Mulher América escrita por Lady Snow


Capítulo 12
Capítulo 12- Liberdade.


Notas iniciais do capítulo

N/A: Olha eu aqui mais rápido *-*
Só vim dizer que hoje teremos um pouquinho mais de emoção, rs. Amanhã faço minha última prova! Rezem/orem pra eu passar em matemática que é só o que falta, ou senão, um pouco menos de postagem, hehe. Não? Okay =/
16 leitores! OMG! *---------* vocês são demais! *u* mas os reviews ainda estão poucos... =/ não me desanimem! D:
No mais...
BOA LEITURAAA! :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/283602/chapter/12


Durante a madrugada, Chris não conseguira pregar o olho por muito tempo. E quando dormia, sonhava o mesmo temível pesadelo: os olhos verdes, a escuridão, a voz convidativa dizendo-lhe "venha, venha..." e a mão estendida na escuridão. Mesmo com a penúmbra, ela podia identificar que a mão era anormal, possuía uma coloração azul, e ela duvidava muito que aquilo fosse tinta ou algo do tipo. Como acordava banhada em suor e com o coração palpitando para fora do peito, decidiu que não dormiria mais naquela noite. Ficou, então, fitando o céu arroxeado com alguns tons de azul escuro em volta e contas brilhantes representando as estrelas decoravam suavemente, a lua crescente era bonita e bem visível, o céu tinha um azul semelhante ao da mão misteriosa. Isso fez com que estremecesse.


Uma mão azul. Olhos verdes tão frios, mas tão belos e hipnotizantes. Agora, as imagens eram mais nítidas, e ela via que os olhos não eram azuis, e sim, verdes. O verde mais parecia um imenso mar de esmeraldas, onde cada vez que sua voz ainda mais convidativa lhe chamava, ela se imaginava mergulhando naquele mar, perdendo-se nele e afundando-se cada vez mais, até que o ar lhe faltasse nos pulmões, e depois de acabarem, ela habituava-se a não respirar naturalmente.


A voz masculina permanecia: Venha, venha... Venha para meu lado, Chris... E ela não podia resistir, estendia os dedos levemente na direção dele, tocava com a ponta dos dedos finos e compridos a mão dele, e era frio. Parecia um cadáver que há muito estava congelado, e quando ela tocava a mão dele, ela acordava. Não entendia o significado desse sonho, mas sabia que aquilo tinha alguma ligação com seu futuro. Ou talvez só estivesse ficando louca. Mas, se realmente estava, já devia ter apresentado mais sintomas. Impressionada com algo não estava, afinal, pouco tinham acesso à livros fictícios. Fictícios porque seres azuis e frios não podem ser considerados seres normais do cotidiano em que ela fazia parte.


Pegou as cartas que vinha escrevendo, procurando as que relatavam o sonho, comparando-as e sempre chegando na mesma conclusão: era exatamente o mesmo sonho, no entanto, de tempo em tempo ele evoluía um pouco mais, e ela tinha medo do que mais veria. Queria entender o significado desse sonho, por que ele assombrava-a quase todas as noites. Ela tinha de ignorar isso, ou o temor dominaria seu corpo.


Quando os raios de sol finalmente foram despontando-se no céu e a natureza acordando, Chris encarou com certa nostalgia o amanhecer, depois, encarou-se no pequeno espelho do banheiro. Passou a mão pelos cabelos, já tampavam as orelhas, era hora de cortar. Abriu a gavetinha e retirou a tesoura e a depositou sob a pia, tomou um banho e enrolou-se na toalha, com cuidado, penteou as madeixas e as cortou o mais uniforme que conseguiu, encarou os tufos de cabelo no chão e os juntou, depois, ficou pensando na resposta que Nick daria-lhe. Com os argumentos que usara, só se fosse um estúpido para recusar. Mas esse era o defeito de Chris em relação ao Fury, ela subestimava-o, e isso não era propício para ela.


Não viu quanto tempo se passou, mas a corneta soara e os soldados foram acordando e se movimentando. Os que já estavam prontos, dirigiram-se ao refeitório tomar seu desjejum, e foi para lá que Chris caminhou. Comeu mingau de aveia e leite morno, fitou Nick Fury terminando de comer, este, como se prevesse que ela o encararia em busca de alguma resposta, indicou com a cabeça o lado de fora do refeitório, então, ela devolveu sua bandeija e seguiu o homem de vestes negras. Teria 15 minutos até que as lições de formação fossem dadas. Era tempo o suficiente para saber o que tanto queria.


