I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 12
Capítulo 11 - Say hi to them for me




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/287244/chapter/12

Ai. Droga, o que está havendo? Minha cama continua confortável, assim como meu travesseiro sobre a minha cabeça. Mas a minha mão esquerda teve um impulso de tentar proteger meu braço direito, já que meu braço direito doía. Pareciam que estavam batendo em mim... Ai. É, definitivamente, estavam batendo em mim.

– Seu bastardo! Você dormiu comigo! – Ah, entendi. É só minha noivinha louca tacando suas mãos de aço em cima de mim. Tive a liberdade de finalmente abrir meus olhos.

– Você tá louca, mulher? – eu gritei, sentando-me na cama. Ela pegou um travesseiro e jogou na minha cara. Fiz uma cara de reprovação para ela, e ela começou a rir.

– Você dormiu comigo! – ela repetiu, rindo.

– É... Eu acho que sim – falei calmamente, rindo também e debochando. Elena revirou os olhos e eu me deitei de bruços para olhar a hora em meu celular que estava em cima do criado-mudo – 7:20 da manhã? Sério? 

– Agradeça às suas mãos que me acordaram. Você não parava de me apertar pela cintura – ela disse. 

– Você gostou, fala! – eu disse, pegando ela pela cintura e apertando. Ela respirou fundo.

– Seu bastardo! – repetiu, soltando-se de mim. Eu ri dela e ela jogou de novo o travesseiro na minha cara. Ela se levantou e foi direto ao banheiro. Eu dei uma pequena espiada em seu traseiro, lambendo os lábios.

– Damon, deixa de ser tarado – ela disse, sem virar para trás, como se adivinhasse o que eu fazia.

– Tá bom... Tá bom. – eu disse inocente e rindo. 

Levantei-me e fui ao banheiro como Elena. Ela começou a escovar os dentes, e peguei minha escova para fazer o mesmo. A gente brigou um pouco, empurrando um ao outro para ter lugar na pia, mas nós saímos vivos do banheiro. Elena se jogou na cama novamente, e eu sentei ao seu lado.

– O que vamos fazer hoje? – perguntou. Eu pensei uma ou duas vezes. É hoje? Peguei meu celular novamente para checar o dia, dessa vez. É hoje...

– Você, mocinha, eu não sei. Mas eu tenho uma coisa muito importante para fazer, então, eu te deixarei com Miranda e Greyson – eu disse. Elena me olhou duvidosa. – A não ser que você queira ficar aqui sozinha.

– Não tenho problema de ir para minha casa, Damon – Elena disse, fazendo com que eu queira só desembuchar a verdade... Sua casa é aqui. Comigo, pensei. – Mas, o que você irá fazer?

Eu contei para ela dos meus planos dessa manhã, e ela somente sorriu. Ela insistiu algumas vezes em ir comigo, mas aquilo era uma coisa que gostaria de fazer sozinho... E, claro, ela entendeu quando disse que preferia que não.

Depois de algum tempo silencioso andando de carro, parei na porta da casa de Miranda e Greyson para deixar Elena ali.

– Obrigada por me deixar dormir em sua casa... – Elena disse tímida, tirando o cinto.

– Não precisa agradecer – falei, sorrindo. Ela sorriu para mim e saiu do carro. Abri a janela e continuei ali até ela chegar à porta de casa, onde ela se virou para mim e sua boca se voltou em mais um sorriso. Ela correu de volta para o carro e disse:

– Diga olá para eles, por mim – ela disse, e eu assenti. Ela virou de costas de novo, entrando em casa.

Faz um tempo que eu não vou visitá-los, mas ainda conheço o caminho para o cemitério da cidade de cor. Não demora muito para eu sentir aquele cheiro de morto, que confirma que já devo estacionar o carro para ir a encontro de meus pais e meu irmão. 

Passei pelo Antigo Cemitério, que é um pouco assustador, eu devo dizer. Ao entrar no “novo cemitério”, avisto uma mulher idosa, acompanhada do que parecia ser seus dois netos. Ela chorava, e eles a consolavam. Uma das razões pelas quais não gostava vir aqui. Lidar com essas pessoas tristes por causa de seus amados falecidos. Quando eles passaram por mim, eu balancei a cabeça e coloquei a mão no bolso. Quando eles sumiram de vista, peguei discretamente uma flor de um arbusto que ali tinha e continuei caminhando até três lápides, datadas de 2010.

Hoje fazia três anos... Três anos do acidente de carro no qual eu estava presente...

