Harry Potter E A Pedra Filosofal escrita por lalapotter


Capítulo 5
Capítulo 5-O Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Desse capitulo por diante e bem parecido com o livro,sofrendo poucas alteraçoes minhas.



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-Filho Nuques são as moedinhas de bronze e os galã de
ouro.-Ensinou Thiago no carro enquanto iam á Londres Comprar todo o matéria
escolar do Harry.



-Nossa primeira parada vai ser em Gringotes o banco dos
bruxos!Ao Gringotes você vai com o Hagrid pois temos que pegar seu presente.



 — O Ministério
da Magia anda aprontando as trapalhadas de sempre — resmungou Lilian que virava
a página do jornal bruxo.



— Tem um ministro da Magia? — perguntou Harry antes que
conseguisse se conter.



— Claro. Queriam nomear Dumbledore ministro, é claro, mas ele
nunca ia largar Hogwarts, então o velho Cornelius Fudge ficou com o cargo. Trabalhão
como ele só. Por isso ele bombardeia Dumbledore com corujas, toda manhã,
pedindo conselhos.



— Mas o que é que o Ministério da Magia faz?



— Bom, a principal tarefa é esconder dos trouxas que ainda
existem bruxas e bruxos andando pelo país.



— Por quê?



— Por quê? Ora, Harry meu filho, todo o mundo ia querer
solucionar os problemas com mágicas. Não, é melhor que nos deixem em paz.



— Você guardou sua carta, Harry meu filho? — perguntou Lilian
enquanto dobrava o jornal.



Harry tirou o envelope e o pergaminho do bolso.



— Ótimo filho. Aí tem uma lista de tudo que você vai precisar.



Harry desdobrou um segundo pedaço de papel em que não reparara hoje
de manhã e leu:



ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS





Uniforme:



Os estudantes do primeiro ano precisam de:



1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)



2. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário



3. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)



4. Uma capa de inverno (preta com fechos prateados)



As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.



Livros:



Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:



Livro
padrão de feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk



História
da magia de Batilda Bagshot



Teoria da
magia de Adalberto Waffing



Guia de
transfiguração para iniciantes de Emerico Ewitch



Mil ervas
e Fungos mágicos de Fílida Spore



Bebidas e
poções mágicas de Arsênio Jigger.



Animais
fantásticos e seu habitat de Newton Scamander



As Corças
das trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble.



Outros Equipamentos:



1 varinha
mágica



1
caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)



1
conjunto de frascos



1
telescópio



1 balança

de latão



Os alunos podem ainda trazer uma coruja ou um gato ou um sapo.





LEMBREMOS AOS PAIS QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR
VASSOURAS PESSOAIS.





— Podemos comprar tudo isso em Londres? — perguntou-se Harry em
voz alta.



— Se você souber aonde ir — respondeu Thiago deixando um ar de
suspense para o filho.



Passaram por livrarias e lojas de musica, lanchonetes e cinemas,
mas nenhuma loja parecia vender varinhas mágicas. Aquela era apenas uma rua
comum cheia de gente comum. Seria realmente possível que houvesse montes de
ouro dos bruxos enterrados quilômetros abaixo dali? Haveria realmente lojas que
vendessem livros de feitiços e vassouras?



— É aqui — disse Thiago parando o carro que diminuil e virou um
carro de brinquedo onde Thiago guardou no bolso. — O Caldeirão Furado. É
um lugar famoso.



Era um barzinho sujo. Se Lilian não o tivesse apontado, Harry
nem teria reparado que existia. As pessoas que passavam apressadas nem olhavam
para aquele lado. Os olhos delas corriam da grande livraria a um lado a loja de
discos no outro como se nem conseguissem ver O Caldeirão Furado. Na
verdade Harry teve a sensação muito estranha de que somente ele e sua familia
eram capazes de vê-lo. Antes que pudesse comentar isto, Thiago o empurrou para
dentro.



Para um lugar famoso, o Caldeirão era muito escuro e miserável.
Havia umas velhas sentadas a um canto, bebendo pequenos cálices de xerez. Uma
delas fumava um longo cachimbo.