Andaram até a entrada do bosque, e isso levara 5 minutos estamos perdendo tempo, pensou ela bufando irritada. Quando pararam, Nick parou de costas, encarando o bosque, como se ela não estivesse ali, como se ele não a tivesse chamado. Não estava interessada nos joguinhos orgulhosos dele, só precisava que Nick acobertasse-a e a levasse até onde precisava ir.


– E então? - Disse ela, cruzando os braços. Nick colocou as mãos nos bolsos do sobre-tudo, girando o corpo lentamente para ficar de frente para ela, com não mais do que uma sugestão de sorriso presunçoso brincando nos lábios. Ela achava que aquela proposta estava ganha... Pobre mulher iludida. Ela observou os lábios deles curvarem-se vagarosamente em um claro:


Não. -Seus olhos arregalaram e sua boca escancarou-se até onde podia, estava incrédula. Oferecera sua vida por uma simples participação em uma missão! É, ele só podia ser um maldito estúpido e do contra.


– O quê? - Disse ela sem acreditar no que ouvira.


– Creio que não seja surda, Wright. - Retrucou o homem malcriadamente.


– E não sou. E o senhor, é idiota assim mesmo, ou adquiriu esse dom com o tempo? - Disse ela fervilhando de raiva, os punhos cerrados e o rosto contorcido em raiva, embora tentasse se controlar. Usava no tom o quanto de zombaria e desprezo que conseguira reunir.


– Quanto ultraje, mais uma palavra dessas e posso mandar arrancar-lhe a língua, senhorita. - Dessa vez ela engoliu em seco. Realmente, o medo não é como a coragem.


– Por que está me negando? Eu basicamente ofereci minha morte na sua mão, e sequer seria incriminado!


– Senhorita Wright, eu reconheço essa tentadora proposta. Todavia, tem que compreender que pra mim, você não é nem um pouco confiável, não sei se cumprirá com sua palavra, e, além disso, você pode sim morrer como qualquer um, até porque não tem experiência em campo de batalha. Entretanto, sabemos que sua chance de sobreviver é ainda maior que a de morrer. O governo não confia em você, eu não confio em você, sequer os seus colegas soldados confiam. Entende? O governo te considera uma ameaça à segurança mundial, e pra isso precisa ser mantida sob constante vigilância.


Estava indignada e furiosa. Nada além disso. Parecia que toda raiva que aprendeu a reprimir voltara com toda força, em uma avalanche sem igual, derrubando seus sentidos e tomando conta de tudo, não dando-lhe tempo para pensar e assimilar suas ações. Estava incapacitada de medir seus atos.


– Não confia? Deus, foi o senhor quem me procurou! Eu estava bem, escondida nos meus escombros, jamais fiz mal à alguém! Até dó de matar insetos tenho. Se está como está, a culpa é toda sua, senhor Nick Fury! Toda sua! Eu, que jamais o vi, confiei! E veja só onde vim parar? Presa em uma maldita base militar! Vivo em uma monotonia sem fim, sou treinada para ser um soldado e você não confia em mim? O governo não confia em mim? Vocês são todos uns estúpidos! Não! Não me interrompa, seu maldito! Cale a sua maldita boca! Cale! Cale! Entendeu? Calado! Eu sei que meu amigo está em uma missão, talvez esteja morto! Ou feito refém, na beira da morte! E não querem me deixar fazer algo?! Algo que é para o bem? E depois eu é que não sou confiável? Vocês são uns idiotas, capitalistas idiotas e inúteis, uns bundões covardes! Enquanto o Red Skull mantêm soldados americanos reféns, vocês fazem intriga comigo! E o Capitão América, hein? Oh não, achou que eu me esqueceria do nosso herói? Sabe o que é mais interessante? O Capitão é um supersoldado! Ah sim, ele é, isso não lembra-lhe algo, senhor? Não lembra, hum? RESPONDA-ME!


A fúria de Chris era incomparável. Ela segurava a gola de Nick, ele não conseguia esquivar-se, ela estava completamente fora do controle, um movimento errado e o soro estaria pronto para mostrar a ele do que era capaz de fazer. Os olhos dela eram fixos, arregalados, e as pupilas dilatadas, era assustador. Seu rosto era a personificação da ira, do desespero, suas mãos não soltavam seu colarinho nem por um milagre, mais um pouco e ela tentaria matá-lo, vendo-se sem saída, ele teve de tomar uma drástica medida.