“Você já está me irritando, Stefan...” eu disse ao meu irmão, já que ele não parava de dar socos chatos e fortesno meu braço. Ele conseguia ser uma criança quando queria. Vinte anos. O cara já tinha vinte anos, e brincava de soquinhos! Minha mãe, Katelyn, olhava constantemente para o banco de trás onde nós estávamos, só checando se a gente já tinha se matado. Giuseppe, meu pai, dirigia. Estávamos voltando de um restaurante, onde estava acontecendo uma festa de aniversário infantil da filha de um casal amigo da família Salvatore. Acho que Stefan tinha pegado o espírito. “Mãe, seu filho está louquinho só por causa da mulher que ele viu passar no meio da rua... Está apaixonado e nem sabe o nome dela,” disse Stefan, apertando minhas bochechas. Ele esquecia que eu era o irmão mais velho, e eu que deveria apertar suas bochechas. “Stefan, pare de irritar seu irmão,” disse minha mãe, simplesmente. “Descobri que o nome dela é Elena... Ela estuda moda na faculdade perto de casa,” eu respondi a provocação de Stefan. “Ui, ele mandou detetive e tudo!” disse meu irmão, começando a rir. “Dá pra você crescer?” eu falei, o estimulando a dar mais socos em meu braço. “Quer, por favor, parar?” falei, quer dizer, gritei para ele. Ele virou o rosto para a janela, e quando eu iria falar um ‘obrigado’ grosso, os socos que antes estavam em meu braço, agora se encontravam em meu rosto. Meu pai virou a cara para gritar um “PAREM, VOCÊS SÃO IRMÃOS! E NÃO SÃO MAIS CRIANÇAS!”. Pena que antes de ele completar a segunda frase, nosso carro já havia atingido um caminhão.

Haviam enterrado minha mãe, meu pai, e meu irmão lado a lado, representando a família Salvatore. Abaixei a cabeça na frente das três lápides, mas rapidamente levantei-a, falando um “ciao” a meu pai, baixinho. Era comum, desde pequenos, eu e Stefan falarmos italiano pela casa, já que meu pai era da Itália.

– Oi mãe. Oi... – hesitei antes de sussurrar “Stef” – Escutem... Estou passando por dificuldades. Sim, Stefan, com a “mulher que eu vi passar no meio da rua”... – repeti como ele se referiu a Elena no dia do acidente. – Vocês se lembram de quando vim alegre falar com vocês sobre meu noivado? Algo ficou no caminho... Sofremos um acidente. Após um coma, Elena só se lembra de mim como amigo... Não quero entrar em detalhes de como tudo isso aconteceu. Eu só queria... Falar para vocês. Vocês seriam os primeiros que eu recorreria, se estivessem vivos. Queria mostrar que seriam os primeiros que eu recorreria mesmo mortos. Quer dizer, nunca fui bom com palavras, mas... Eu sinto falta de vocês. Até de você, Stef... Até de você. Mi dispiace questo ti è successo. E eu queria poder trocar de lugar com vocês... Novamente, desculpe por ter gritado com você, Stefan. Ainda acho que você exagerou quanto ao soco, mas... – sorri sem humor antes de deslaçar minha garganta. Ali estava eu, chorando. Lembra quando disse sobre “lidar com essas pessoas tristes por causa de seus amados falecidos”? Eu as entendo... Não queria, mas, entendo. Continuei a observar minhas lágrimas caírem, e caírem, e caírem. Meu pai me mataria se me visse assim... – Vigliacco, smetti di piangere! – o imitei, secando minhas lágrimas e permitindo a mim mesmo sorrir. – Obrigado... Por tudo – finalizei, jogando a flor na frente de suas lápides. 

Andei entre os túmulos do Antigo Cemitério para pegar meu carro que estava estacionado logo após dele. No Antigo Cemitério haviam enterrados muitos soldados, da Guerra Fria, Guerras Mundiais... Era interessante ler as coisas que tinham escritas nas lápi... Parei de pensar e andar por um instante. Dei três passos para trás de costas, ficando de frente para uma lápide velha. Li e reli, pensando que talvez eu tenha lido errado de primeira. Mas... Não. Apesar de velha, conseguia ler o que havia na lápide claramente:

Matthew Donovan (1899 – 1916)
Mais um jovem morto na Grande Guerra. Que descanse em paz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Só posto quando vocês derem a opinião de vocês, ein! Então, reviews! Recomendações! Isso tudo me incentiva a escrever! Então, não esqueçam. Até depois!
No próximo capítulo, a gente vai ter uma "reunião familiar", acho que podemos falar assim.