Dumbledore muito tranquilo, porém compenetrado, lia já pela 7ª vez a carta que recebera a alguns poucos dias de madame Maxime. Tentava organizar as ideias; estava complicado, mas gostou de saber que haviam muitas ervas prontas.

“Caro Dumbledore,

Trago-lhe boas notícias! Estou ansiosa em ajudá-lo e esperei calmamente até este momento e anunciar-lhe que as Venenum Plantae estão ótimas para uso!

Em nossa plantação temos mais de dois milhões, já grandes e fortes. Comem como porcos e já estão com o veneno bem apurado.

Quando necessário, as enviaremos a você. É só avisar.

P.S.: Grope manda forte abraço para o irmão e não se preocupe com a ave. Ela conhece rotas diversas. Asseguro-lhe que esta carta não foi interceptada.

Até logo!

Madame Máxima Maxime.”

Assim dizia a carta em letras caprichosamente desenhadas.

“Acredito que seja melhor enviar uma carta de volta em resposta já pedindo que me envie o quanto puderem das Plantae.” Pensava Dumbledore. “É melhor ter parte das ‘armas’ já por perto do que deixar a escola parcialmente desprotegida... Mas onde guardo tantas dessas coisas...?” Continuava Dumbledore em seus pensamentos.

Assim, pegou um pergaminho e de pronto começou a escrever para madame Maxime.

TOC!TOC!TOC! – batiam a porta e sem esperar resposta, entrou Minerva McGonagall.

Dumbledore muito calmo apenas levantou a vista por cima dos seus oclinhos de meia-lua.

– O que deseja Minerva?

–Dumbledore! Está uma tremenda bagunça lá fora! No segundo andar para ser precisa. – aquela palavra ‘precisa’ despertou Dumbledore para alguma ótima solução. - Os alunos da Sonserina estão brigando com os MEUS alunos – enfatizou ela – pelo campo de quadribol. E não abrem mão! Já tínhamos marcado para hoje! O Barão Sangrento insiste que seus alunos treinem hoje... – o Barão Sangrento, depois da saída de Snape ficou sendo o responsável pela casa Sonserina. Para falar a verdade, foi o único que quis. – Mas para o Barão não existem regras! Estou farta disso! – falava sem paciência a Minerva.

– Vamos lá então. – falou Dumbledore deixando a carta para terminar depois, guardando-a em sua gaveta da mesa.

Os dois seguiram para o local da briga.

Enquanto isso, no segundo andar, as coisas pioravam.

– Bate nele! Quebra tudo! HAHAHAHA... – gritava o Pirraça, aquele fantasma que anda aprontando com tudo e com todos. – Uma de direita! – continuava ele atiçando a briga e ainda jogando vasos e quadros no meio da confusão e os quadros não estavam gostando nada daquilo.

– Ei, ei,ei,ei! Me larga Pirraça! Estou muito bem aqui na parede! Não, espera... – falava um homem baixinho de armadura num quadro perto. Ele conseguiu correr para o quadro ao lado antes que Pirraça o agarrasse e jogasse na cabeça dos desavisados.

Estava novamente uma balbúrdia só. Mais do que no trem. Muitos brigavam ao mesmo tempo com as vassouras nas mãos atingindo uns aos outros, com feitiços, socos e o que viam pela frente. Vocês sabem, se alguém perguntar: “quais as duas casas que são as maiores rivais de Hogwarts?” Todos responderiam: “Sonserina e Grifinória!” sem pestanejar.

Os quadros deste corredor inteiro já estavam vazios. Todos tinham saído correndo para o corredor em frente, depois das escadas. Olhavam pasmos aquela verdadeira bagunça e comentavam:

– Nossa! Vocês viram aquilo? Acho que aquela doeu...

– Joga um Rictusempra nele! – gritava um rapaz de um quadro.

– Pára com isso Pirraça! – gritava uma mulher de outro quadro.

– Onde está o diretor?

– Quebra a vassoura dele! – gritava novamente o rapaz.

– Alguém escondam os vasos do Pirraça!

– Por que ninguém conjura água para jogar nesses loucos?!

– Ah, foi por pouco... Agora! Dá um pontapé nele! – o rapaz continuava.

Com certeza todos ali já haviam se esquecido o real motivo daquela briga toda: o campo para treinar quadribol.

Pirraça se deliciava.

–Ei Rony! Calma aí! – gritava Harry do meio da confusão para o amigo que tentava, novamente, atingir Draco Malfoy.

– Não sou um goleiro de bosta seu loirinho oleoso! Toma isso! – e acertou um soco na barriga de Draco. Este por sua vez recuperando o ar mirava no rosto de Rony. Rony segurou sua mão e o empurrou para trás.

Hermione puxava os cabelos de uma garota da Sonserina que foi provocá-la. Harry lançava feitiços em Goyle que colocava Crebe na sua frente o tirando das vistas de Harry.

– Seu patife! Seu pai trabalha horas de graça no Ministério esperando ganhar um aumento que nem dá para comprar livros de segunda... – dizia Draco provocando Rony que não o deixou completar a frase, pois puxara uma vassoura Cleansweep já rachada e acertando a cabeça de Draco que caiu como zonzo no chão.

– Boa ruivinho! – gritou o rapaz lá do quadro do outro lado.

Nessa agonia, ninguém ouvia ninguém, mas todos pararam na mesma hora quando viram Dumbledore parado olhando aquela cena ridícula dos alunos. Ele não precisou dizer nada. Apenas chegou e parou olhando decepcionado para todos.

Como se fossem pessoas comportadas, os alunos de ambas as casas tentavam se ajeitar e se acalmar. Mas era impossível!

Estavam rasgados, sujos e machucados. Descabelados, com óculos quebrados, mancando, sangrando... Horríveis.

“E nessa briga

Que mais pareceu uma partida

Por causa do campo

Que do canto não sai

Todos ferrados estão

Com o Quadribol perdido

Quem sabe pra sempre

Quem sabe não mais!”

Saiu rimando Pirraça flutuando feliz pelos corredores.