Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 21
Capítulo 21 - Choro Inalcançável.


Notas iniciais do capítulo

— Olá, meus queridos leitores!
 
Sim, mais um capítulo. E eu estou muiiito feliz por termos chegado a esse ponto da fic, no momento, neste capítulo.
 
Esse é um dos momentos da fic que eu planejei desde o inicio. Por isso, procurei escrevê-lo de uma forma aceitavel e que também satisfaça o que eu já havia pensado. Espero que seja do agrado de vocês! *---*
 
Quando estava revisando o capítulo, estava ouvindo: Already Over - RED. - Apenas uma sugestão para quando forem ler e se quiserem, ouvir algo.
 
Me desculpem pelos erros.
 
E enfim, boa leitura!



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CAPÍTULO 21 – CHORO INALCASÁVEL.

 

                - Ele está aqui.

 

                Ele disse para ela. E Rukia, em meio ao choque, impedia que sua mente tivesse total certeza das palavras ditas por Dante.

                - Kuchiki Byakuya está aqui. – ele repetiu.

 

                Dessa vez, seu raciocínio foi rápido. A mente acreditou. O corpo manifestou a reação interna; e suas mãos pousaram em seu peito. Sentiu as batidas do coração acelerado.

                Byakuya está aqui. 

                Apesar de ainda não estar perto dele, a possibilidade da possível proximidade já a aliviava. Ela já sentia segurança. E isso não passou despercebido pelos olhos de Dan, que se encontrava ao lado do pai.

                O jovem Hyega não conseguiu olhá-la. Teve que desviar o rosto dela, que o torturava por transparecer mais vida ao simples fato de ouvir o nome daquele homem.

 

                - Quanto tempo, Nani? – Dan ouviu a voz de seu pai ao dirigir-se a mulher idosa, que cuidou de seus irmãos e ele durante a infância.

                - Creio que falta pouco para o bebê nascer, mas infelizmente não é o momento. – ela respondeu.

 

                Rukia se espantou pelo foco da conversa - O nascimento de seu filho. A atenção redobrou. O medo já queria se manifestar.

 

                - Pouco...?  – murmurou Dante.

                - Exatamente. Por isso é necessário cuidado e atenção, para ocorrer tudo bem na hora certa.

                - Entendo... - Dante retornou o olhar para Rukia, dando um passo a frente. Ela recuou de imediato. – Nani, você está preparada, não é? Tem total segurança de suas habilidades? – perguntou a mulher.

                - Claro, meu senhor. Desde que o senhor me incumbiu de tal responsabilidade, me empenhei todos os dias para ter confiança e sucesso no que devo fazer.

                - Muito bem. – direcionou uma das mãos a Rukia. – Pois não temos tempo a perder.

 

                E tudo aconteceu muito rápido. Com as mãos, Dante concentrou uma massa de energia não letal, que liberou com velocidade e fúria ao encontro de Rukia. Ela não teve tempo para pensar, e só sentiu com brutalidade o corpo se chocar contra a parede atrás de si.

 

                - O que você pensa que está fazendo!? – a reação de Dan foi imediata. Ele manifestava agonia e indignação ao ver o estado de Rukia, que escorregou aos poucos até tocar o chão.

                - Nobuko, Noriko, segurem ele. – Dante ordenou.

                - Eu te disse. Ele sabia que nós estávamos atrás da porta. – reclamou Noriko ao irmão quando ambos seguraram os braços de Dan.

                - Você disse que não iria machucá-la! – acusou Dan em um berro.

                - Somente se não fosse necessário. – lembrou Dante. – Mas agora, não precisarei encostar mais um dedo nela. 

                - Não... – sussurrou Dan, ao ouvir um gemido de dor dos lábios de Rukia.

 

                Ela ainda estava no chão. Levou uma das mãos a cabeça, e ao retirá-la, notou um pequeno fio de sangue. Era algo insuportável. Mas nada que se comparasse a dor que começara a brotar. Nunca se sentira assim, nem em meio aos ferimentos de uma batalha.

                Arregalou os olhos. E ao abaixar a cabeça, encontrou o vermelho manchando o tecido claro de seu kimono.

                Estava sangrando.

 

                - Confiarei em você, Nani. – Dante deu de ombros. – Vamos, meus filhos. Temos que deter os invasores.

