Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 13
Capítulo 13 - Pétalas, fogo e lágrimas.


Notas iniciais do capítulo

- Quando eu escrevi este capítulo, estava escutando a musica: "So Cold - Braking Benjamin".- Achei interessante dizer, caso vocês queiram ler ouvindo alguma coisa, então, eu recomendo! ^^



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CAPITULO 13 – Pétalas, fogo e lágrimas.

 

Como ele poderia ficar parado ali? Como? Aquilo não era racional. Não estava compreendendo nada... Tudo não estava acertado? Porque ela queria um tempo para pensar? A decisão foi dela, não foi?

 

    - Eu vou atrás dela. - Dan mais uma vez se colocou de pé.

    - Já disse para esperar, Hyega. - e mais uma vez Seiji o impediu.

     

Aquilo já o estava incomodando. Ele era louco por acaso? Sua noiva havia acabado de sair correndo e Seiji queria que ele ficasse ali parado? Não. Não iria fazer isso.

 

    - Você pode ser um dos membros mais respeitados de seu Clã, Kuchiki Seiji – disse em um tom sério – Mas acho que esse respeito não pode ser estendido até mim, líder do Clã Hyega.

     

Seiji nada respondeu, apenas o continuou fitando seriamente. O olhar gélido de Byakuya parecia ter sido transferido para os seus.

 

    - Saia da minha frente, Kuchiki Seiji.

    - Você está agindo como seu pai.

    - Não me compare a ele. Meu pai jamais faria o que eu estou fazendo. - a voz de Hyega saiu um pouco tremula após ouvir tal afirmação – Por favor, deixe-me passar.

     

Ficaram se encarando. O clima tenso começou a chamar a atenção de quem estava em volta.

 

    - Deixe-o, Seiji. - Emi tocou o ombro do marido – Ele é o noivo de Rukia. Sabe como se deve agir.

     

Seiji não moveu nenhum músculo, mas meio contrariado, acabou abrindo passagem para que o garoto passasse.

 

Dan sorriu satisfeito.

 

    - Muito obrigado, Senhora Emi. - fez uma pequena reverencia com a cabeça, e Emi assentiu do mesmo modo.

     

Utilizando o shunpo, como em um piscar de olhos, Dan já estava fora do templo. Olhou para os lados procurando sentir a pressão espiritual de Rukia e a encontrou facilmente, sendo que ela não estava sozinha. Estaria ele...?


Mais uma vez utilizou o shunpo seguindo em direção ao local onde Rukia estava.

 

Talvez o Cunhado-san estivesse conversando com ela sobre o porque de ela ter feito aquilo. Ou talvez esse pouco tempo que ela queria para pensar, fossem para saber a opinião do irmão, não é? Sabia o quanto Rukia o respeitava, mesmo que já fosse tarde para esse tipo de atitude.


Pelo menos poderia ter uma esperança. Estava ciente do quanto o Cunhado-san era correto e fiel aos seus compromissos, e tecnicamente, o casamento de Rukia era um deles.

 

Confiava nele. Apesar de tudo, confiava. Mesmo que os seus... O que estava acontecendo!?


Em um pequeno espaço de tempo, toda a sua esperança se desfez em vários pedacinhos. Os seus olhos prateados se arregalaram em uma expressão de pânico, enquanto a boca entreaberta deixava uma pergunta no ar.

 

O que era aquilo!? Rukia e...!? Não! Não podeira ser verdade!


Seu corpo ficou travado, enquanto os pés se prenderam ao chão. Não conseguia se mexer. Não conseguia nem respirar, o ar ficou preso em seus pulmões. “Aquilo não poderia ser verdade.” - repetia para si várias vezes, tentando se convencer de que aquilo era uma ilusão, mas os seus olhos não deixavam...


Eles nem perceberam sua presença. Estavam tão ligados que nem o perceberam!

 

Cerrou os punhos com força. Tudo o que esperava. Tudo o que havia planejado. O bem entre os Clãs. Sua vida... Tudo se desfez. Ele se desfez.


    - Dan!? - a voz de Rukia saiu meio embargada, mas o suficiente para ele ouvir.

     

Agora eles o perceberam!?


