Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 7
Capítulo 7




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A melodia da valsa preenchia o salão e vários casais já rodopiavam pelo salão, mas mesmo assim um número realmente grande de alunos parou para nos encarar quando entramos. Não vou dizer que sejamos populares, pensando bem Tom talvez seja, mas todas as garotas desejavam ficar com o meu parceiro devido a sua beleza e sua inteligência, já no meu caso as coisas eram um pouco diferentes, nunca fui dona de uma beleza estonteante, mas estou entre os dez melhores alunos de toda a escola e sendo uma menina na época em que vivo isso me torna conhecida, mesmo que negativamente.

- Acho que causamos uma boa impressão. – Tom comentou rindo enquanto me conduzia para uma mesa no canto do salão.

- Eu diria que eles apenas estão surpresos por termos vindo juntos, sabe não somos um casal exatamente convencional, então eu acho que é melhor se preparar para receber olhares nem um pouco indiscretos durante a noite toda. – Comentei em resposta e ele simplesmente sorriu, o mesmo sorriso que faria milhares de garotas suspirarem por ele.

- Deixe que falem, pensem e façam o que quiserem. Eu sinceramente achei que você não ligasse para a opinião dos outros, muito menos sobre o que pensavam a seu respeito.

- Eu não me importo, mas tem que admitir que é desagradável ter toda a escola lhe observando, mas agradeço por ter reparado nas opiniões tão humildemente expressadas por minha pessoa ao longo dos anos. – Comentei sarcástica.

- Eu simplesmente adoro o seu senso de humor Mirach. – Ele comentou enquanto observava a pista onde as pessoas aos poucos voltavam a dançar. – A senhorita me concederia uma dança?

- Você quer mesmo dançar comigo? Sabe não precisa fazer isso apenas porque parece adequado.

- Eu só quero dançar com a minha acompanhante, será que é mesmo tão difícil para você responder um sim para os meus pedidos?

- Não seja ingênuo Tom Riddle no passado tivemos nossas desavenças e minha consciência me impede de confiar completamente naqueles que já foram meus rivais, o que inclui o senhor.

- E o que sua consciência está lhe dizendo agora?

- Ela me diz que ao menos dessa vez posso confiar em você.

Ele sorriu novamente e agindo como um perfeito cavaleiro, coisa que, ao contrário do que a maioria das garotas pensam, ele normalmente não é, me guiou suavemente até o meio do salão onde vários casais rodopiavam. Ele passou a mão por trás da minha cintura e começamos a bailar ao som da valsa, não sei bem por quanto tempo ficamos assim, mas a sensação de estar nos braços de Tom era algo que me reconfortava. Logo eu sequer pensava que ao nosso redor milhares de pessoas nos observavam, a única coisa que me importava era que a música jamais terminasse e eu pudesse ficar perto de Tom Riddle para sempre.

Meu bom Merlin do que eu estou falando? Parece até que estou ficando apaixonada por ele, coisa que na realidade suspeito que já estou.

Claro que isso é completamente insano e eu tenho que por um fim nisso o mais rápido possível ou esse sentimento pode acabar comigo, já imaginaram, se eu ficar igual a minhas colegas de quarto por causa de uma paixão idiota? Eu juro que me mato se isso acontecer, bem que minha mãe me dizia que o amor é nosso maior inimigo.

- Mirach, o que acha de tomarmos um pouco de ar? – Ele murmurou muito embora ninguém fosse escutá-lo se falasse no tom normal por conta da música. – Preciso falar com você.

- Por mim tudo bem. – Respondi o soltando, talvez fosse exatamente o que eu precisava. Um pouco de ar fresco para clarear minhas ideias.

Eu o segui até o pátio onde observei alguns casais namorando, mais eu sabia que não era isso que ele pretendia, se dizia que queria conversar então era o que faria, ao menos nesse ponto éramos parecidos, gostávamos de objetividade.

 - O que é tão importante que não pode esperar até amanhã?

- Até poderia esperar, mas acho que como desenvolvemos uma parceria você precisa saber de uma coisa.

- Tom, vá direto ao ponto, por favor.

- Sou o herdeiro de Salazar Slytherin, Mirach.

- Isso é impossível, não há mais descendentes dos quatro fundadores.