 

                Rukia, com dificuldade, observou a família Hyega sair do quarto. Dan fora puxado pelos irmãos, e ela percebeu aquele olhar aflito direcionado a ela.

                Olhou a mulher idosa se aproximar, ajudando-a a levantar.

                Não. Não! Não pode ser agora!

 

~o~o~o~

 

                - Nobuko, Noriko. Há dois invasores a mais. Creio que tenham sentido tamanha pressão espiritual. – Dante dava as ordens, enquanto caminhava pelos corredores da mansão. – O dever de vocês é impedir que eles avancem. Somente eles dois.

                - Como quiser papai. – Noriko anunciou, logo sumindo em passos de shunpo com o irmão gêmeo.

                - Dan. – agora se referiu ao primogênito, que vinha atrás de si. – Você deve voltar e proteger o local onde Kuchiki Rukia está.

                - O quê? Mas, papai, eu…

                - Não ouse questionar minhas ordens, Dan. – virou-se para encará-lo. – O seu dever é ficar naquele quarto. Com a sua pressão espiritual, você tem que manter o nível de reatsu de Kuchiki Rukia estável. Nani pode manter a criança viva, mas não se esqueça do que ocorreu com sua mãe. Você quer que Kuchiki Rukia morra?

 

                Ele ficou pálido com a possibilidade, porém, conseguiu responder com firmeza:

 

                - Não.

                - Faça o que eu mando e isso não irá acontecer. Siga a orientação que eu lhe dei.

 

                Agora, só precisavam de tempo.

 

~o~o~o~

 

                - É aqui? – perguntou Renji, caminhando ao lado de Ichigo, e avistando a enorme mansão á alguns metros.

                - Sim. O velho disse que aqui é uma das mansões da família Hyega. A Rukia deve estar lá dentro. – respondeu sério, sem desviar a atenção do lugar.

                - Sei... – tomou um tom sério. - Ichigo, não se esqueça do que Seiji-san nos disse.

                - Sobre o quê?

                - Sobre Hyega Dan.

 

                Ichigo franziu o cenho.

 

                - Argh! Não me importo com o que esse cara pode fazer! Irei acabar com qualquer um que se meter no meu caminho! – jamais mudaria suas atitudes por opiniões alheias.

 

                E ao fitar além do homem a sua frente, pode notar algo curioso. Portais negros - se abrindo em frente à entrada da mansão - por onde começaram a sair hollows.

                Seiji os havia advertido. Dante poderia ter artimanhas inesperadas; seus filhos poderiam ter poderes únicos; e o “trunfo” sempre permaneceria seguro e controlado.

                Mas nada que pudesse impedi-los. Eram apenas hollows comuns, que não ficariam ali por muito tempo.

 

                - Vamos. – finalmente Byakuya se pronunciou, empunhando sua zanpakutou.

 

                Ichigo e Renji fizeram o mesmo. Em segundos, avançaram em passos de shunpo.

                Um a um caía. Com apenas um golpe fatal, derrotavam cada hollow ao caminho. Era um número considerável, mas nada espantoso. Fracos, por assim dizer.

                Ele sabia. Byakuya tinha certeza. - Queriam apenas atrasá-los.

 

                - Vamos entrar. - anunciou, levando a zanpakutou a frente do rosto. – Shire, Senbonzakura.

 

                As lâminas foram de encontro à grande entrada, que em pouco tempo virou destroços ao chão.

                Eles avançaram. Conseguiram invadir. Na verdade, foi fácil de mais... Havia algo que não sabiam...

 

                - Não acredito! Estão destruindo nossa casa!

                - Claro que eles terão que pagar, Noriko.

 

                Dentro da mansão, no grande corredor que se encontravam, duas pessoas os aguardavam:

                Os filhos mais novos de Dante.

                E ao verem ambos a frente, foi inevitável pararem.

 

                - Sejam bem vindos, invasores. – Nobuko saudou com sarcasmo.

                - Como vai, Capitão Kuchiki? – e Noriko não estava diferente do irmão.

 

                Byakuya fitou com desprezo aquele que, um dia, fora seu tenente. Os olhos prateados comprovando a linhagem dos Hyega.

 

                - Saiam. – Byakuya utilizou uma palavra curta, mas com um tom autoritário de causar inveja.

                - Calminha. Você poderá passar... – o jovem de cabelos brancos sorriu. - Mas eles não!

