Alone In The Dark E A Ilha Das Sombras escrita por Cris Varella


Capítulo 10
Capítulo 9 – A Passagem para o Forte




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Aline

Destranquei o quarto de Lucy Morton e entrei. Ela estava deitada do mesmo jeito. Aproximei-me com cuidado para não assustá-la. Mas ela me ouviu, e já sabia que era eu.

– Então, senhorita, conseguiu achar Obed?

– Achei... Mas creio que ele também está por trás de tudo o que está acontecendo na ilha.

– Ah, então Allan também o seduziu para o lado das trevas.

– A senhora não tinha me dito que tinha outro filho.

– Allan? Aquela besta imunda não é mais meu filho! Sinto falta de quando era jovem, quando eu podia enxergar. Houve um tempo em que éramos felizes, sim, todos nós. Mas tudo começou a dar errado quando aquele demônio do De Certo apareceu e começou a corromper o coração de Allan.

De Certo... Lembrei-me imediatamente de Edenshaw, que fora enfrentá-lo para recuperar uma estatueta. Espero que ele não esteja enfrentando problemas.

– Lamento – foi tudo o que eu pude dizer. Embora eu também estivesse triste por ter conhecido como realmente era Obed Morton, a quem eu venerava – Allan é mesmo um monstro.

– Não, o verdadeiro monstro é essa ilha maldita. Salve-se, senhorita, vá para casa.

– Eu ainda não posso ir – preferi não dizer o que eu precisava fazer, apenas me adiantei. – Eu tenho algumas coisas pra resolver, e, na verdade, eu voltei aqui para lhe pedir um favor.

Lucy fez silêncio, e então prossegui:

– Preciso que a senhora me dê esse cordão – apontei.

– E pra quê?

– Na biblioteca há um painel com uma senha a ser inserida. E eu acho que a resposta está nesse cordão.

– Isso foi um presente de casamento de Howard. Ele disse que foi passado por seu pai, Jeremy. É bem provável que haja alguma coisa mesmo a respeito da senha. Tome, pode levar. Eu não vou mais precisar disso, meu tempo acabou.

Peguei o cordão e senti muita pena em ter que separar Lucy de um presente tão importante, mas era necessário, para o bem de todos.

– Escute, eu prometo que assim que resolvermos tudo eu volto aqui para buscar a senhora. Não a deixarei aqui.

– Não, não faça isso. Eu não tenho mais vontade de viver. Eu quero morrer aqui, junto com a ilha. Somente assim eu poderei ver Howard de novo.

– A senhora tem certeza?

– Sim... Meu sofrimento aumenta a cada minuto de vida. Eu não posso mais suportar viver assim. Vá embora, me deixe sozinha e resolva a sua vida.

– Tudo bem.

Andei em direção à porta, mas parei e voltei-me novamente para a velha.

– Desculpe, só quero fazer mais uma pergunta.

– Então faça logo.

– Alguma vez Obed comentou se ele tinha... Bem, se ele tinha uma filha?

– Uma filha? Mas com quem? Obed nunca teve tempo para isso, minha jovem. Sua vida inteira foi para dedicar-se à história dos Abkanis e para o estudo. Não, senhorita, acho pouco provável isso. Por quê?

– Por nada... Por nada. Adeus.

Virei novamente e saí, trancando a porta.

Então ele não tinha uma filha. Será mesmo que não? Mas e a foto? Ou Lucy não sabia que Obed tinha uma filha ou ele não tinha mesmo e a foto que Johnson me deu foi uma montagem. Não seria uma surpresa se Johnson tivesse mesmo feito a montagem, depois de tudo que descobrimos sobre ele e Lamb.

Resolvi não pensar naquilo no momento e rumei novamente para a biblioteca.

Não enfrentei problemas para voltar à biblioteca. Parei de frente para o painel do primeiro andar e consultei o cordão.

Não havia nenhuma inscrição ou desenho nele. Olhei de um lado e de outro e não consegui encontrar nenhuma pista. Será que a senha não estava no cordão? Foi então que consegui abri-lo ao tentar girar. Dentro dele havia uma frase escrita: O primeiro é o quinto / O segundo é o sétimo / O terceiro é o segundo / O quarto é o sexto.

O que isso queria dizer? Eu esperava resolver este enigma com o cordão, e quando o abro acho mais um. Concentrei-me mais uma vez. O primeiro é o quinto... Tentei a sequência 5726 de acordo com o que estava escrito, mas não era isso.

Foi quando olhei para baixo, para o andar térreo, e vi, em cima de cada uma dos pilares de madeira, um número correspondente. Da esquerda para direita o primeiro era 1, e depois o segundo 2, o terceiro 3 e o quarto 4.

Desci correndo e fui para o pilar número um. O primeiro é o quinto... Contei o quinto livro da prateleira. Esse era diferente dos demais, era prateado. Puxei-o e abri. Na primeira página estava escrito Crônica IV. Quatro!

Fui para o segundo pilar e consultei o sétimo livro que também era diferente dos demais. A primeira página estava escrito Crônica III. Três!

No terceiro pilar consultei o segundo livro da prateleira. Como os outros, estava escrito, na primeira página, Crônica IX. Nove!

No quarto e último pilar, consultei o sexto livro. Crônica VI. Agora eu já tinha a sequência: 4396.

Subi rapidamente para o primeiro andar e digitei a sequência no painel. Ouvi engrenagens trabalharem. Então uma passagem se revelou, como uma porta, em meio aos livros na parede. Liguei a lanterna e entrei.

Não havia muita coisa dentro. Ao final, lá estavam as duas estatuetas: uma era a imagem de uma serpente, e outra de um tigre. Havia também uma passagem estreita e um bilhete ao chão. Peguei o bilhete e comecei a ler:

Meu filho,

Se você está lendo este bilhete é porque finalmente conseguiu entrar nesta passagem, que preparei com muito cuidado, escondido de todos. O corredor que você vê adiante segue subterraneamente para a minha oficina, no forte. Eu construí esta passagem para que você possa chegar em segurança se alguma coisa der errado com a transição entre os Mundos.

Espero que um dia você possa terminar o trabalho que um dia eu comecei.

Desejando que você esteja bem,

Jeremy Morton.

Perfeito! Esta passagem me levará rapidamente para o forte. Então não perdi tempo e adentrei.


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