Byakuya o fitou. Aquela expressão séria dele em nenhum momento mostrou algum abalo. Ele não se importava com nada, essa era a verdade.

 

    - Dan... - Rukia disse em meio a um sussurro. Será que ele havia visto?


Ela não sabia como agir. Não era para ser assim! Olhou para Byakuya procurando ajuda, mas ele em nenhum momento desviou o olhar do homem a sua frente.

 

    - Porque, Rukia? - Hyega quebrou o silêncio cortante. - Porque me enganou?

     

Ela o olhou surpresa. O que poderia responder!?


    - Dan, eu não... me desculpe...

    - Rukia não precisa lhe responder nada. - Byakuya a interrompeu.

     

Hyega franziu o cenho.

 

    - Eu fui um idiota. - começou – Ele estava certo. O Clã Kuchiki não merece compaixão. Não merece perdão.

    - Lhe garanto que o Clã Kuchiki não precisa de tal valores. - Byakuya não exitou em retrucar - Especialmente vindos de você.

    - Tem razão. - Hyega empunhou a espada. Sua pressão espiritual começou a se elevar, enquanto os seus olhos rapidamente tomaram a cor alaranjada. - Kuchiki Byakuya, eu vou te matar.

     

Rukia arregalou os olhos angustiada. Aquele Dan que estava a sua frente não era o mesmo. Havia algo diferente nele. Algo que não conseguia explicar em palavras. As penar cambaleavam. Só havia se sentindo assim uma vez, e foi quando Aizen revelou ser um traidor.

 

    - Dan. - ela deu um passo a frente – Me escute. Eu sei que-

    - Fique fora disso, Rukia. - Byakuya empunhou Senbonzakura.

     

Ela o fitou surpresa.

     

    - Mas Nii-sama-

    - Isso é uma ordem. - continuou – Não irei repetir.

 

Rukia mordeu o lábio inferior. Sabia que se os dois quisessem lutar, ela não poderia fazer nada diante disto. Não nessas circunstâncias. Não era forte o bastante para impedi-los na base da força, e palavras não iriam adiantar.

 

    - Vamos para outro lugar. Não quero que mais ninguém se envolva. Esse assunto é só nosso. - Dan expressou o seu desejo.

     

Byakuya não precisou responder para que Dan soubesse que ele estava de acordo.

 

Em uma fração de segundos, Rukia se viu sozinha.

 

    - Rukia!

     

A voz do shinigami substituto chamou a atenção dela, mas não a de seu corpo que recusou a se mover olhando para o nada.

 

    - Rukia! - foi necessário Ichigo ficar em frente a ela – Rukia! Você está bem!? O que aconteceu!? Eu senti uma reatsu se elevar! Onde está o Byakuya!?

     

Rukia o olhou em choque, podendo perceber que ele não estava só.

 

    - Kuchiki, o que aconteceu? - Ukitake repetiu a pergunta, buscando uma resposta.

    - O N-Nii-sama e o Dan... - ela sussurrava – Eles... E-Eles vão...

    - Eu sabia que isso ia acontecer! - a voz gélida de Seiji se interviu – Ukitake, você sabe o que isso significa?

     

Ukitake ficou em uma expressão séria, concordando com um simples gesto em sua cabeça.

 

    - Devemos impedir esta luta.

     

     

~o~o~o~

 

O local escolhido se encontrava em uma distância bem segura de todos. As arvores poderiam ser consideradas as únicas especies com vida naquele lugar. O vento parecia conhecer a situação, batendo em seus kimonos e deixando o ar em um estado mais tenso. Suas pressões espirituais, levemente elevadas pelo simples fato de se olharem, mostravam que ninguém poderia se aproximar.

 

Nada poderia interferir. Nada!


    - Gentileza não será algo que estará presente em nossa batalha, Kuchiki Byakuya. - falou Hyega – Saiba que irei com a intenção de matar.

    - Pensei que já soubesses disso. Pois essa também é a minha intenção. - retrucou.

     

Logo Byakuya franziu o cenho perante o leve sorriso que surgiu no rosto de Hyega.

 

    - Eu irei derrotar você, Kuchiki Byakuya. - uma aura de cor laranja circulava em volta do corpo de Dan – O sangue do líder do Clã Kuchiki ira correr pelas minhas mãos.