Um homenzinho de cartola conversava com o velho garçom do bar,
que era bem careca e parecia uma noz viscosa. O zunzum das conversas parou
quando eles entraram. Todos pareciam conhecer seus pais, acenaram e sorriram
para ele, e o garçom apanhou um copo, perguntando:



— Um especial para vocês?



— Não, Tom, estou com meu filho— disse Thiago, dando uma palmada
com a mão no ombro de Harry.



— Meu Deus — exclamou o garçom, fitando Harry. — É... Será
possível?



O Caldeirão Furado repentinamente parou e fez-se um silêncio
total.



— Valha-me Deus — murmurou o velho garçom. — Harry Potter... Que
honra.



E saiu correndo de trás do balcão, precipitou-se para Harry e
agarrou suas mãos, as lágrimas nos olhos.



— Seja bem-vindo, Sr. Potter, seja bem-vindo.



Harry não sabia o que dizer. Todos tinham os olhos nele. A velha
com o cachimbo puxava o fumo sem se dar conta de que o cachimbo apagara. Thiago
e Lilian sorriam radiante.



Logo houve um grande arrastar de cadeiras e no momento seguinte
Harry se viu apertando as mãos de todos no Caldeirão Furado.



— Dóris Crockford, Sr. Potter não acredito que finalmente posso
conhecê-lo.



— Estou tão orgulhosa, Sr. Potter, tão orgulhosa.



— Sempre quis apertar sua mão estou nas nuvens. Encantado, Sr.
Potter, nem sei lhe dizer o quanto, Diggle é o meu nome, Dédalo Diggle.



— Já o vi senhor antes! — disse Harry, e a cartola de Diggle
caiu de tanta excitação. — O senhor se curvou para mim uma vez numa loja.



— Ele se lembra! — exclamou Dédalo Diggle, olhando todos à
volta. — Vocês ouviram isso? Ele se lembra de mim!



Harry apertou muitas mãos. Dóris Crockford não parava de voltar
para um novo aperto.



Um rapaz pálido adiantou-se, muito nervoso. Um olho trêmulo.



— Professor Quirrell! — disse Thiago. — Harry, o Professor
Quirrell vai ser um dos seus professores em Hogwarts.



— P... P... Potter. — gaguejou o Professor Quirrell, apertando a
mão de Harry — N... N... Nem sei o que d... D... Dizer que p... P... P...
Prazer enorme é c... C... Conhecê-lo.



— Que tipo de mágica o senhor ensina, Professor Quirrell?



— D... Defesa c... C... Contra as a... Artes das t... Trevas —
murmurou o Professor Quirrell, como se preferisse não pensar no assunto. — não
que você p... P... Precise, hein, Potter? — Ele riu nervoso. – V... Você veio
c... Comprar o material, suponho? Tenho que c... Comprar um livro n... Novo
sobre vampiros — Parecia aterrorizado só de pensar.



Mas os outros não queriam deixar o Professor Quirrell ficar com
Harry só para ele. Levou bem uns dez minutos para o menino se livrar de todos.
Finalmente, Lilian conseguiu se fazer ouvir naquela balbúrdia.



— Precisamos nos apressar. Temos muitas compras a fazer. Vamos,
Harry querido.



Dóris Crockford apertou a mão de Harry uma última vez e eles
passaram pelo bar e saíram num pequeno pátio murado, onde não havia nada exceto
uma lata de lixo e um pouco de mato.



Thiago sorriu para Harry.



Você era famoso. Até o
professor Cessar Quirrell ficou tremendo de emoção de o conhecer, mas, em
geral, ele está sempre tremendo.



— Ele é sempre tão nervoso?



— Ah, é, coitado. Uma cabeça brilhante. Foi bem enquanto estudou
em livros, mas quando tirou um ano para aprender na prática... Dizem que
encontrou vampiros na Floresta Negra e teve um problema feio com uma
feiticeira, nunca mais foi o mesmo. Tem pavor dos alunos, tem pavor da matéria
que ensina, agora, cadê o meu guarda-chuva?



