War Of The Union escrita por GreenTop


Capítulo 8
O dia em que tudo mudou


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna. Mais um capitulo da fic para vocês. O começo do capitulo eu escrevi ouvindo a música Sparks Fly, da Taylor Swift, em alguns trechos eu me inspirei na música, então se quiserem ouvir enquanto leem está aqui o link http://www.kboing.com.br/taylor-swift/1-1061452/

Boa leitura



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Tudo estava tão bem para mim, até aquilo acontecer...

[...]

Estávamos no horário de almoço, após mais uma árdua manhã de treinamento. Aquele dia o treino foi ainda pior do que os outros, especialmente para mim. O treino seria novamente na floresta, uma nova trilha; tínhamos que chegar até o lugar marcado por Erza e no meio do caminho meu maior impedimento: a água. Para chegar ao objetivo uma parte do trajeto tinha que ser feita pelo rio. Era fundo demais para que eu conseguisse andar ao invés de nadar e não podia contar com Natsu, pois se ele me levasse ficaria muito cansado e não teria forças para seguir o resto do caminho.

Tivemos que improvisar. Erza permitiu que demorássemos um pouco mais que os outros por causa da minha dificuldade na água. Não saber nadar era algo que me atrapalharia muito, por isso ela deixou Natsu encarregado de me ensinar a arte de atravessar distâncias dentro da água sem encostar os pés no chão.

Eu não era uma aprendiz muito boa. Em vários momentos quase me afoguei, Natsu sempre tinha que me salvar. Foi cansativo para ele também, me ensinar a nadar não era uma tarefa fácil, acredito que não seria fácil nem para o melhor nadador do mundo.

Ao fim de uma hora tentando me ensinar eu finalmente havia aprendido alguma coisa. Não nadava muito bem, muitas vezes me esquecia de alguma coisa e quase me afogava, mas o que ele me ensinou já seria suficiente para terminarmos a trilha.

Provavelmente me ensinar a nadar deixou Natsu morto de fome, pois ele enchia sua boca de comida e engolia sem nem ao menos mastigar, para logo depois colocar mais comida na boca. Já eu não estava com tanta fome, apesar do treinamento.

Ele estava todo sujo. A camiseta que usava, antes branca, adquiriu um tom marrom, somente algumas poucas manchas brancas do tom original podiam ser vistas. Em seu cabelo havia vários galhos e folhas presos. Mas mesmo naquele estado ele ainda estava lindo, sempre parecia lindo para mim. Somente o seu sorriso já era o suficiente para fazer meu coração derreter. Era o que eu mais gostava nele, o sorriso, pois era como se eu visse faíscas voando toda vez que ele sorria.

Aquele jeito despreocupado, só se preocupando com o presente e deixando para pensar no futuro quando ele chegasse. Era como se nada pudesse derrubá-lo; nada pudesse fazer com que ele deixasse de sorrir; como se ele fosse uma muralha, não importando o que acontecesse. E eu me parecia mais com um frágil e simples castelo de cartas, pronto para ser derrubado com a mais fina brisa. Mas possuía aquela muralha me protegendo, eu não poderia ser derrubada enquanto estivesse com ele. Essa era a sensação que eu sentia, ele me fazia sentir segura.

Eu poderia esperar pacientemente por ele, mesmo que demorasse a saber que ele retribuía meus sentimentos. Se realmente retribuía, eu esperaria pelo resto da vida. Quando olho para ele minha mente se esquece do risco de perdê-lo, o medo que sempre me assombra, ele se vai quando estou em sua companhia, sinto quase como se pudesse viver normalmente.

― Ei Natsu, coma mais devagar, você vai acabar tendo uma indigestão desse jeito ― Eu o alertei.

― Mas eu estou com fome. ― Ele retrucou, olhando para mim.

― Mesmo assim. A comida não vai sair do prato, e ainda temos tempo sobrando, não precisa ter tanta presa.