                - O quê? – Ichigo tinha certeza que falavam dele e de Renji, e não ficaria calado. – Tá maluco!?

                - As ordens de nosso pai foram bem claras. – Nobuko explicou, fechando os olhos. – Ele não quer que vocês atrapalhem. O nosso assunto é com Kuchiki Byakuya.

                - Desgraçado! – foi a vez de Renji. – Não pense que vamos-

                - Sim. – Byakuya interferiu. – Eles ficam.

                - Mas... Taichou?

                - Nem vem com essa, Byakuya! – o Kurosaki trincou os dentes em raiva. – Está enganado se acha que eu vou te obedecer! Você não tem o direito de-

                - Não interfira, Kurosaki Ichigo. Você não tem motivos para estar aqui. – a frieza de Byakuya o deixava irado.

                - Como não!? Eu vim salvar a-

                - Cala a boca aí, oh alaranjado! – gritou Noriko, irritado. – Kuchiki Byakuya, você pode passar. – e dando um passo para o lado, assim como Nobuko, pode abrir o caminho para que Byakuya continuasse.

 

                Ele não pensou duas vezes. Byakuya sumiu com o shunpo. Sem se importar, seguiu pelo grande corredor adentro.

 

                - Maldito. – murmurou Ichigo, segurando com força a empunhadura de Zangetsu, com o intuito de conter a raiva. 

                - Trema, Thorgai!

 

                De repente, o gêmeo mais velho, Nobuko, liberou sua zanpakutou. O grande martelo já estava em sua posse, apoiado nas costas. Os olhos verdes intensos ela liberação da espada.

                Sorrindo levemente, ele olhou para o irmão.

 

                - Qual você vai querer Noriko? Vou deixar você escolher dessa vez.

                - Não sei... – falou pensativo. – Ah, melhor você escolher! Eu luto com qualquer um desses idiotas.

                - Está bem. Mas depois não reclame...

 

                Tudo era apenas um jogo para eles.

 

                - Ichigo. – Renji apareceu ao lado do shinigami substituto. - Vê se não demora. Não podemos perder tempo com esses caras. Temos que... - não pode terminar.

 

                Nobuko surgiu ao lado de Renji, depositando um golpe neste com sua extravagante zanpakutou. E com velocidade e força impressionante, o novo capitão do nono esquadrão atravessou a parede.

 

                - Eu escolho você, capitão de cabelo vermelho. – riu, indo em direção ao adversário.

                - Renji! – Ichigo iria até ele também, porém, fora impedido.

                - Ei, ei! Você é o meu adversário. – reclamou Noriko. – Vamos nos divertir um pouco.

                - Droga. – no cúmulo da paciência, Ichigo avançou contra o Hyega caçula.

                - Agora sim! – e Noriko defendeu o ataque, sorrindo pelo inicio de sua luta. – Mas antes... Meu nome é Hyega Noriko. – em certos momentos, conseguia manter a postura. Principalmente em uma batalha, como seu pai sempre lhe dissera. - Qual é o seu nome, alaranjado?

                - Kurosaki Ichigo.

                - O quê? – não pode esconder a surpresa. – Quer dizer que foi você que derrotou aquele tal de Aizen, que quase colocou a Soul Society abaixo?

                - Sim.

                - Está ficando cada vez mais interessante.

 

                Após a resposta, Ichigo forçou a lâmina de Zangetsu contra o inimigo, o que fez Noriko dar um salto para trás, se afastando dele.

 

                - Nobuko vai odiar saber que eu lutei contra você. Mas a culpa não é minha se tive sorte. – com uma das mãos, Noriko levou a zanpakutou para frente do corpo. – Sendo assim, vou aproveitar.

 

                Curiosamente, ao redor do corpo do Hyega, especificamente nos pés, algum tipo de energia começou a circulá-lo. Ichigo observava a tudo, sentindo a pressão espiritual do adversário se elevar. Nos olhos de Noriko, o azul se alastrou.

 

                - Emirja, Posítrede!

 

                 E no mesmo instante, a zanpakutou do jovem Hyega mudou de aparência. Tomou o formato de um longo tridente prata. Nas pontas deste, pequenas pedras da cor azul definiam com perfeição detalhes orientais com formatos de ondas.

 

                - Preparado, alaranjado-san? - começou a girar o tridente com uma das mãos, querendo mostrar habilidade.

