I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 16
[BÔNUS] I can't accept this!


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não é a continuação do anterior. É um capítulo bônus, inteiramente narrado pelo Matt, onde ele conta a sua história em poucas palavras.



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Meu pai sempre me disse que eu era o curador. Aquele que algum dia faria a diferença no mundo. Aquele que ajudaria as pessoas. O médico da cidade... Claro, nunca fui esse médico. Minhas notas eram boas, claro. Mas não era o que eu queria ser... Eu queria ser um arquiteto. Quando soube disso, meu pai brigou comigo. Fugi de casa. E me alistei, pois somente depois que o deixei, senti-me mal por não poder ser o que ele queria que eu fosse. Por não poder ter o futuro que ele sempre me planejou. Ao me alistar, não pude pensar em nada mais a não ser na guerra que estava por vir. A Primeira Guerra Mundial. A chamada Grande Guerra, na época. Em um dos combates da guerra, levei um tiro. Sangrei até a morte. E, simplesmente, virei um anjo. Após a morte, acordei em um tipo de quarto branco, onde descobri que eu tinha asas. Eu me confundi com aquilo, e somente comecei a andar pelo mundo. Observar as pessoas, podendo escolher se eu seria observado, ou não. Até que, certo dia, decidi visitar meu pai... Não o via desde a briga. E ele não se encontrava em casa. Mas dei uma olhada no cemitério, e pude ver sua lápide. “Bruce Donovan, que ele descanse em paz”. Quando eu estava caminhando entre as lápides do cemitério, algo me puxou para meu próprio túmulo. E foi quando eu descobri que estava morto. Mas também foi quando descobri o que eu tinha que fazer, e descobri qual era minha função na Terra. Estranho, já que descobri o que eu nasci para ser quando morri. Eu nasci para ser um anjo. Confortar as pessoas. Ajudá-las. Segundo meu pai, eu era o curador. Mas, mesmo como anjo, eu nunca tive o dom de curar as pessoas de doenças horríveis em que elas enfrentavam. Já procurei por Deus, se é o que você está pensando. Já procurei sua ajuda, para que juntos, possamos salvar a humanidade. Nunca encontrei com Ele em minha vida. E eu tinha aquela necessidade de orgulhar meu pai... Mesmo que ele esteja morto. Especialmente porque ele está morto.

Então, apelei para o demônio. Bastou que eu fechasse os olhos e pensasse no Inferno, para que eu abrisse os olhos e já estar lá. Não preciso dizer que era um lugar horrível. Não encontrava outras cores por lá, a não ser vermelho escarlate e o preto mais escuro que já vi em minha vida. Ouvia gritos. Pessoas sendo arrastadas para algum local em que minha vista se perdia. Todas as pessoas também vestiam ou vermelho ou preto. Por isso eu parecia deslocado, e chamava a atenção das pessoas, por usar um branco vivo. Andar por lá fora a coisa mais dolorosa que já fiz em minha vida. Mas não demorei muito para avistar ele. O demônio. Sentado e vestindo os dois: vermelho e preto. Não sei como sabia que era ele. Somente sabia. Ele tinha uma mulher em seu colo que parecia fazer qualquer coisa que ele pedisse. A me ver, ele olhou para a mulher e disse:

– Deixe-nos a sós, por favor – A mulher me encarou, saindo do cômodo – Ora, ora. Se não é Matthew Donovan... Morto na trágica Grande Guerra somente com dezoito aninhos... Essa guerra me deu tantas almas. Bons tempos – ele deu uma risadinha angustiante, que me fez franzir o cenho. Ele levantou da cadeira e ficou cara a cara comigo – Posso ajudar? Não, não, não. Não fale nada. Já sei por que está aqui. Você quer curar. Estou certo? – ele perguntou e eu assenti, percebendo que eu não falara nenhuma palavra desde que encontrei com o homem.

– Sim – falei, sentindo minha voz tremer.

– Eu ando muito pobre, Donovan. Não sei por que, a humanidade está se tornando humilde, doce, gentil... – falou, fazendo uma careta e depois soltando mais uma risadinha – Que nojo, não é? Recebo menos de cem almas por dia. Não está certo!

– Posso saber o que isso tem haver comigo? – disse, ainda com o cenho franzido, esperando aonde ele queria chegar.

– Claro. Ia chegar aí. Darei a você o poder da cura. Contanto que cada ser humano que você curar, eu possa obter sua alma, aqui. Comigo. No Inferno. O indivíduo viverá sua vida tranquilamente. Eu só quero as almas.

– Não posso aceitar isso!

– Você tem que aceitar – ele falou. Somente estralando os dedos, o demônio nos levou ao hospital. Ninguém nos via. Mas eu via a todos. Várias pessoas passavam pelos corredores em macas, sangrando... Morrendo. Eles estavam morrendo... Eu podia... Sentir – Olhe para eles, Matthew... Você vai deixar que eles morram? Assim? Provavelmente são boas pessoas! Eles não merecem isso! Se você não vai curá-los... Quem irá? Os médicos? Não! Eles não têm poder para isso, já que muitas dessas pessoas não têm como sobreviver. É seu dever.

Eu olhava para a dor. Olhava para a agonia daquelas pessoas. Sem nem mesmo perceber, eu já havia dito “aceito” e apertado as mãos do demônio. Ele desapareceu, deixando-me sozinho no hospital, confuso pensando no quanto tudo foi rápido e enrolado. Até que um homem gemendo deitado em uma maca passou, e eu coloquei a mão em sua testa. Eu pude sentir. Eu tinha o poder. Eu poderia fazer isso... E isso eu o fiz.


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Notas finais do capítulo

Então, só pra contar mais direitinho sobre a história do Matt. Eu sei que vocês tão ansiosos pra saber o que vai acontecer com Elena e Damon... E verão, em breve! Eu vou postar o mais rápido que eu puder, relaxem. E quanto a esse capítulo, eu tinha dito que ia postar dia 21, então, desculpa pelo atraso, e por só poder postar dia 24. Eu torci meu pescoço passei dia 21 inteiro no médico, etc. E ando distante do computador também. Enfim! OBRIGADA A JULIA FORNECK PELA RECOMENDAÇÃO LINDA! Eu amei, obrigada mesmo! E, continuem lendo! :)