    - Não seja arrogante, Hyega Dan. - Byakuya apertou firmemente a empunhadura de sua espada – Não tente comparar nossos poderes.

    - Você esta certo, que falha de minha parte. - apontou sua espada para o Kuchiki - Antes eu preciso mostrar essa diferença para você compreender o que eu quero dizer.

     

Os olhos de Hyega Dan ficaram em um tom vermelho sangue. Em um impulso, jogou sua espada para cima, que começou a girar sobre ele. Isso despertou a curiosidade de Byakuya, mas em nenhum momento ele a deixou transparecer. Sabia o que viria.

 

    - Bankai!


Ao proferir essas palavras, a espada que antes girava sobre o seu corpo, ficou envolta por uma fumaça escarlate, e logo Byakuya pode distinguir a formação de uma ave de fogo, que batia suas asas atrás de seu dono. O grito dela causava um estrondo tão grande, ques as folhas das arvores eram arrancadas aos montes em uma única vez.

 

    - Voe pelo céu de fogo, Itanix!


Em um estrondo, a ave se elevou, e após soltar um grito, seu corpo se desfez em vários pedaços em forma de penas. Penas essas que brilhavam em um tom vermelho-alaranjado, que começaram a girar em volta do corpo de seu mestre em uma velocidade surpreende.

 

A forte pressão espiritual não o abalou, mas também não pode deixar de surpreender o Kuchiki.

 

    - Prepare-se, Kuchiki Byakuya.

     

Byakuya levou a sua espada a frente de seu rosto, a soltando calmamente. Logo, a lâmina de Senbonzakura atravessou o chão.

 

    - Bankai!

 

~o~o~o~

 

    - Sabe o que fazer, Ukitake. - dizia Seiji pegando um pergaminho de dentro de um cômodo e entregando ao capitão.

    - Hai. E creio que com a ajuda do Ichigo-san será bem mais fácil. - guardou o pergaminho dentro de seu kimono.

    - Não se aproximem e se puderem completar o ritual sem chamar a atenção dele, só irá facilitar as coisas.

     

Ukitake assentiu.

 

    - Espera. Espera um segundo! - os dois homens fitaram o shinigami exaltado – Por que tudo isso!? Acho que o Byakuya pode muito bem dá conta daquele cara!

     

Estava este tempo todo ouvindo eles falarem coisas sem sentindo e que não tinham ligação nenhuma com o seu conhecimento. Porque toda aquela preocupação? Achava que Byakuya já era grande o bastante para dar conta de uma simples luta.

 

    - Não seja tolo. - Seiji o surpreendeu – Não fale coisas que não sabe, garoto.

     

Ichigo o olhou com o cenho mais franzido do que o de costume. Ele era muito parecido com... Byakuya?

 

    - Escute, seu velho! Por acaso você não confia-

    - Isso não é uma questão de confiança, Ichigo-san. - Ukitake interviu – Byakuya pode derrota-lo, mas para isso sua própria vida esta em risco.

     

Ichigo ficou calado esperando que ele continuasse.

 

    - Você conhece o Shiro-chan, não é? Sabe que ele é um gênio e prodígio da Soul Society.

    - O que isso tem haver?

    - Vamos considerar que o Hyega-san esteja na mesma estatura que ele. O mesmo conceito dado a ele, pode ser dado ao Hyega-san. Porém... A idade e experiência que faltam ao Shiro-chan, já o alcançaram.

    - Não vejo problema nisso! - Ichigo já estava impaciente – Os dois são capitães. Acho que-

    - Você não compreendeu, garoto? - Seiji tomou a palavra – Idade e experiência. Isso são tópicos fundamentais para diferenciar os poderes e níveis de um capitão. Ou seja, Hyega Dan já ultrapassou este garoto chamado Hytsugaya Toushiro.

     

O jovem soltou um suspiro aliviado.

 

    - Por favor! O Toushiro pode ser forte, mas acho que o Byakuya não ia ter problemas. E o que tem demais esse Hyega ter ultrapassado!?

    - Essa comparação muda completamente quando Hyega Dan perde o controle de seus atos. O ódio e a magoa são sentimentos muito perigosos no coração de um guerreiro, garoto. - o Kuchiki afirmou com convicção – Sem esse controle... Hyega Dan pode chegar ao nível de Aizen.