                - Sim. – Ichigo ficou em posição de ataque. – Só tenho que derrotá-lo e seguir meu caminho. 

                - Há, não pense que será tão fácil! – se posicionou também, com os olhos azuis confiantes. – Eu vou acabar com você.

                - Getsuga Tenshou!

 

~o~o~o~

 

                Em meio ao caminho, ele ouviu o estrondo vindo da sala que antes estava. Com toda certeza, a luta começara. Mas Byakuya não se importava. A verdade era que eles nem deveriam estar aqui. O assunto era relacionado ao seu Clã, sua família. Não mudaria sua opinião.

                Continuou a seguir. A maioria do caminho era em linha reta, com apenas algumas curvas bem simples. A mansão possuía um comprimento considerável. Até que, finalmente,  avistou uma grande porta ao final.

                Prestes a empunhar a espada para pô-la abaixo, surpreendeu-se ao ver que ela abriu por si só. E não teve dúvida se deveria ultrapassá-la.

                Byakuya se viu dentro de um salão espaçoso, muito semelhante ao de sua própria mansão. Parou no mesmo instante, sentindo a presença de outra pessoa naquele lugar.

 

                - Kuchiki Byakuya. – e estava certo. Havia alguém.

 

                Olhou o indivíduo, parado adiante.

 

                - Acho que você não se lembra de mim. – o homem continuou. – Quando nos vimos pela última vez, você ainda era muito jovem.

                - Hyega Dante. – Byakuya foi contra a afirmação, mostrando se lembrar perfeitamente do antigo líder da família Hyega.

                - Vejo que estava enganado... – pegando a ponta de sua capa e curvando levemente a cabeça, Dante mostrou um respeito duvidoso. – É um prazer revê-lo novamente, Kuchiki Byakuya.

 

                O capitão Kuchiki não se intimidou.

 

                - Onde ela está?

                - Direto ao ponto. – sorriu com a direta. – Não se preocupe, sua esposa está bem.

                - Não me faça repetir. Diga-me onde Rukia está.

                - Cuidado com suas palavras, Kuchiki Byakuya. – ficou sério. – Não use esse tom arrogante quando falar comigo.

 

                E a próxima atitude de Byakuya foi inesperada. De repente, ele sumiu do campo de visão de Dante, surgindo atrás deste.

 

                - Hadou#31: Shakkahou.

 

                Porém, não foi Byakuya que usou o encantamento.

                Dante foi mais rápido, predestinando a ação do Kuchiki. E com uma das mãos, lançou o kidou ao virar-se para trás.

                Byakuya ficou surpreendeu, mas com suas habilidades em velocidade, conseguiu desviar - mesmo que fragmentos da energia vermelha tenham perfurado parte de seu haori de capitão.

 

                - Não se precipite. – Dante o olhava. – Eu sei cada movimento seu. Sem dúvida, você não é diferente dele.

 

                Ele não deu ouvidos ao Hyega.

 

                - Hadou#4: Byakurai. – o raio azul saíu de seu dedo.

                - Bakudou#8: Seki. – e pela segunda vez o ataque de Dante se mostrou preciso, repelindo o próprio encantamento de Byakuya contra ele mesmo.               

 

                Ele conseguiu se desviar mais uma vez, porém, com mais dificuldade. Sabia que não deveria permanecer utilizando aquele tipo de ataque. Era a especialidade de Dante. Então, optou por empunhar a espada.

 

                - Shire... – entretanto, Byakuya não pode invocar sua zanpakutou.

 

                Foi impedido. Linhas, correntes douradas envolveram seu corpo, prendendo-o. Senbonzakura, antes em suas mãos, agora foi jogada ao chão.

 

                - Bakudou#63: Sajou Sabaku. – esta foi a magia utilizada pelo Hyega.

 

                Byakuya estava preso. E Dante pareceu satisfeito, aproximando-se dele.

 

                - Uma zanpakutou... – brevemente olhou para Senbonzakura. – Lixo. – e chutou para criar distância. – Mesmo assim, me surpriendi ao ver suas habilidades com kidou, Kuchiki Byakuya. Lhe parabenizo. – mais perto dele, franziu o cenho ao notar a expressão no rosto do líder dos Kuchiki.

 

                Era incrivel. Apesar de ter seus movimentos restringidos, e as mãos nuas; Byakuya ainda olhava para Dante com autoridade... desprezo. Ele não se abalou pela situação.