Ele resmungou, mas acabou concordando.

― Nee, Lucy ― Eu o olhei, ele também olhava para mim ― Você nunca nadou?

― Não. Meu pai trabalhava muito, e morávamos no centro da cidade, então nunca podia me levar a algum lugar em que eu pudesse nadar. E eu também nunca gostei muito de água.

Percebi que ele iria falar algo mais, porém Lisanna estava se aproximando de nós e o interrompeu quando ia falar.

― Nat-kun, podemos conversar?

― Claro, pode falar ― Ele respondeu, como sempre, sorrindo.

― Aqui não. Quero conversar com você a sós. Pode vir comigo?

― Eu acho que sim ― Ele olhou para mim, sabia que estava perguntando se eu me importava. Eu apenas assenti, mostrando que não, não me importava.

Ele se levantou e seguiu Lisanna. Havia me contado a história deles certa vez, quando não estávamos fazendo nada. Ela e o pai ficaram hospedados na casa dele e de Igneel por algum tempo, dois anos, precisamente. Assim acabaram se aproximando.

Enquanto ele falava eu percebia o quanto gostava dela. Talvez ela fosse mais importante para ele do que eu... não, ela com certeza era mais importante para ele do que eu. Confesso que tal ideia me magoava um pouco, mas ela era sua amiga de infância, era natural que ela fosse mais importante, mas eu pensava que ele gostasse dela apenas como uma irmã que ele adotou em seu coração.

Passaram-se dez minutos desde que ele havia saído para conversar com Lisanna. Faltava mais dez para o horário de almoço terminar e não seria bom para ele, nem para mim consequentemente, como sua parceira, se ele se atrasasse. Decidi procurá-los. Um dos meus erros foi esse, mas eu somente adiantei o inevitável, eu saberia daquilo mais cedo ou mais tarde, pelos meus olhos, ou pelos meus ouvidos.

Quando os encontrei meu coração ficou paralisado. Estavam se beijando. Eu podia ver claramente que aquele era um beijo retribuído. Não fora ela quem o beijou a força, talvez ela tivesse iniciado o beijo, mas ele não resistiu. Seu braço segurava carinhosamente o de Lisanna, o beijo era calmo, uma cena romântica para qualquer um que a visse, mas não para mim. Para mim aquilo era torturante.

Sai dali antes que eles me vissem. Apesar de tudo não queria interrompê-los. Se ela o fizesse feliz então a minha felicidade não importava. Sentia como se houvesse uma faca encravada em meu coração, e o pior era saber que ninguém poderia retirá-la. Segurava com força as lágrimas que quase caiam de meus olhos.

Eu não entendia porque estava sentindo aquilo, afinal eu era a intrusa. Se eles gostavam um do outro então era um sentimento antigo, fui eu quem me intrometi, eu que estava errada em me apaixonar pelo Natsu. Mas aquele sentimento era involuntário, mesmo que eu não quisesse senti-lo ainda o sentia.

Por que o amor tem que ser tão doloroso? Se o encontramos e perdemos ou não podemos tê-lo nos machucamos de uma forma que nenhum remédio a não ser o próprio causador da dor pode nos curar. E se não encontramos esse sentimento então nunca conhecemos a felicidade. Qual seria o certo então? Sofrer por uma breve felicidade ou nunca experimentá-la? Eu não conseguia de forma alguma decifrar esse enigma.

Não possuía a mínima vontade de voltar para o refeitório, para onde todos estavam e onde logo ele estaria, por isso segui em direção a floresta, para o lugar onde ia sempre que algo me perturbava. Eu teria que me afastar do Natsu, porque não conseguiria mais ficar perto dele sabendo que seu coração nunca poderia ser meu. Por mais doloroso que ficar longe dele fosse, seria melhor do que ficar perto dele.