Vampiros? Feiticeiras? A cabeça de Harry estava girando.



Entrementes, Thiago contava tijolos na parede por cima da lata
de lixo.



— Três para cima... Dois para o lado... — murmurou. — Certo,
chegue para trás, Harry.



Ele bateu na parede três vezes com a ponta do guarda-chuva. E o
tijolo que tocou estremeceu, torceu-se. No meio apareceu um buraquinho, que se
foi alargando cada vez mais. Um segundo depois se viram diante de um arco
bastante grande, um arco que abria para uma rua de pedras irregulares, serpeava
e desaparecia de vista.



— Bem-vindo — disse Hagrid — ao Beco Diagonal.



-Ola Hagrid- cumprimentou Harry e depois deu Tchau para os pais
que o encontraria na saída de Gringotes.



 Atravessaram o arco.
Harry deu uma espiada rápida por cima do ombro e viu seus pais dando tchau o
arco encolher e virou uma parede sólida.





O sol refulgia numa pilha de caldeirões à porta da loja mais,
próxima. Caldeirões — Todos os Tamanhos — Cobre, Latão, Estanho, Prata —
todos os tamanhos,
dizia um letreiro acima.



É você vai precisar de um —
disse Hagrid —, mas temos de apanhar o seu dinheiro primeiro.



Harry desejou ter oito olhos. Virava a cabeça para todo o lado
enquanto caminhavam pela rua, tentando ver tudo ao mesmo tempo: as
lojas, as coisas as portas, as pessoas fazendo compras.



Uma mulher gorducha do lado de fora de uma farmácia abanou a
cabeça quando passaram por ela e disse:



— Fígado de dragão, dezessete sicles trinta gramas, eles
endoidaram...



Um pio baixo e suave veio de uma loja escura com um letreiro
onde se lia "Empório de Corujas — douradas, das torres, do campo,
marrons e brancas".



Vários garotos mais ou menos da idade de Harry espremiam os
narizes contra a vitrine que tinha vassouras.



— Olhe — Harry, ouviu um deles dizer — a nova Nimbus 2000, mais
veloz que nunca.



Havia lojas que vendiam vestes, lojas que vendiam telescópios e
estranhos instrumentos de prata que Harry nunca vira antes, janelas com pilhas
de barris contendo baços de morcegos e olhos de enguias, pilhas mal
equilibradas de livros de feitiços, penas de aves para escrever e rolos de
pergaminhos, vidros de poções, globos de...



Gringotes — anunciou Hagrid.



Tinham chegado a um edifício muito branco que se erguia acima
das lojinhas. Parado diante das portas de bronze polido, usando um uniforme
vermelho e dourado, havia...



— É, é um duende — disse Hagrid baixinho, enquanto subiam
os degraus de pedra branca até o duende. Ele era uma cabeça mais baixa do que
Harry. Tinha uma cara escura e inteligente, uma barba em ponta e, Harry
reparou, mãos e pés muito compridos. O duende os cumprimentou com uma
reverência quando entraram.



Em seguida depararam com um segundo par de portas, desta vez de
prata, onde havia gravado o seguinte:





Entrem, estranhos, mas prestem atenção,



Ao que espera o pecado da ambição,



Porque os que tiram o que não ganharam



Terão é que pagar muito caro,



Assim, se procuram sob o nosso chão,



Um tesouro que nunca enterraram,



Ladrão, você foi avisado,



Cuidado, pois vai encontrar mais do que procurou.





Dois duendes se curvaram quando eles passaram pelas portas de
prata e desembocaram em um grande saguão de mármore.



Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos altos atrás de
um longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixas, pesando moedas em
balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheira. Havia
ao redor do saguão portas demais para contar, e outros tantos duendes
acompanhavam as pessoas que entravam e saiam por elas. Hagrid e Harry se
dirigiram ao balcão.



— Bom dia — disse Hagrid a um duende desocupado. Viemos sacar
algum dinheiro do cofre do Sr. Harry Potter.



— O senhor tem a chave?