 

                - Seus olhos... – o Hyega mais velho não gostou disso. – Você é interessante, Kuchiki Byakuya. Lembra-me muito seu avô. No modo de lutar e agir.          

 

                Silêncio de olhar.  

 

                - Você quer sua esposa, não é? No momento, não poderei lhe levar até ela.

                - Se você fizer algo a ela, eu o mato. – as palavras de Byakuya foram cortantes.

                - Eu não vou matá-la. Assim como você. Quero ambos vivos.

 

                Alguns segundos em silêncio, até que Dante deu de ombros.

 

                - Não sei se é reconfortante... Mas saiba que salvei a sua vida. O correto seria outro estar aqui no meu lugar.

 

                Byakuya não disse nada, permanecendo neutro.

 

                - Também não sei se isso o ajudará... – Dante prosseguiu. – Mas quero que saiba que em pouco tempo o seu filho irá nascer.

 

                E diferente de antes, agora, o rosto dele manifestou reação. Surpresa pelo que foi lhe dito. Não pode controlar - A neutralidade se dissipou.

                Poderia Rukia está...?

 

                - Exatamente o que ouviu. – o Hyega virou-se para ele. – Kuchiki Rukia está dando a luz ao seu filho neste exato momento.

 

                Os olhos de Byakuya transpareciam puro espanto. Ele conhecia o perigo. Sabia o que poderia acontecer. E agora... Literalmente com as mãos atadas, ele sentia o gosto amargo da impotência.

                E de repente, invadindo seus pensamentos sem pedir permissão, ele ouviu gritos. O som da respiração acelerada... Da fraqueza. Era como se fossem palpáveis as suas mãos. Era como se estivesse ao lado dela...

                ... Rukia.

                Ele ouvia a voz dela.

 

                - Está ouvindo? – indagou Dante, mesmo que conhecesse a resposta.

 

                Byakuya, de imediato, procurou meios para livrar-se daquele kidou que o cercava. Não poderia continuar parado. Ela precisava dele.

                A forma que encontrou foi aumentar a pressão espiritual. As correntes do Sajou Sabaku não suportariam sua reatsu. Havia uma maneira. E iria efetua-la.

                Em segundos, a aura branca já percoria seu corpo.

 

                - Certamente é uma reatsu impressionante. – comentou Dante, olhando-o para ele. – Mas espero que tenha notado... Este não é um Sajou Sabaku comum.

 

                Hesitou. Byakuya percebeu. Era como seu sua defesa houvesse se virado contra ele. Ele sentia a reatsu fluir para fora de seu corpo, e as correntes intensificarem o brilho dourado. Ele... estava perdendo forças. Como?

 

                - O Sajou Sabaku é apenas um bakudou de aprisionamento. Algo muito simples para uma batalha. Então eu o modifiquei. – o patriarca explicou. – Quanto mais você liberar sua reatsu, Kuchiki Byakuya, mais forte as correntes ficaram, pois sugaram toda a sua energia. Isso fortarecerá o bakudou. – riu. – Irônico, não? Um Kuchiki literalmente em minhas mãos...

                - Pare com isso, Dante. – uma terceira voz se fez presente.

 

                O sorriso não teve mais espaço para se manter. Não era a reação esperada.

                Aos poucos, compreendeu cada palavra, o tom da voz invasora... Ele lembrou. Vagarosamente virou o rosto para encarar aquele reflexo do seu passado.

 

                - Há quanto tempo... Seiji.

 

                Sim, ele estava lá. Kuchiki Seiji.

                Após anos, eles se reencontraram. O destino fez com que caminhos já tão diferentes, se cruzassem novamente.

                Eles fitavam um ao outro. O cinza contra o prata.

                Agora, não amigos, mas sim inimigos.

                O silêncio pareceu algo interessante. Mas não queria que ele se estendesse por muito tempo.

 

                - Vejo que amadureceu bastante, Seiji. – Dante falou mais uma vez. – Mas o seu cabelo continua ridículo. Você nunca o corta. Já não é mais tão novo para se portar desta forma.

                - Dante, solte Byakuya. – o Kuchiki mostrou não ligar para comentários desnecessários.

                - Soltá-lo? – sorriu, começando a andar para o lado. – Você gostou, Seiji? Do encantamento que estou usando no seu sobrinho?