     

Choque. Os olhos castanhos de Ichigo conseguiam transparecer perfeitamente esse choque!

 

    - Podemos ir agora, Ichigo-san? - Juushiro já o esperava na porta.

    - Sim! - deu as costas para Seiji com a intensão de ir a caminho de seu objetivo.

     

Porém, esta caminhada foi interrompida por um Renji eufórico que surgiu na porta.

 

    - Rukia sumiu!

 

~o~o~o~

 

 

A lua recentemente surgida no céu, iluminava o pequeno espaço que havia em meio aquela floresta fechada. No céu, resíduos da cor rosa e vermelho ainda eram visíveis. O choque destas duas cores e forças, eram o contraste perfeito em meio aquela imensidão vazia.

 

O seu cachecol branco, agora estava misturado com o vermelho que escapava do corte de seu pescoço. Não muito profundo, mas o suficiente para alarma-lo, levando em consideração o estado de Hyega, que ao contrário dele, só tinha um pequeno corte no rosto.

 

    - Cansado, Kuchiki Byakuya?

     

Ergueu o rosto para poder fitar o homem que andava em sua direção. Sorria enquanto limpava o pequeno ferimento com as costas das mãos, mostrando estar se divertindo com aquela situação.

 

Aquele sorriso.... Moleque insolente!


    - Não fale asneiras, Hyega Dan. - Byakuya ergue sua mão ao seu lado.

    - Que bom! Pensei que você fosse me decepcionar. - fez o mesmo gesto do Kuchiki – Eu ainda nem comecei.

     

Byakuya direcionou sua mão em direção a Hyega, dobrando a velocidade que antes Senbonzakura possuía. Aquela ondas de pétalas, se chocaram com as penas flamejantes, fazendo um foco de luz surgir após tal façanha.

 

Vários focos surgiam no céu em questão de segundos. Quem olhasse poderia pensar que eram apenas fogos de artificio, mas o tremor que elas causavam poderiam desmentir esta suposição em instantes.

 

Byakuya conseguia controlar com maestria aquelas milhares de pétalas que tinha em seu poder. Em questão numérica, ele estava na vantagem. Mas pode perceber que aquelas penas que giravam constantemente ao redor no corpo de Dan, mesmo que fossem visíveis nitidamente e até mesmo contadas, chegavam a ter a mesma força e agilidade. Poderiam até ser... Não! Isto estava fora de cogitação!

 

Dan soltou um largo sorriso, repentinamente desaparecendo da visão do Kuchiki, logo em seguida surgindo acima dele. Byakuya imediatamente redirecionou as pétalas em sua direção, contornando-o pelas mesmas, formando uma cúpula ao redor de Hyega.

 

Fechou o punho. Senbonzakura interpretou aquele gesto fazendo o mesmo ao redor do garoto de cabelos negros.

 

Eu o peguei!”


Era o que pensava, antes de ver as pétalas se desfazerem aos poucos ao redor de seu alvo.

 

Aumentando sua pressão espiritual, Hyega conseguiu afastar as lâminas de seu corpo. Com uma de suas mãos, pegou uma das penas que giravam ao seu redor redor, e esta na mesma hora se transformou em uma espada, semelhante a sua shinkai.

 

Um combate corpo-a-corpo. Era isso o que ele queria.

 

Byakuya compreendeu aquilo. Em suas mãos, as pétalas se uniram formando uma espada luminosa.

 

Em poucos instantes, o som do tintilar das espadas tomaram conta da floresta agonizada pela luta. Uma cena que se assemelhava fielmente aos antigos samurais, onde só uma katana era a sua arma e habilidade especial.

 

    - Estou surpreso com o seu desempenho. - disse Hyega enquanto as espadas estavam cruzadas. - Com certeza você é um Kuchiki. Vocês tem grande talento em usar espadas com a intensão de matar.

     

Byakuya nada respondeu perante aquele sarcasmo. Apenas pressionou com mais força a lâmina em seu poder, o que fez Dan dar um salto perfeito para longe dele.

 

    - Você estragou tudo, sabia? - disse ele enquanto andava calmamente em direção ao Kuchiki – Você arruinou tudo.

