POV Edward Cullen
 

São exatamente 05h21min da manhã de uma segunda-feira e ela não sai dos meus pensamentos.

Não consegui dormir quase nada essa noite por culpa dela... Que Droga!

Nem Victória me deixou tão ansioso e inseguro. Dormir eu não irei conseguir mesmo, acho melhor levantar e tentar preparar alguma gororoba de café da manhã. Fui até o banheiro da minha nova casa e tomei um banho longo para tentar relaxar, não adiantou porcaria nenhuma! 

Mudei-me ontem para esse lugar, é uma casa perfeita para dividir com meu irmão mais novo, Jasper que chegou de viagem semana passada e estava acampando no meu sofá.

Jasper foi traído por sua noiva e está quase entrando em depressão. Nossa mãe, a Esme, achou melhor ele vir morar comigo em Seattle para tentar esquecer Maria, mas Jasper no início relutou, todavia acabou cedendo às vontades de Esme.

Passei pela sala onde ainda havia muitas caixas a serem arrumadas e fui direto para a cozinha. Tentei fazer o meu melhor, cereal com leite, Jasper teria de se contentar com isso mesmo. A cozinha ainda estava uma bagunça, teríamos de faltar às aulas hoje para arrumar essa bagunça.

 Voltei para a sala e tirei as coisas que estavam em cima do sofá e liguei a TV, que já estava instalada desde ontem e fiquei de bobeira até ás sete, logo Jasper acordou e começou o dia com suas famosas reclamações.

Novidade!

— Caramba, Edward! — exclamou irritado. — Será que não tem nada que preste para comer nessa casa? — gritou da cozinha.

— Tem cereal na mesa e leite na geladeira! — respondi entediado.

— Eu disse alguma coisa que preste... — retrucou irritado.

Definitivamente Jasper está com TPM (Tensão pós Maria).

— Se quiser não come!

— Não tem cão, caça com gato — disse conformado vindo pra sala com uma tigela quase transbordando.

— Jasper definitivamente você é bipolar! — informei-o e comecei a rir.

— Não enche Edward!

Depois disso Jasper se acalmou um pouco, mesmo assim sua feição era amargurada e triste.

Maria realmente fez um estrago.

O caminhão com o resto das coisas dele chegou de Port Angeles, onde nossos pais moram, e ele foi resolver tudo com o motorista. Eu fiquei encarregado de arrumar tudo o que os carregadores traziam. Jasper além de melancólico está preguiçoso. Enquanto eu tentava colocar ordem na bagunça ele não saía dos meus pensamentos. Isso estava me deixando realmente irritado, não com ela, mas comigo, que não tenho coragem de falar um simples “oi”.

Saí dos meus devaneios quando me deparo meu irmão sorrindo igual a um idiota.

— O que foi? — perguntei curioso.

— O que foi o quê?  — se fez de desentendido.

— Você está sorrindo! — respondi.

— Sim Edward eu estou sorrindo, aAcho que aprendi a fazer isso há um bom tempo... — disse fingindo pensar.

Esse sarcasmo está ficando chato.

— Bom, eu sei é só que você não faz isso desde que a…  — me interrompi.

Achei melhor terminar a frase ali antes que o bom humor repentino vá embora de vez.

 — Qual o motivo pra tanta alegria?

— Por favor, não exagere! Não aconteceu nada demais, só descobri que temos alguns vizinhos bem receptivos.

— Como assim? Você conheceu algum?

— Acho que sim, ela se chama Alice Brandon e nos convidou para almoçar com seus amigos.

— Sério? E você vai? — questionei hesitante.

Estava surpreso com a mudança repentina de humor e atitude dele.

— Nós vamos!  — disse me corrigindo.

— Nem pensar! — afirmei prontamente. — Não aguento mais essa bagunça! Se quiser vá, eu ficarei aqui em casa arrumando o meu quarto que está revirado.

— Tudo bem... eu vou!

Ok... agora eu estou com medo.

— Quem é você? O que você fez com meu irmão? — disse zombando.

— HAHAHA muito engraçado! Estou assustado com a sua capacidade de fazer piadas.

E lá estava meu irmão.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos, me ajude a terminar de arrumar o primeiro andar.

Terminamos de arrumar a sala e a cozinha juntos. O escritório seria arrumado aos poucos devido ao grande número livros que trouxemos, eu fui limpar o banheiro de baixo enquanto Jasper ficou responsável pelo do segundo andar. Os quartos cada um ficou encarregado de arrumar o seu.

Meio-dia Jasper começou a se preparar para sair.Ele parecia ansioso e isso estava me deixando feliz, parece que a tal de Alice é bem especial, pois conseguiu que meu irmão se animasse.