 

                Seiji permaneceu em silêncio de olhar.

 

                - Durante esses anos, eu procurei aperfeiçoar minhas habilidades. Peguei kidous e os transformei ao meu favor. Os aperfeiçoei. – parou. – Como o Tenteikuura, que agora uso sem precisar envocar. Mas a minha maior conquista, sem dúvida, é o kidou de teletransporte e o HyeSakushīru.

                - A que ponto você chegou, Dante. – balançou a cabeça negativamente. – Foi capaz de buscar poderes de hollows ao seu favor. 

                - Não fale asneiras, Seiji. – ergueu o queixo, mostrando-se ofendido. – Eu não quero os poderes dos hollows para mim. Eu não os controlo, apenas os uso. Perceba a diferença... Eu não sou como Aizen.

                - Por que você sabe que foi a criação dele que matou seu pai. – lançou a acusação.

 

                Dante arregalou levemente os olhos prateados, encarando os impenetráveis de Seiji. Entendia aonde ele queria chegar.

                Sorriu. Abaixou a cabeça, rindo.

 

                - Você é único, Seiji. E você mudou... Assim como eu. – ergueu o olhar novamente. – Está vendo em meu rosto? A marca deixada por Kuchiki Ginrei? – exibiu a cicatriz no olho direito.

                - Meu pai fez o necessário. – não se abalou. – Não havia alternativa para Hemura. Ele iria matar todos-

                - Não seja ingênuo, Seiji! Havia uma maneira! – gritou.

 

                Com ira, Dante estendeu uma das mãos em direção a Byakuya, e ao fechá-las, fez com que conseqüentemente às correntes douradas ao redor do Kuchiki apertassem.

 

                - Vocês, Kuchikis, somente olham para o próprio orgulho, para o bem de vocês mesmos. E tudo se repete, no decorrer dos anos... – franziu o cenho, pressionado o punho. – O neto de Ginrei traiu meu filho. Eu dei uma chance a Dan... E ele falhou. Confiou no que não deveria.

                - Isso... Não mudaria nada. – Byakuya falou com força, ignorando o encantamento ao redor do corpo.

 

                Afrouxou o punho, olhando para ele.

 

                - Exatamente. Isso não mudaria o seu destino. O destino em que você pagará pelo erro de sua família. Mas a morte... é o último caminho da sua derrota, Kuchiki Byakuya. E não quero encaminhá-lo a ele. Você sofrerá mais em vida.

                - Dante. – Seiji chamou sua atenção. O Hyega virou-se para ele, notando algo curioso. – Você não me deixa escolha. – nas mãos de Seiji, a luz anil da magia já brilhava. – Eu defenderia meu Clã. Mesmo que eu morra para esse fim.

                - Quer lutar comigo, Seiji? – deu um passo a frente. – Não se engane. Sabes muito bem que eu sou mais forte. Era assim quando éramos jovens… E isso nunca irá mudar. Eu sempre estarei a sua frente.

                - Eu faria o que for preciso para acabar com isso.

                - Mas esta não é à hora apropriada. – tomou uma expressão indecifrável. – Eu lhe disse uma vez: quando lutássemos, apenas um sobreviveria. E este não foi o momento que escolhi para que isso ocorra. Sua queda não acontecerá agora.

                - Está com medo, Dante? – sorriu levemente. Era como se sua personalidade imatura retornasse. – Sempre soube que você tinha medo de lutar comigo.

                - Que provocação barata. Idiota... Analise o que eu disse, Seiji: este não foi o momento que escolhi. Pois agora... – ergueu ambas as mãos. – É o momento do primeiro choro!

 

                Com esse gesto, ele estendeu o efeito do Tenteikuur. O som alastrou-se por todas as mentes. Invadiu. Tomou posse. Todos ouviram o choro.

                As lutas que ocorriam cessaram por um instante. O som se estendeu até Ichigo e Renji. Seiji ficou surpreso. E Byakuya... perdeu a capacidade de respirar. O rosto tomando feições que poucas pessoas presenciaram. Os olhos mostrando um raro espanto. Sentimentos, jamais vividos por ele, começaram a invadi-lo sem permissão.

                Tudo era involuntário. Ele não tinha controle. Era diferente... Tudo mudou.

                Pois ele ouvia o choro... O choro único...