     

Byakuya fazia o mesmo que ele, apenas mostrando em seu olhar gélido o que sentia ao ouvir aquelas palavras.

 

    - Você arruinou tudo, Kuchiki Byakuya!

     

Os dois príncipes de seus respectivos Clãs sumiram em passos de shunpo, aparecendo visivelmente num pouco espaço de tempo em pontos diferentes do campo de batalha. Esse ritmo de combate predominou por poucos minutos, até que seus corpos surgiram novamente de frente um para o outro.

 

No braço esquerdo de Byakuya, um corte horizontal era visível. Mas não se alterou, ao ver um de mesmo estilo no braço direito de Hyega.

 

O sangue pingava do ferimento de ambos. O som deste sangue chegando ao chão poderia ser ouvido em meio aquele completo silêncio e choque de olhares.

 

O cinza encarava o vermelho, simulando um concurso para ver qual deles piscaria primeiro.

 

    - O que você pensa em fazer? - Hyega quebrou o silêncio – Você acha que iram aceita-lo? Isso é errado.

     

Byakuya não pode conter suas palavras diante aquela indireta.

 

    - Eu não me importo com que os outros pensão. Um Kuchiki está acima disso.

     

Hyega sorriu.

     

    - Orgulho. Você é um exemplo perfeito dele, Kuchiki Byakuya. Cheguei a duvidar se você teria sentimentos, mas o orgulho eu sempre vi em você. Sempre era presente em seu olhar.

    - Isto é algo que você jamais irá sentir pelo seu Clã ou por qualquer outra coisa.

     

Os olhos vermelhos de Dan faiscaram de ódio. Pequenos grãos de pedras começaram a sair do chão, com a impressão de estarem flutuando.

 

Controle... Ainda existia essa palavra em seu vocabulário?


    - Acabou, Kuchiki Byakuya!

     

Não. Não existia.


Byakuya se preparou para receber o impacto. Mas o que sentiu foi uma gélida lâmina tocar a costa de seu pescoço.

 

    - Eu disse que acabou. - Dan reafirmou atrás do Kuchiki.

     

Arregalou os olhos surpreso. Estava encurralado? Sem saída?


    - Adeus... Kuchiki Byakuya.

    - Tsugi no mae...


Aquela voz fez o olhar do Kuchiki transparecer um leve tremor.

 

“Rukia!?”


    - Hakuren.


A onda de gelo branca saiu da lâmina de Sode no Shirayuki, indo em direção ao seu alvo em uma grande velocidade.

 

Dan rapidamente tornou sua cabeça para o ataque, e em um impulso suas penas em chamas saíram cortando o gelo e o derretendo em um pouco espaço de tempo.

 

Rukia se em estado de choque. Elas não iriam parar!


    - Bakudou n# 81: Danku.

     

Em questão de segundos, a barreira se formou em sua frente com o intuito de repelir o ataque. Barreira surgida pela voz de Byakuya, que apareceu diante dela fazendo o encantamento. Ele não poderia ser o mestre do shunpo, graças a Yoruichi, mas suas habilidades nesta área eram algo a se apreciar.

 

Porém, o plano inicial foi falho quando o fogo ultrapassou a barreira, a desfazendo em vários pedaços.

 

“Não!”

 

~o~o~o~

 

    - Como você é idiota, Renji! - resmungava Ichigo enquanto corria ao lado de Ukitake e do motivo de sua frustração – Será que nem dá Rukia você consegue tomar conta!?

    - A culpa não foi minha, imbecil! Quando eu percebi, ela não estava mais ao meu lado!

    - Você deveria ter imaginado que ela iria querer fugir! Porque não a prendeu com aqueles... Ko-Ki... Sei lá!

    - Eu não sou bom em kidou, se é isso que você quer dizer! - Renji soltou um sorriso provocativo, apesar da situação.

    - Desgraçado! - Ichigo cerrou os punhos – Só espero que ela esteja bem e que não tenha feito nenhuma besteira.

     

A colisão de ataques e a forte luz que surgiu num certo ponto da floresta, de causar inveja a própria lua cheia; chamou a atenção dos três homens que olharam em direção ao inicio do espetáculo não muito longe.

 

    - Vamos. Rápido! - disse Ukitake apressando o passo.