Jasper saiu de casa atrasado, fiquei rindo de sua afobação ao tentar encontrar suas chaves. Decidi ir ao mercado comprar mantimentos antes de arrumar o resto das minhas coisas. Fui até a garagem e peguei meu Volvo, precisava encontrar o mercado.

Acabei me perdendo pelo bairro, eu acho que a inteligência de Tânia está me afetando, depois  tive que almoçar em uma lanchonete qualquer. Quando finalmente encontro o mercado e faço minhas compras tenho a desagradável surpresa de encontrar com Tânia na fila do caixa.

— Ora ora, se não é Edward Cullen! — disse com sua voz irritante e melosa.

— Olá, Tânia, como vai? — a saudei normalmente.

Esme e seus ensinamentos de educação rigorosa.

— Melhor impossível...

— Que bom, eu acho que é a sua vez! — gesticulei apontando com as mãos para a atendente que mascava um chiclete entediada.

— Ah sim, obrigada... Bem, eu estava pensando se você não quer ir a uma festa que terá hoje em uma boate aqui perto? — convidou-me enquanto passava suas compras no caixa.

— Agradeço o convite, mas tenho que terminar de arrumar as coisas da mudança... deixa pra próxima! — Respondi tentando não ser grosso.

Que garota atirada...

— Ok, mas saiba que eu vou cobrar!

— Tudo bem, tchau! — respondi quando vi que outro caixa tinha sido aberto do outro lado do corredor, saí correndo de lá antes que aquela maluca continuasse a puxar assunto.

Guardei as compras no porta-malas e coloquei meu fone para escutar minhas bandas preferidas, dentre elas estavam Linkin Park, Nirvana, Muse, Paramore, Simple Plan, Maroon 5, Nickelback, Green Day entre muitas outras. Não sou uma pessoa que só escuta um tipo de música, não tenho preconceitos com bandas.

Fui dirigindo devagar até em casa enquanto escutava Photograph-Nickelback, cantava junto enquanto imaginava uma bateria no volante.

Quando cheguei, permaneci com os fones, arrumei as compras no armário e vi que já se passavam das 16:00h e Jasper ainda não tinha chegado, estranho.

Ignorei esse fato e fui arrumar meu quarto, tirei o resto das minhas roupas das malas e caixas e levei para o closet desnecessariamente enorme enquanto tocava Numb – Linkin Park. Demorei bastante tempo ali, assim que acabei fui até o banheiro terminar de limpar.

Olhei no relógio novamente e já se passava das 17:50 voltei para o quarto e comecei a descartar as caixas vazias, quando eu reparo na janela do primeiro andar do prédio ao lado.

Minha primeira reação: Andar até a janela do quarto e ter certeza que não era uma miragem.

Minha segunda reação: Tirar os fones e constatar que está tocando Paramore extremamente alto no apartamento.

Minha terceira reação: Eu não acredito!!

Fiquei encarando a garota que dançava como se o mundo fosse acabar, como se dependesse disso. Sorri ao perceber que ela estava de olhos fechados totalmente entregue à música. De repente a música acaba e ela abre os olhos e a me ver pela janela arregala os olhos, será que sou tão feio assim?

Tudo aconteceu muito rápido.

Ela me viu, deu um pulo da cama e por algum motivo eu só consegui ver o vulto do seu cabelo.

Acho que ela caiu...

— Você está bem? — gritei pela minha janela.

— Maldito tapete antiderrapante que derrapa! — escutei um resmungo um pouco alto vindo da parte dela.

— Hey, Hey morena... você está bem? — perguntei de novo tentando me controlar para não rir da situação.

— Sim, estou, isso sempre acontece comigo! — respondeu se levantando.

Agora eu podia confirmar que ela ficava incrivelmente linda corada.

— Que bom! Chamo-me Edward Cullen e serei seu novo vizinho — me apresentei com esperanças de que ela fizesse o mesmo.

— Oh... ehh... hum... me chamo Bella, digo Isabella Swan, mas prefiro que me chamem... hum, só de Bella! — respondeu completamente constrangida, diferente da garota de dois minutos atrás.

— Bella... — pensei. — Combina com você! — lhe disse sendo sincero e a deixando mais corada.

— É o que dizem! — respondeu sarcástica.

Ficou um silêncio constrangedor, ao fundo somente a música que vinha do apartamento dela.

Era algum tipo de música instrumental e baixa, o oposto de Misery Business.

— BELLA! — uma voz extremamente fina se fez presente nos tirando dos nossos devaneios.

— Bom, acho que minha amiga chegou!  — ela disse rindo um pouco.

— Acho que o mundo já sabe disso. — eu disse e ela sorriu abertamente.

Deslumbrante!

— É já vou indo... nos vemos depois Edward.

— Até depois morena! — respondi rindo e ela corou em resposta.

Saiu da janela e eu fiquei ali, encarando o prédio.