                ... O choro de criança.

 

                - Parabéns, Kuchiki Byakuya. – Dante sorriu. – Seu filho nasceu.

 

~o~o~o~

 

                Ela jogou todo o corpo sobre a cama.  Exausta. Gotículas de suor escorriam por sua pele alva. A dificuldade em sua respiração comprovava o esforço. Cansaço...

               Mas valeu a pena. Sim, não tinha dúvida.

               Rukia não queria de outra maneira.

               Pois a recompensa era grande. O choro de seu filho a regozijava. Um choro tão forte... Tão cheio de vida.

 

               - É um menino. – a voz de Nani chegou aos seus ouvidos.

 

               Por segundos, ela fechou os olhos, deixando um leve sorriso tomar conta de seus lábios.

                Um menino...

                Abriu os olhos novamente, ansiosos para enxergar aquele ser tão esperado. Queria vê-lo. Sorrir para ele. E sua ansiedade foi saciada.

                Ela presenciou, diante de si, o bebê no colo da velha senhora. A felicidade rapidamente tomou conta de seu peito.

                Ele era perfeito. Um bebê lindo. Jamais havia visto um rosto tão doce.

 

                - Olá... meu filho... – falou com a voz fraca, tocando com carinho os pequenos dedinhos da criança.

 

                Tão pequeno...

                Ele ainda chorava. A boquinha aberta... O som tão agudo... Mas que lhe trazia paz. Confirmava a vida, o vigor.

                Rukia estendeu as mãos. Queria sentir a pele clarinha e macia tocar a sua.

 

                - Deixe-me segurá-lo. – pediu.

 

                Nani diminuiu o olhar, fitando-a com atenção. Até que deu as costas para Rukia.

 

                - Isso não será possível. – a mulher disse com frieza.

 

                Arregalou os olhos no mesmo instante.  A negação despertou memórias. Palavras tão cortantes invadiram sua mente. Lembrou o propósito de estar ali.

 

                “Eu quero o seu filho.”

 

                E tornando consumando aquele desejo, ela viu pouco a pouco a mulher idosa se afastar. O seu filho ser levado.

 

                - Não... Não... – a voz ainda continuava fraca. Mas era o suficiente para Nani ouvir. – Não faça isso...

                - Você está fora de perigo. – Nani disse sem se virar para ela. – Essa criança não nasceu com grande pressão espiritual, o que não colocou sua vida em risco. Você ficará bem.

                - Não... Por favor...

                - Eu voltarei para ajudá-la. Não se preocupe.

                - Por favor... Eu imploro... – soprava as palavras.

 

                Rukia se importava apenas com a vida que compartilhou durante tanto tempo e que agora era tirada sem compaixão. Nada mais importava. Queria apenas estar com ele.

                Uma mãe não deve ficar longe de seu filho. Ela queria abraçá-lo. Ser a primeira pessoa que ele visse quando abrisse os olhos. Ela queria estar com ele. Precisava.

 

                - Pare. – se esforçou para aumentar o tom de voz, com a intenção de impedir que Nani continuasse a levar o seu bebê. 

 

                E funcionou. Nani parou, mas ainda permaneceu de costas para ela. Não havia outra maneira.

                Tristeza... Dor... Lágrimas... Distância...

 

                - Niki... – Rukia tinha a voz falha. - O nome dele... É Niki...

 

                A senhora continuou parada, levando alguns segundos para falar. Suspirou.

 

                - Pois bem. – mas finalmente abriu a boca... Prosseguiu.

 

                Nani retornou o caminhar em direção a porta, levando a criança nos braços, levando consigo a esperança de Rukia. A felicidade que invadiu o seu peito com tanta facilidade, extinguiu-se com mais velocidade.

                Levavam parte de seu coração. Parte de sua vida.

                Rukia a via se afastar... Via a distância crescer...

                Não enxergava o bebê. Não podia. Apenas ouvia o choro...

                ... Já tão inalcançável. 

                Não seria ela a cessar o choro. Ela não poderia abraçar o próprio filho e transmitir em gestos segurança. Ela... não seria nada.

                Isso não era certo. Não permitiria tamanha crueldade.

                No entanto, ela não tinha forças. Não conseguia forças para defender o que era seu. Tentou, mas não conseguiu.

                Estava fraca.