     

Logo, Renji e Ichigo o seguiram.

 

~o~o~o~

 

A fumaça formada pela colisão, aos poucos começou a se dissipar.

 

Os seus olhos violetas, permaneciam cerrados. Rukia conseguia sentir perfeitamente a dor que estava sentindo. Estava machucada, especificamente em seu braço direito, não havia dúvida. Mas também não havia dúvida de que poderia ter sido pior.

 

Havia sido tola. Esperava ajudar, mas só fez atrapalhar. Como iria congela-lo!? Patético!

 

...Como conseguiu escapar?


Seus sentidos aos poucos foram se recuperando. Conseguia sentir. Alguem a havia protegido. Alguém a estava abraçando, protegendo-a do pior.

 

Abriu os olhos rapidamente tomando uma expressão de pânico.

 

    - Nii-sama!

     

Ergue o rosto para fita-lo. Ele a segurava firmemente em seus braços, mas ela pode ver algo diferente em sua expressão.

 

De repente pode perceber o motivo. As roupas dele começaram a mostrar marcas de sangue.

 

“Essa não!”

 

Os joelhos de Byakuya tremeram, e uma cena rara aconteceu. Sem forças, seus joelhos chegaram ao chão, enquanto Rukia com dificuldade tentava mante-lo em pé.

 

Estaria presenciando um déjà-vu?

 

    - Nii-sama! Nii-sama!

     

Ele respirava com dificuldade. Olhou para as costas dele. Várias fios de sangue a marcavam nitidamente. Cortes profundos. Visíveis.

 

Byakuya havia impedido o ataque lançando um kidou na direção contraria, porém, apenas conseguiu diminuir o estrago e com o seu próprio corpo protegeu a protegeu.

 

Por um momento,Rukia deixou de olhar o seu salvador ferido para ver o causador disso.

 

Dan olhava em sua direção.

 

Em pânico, abraçou Byakuya. Um gesto inútil para quem olha-se, mas para ela, algo com a intensão de mostrar segurança e proteção de sua parte.

 

Ela o protegeria apesar de tudo.

 

O vermelho dos olhos de Dan aos poucos foram perdendo a sua intensidade.

 

-

    - Prazer em conhece-lo, Hyega-sama.

    - Não precisa de toda essa formalidade... Me chame de Dan.

    - Como quiser, Dan.

    - Como vai Rukia?

-


Ele a conheceu.

 

-

    - Sério? Você já passou por tudo isso?

    - Foi sim! Mas graças aos meus amigos e principalmente a Ichigo, o humano a quem dei os meus poderes; posso estar hoje aqui.

    - Nossa! Nunca imaginei...

-

 

Em poucos segundos, ela o surpreendeu com sua história.

 

-

    - Não quero que o nosso casamento seja apenas algo politico para as nossas famílias... Espero que um dia a gente venha... Ser feliz sabe? Eu espero isso. Quero ter um filho e tudo... Mas eu quero ao lado da mulher que eu amo. Agora nosso noivado está oficializado.

-

 

Ele esperava encontrar mais.

 

-

    - Preparada?

    - Claro!

    - Então... - Inoue botou as duas caixinhas de suco no meio da mesa ao qual o casal estava sentado - PODEM COMEÇAR!

-

    - Rukia, fala comigo! – começou a bate de leve no rosto da garota – Mas que droga Rukia! Acorda!

    - Não fale assim com a minha noiva, Kurosaki! - a pegou no colo - Rukia fala comigo...

    - Mas você tá fazendo a mesma coisa que eu fiz, idiota!

    - Sim, mas eu posso.

    - Seu...

-

    - Olha quem está aqui... Você não deveria está fora numa noite tão fria como essa, Kuchiki Rukia.

    - Dan?

    - Sabia que eu fiquei o dia todo lhe procurando? Parecia que você tinha evaporado.

-


Não conseguia passar um dia sem vê-la.

 

-

    - Então você veio!

    - Sim. O Taichou me deu permissão, já que havia concluído todos os relatórios do esquadrão.

    - Quanta eficiência!

-

 

Ele encontrou o que procurava. Mais do que esperava.

 

    - Rukia... - a voz do jovem de cabelos negros saiu trêmula, enquanto os olhos voltaram ao normal.