— Tenho em algum lugar — disse Hagrid e começou a esvaziar os
bolsos em cima do balcão, espalhando um punhado de biscoitos de cachorro
mofados em cima do livro-caixa do duende. O duende franziu o nariz. Harry
observou o duende do lado direito pesar um monte de rubis do tamanho de carvões
em brasa.



— Achei — exclamou Hagrid finalmente, mostrando uma chavinha de
ouro.



O duende examinou-a cuidadosamente.



— Parece estar em ordem.



— E tenho aqui também uma carta do professor Dumbledore — falou
Hagrid com ar importante, tirando-a do bolso do casaco.



— É sobre Você-Sabe-O-Quê que está no cofre setecentos e treze.



O duende leu a carta com atenção.



— Muito bem! — Calou, devolvendo a carta a Hagrid. — Vou mandar
alguém levá-lo aos dois cofres. Grampo!



Grampo era outro duende. Depois que Hagrid enfiou todos os
biscoitos de cachorro de volta nos bolsos, ele e Harry acompanharam Grampo a
uma das portas que havia no saguão.



— O que é o Você-Sabe-O-Quê no cofre setecentos e treze —
perguntou Harry.



— Não posso lhe contar — respondeu Hagrid misterioso — Muito
secreto. Negócios de Hogwarts. Dumbledore me confiou. Meu emprego vale mais do
que à vontade de lhe contar.



Grampo segurou a porta aberta para eles passarem. Harry, que
esperara mais mármore, surpreendeu-se. Encontravam-se em uma passagem estreita
de pedra, iluminada por archotes chamejantes.



Era uma descida íngreme, em que havia pequenos trilhos. Grampo
assobiou e um vagonete disparou pelos trilhos em sua direção.



Eles embarcaram Hagrid com alguma dificuldade e partiram.



A princípio eles apenas viajaram em alta velocidade por um
labirinto de passagens cheias de curvas. Harry tentou memorizar, esquerda,
direita, direita, esquerda, em frente no entroncamento, direita, esquerda, mas
era impossível. O vagonete barulhento parecia conhecer o caminho, porque Grampo
não o estava dirigindo.



Os olhos de Harry ardiam no ar frio que passava rápido por eles,
mas mantinha-os bem abertos. Uma vez, ele pensou ter visto uma labareda no fim
da passagem e se virou para conferir se era um dragão, mas foi tarde demais,
eles mergulharam ainda mais fundo, passaram por um lago subterrâneo onde se
acumulavam no teto e no chão enormes estalactites e estalagmites.



O vagonete afinal parou ao lado de uma portinhola na passagem,
Hagrid saltou e precisou se apoiar na parede para os joelhos pararem de tremer.



Grampo destrancou a porta. Saiu uma grande nuvem de fumaça verde
e enquanto ela se dissipava, Harry ficou sem respirar. Dentro havia montes de
moedas de ouro. Colunas de prata. Pilhas de pequenos nuques de bronze.



— É tudo seu — sorriu Hagrid.



Tudo de Harry — era inacreditável. Os Dursley com certeza não
sabiam da existência daquilo ou teriam tirado tudo mais rápido do que uma
piscadela. Quantas vezes tinham se queixado do quanto lhes custava criar Harry?
E durante todo aquele tempo havia uma pequena fortuna que lhe pertencia,
enterrada no subsolo de Londres.



Hagrid ajudou Harry a guardar um pouco do dinheiro em uma saca.



— As moedas de ouro são galeões — explicou ele. —
Dezessete sicles de prata fazem um galeão e vinte e nove nuques
fazem um sicle, é bem simples. Certo, isto deverá ser suficiente para
uns dois períodos letivos, guardaremos o resto bem guardado para você. — Hagrid
virou-se para Grampo. — O cofre setecentos e treze agora, por favor, e será que
podemos ir mais devagar.



— Só tem uma velocidade — calou Grampo.



Viajaram mais para o fundo agora e ganharam velocidade. O ar foi
se tornando cada vez mais frio enquanto disparavam pelas curvas fechadas.