                As lágrimas já embaçavam seus olhos.  As pálpebras tornaram-se pesadas. A visão turva... E antes do olhar ser tomado completamente pela escuridão, ela conseguiu ver pela última vez o bebê ser levado para longe de seus braços... Para longe de sua vida...

                ...Para sempre.

 

 

Continua...

 

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

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-ZANPAKUTOU DE HYEGA NORIKO –

 

Posítrede

 

Jogo de palavras com os seguintes nomes:

 

- Posídon (Poseidon): deus dos mares na mitologia grega.

- Tritão: filho de Poseidon. Também é o deus dos abismos oceânicos.

 

Ambos os nomes relacionados ao elemento e poderes da zanpakutou: Água.

 

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- KIDOU UTILIZADO POR BYAKUYA –

 

- Hadou#4: Byakurai (Raio branco) - O usuário lança um poderoso relâmpago da ponta dos dedos.

 

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- KIDOUS UTILILIZADOS POR HYEGA DANTE –

 

- Hadou  #31: Shakkahou (Canhão de fogo vermelho) - Atira uma bola espiritual vermelha(fogo) no oponente.

 

- Bakudou#8: Seki (Repulsão) - Cria um escudo redondo que paralisa temporariamente e repele qualquer coisa que o atinge.

 

- Bakudou#63: Sajou Sabaku (Contensão de linhas de servidão) - Ao utilizar esse Bakudou uma grande corrente dourada prende o oponente.

Observação: Dante modificou esse bakudou. Fez com que o Sajou Sabaku não fosse somente uma magia de aprisionamento. Adicionou habilidades, como sugar a energia espiritual do adiversário e controlar as correntes douradas com as próprias mãos, fortalecendo o aprisionamento.

 

- Bakudou#77: Tenteikuura (Rede celestial que supera os céus) - Transmite mensagens mentalmente para qualquer um dentro de uma área de escolha do usuário. As mensagens podem ser ditas pelo usuário ou qualquer pessoa próxima a ele.

Observação: A modificação do Tenteikuura se dá pelo fato de Dante tê-lo aperfeiçoado ao seu favor, sendo a única pessoa capaz de utiliza-lo sem necessitar da invocação. Além de controlar, a qualquer momento, a pessoa e o momento que deseja que o encantamento a atinja.

 

- Teletransporte: Técnica aperfeiçoada por Dante. Habilidades e origens ainda não revelados.

 

- HyeSakushīru: Magia criada por Dante. Habilidades ainda não reveladas.

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Notas finais do capítulo

Primeiramente, calma!
 
Eu sei, eu sei. Maldade, não é? O Clã Hyega tomar o bebê da Rukia.
Acho que eu já disse antes em outros capítulos, mas o plano do Dante já está todo trasado. Tudo é apenas mais um passo para o grande objetivo, que ele deixou bem claro no passado (capítulo anterior), antes de ir embora.
 
Finalmente o nome da zanpakutou do Noriko foi revelado. Acho que foi o que eu mais utilizei jogo de palavras, não acham? Mas eu gostei de como soou. Então, fica assim:
— Dan: fogo.
— Noriko: água.
— Nobuko: terra.
 
E antes de eu comentar sobre a Rukia e tudo, eu citei um kidou do Dante que influenciara muiito futuramente. Prestem atenção. Tem pistas neste capítulo! XD
 
Anyway, falando agora sobre o filho da Rukia e do Byakuya. *---*
 
Sim, é um menino. E o nome dele é Niki!
 
Gostaram ou acharam estranho?
Bem, há um momento da fic que influenciou a Rukia a escolher esse nome. Acho que vocês sabem qual é. Mas se não, logo vocês saberam. Provavelmente no próximo.
 
E falando no próximo capítulo... É mais um planejado a um bom tempo! Acho que de agora em diante, nessa nova fase da fic, será capítulos já pensados e traçados praticamente desde o inicio.
Espero que gostem do rumo da fic, assim como eu gostei de planeja-lo! *---*
 
Enfim, muiito obrigada por todos os reviews e apoio!
 
Sabem que qualquer dúvida, só perguntar! E crítica e opniões tambpem seram bem vindas! XD
 
Acho que não esqueci de nada...
 
Ah, sim! Viva o pen-drive que facilitou muito a minha vida na hora de escrever! òo/
UHAUAHUAUHAUA! XD
 
Beijinhos e fiquem com Deus! ;*