     

A Kuchiki notou algo nele. Em sua visão. Em sua expressão...

 

Os olhos prateados tinham um brilho. Mas esse brilho não era por causa da luz da lua que se refletia neles, como um diamante reflete aos raios do sol.

 

-

    - Rukia... Eu estou gostando de você... Gostando muito.

-

 

    - Eu te amo. - confessou sem forças, sem alegria, sem magoa... Sem nada.


A face de Rukia mostrava surpresa, ele pode perceber. Esperança... Ainda poderia sentir?

 

Não. Sua próxima reação consumou o seu medo.

 

Sem exitar, Rukia desviou o olhar. Mais uma vez mostrou o que sentia em um leve movimento. Ele sabia o que significava.


Quando Rukia moveu o rosto com a intenção de fita-lo, diferente de antes, ninguém estava ali.

 

Ele se foi. Junto com a luz da lua, repentinamente coberta por uma nuvem escura, as árvores da floresta guardaram o segredo de sua localização. Como o brilho da lua encoberta, Hyega Dan mergulhou nas sombras.

 

    - Kuchiki!

    - Ukitake Taichou. - fitou o capitão que surgiu a sua frente.

    - Rukia! - Ichigo e Renji se mostraram em seguida.

     

Os três se viram espantados ao ver Kuchiki Byakuya nos braços de Rukia.

 

    - Por favor, ajudem o Nii-sama.

 

~o~o~o~o~

 

    - Rukia, não tente se esforçar! - advertiu Renji impedindo que ela continuasse. - Espere o Ichigo voltar com a Inoue-san.

    - Pare com isso, Renji. Eu já estou bem. - respondeu ignorando-o – A Isane Fukataichou curou os meus ferimentos. A Inoue só ira finalizados. - continuou a andar, porém, suas palavras foram contrariadas quando buscou ajuda na parede para andar.

    - Viu!? - deu a ela um suporte melhor – Você não deve se esforçar.

    - Renji, eu só preciso ver o Nii-sama. Já estamos quase lá, olha.

    - Mas a Unohana Taichou ainda esta tratando o Taichou. Você não deve... - exitou ao ver abrir a porta dos aposentos de seu capitão. “Agora nada irá impedi-la”


A figura da doce capitã do 4º esquadrão surgiu. Unohana saiu calmamente do quarto de Byakuya, esboçando um leve sorriso ao ver a garota um pouco distante.

 

    - Kuchiki-san, você deveria está em repouso. - sorriso acompanhado de uma advertência – O ferimento de seu braço pode abrir novamente.

    - Eu avisei. - Renji concordou em voz alta.

    - Eu estou bem, Unohana Taichou. - ignorou mais uma vez o amigo tatuado, mas sem deixar de lhe lançar um leve olhar reprovador – Mas e... E o Nii-sama? Como ele está?

     

Unohana ficou em silêncio por alguns segundos, lhe causando temor.

 

    - Os ferimentos foram profundos... - Rukia prendeu a respiração – Mas o Kuchiki Taichou não corre perigo de vida. Creio que por pouco desta vez ele... - resolveu deixar o complemento da frase no ar – O importante é que ele está bem. Com a ajuda de Orihime-san, os ferimentos iram sarar com mais agilidade. Mas é necessário que ele permaneça em repouso, assim como você.

     

Rukia soltou o ar aliviada. Por um pequeno instante pensava te-lo...

 

    - Unohana Taichou... Será que...?

    - Sim, Kuchiki-san. Você pode vê-lo.

     

-

 

Rukia cautelosamente entrou nos aposentos de Byakuya. Imediatamente pode vê-lo sentado em sua cama fitando algum ponto imaginário. Apesar dos ferimentos e da parte superior do corpo enfaixada, a postura dele ainda era algo impecável.

 

Ele pareceu não notar sua entrada. Ela resolveu se aproximar.

 

Sem dizer uma palavra, Rukia se sentou em uma cadeira estrategicamente ao lado dele. Abaixou a cabeça.

 

O que estava fazendo ali? Apenas iria ficar calada?


Por enquanto sim.