- Mas eu sou, vêm da família da minha mãe.

- Qual era o nome dela? – Perguntei tentando entender sobre que família exatamente ele estava falando.

- Eu não sei, ela morreu quando eu nasci e a única coisa que fez foi me dar o mesmo nome horrível do meu pai trouxa. – Ele soltou com raiva, mas percebeu imediatamente o que havia falado. – Se contar isso para alguém...

- Eu já sabia. – O cortei. – Sei desde nosso primeiro ano que seu pai não é um bruxo. Você conhece bem o ditado, conheça seus inimigos. Sei que fez o mesmo comigo.

- E você nunca contou para ninguém? Por quatro anos fomos inimigos declarados e nunca tentou usar isso contra mim? – Ele perguntou em estado de choque.

- Por que eu faria isso? Queria ser melhor do que você por conta das minhas habilidades, de quem eu sou, e não por causa da minha família. – Comentei, afinal se eu queria provar ser alguém qual seria a lógica de usar o status sanguíneo da minha família para me promover. – Além do mais eu não ligo para esse tipo de coisa.

- Não pode estar falando sério. – Ele falou irônico o que me desagradou.

- Por que eu não falaria? Existe alguma diferença real? Porque eu realmente não me importo se a pessoa é sangue puro, mestiço ou nascido trouxa, pois sei que no fundo somos todos iguais.

- Essa é a coisa mais ridícula que eu já ouvi, daqui a pouco você vai tentar me convencer que os trouxas não merecem pagar pelo que fizeram aos bruxos.

- Por que você nunca consegue me levar a sério? Eu realmente acredito no que disse e se você prestasse um pouco mais de atenção já teria percebido isso, mas aparentemente apesar das suas origens você é tão hipócrita quanto todos os outros. – Falei me levantando furiosa. – Mas sabe de uma coisa, tem razão você é realmente herdeiro de Salazar, eu por outro lado aparentemente fui colocada na casa errada.

Não esperei que ele me respondesse e sai batendo o pé, para uma noite que prometia se a melhor da minha vida as coisas não estavam indo muito bem e definitivamente não chegaram nem perto do que eu havia imaginado.

            - Mirach, espere. – Ele falou segurando o meu braço antes que eu conseguisse entrar no castelo.

            - Solte-me Riddle ou vai se arrepender amargamente. – Eu falei ainda sem encará-lo.

- Vamos conversar primeiro.

- Não temos o que conversar, já ficou bem claro para mim que nós somos diferentes, muito mais diferentes do que eu achei ser possível.

- Qual é o seu problema afinal de contas? – Ele gritou largando o meu braço, mas apesar disso não me movi.

- Meu problema é você Riddle e os idiotas que pensam do mesmo modo que você, ao menos uma vez na vida aceita que as pessoas não são obrigadas a terem a mesma opinião que você.

- Você não sabe do que está falando, nunca sentiu na pele como os trouxas tratam as pessoas que são diferentes deles, pessoas como nós.

- E seguindo o seu raciocínio seremos melhores do que eles? – Eu perguntei sarcástica. – Você também nunca sentiu como as famílias bruxas tratam os que são diferentes deles.

- Como se você tivesse alguma experiência concreta no assunto.

- Caso o senhor tenha uma memória curta fui descriminada minha vida toda apenas por ser uma mulher.

- Isso não é suficiente para me fazer acreditar em você Prewet.

Então voltamos a nossas velhas brigas, talvez eu até estivesse sentindo um pouco de falta disso, mas dessa vez ele realmente havia me deixado muito irritada.

- Quer tanto saber por que eu sou assim Riddle? – Eu perguntei entre dentes e antes que pudesse me arrepender soltei a resposta. – Eu sou assim porque minha irmã gêmea é um aborto.

Eu sai andando a passos rápidos, mas sem perder a dignidade. Meus pais me matariam se soubessem que não só me lembro como contei para alguém o que eles julgam ser a maior vergonha da família, mas não seria eu se tivesse conseguido manter minha boca fechada. Para se sincera já é quase um milagre que eu nunca tenha dado com a língua nos dentes até agora.


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Notas finais do capítulo

Bem espero que isso tenha começado a explicar um pouco o porque da Mirach ser como é. No próximo capítulo conheceram um pouco melhor o passado dela.