Sacolejavam por uma ravina subterrânea e Harry debruçou-se para
um lado para tentar ver o que havia no fundo, mas Hagrid gemeu e o puxou para
trás pelo cangote.



O cofre setecentos e treze não tinha fechadura.



— Para trás disse Grampo com ar de importância. Alisou a porta
devagarinho com o seu dedo comprido e ela simplesmente se dissolveu.



— Se alguém que não fosse um duende de Gringotes tentasse
o mesmo, seria engolido pela porta e ficaria preso lá dentro — explicou Grampo.



— Com que freqüência você vem ver se tem alguém lá dentro? —
perguntou Harry.



— Uma vez a cada dez anos — disse Grampo, com um sorriso
maldoso.



Devia haver alguma coisa realmente extraordinária nesse cofre de
segurança máxima, Harry tinha certeza, e se curvou para frente pressuroso,
esperando ver no mínimo jóias fabulosas, mas no primeiro momento achou que
estava vazio. Depois notou um embrulhinho encardido no chão. Hagrid apanhou-o e
o guardou muito bem no casaco.



Harry tinha muita vontade de saber o que era, mas sentia que era
melhor não perguntar.



— Vamos voltar para esse vagonete infernal, e não fale no
caminho de volta é melhor eu ficar de boca fechada comentou Hagrid.



Depois de mais uma viagem no vagonete descontrolado, eles
chegaram à claridade do sol do lado de fora de Gringotes onde encontrram os
pais do Harry
. Harry não sabia aonde correr primeiro agora que tinha uma
saca cheia de dinheiro. Não precisava saber quantos galeões perfaziam uma libra
para saber que estava carregando mais dinheiro do que jamais tivera na vida
inteira mais dinheiro até do que Duda jamais tivera.Eles deram tchau para
Hagrid.



— Vamos comprar logo o seu uniforme — falou Lilian, indicando
com a cabeça a loja Madame Malkin Roupas para Todas as Ocasiões.



Harry entrou na loja Madame Malkin, um pouco nervoso.



Madame Malkin era uma bruxa baixa, gorda e sorridente, toda
vestida de lilás.



— Hogwarts, querido? — perguntou quando Harry começou a falar. —
Tenho tudo aqui. Para falar a verdade, tem outro rapazinho agora ajustando uma
roupa.



Nos fundos da loja, um garoto de rosto pálido e pontudo estava
em pé em cima de um banquinho enquanto uma segunda bruxa encurtava suas
compridas vestes pretas. Madame Malkin colocou Harry num banquinho ao lado do
outro, enfiou-lhe uma veste comprida pela cabeça e começou a marcar a bainha na
altura certa.Lilian tirava foto de tudo e abraçava o marido soluçando.



— Alô — cumprimentou o garoto. — Hogwarts também?



— É — confirmou Harry.



— Meu pai está na loja ao lado comprando meus livros e minha mãe
está mais adiante procurando varinhas — disse o garoto. Tinha uma voz de tédio arrastada.
— Depois vou levar os dois para dar uma olhada nas vassouras de corridas. Não
vejo por que os alunos de primeira serie não podem ter vassouras individuais.
Acho que vou obrigar papai a me comprar uma e vou contrabandeá-la para a escola
às escondidas.



O garoto lhe lembrou muito o Duda.



— Você tem vassoura? — perguntou o garoto.



— Não.



— Sabe jogar Quadribol?



— Não — respondeu novamente Harry.-Meu pai sabe ele já jogou
para uma casa de Hogwarts.



— Legal! Meu pai falou que vai ser um crime se não me escolherem
para jogar pela minha casa, e sou obrigado a dizer que concordo. Já sabe em que
casa você vai ficar?



— Não — respondeu Harry.



— Bom ninguém sabe mesmo até chegar lá, não é, mas sei que vou
ficar na Sonserina, toda a nossa família ficou lá, imagine ficar na Lufa-Lufa,
acho que eu saia da escola, você não?



—Não— discordou Harry.



—Quem está acompanhando você? Onde estão os seus pais?