 

Queria sentir a presença dele. Queria sentir que ele estava bem. Respirar o mesmo ar. Ver que o ar que saia de seus pulmões, em algum momento poderiam se colidir com o dele. A presença de Byakuya já bastava. Até mesmo o seu silêncio era gratificante presenciar.

 

    - Você deveria está em repouso, Rukia. - ele quebrou o silêncio, provando que ela estava enganada. Ouvir a sua voz era melhor.

     

Rukia ergueu a cabeça para fita-lo. Percebeu que ele não havia se movido.

 

    - Eu... - resolveu abrir a boca para dizer algo – Eu estou bem, Nii-sama. Isane-san me curou, tudo está...

    - Não.

     

Ela se assustou um pouco ao ouvir aquela palavra cortante.

 

    - Você não está bem. - ele continuou virando levemente o rosto para olha-la - Você está ferida.

     

Rukia seguiu o olhar dele, chegando de encontro com o seu braço enfaixado.

 

    - Me desculpe. - Byakuya continuou em meio a um suspiro – Eu não pude proteger você.

     

Ela comprimiu os lábios com força. O que ele estava dizendo?


    - Pare com isso, Nii-sama! Eu estou bem, sério! - não percebeu que estava exaltada – Por favor, acredite em mim quando digo que esta tudo bem. Eu estou aqui! Se estou assim a culpa é minha. Eu decidi ir até lá...

    - Você não deveria ter se arriscado por mim. - a voz dele saiu um pouco melancólica, mas também indignada.

    - Não diga isso! - Rukia se levantou – O que esperava que eu fizesse!? Eu me preocupei com o Senhor! Eu me... Eu não sei o que faria se... Se... - uma fina lágrima correu de seus olhos – Se eu te perdesse.

     

Os olhos do Kuchiki sofreram um pequeno tremor.

 

    - Eu não sei o que eu faria. - ela reafirmou debilmente abaixando a cabeça para esconder as lágrimas que começaram a se mostrar presentes.

     

Medo. Foi isso o que sentiu. Algo difícil de demonstrar em palavras. Sentiu medo.

 

    - Rukia.

     

Percebeu que a voz dele estava mais próxima. Ergueu o rosto e pode perceber que Byakuya estava a sua frente.

 

    - Nii-sama! O Senhor não deveria está de pé! Unohana Taichou disse que... - suas palavras foram interrompidas pelos fortes braços de Kuchiki Byakuya, que envolveram o seu pequeno corpo.

     

Poderia interpretar aquele abraço como uma forma de ter certeza que tudo estava bem. Que ela estava bem em seus braços. Sua respiração tocava levemente o seu peito provando que estava segura.

 

Ela retribui. Tinha o mesmo objetivo que ele.

 

Rukia estava bem. Byakuya estava bem.


Era irônico, mas só chegaram a essa conclusão ao compartilharem esse pequeno gesto.

 

Gestos valem mais do que simples palavras...” - Já sabiam disso.

 

    - Rukia... Case comigo.

     

     

    Continua...

    ---

    NOTA:

    Bakudou n#81: Danku (Vácuo Divisor) - Cria uma barreira de energia como uma parede, capaz de repelir todos os Hadous até o n° 89.

     

 


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Notas finais do capítulo

Confesso que cenas de luta são o meu ponto fraco. Não sei escreve-las muito bem, por isso que elas não aparecem muito nas minhas fics. Mas fiz o possivel para fazer uma luta aceitavel neste capitulo, já que é quase inevitavel exclui-las em uma fic onde a historia gira no universo de Bleach, então tenho que me acostumar. XD

Não sei se concordam, mas a fic não esta com cara de "estou acabando"? Os acontecimentos, a ida do Dan (Ó.Ò) dão a impressão de que a fic esta chegando ao final. Mas digo logo, isso ainda NÃO vai acontecer. Ainda vai rolar algumas situações! (Quais serão? Proximos capitulos para saber! XD)

Enfim, queria agradecer aos reviews maravilhosos que estou recebendo. Fiquei muito feliz ao ler os reviews do ultimo capitulo. Saber que estão gostando da fic é gratificante para mim. Muuuito obrigada mesmo! *-*

Qualquer duvida é só perguntar. Terei o prazer de responder! ^^

Reviews? Já sabem que eu iria adorar receber um! 8D