Foi então que eu percebi que não era mais a gravidade que me mantinha em pé, era aquele lindo sorriso. Quando eu percebi que não poderia mais vê-lo me pareceu que o chão abaixo de mim havia desaparecido, que nada mais me prendia a ele, como se eu estivesse em um buraco do qual não conseguia sair, eu não caia, mas também não conseguia voltar. A muralha se foi, e o vento que veio derrubou o simples castelo de cartas que era o meu coração.

Ao entrar na floresta eu não consegui mais conter as lágrimas. Elas começaram a cair sem piedade, escorrendo pelo meu rosto. O gosto salgado que invadiu minha boca era algo que eu odiava. Senti aquilo quando meus pais morreram e sentia novamente quando perdi o Natsu. Meu maior medo se tornara realidade, me apegar a algo e logo depois perdê-lo, mesmo que eu não tivesse perdido Natsu para sempre.

Eu mal enxergava por onde estava indo. Somente deixei meus pés me guiarem e nem percebi a presença de outra pessoa ali, a percebi somente quando esta falou comigo.

― Lucy? O que aconteceu? Por que está chorando? ― Loke, o garoto misterioso, Mesmo depois de três meses eu não havia conseguido nenhuma nova informação sobre ele. Estava sentado sobre uma pedra, em frente ao riacho.

― Não é nada de mais. Apenas me lembrei dos velhos tempos, quando meus pais estavam vivos, senti saudades ― Me vi obrigada a mentir. Quem me obrigou? Meu coração. Ele não queria que eu contasse a ninguém o que estava sentindo.

― Ah, por isso. Eu entendo, também sinto falta do tempo em que havia paz. Onde está o Natsu?

― Beijando a Lisanna ― Eu respondi sem pensar.

― Ah, então esse é o real motivo das suas lágrimas. ― Virei o rosto, tentando desviar do seu olhar ― Você gosta muito dele, não é? Quero dizer, mais do que como um amigo.

Não havia mais motivos para mentir, ele já havia descoberto a verdade.

― De que adianta gostar dele se o seu coração pertence a outra pessoa? Se eu ao menos tivesse o poder para parar de sentir isso.

― Não é assim que o coração funciona, você não pode simplesmente querer que ele pare de sentir algo, é como querer parar de respirar, você morrerá sufocada se tentar.

― Eu sei, mas tudo seria tão mais simples se isso fosse possível.

― Nada na vida é simples, o coração não seria diferente. ― Ele fez algo que me surpreendeu, se aproximou de mim e delicadamente secou as lágrimas do meu rosto ― Não chore, seu rosto não foi feito para acomodar lágrimas, acredite em mim, você fica muito melhor sorrindo.

― Também não é fácil sorrir quando seu coração chora.

― O que você pretende fazer? Imagino que ficar perto dele será difícil a partir de agora.

Essa era uma boa questão, o que fazer? Pensando um pouco cheguei a uma solução, mas isso envolvia Loke. Nós dois nos sentamos na pedra onde antes Loke estava para continuarmos a conversa.

― Loki, se importaria de formar uma nova dupla comigo? Se a Erza permitir? ― Aquilo seria melhor para ambos os lados, afinal, a parceira de Loke era a Lisanna, Natsu ficaria perto dela e eu... longe dele.

― Uma troca de duplas? Claro que não, me importo, na verdade isso seria ótimo, a Lisanna não gosta muito de mim, e acho que ela ficaria muito feliz de ser a nova parceira do Natsu. Fale com a Erza, se ela permitir então será um prazer ser seu parceiro.

― Obrigada, Loke. ― Eu sorri, sem muito ânimo ― Você parece entender dos assuntos do coração. Já esteve na mesma situação que eu?

― Na verdade já estive em uma situação pior. A mulher que eu mais amei em toda minha vida morreu em um acidente. Eu nem mesmo pude descobrir se meu sentimento era recíproco. ― Ele se levantou e eu o acompanhei ― Bem, acho que estamos atrasados, é melhor voltarmos ou teremos problemas com a Erza, e você também precisa explicar a situação a ela.