— Estão tirando foto de tudo — respondeu Harry.



— Ah, eu entendo minha mãe também e assim — disse o outro.



— Mas são do nosso povo, não são?



— São bruxos, se é isso que você está perguntando.



— Eu realmente acho que não deviam deixar outro tipo de gente
entrar, e você? Não são iguais a nós, nunca foram educados para conhecer o
nosso modo de viver. Alguns nunca sequer ouviram falar de Hogwarts até
receberem a carta, imagine. Acho que deviam manter a coisa entre as famílias de
bruxos. Por falar nisso, como é o seu sobrenome?



Mas antes que Harry pudesse responder, Madame Malkin anunciou:



— Terminei com você, querido. E, Harry, nada frustrado com a
desculpa para interromper a conversa com o garoto, pulou do banquinho para o
chão.



— Bom, vejo você em Hogwarts, suponho — disse o garoto de voz
arrastada.



Harry ficou muito quieto enquanto comia o sorvete que seus pais
compraram (chocolate e amora com nozes picadas).



— Que foi? — perguntou Lilian.



— Nada — mentiu Harry.



Eles pararam para comprar pergaminho e penas. Harry se animou um
pouco quando descobriu um vidro de tinta que mudava de cor enquanto a pessoa
escrevia. Quando saíram da loja, perguntou:



— Pai, o que é Quadribol?



— Caramba, Harry, vivo me esquecendo que você não sabe quase
nada, raios, não saber o que é Quadribol eu fui o apanhador da Grifinoria!



—Você já me disse. — E contou aos pais sobre o garoto pálido na
loja de Madame Malkin.



—... E ele disse que nem deviam permitir a gente que pertence à
família de trouxas...



— Você não pertence a uma família de trouxas. Se ele soubesse
quem você é... Ele cresceu sabendo o seu nome se os pais dele forem bruxos.
Você viu o pessoal do Caldeirão Furado. Em todo o caso, o que é que ele sabe
das coisas, alguns dos melhores bruxos que já conheci vinham de uma longa
linhagem de trouxas. Veja a sua mãe! Veja só quem é irmã dela!



— Então, o que é Quadribol.



— É o nosso esporte. Esporte de bruxos. É como o futebol no
mundo dos trouxas. Todos praticam Quadribol. A gente joga no ar montado em
vassouras com quatro bolas. É meio difícil explicar as regras.



— E o que são Sonserina e Lufa-Lufa?



— Casas na escola. São quatro. Todo mundo diz que Lufa-Lufa só
tem panacas, mas..



— Aposto que estou na Lufa-Lufa — disse Harry — deprimido.



— É melhor a Lufa-Lufa do que a Sonserina — sentenciou Thiago,
misterioso. — Não tem um único bruxo nem uma única bruxa desencaminhados que
não tenham passado por Sonserina. Você-Sabe-Quem foi um deles, maisvocê meu
filho vai para Grifinoria como seu pai e sua mãe falando nela olha ela ali.



Eles compraram os livros escolares de Harry em uma loja chamada Floreios
e Borrões
, onde as prateleiras estavam abarrotadas até o teto com livros do
tamanho de paralelepípedos encadernados em couro, livros do tamanho de selos
postais com capas de seda, livros cobertos de símbolos curiosos e alguns livros
sem nada. Até Duda, que nunca lia nada, teria ficado doído para pôr as mãos em
alguns desses livros. Lilian quase teve de arrastar Harry para longe do Pragas
e Contrapragas
(Encante os seus amigos e confunda os seus inimigos com
as últimas vinganças: perda de cabelos, pernas bambas, língua presa e muitas,
muitas mais
) do Professor Vindicto Viridiano.



