foi com ele. Espere, não interprete mal. Uma semana depois eu já queria voltar, mas não aguentaria voltar depois de uma semana desaparecida, primeiro porque eu ficaria de castigo até meus ossos se decomporem e segundo porque eu não sabia se valia a pena abandonar Draco. Eu ainda gostava dele. – fez uma longa pausa. – Então iam se passando semanas, meses e eu fui me dando conta de que não poderia ter feito escolha pior. Não gosto mais de Draco. Ele é um pesadelo, você não faz ideia. Mas não posso deixa-lo, tenho meus motivos. Agora, reencontrei vocês. E foi uma coisa maravilhosa poder ver nossa mãe, mais maravilhosa ainda poder te ver. Mas quando aquele carvão ambulante entrou pela porta, não sabia se estava feliz ou triste, realmente. Helena... Não seja um pedaço de carvão ambulante. Não faça as escolhas erradas, assim como fiz. Quando um carvão é apertado muito forte, ele se transforma em diamante, sabia? Por favor, volta a falar comigo, não consigo aguentar...

Um silêncio percorre todo o ambiente. Hermione dá um suspiro e coloca a mão no rosto, mas logo a porta do banheiro lentamente se abre e Helena levanta a cabeça.

- Essa coisa de carvão quando apertado virar diamante é mito. – diz ela, como um sussurro.

Helena prende a respiração, esperando Hermione ler as entrelinhas do que disse. Quase que na mesma hora, Hermione começa a chorar e abraça a irmã.

A irmã hesita um momento, mas logo corresponde levemente o abraço, passando a mão nos olhos.

Rony e Cláudia apenas observam da sala de estar, desejando ter ouvido cada palavra que Hermione disse.

Logo as duas estavam no quarto de Helena, selecionando as roupas que poderia ou não usar.

- Faz assim. – sugere Hermione, parando tudo o que estava fazendo e chamando a atenção da irmã. – Vamos ao shopping comprar roupas novas para o seu guarda-roupa, ou só sobrarão essas. – e aponta para uma pequena pilha de roupas levemente coloridas.

- Pode ser, mas eu não tenho dinheiro.

- Não esquenta com isso, eu arranjo no banco. O que acha?

- Não sei... Não quero te prejudicar.

- Imagina... – disse, e pega o braço de Helena. – Vamos.

Desceram as escadas e encontraram Cláudia e Rony discutindo animadamente sobre filmes de zumbi.

- Rony, eu e Helena vamos ao shopping, quer ficar ou quer que eu te leve para casa?

- Posso ir com vocês? Estou sem ir lá faz um tempão...

- Claro. – Hermione sorri e se vira para Cláudia. – Mãe, qualquer coisa ligo pra você. A Helena tem seu número, certo?

- Certo. Bom passeio...

Todos entram no Crossfox de Hermione e ligam o rádio. Ao som de Somebody That I Used To Know, vão para a cidade cantando, felizes.

- Somebodyyyyyyyyyyyyyyyy! – entoam todos juntos dentro do carro, no refrão. – That I used to know!

**

Depois de meia hora de muito passeio e compras, os três já estavam esgotados.

- Querem sorvete? – oferece Rony, se aproximando do McDonalds e tirando a carteira do bolso.

- Não precisa Rony, eu pago. – disse Hermione, abaixando a mão do ruivo que segurava uma nota de vinte $.

- Eu insisto.

- Não, sério... Deixa de ser teimoso!

- Você paga com uma condição: eu carrego as sacolas.

- Ah, Rony, não precisa, de verdade.

- Por favor, uma casquinha mista e outra de chocolate. – disse Rony se dirigindo ao atendente e ignorando Hermione – Helena, vai querer o quê?

- Pode ser um de baunilha – disse ela, rindo da cara de Hermione que estava corada.

- Obrigada – agradece Rony, pegando os sorvetes, pagando e dando os respectivos para as meninas – Agora me dá essas sacolas aqui e pode saborear a vontade – e, dizendo isso, tomou as sacolas da mão de Hermione.

- Você é um palhaço, Ronald Weasley! – fala a morena, rindo e dando a primeira lambida no seu sorvete.

Ao acabar de conferir tudo o que compraram, pagar o estacionamento e terminar os sorvetes, os três entraram no Crossfox.

- Que tal ir para o parque de diversões agora? – sugere Helena.

- Eu aceito. – fala Rony enquanto coloca o cinto.

- Tudo bem, então vamos lá. – e Hermione dá a partida.

Ao chegarem ao parque e entrarem, Helena saiu correndo rumo ao kamikaze.

- Então... – começa Rony.

- Quer ir à roda-gigante? – fala uma Hermione ansiosa, apontando para uma incrivelmente grande roda-gigante temática.

- Pode ser. Onde estão os tickets?

- Aqui. – e Hermione arranca dois tickets do bolo – Vamos.

Sentaram-se nos bancos da sua xícara e após todos embarcarem, a roda começou a girar.

** POV Rony **

A roda girava devagar, mas o suficiente para os cabelos de Hermione esvoaçarem ao vento. Ela pegou o controle giratório da roda e o girou levemente. Agora nós girávamos nas duas direções permitidas, horizontal e vertical.

Soltou o controle giratório e estendeu os braços para cima. Sorriu e o leve vento que invadiu o ambiente fez seus cabelos esvoaçarem mais ainda.

E eu sorri.

E a beijei.

Um longo beijo, um beijo de verdade.

Não sei se fiz o certo, mas ela parece corresponder.

Por fim, Hermione se desvencilha e me olha, perplexa.

No momento seguinte em que a roda para, os seus cabelos param de esvoaçar e ela sai da xícara sem mais nem menos.

Helena, que havia acabado de sair do kamikaze, foi puxada pela mão e a última coisa que vi foi o olhar arrependido de Hermione cruzando com o meu.

E depois ela foi embora com o Crossfox, me deixando ali com o controlador do brinquedo pedindo para eu dar outro ticket ou sair da xícara, porque a volta já havia acabado.

**

“Lábios compartilhados,

Lábios divididos meu amor.

Eu não posso compartilhar teus lábios.

Compartilho o engano,

Compartilho meus dias e a dor.

Já não posso compartilhar teus lábios,

Oh amor, oh amor, compartilhado.”

Labios Compartidos - Maná


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Notas finais do capítulo

Essa música é muito lindaaaaaaaaaaaaaa aww ♥
Espero que tenham gostado *--*