Eu sinceramente queria que Erza permitisse a troca de duplas, assim eu poderia ficar longe dele mesmo nos dormitórios, já que as camas eram organizadas por duplas. Sendo Loki meu novo parceiro eu dormiria entre ele e Levy McGarden. Raramente falava com ela, mas me parecia ser uma ótima pessoa, talvez pudéssemos nos tornar amigas.

Caminhamos lentamente até o acampamento. Todos estavam saindo do refeitório, ele estava entre eles, pelo que pude perceber me procurava, mas eu não queria falar com ele.

Eu e Loke não estávamos tão atrasados afinal. Não tanto quanto pensamos.

Quando Natsu me viu ele sorriu, como eu iria sentir falta de ver aquele sorriso. Eu não pude retribuir como sempre, não pude nem ao menos olhar para ele, pois tinha medo de o olhar e as lágrimas recomeçarem a cair. Caminhei diretamente até Erza, com Loke ao meu lado

― Loke, Lucy, estava me perguntando onde vocês estavam, bem agora que chegaram podemos começar o treinamento da tarde.

― Erza, poderia conversar com você? A sós? ― Perguntei.

― Claro. Pessoal, vão até a pista de treinamento, todos. Eu volto logo.

Todos obedeceram sua ordem assim que a ouviram, mesmo Natsu. Ele olhava para mim com curiosidade. Eu agradeci mentalmente por ele não ter vindo falar comigo, perguntar o que estava acontecendo.

Eu e Erza caminhamos até uma área mais afastada.

― O que foi? ― Ela perguntou

― Eu gostaria de saber se posso trocar de dupla. Eu ficaria com o Loke e o Natsu com a Lisanna.

― Hum, uma troca de duplas? Bem, já imagino qual seja o motivo. A Lisanna acabou de anunciar seu namoro com o Natsu. Mas eu pensei que vocês se dessem muito bem, aconteceu alguma coisa? Ou você só quer que ele possa ficar mais tempo com a namorada?

― Não, só acho que será melhor eu me afastar dele.

― Para quem? Não acho que ele ficará muito contente com isso.

― Será melhor para mim.

― Então você gosta dele.

Eu estava pensando se por acaso havia algo do tipo “eu amo o Natsu” escrito na minha testa. Apesar de que no meu estado não seria tão difícil descobrir que o motivo de eu querer desfazer a dupla fosse esse.

― Sim, eu gosto dele, por isso preciso ficar longe.

― Tudo bem então. Vamos voltar, vou anunciar a mudança.

Concordei e segui Erza. Ela não me perguntou como eu sabia do namoro dos dois sem nem ao menos ter ouvido o anúncio, mas achei melhor assim. Quando chegamos onde estavam os outros ela os chamou, deixando todos reunidos. Fiquei ao lado de Loke, em um lugar bem afastado do Natsu.

― Atenção, teremos uma mudança de duplas. Lucy de agora em diante será a parceira de Loke e a parceira do Natsu será a Lisanna. Agora voltem todos ao treinamento.

Foi ainda mais doloroso ouvir a confirmação daquilo, pois no fundo eu torcia para que tudo fosse apenas um sonho. Senti o olhar de Natsu me mirando. Olhei de relance para ele, provavelmente sabia que fora eu quem pedi aquilo para Erza. Nos seus olhos eu podia ver que ele estava surpreso, incrédulo, e o pior de tudo: triste. Sim, ele estava triste, era notável, ele não queria se afastar de mim, apesar de tudo eu era sua amiga, aquela tristeza no seu olhar só tornou tudo mais difícil para mim. Mas aquilo seria o melhor, para nós dois, eu tinha certeza disso. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Minna, vocês viram que eu mudei a capa e a sinopse da fic? Deem uma olhada e me digam se ficou melhor do que antes, a opinião de vocês é importante. Se possível deixem um review