Thiago não deixou Harry comprar um caldeirão de ouro maciço
tampouco ("Diz estanho na sua lista”),mas compraram uma balança
bonita para pesar os ingredientes das poções e um telescópio desmontável de
latão. Visitaram a farmácia, que era bem fascinante para compensar seu cheiro
horrível, uma mistura de ovo estragado e repolho podre. Havia no chão barricas
de coisas viscosas, frascos com ervas, raízes secas e pós coloridos cobriam as
paredes, feixes de penas, fieiras de dentes e garras retorcidas pendiam do
teto. Enquanto Thiago pedia ao homem atrás do balcão um conjunto de
ingredientes básicos para preparar poções para Lilian tirava fotos do Harry, o
próprio Harry examinava chifres de prata de unicórnios, a vinte e um galeões
cada, e minúsculos olhos faiscantes de besouros (cinco nuques uma
concha).



Ao saírem da farmácia, Lilian verificou a lista de Harry mais
uma vez.



— Só falta a varinha. Agora só falta Olivaras, a única
loja de varinhas, Olivaras, e você precisa ter a melhor varinha do mundo.



Uma varinha mágica... Era realmente o que Harry andara
desejando.



A última loja era estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas
sobre a porta diziam Olivaras Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 A.C. Havia uma única
varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada.



Um sininho tocou em algum lugar no fundo da loja quando eles
entraram. Era uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta e
estreita em que Lilian
se sentou para esperar.



Harry teve uma sensação esquisita como se tivesse entrado em uma
biblioteca muito exclusiva, engoliu um monte de perguntas novas que tinham
acabado de lhe ocorrer e ficou espiando os milhares de caixas estreitas
arrumadas com cuidado até o teto. Por alguma razão, sentiu um arrepio na nuca.
A própria poeira e o silêncio ali pareciam retinir com uma magia secreta.



— Boa tarde — disse uma voz suave. Harry se assustou.



Havia um velho parado diante deles, os olhos grandes e muito
claros brilhando como duas luas na penumbra da loja.



— Alô — disse Harry sem jeito.



Ah, sim — disse o homem.
— Sim, sim. Achei que ia vê-lo em breve. Harry Potter.
Não era uma pergunta. — Você tem os olhos de sua mãe. Parece que foi
ontem que ela esteve aqui, comprando a primeira varinha. Vinte e seis
centímetros de comprimento, farfalhante, feita de salgueiro. Uma boa varinha
para encantamentos.-Acenou para Lilian que retribuil o aceno agora tirando foto
do Harry com Olvaras.





O Sr. Olivaras chegou mais perto de Harry. Harry desejou que ele
piscasse. Aqueles olhos prateados lhe davam um pouco de medo.



— Já o seu pai, deu preferência a uma varinha de mogno. Vinte e
oito centímetros. Flexível. Um pouco mais de poder e excelente para
transformações. Bom, digo que seu pai deu preferência, na realidade é a varinha
que escolhe o bruxo, é claro.-E acenou também para Thiago que também retrubuil
olhando atentamente para o Harry.



O Sr. Olivaras chegara tão perto que ele e Harry estavam quase
encostando os narizes. Harry viu-se refletido naqueles olhos.



— E foi aí que....



O Sr. Olivaras tocou a cicatriz feita pelo relâmpago na testa de
Harry com um dedo branco e longo.



— Lamento dizer que vendi a varinha que fez isso — disse ele
suavemente. — Trinta e cinco centímetros. Nossa. Uma varinha poderosa, muito
poderosa nas mãos erradas... Bom, se eu tivesse sabido o que a varinha ia sair
por aí fazendo..



Ele sacudiu a cabeça e então, para alivio de Harry, viu a cara
de Thiago.



— Bom agora, Sr. Potter vamos ver. — E tirou uma longa fita
métrica com números prateados do bolso. — Qual é o braço da varinha?



— Hum... Bom, sou destro — respondeu Harry.



— Estique o braço. Isso. — Ele mediu Harry do ombro ao dedo,
depois do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho à axila e ao redor da
cabeça. Enquanto media, disse, — Toda varinha Olivaras tem o miolo feito de uma
poderosa substância mágica, Sr. Potter. Usamos pêlos de unicórnio, penas de
cauda de fênix e cordas de coração de dragão. Não há duas varinhas Olivaras
como não há unicórnios, dragões nem fênix iguais. E é claro, o senhor jamais
conseguirá resultados tão bons com a varinha de outro bruxo.



Harry de repente percebeu que a fita métrica, que o media entre
as narinas, estava medindo sozinha. O Sr. Olivaras andava rapidamente em volta
das prateleiras, descendo caixas.



— Já chega — falou, e a fita métrica afrouxou e caiu formando um
montinho no chão. — Certo, então, Sr. Potter. Experimente esta. Faia e corda de
coração de dragão. Vinte e três centímetros. Boa e flexível. Apanhe e
experimente.



Harry apanhou a varinha e (sua mãe filmando dessa vez) fez
alguns movimentos com ela, mas o Sr. Olivaras a tirou de sua mão quase
imediatamente. Seus pais riram.



— Bordo e pena de fénix. Dezoito centímetros. Bem elástica.
Experimente.



Harry experimentou, mas mal erguera a varinha quando, mais uma
vez, o Sr. Olivaras a tirou de sua mão.



— Não, não. Tome, ébano e pêlo de unicórnio, vinte e dois
centímetros, flexíveis. Vamos, vamos, experimente.



Harry experimentou. E experimentou. Não fazia idéia do que é que
o Sr. Olivaras estava esperando. A pilha de varinhas experimentadas estava cada
vez maior em cima da cadeira alta e estreita, mas, quanto mais varinhas o Sr.
Olivaras tirava das prateleiras, mais feliz parecia ficar.



— Freguês difícil, hein? Não se preocupe, vamos encontrar a
varinha perfeita para o senhor em algum lugar, estou em duvida, agora... É, por
que não? Uma combinação incomum, azevinho e pena de fênix, vinte e oito
centímetros, boa e maleável.



Harry apanhou a varinha. Sentiu um repentino calor nos dedos.
Ergueu a varinha acima da cabeça, baixou-a cortando o ar empoeirado com um
zunido, e uma torrente de faíscas douradas e vermelhas saíram da ponta como um
fogo de artifício, atirando fagulhas luminosas que dançavam nas paredes. Lilian
gritou entusiasmada e bateu palmas e o Sr. Olivaras exclamou:



— Bravo! Mesmo, ah, muito bom. Ora, ora, ora... Que curioso...
Curiosíssimo...



Repôs a varinha de Harry na caixa e embrulhou-a em papel pardo,
ainda resmungando:



— Curioso... Curioso...



— O senhor me desculpe — disse Harry —, mas o que é curioso?



O Sr. Olivaras encarou Harry com aqueles olhos claros.



— Lembro-me de cada varinha que vendi, Sr. Potter. De cada uma.
Acontece que a fênix cuja pena está na sua varinha produziu mais uma pena,
apenas mais uma. É muito curioso que o senhor tenha sido destinado para esta
varinha porque a irmã dela, ora, a irmã dela produziu a sua cicatriz.



Harry engoliu em seco.





— E, tinha trinta e quatro centímetros. Puxa. É realmente
curioso como essas coisas acontecem. A varinha escolhe o bruxo, lembre-se...
Acho que podemos esperar grandes feitos do senhor, Sr. Potter. Afinal,
Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear realizou grandes feitos, terríveis, sim, mas
grandes.



Harry estremeceu. Não tinha muita certeza se gostava do Sr.
Olivaras. Pagou sete galeões pela varinha e o Sr. Olivaras curvou-se à saída
deles.



O sol de fim de tarde quase chegara ao horizonte quando Harry e
sua familia refizeram o caminho para sair do Beco Diagonal, atravessar a parede
e passar novamente pelo Caldeirão Furado, agora vazio. Harry não disse uma
palavra enquanto andavam pela rua.Ao chegar em casa guardou as coisas e foram
comer um bolo seus pais lhe deram o melhor presente da vida uma grande gaiola
com uma bela coruja branca como a neve, que dormia profundamente, a cabeça
debaixo da asa. Ele não parava de agradecer, parecia até o Professor
Quirrell.Dormiu profundamente no seu quarto.




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Notas finais do capítulo

Bjs...Estou muito feliz por alguem ler minha fic obrigada sim?



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