Plaft.


Chris caiu no chão devido a demasiada força empregada no tapa, ela pôs a mão na bochecha que agora ardia como o inferno. Ofegou, ele bateu nela.


Ele bateu em mim. Ele bateu em mim. Ele bateu em mim... Eu fui agredida.– Pensava ela insistentemente. Sua incredulidade era tanta, que mal podia fazer algo, olhava fixamente para o chão, o homem não saíra do lugar, nem ela.


Ele me bateu. ELE ME BATEU!


Sem o menor esforço, ela levantou do chão, sua bochecha antes branca feito porcelana, agora era tingida de vermelho por causa da bofetada que levara há pouco. Inocentemente, ela andou até ele, Nick retesou-se, na defensiva, pronto para qualquer ataque. Propositalmente, ela deixou uma ou duas lágrimas de crocodilo escaparem de suas orbes encantadoras, fungou levemente, como quem começaria a chorar em poucos instantes. Fury estava acostumado a ver muitas coisas, muitas pessoas chorando de dor, mas Chris era um caso a parte. Ele havia lhe batido, e ela, com aquele rosto angelical, chorando, era demais até mesmo para o homem mais frio da terra.


– Wright... - Assim que ele pronunciou o sobrenome dela, ela levantou o rosto e rapidamente, atingiu-o com um soco certeiro no olho direito, o que fez com que ele recuasse alguns passos para trás, pondo a mão no olho em busca de sangue, apenas um fio vermelho escorria de sua sobrancelha.


– Encoste em mim novamente, e eu lhe mostro do que sou capaz de fazer. Se não confia em mim, então darei-lhe motivos para não confiar mesmo. - Disse ela de forma desafiadora. Nick levantou-se, juntando toda sua dignidade e varrendo a vergonha de suas vestes.


– Pagará por isso. - Respondeu entredentes.


– Pois então, que eu pague muito caro, porque depois, eu hei de querer encobrir o preço, meu caro. - Desafiou ela, com os olhos apertados e a boca em um sorriso corajoso.


– Guardas! Guardas! - Gritou Nick encarando-a, para não perdê-la de vista caso resolvesse fugir, embora não houvesse muito lugar para refugiar-se. Como ela, ele sentia-se bravo e disposto à dar-lhe uma bela lição, para deixar de ser tão ousada e atrevida, mas agora não. Ele tinha planos melhores. Enquanto os guardas vinham, ele disse:


– Sabe por que não envelheço? Porque eu possuo um soro que não permite que me aconteça isso. E isso responde à sua pergunta? Hein? Sim, me lembra alguém. Lembra à mim. E você, embora seja como o Capitão América, não tem o mesmo objetivo que ele. Você é uma ameaça, é o veneno, enquanto ele é a salvação, é a cura. - O sorriso perspicaz não abandonava o rosto dele. E ela, permanecia atônita. Rapidamente, os guardas alcançaram-nos e puseram-se à disposição dele, Nick apontou para ela.


– Este soldado é muito desafiador, e por ser verde, sem experiência, comete tolices, e creio que desafiou a pessoa errada. Para a Solitária. Agora. Quem sabe com um bom castigo não aprenda a controlar a língua? - Chris agora sentira-se assustada. Há muito um soldado não era mandado para a solitária, os coronéis diziam que era um lugar lúgubre e úmido, quase insuportável. Era o segundo local mais antigo e pouco recebia de reformas, a pouca luz que lá dispuseram era bruxuleante e deixava o lugar ainda mais atormentador. As celas não tinham mais do que 3 x 4 e a altura era não mais que dois metros, ninguém ía para lá, apenas os soldados mais teimosos. E ela.


– Não! Por favor, não! - Contestou ela, ávidamente, em um medo quase infantil de escuro e solidão. Ninguém deu-lhe ouvidos, foram necessários 4 soldados para que a levassem para lá, Nick acompanhou para ficar certificado de que ela estaria presa, atrás das grades, e logo a notícia se espalhou pelo campus. De certa forma, aquilo serviu para algo, serviu para alertar os soldados do quão perigosa aquela mulher podia ser, tendo em vista do tom arroxeado na face do moreno, todos compreendream que ocorreu um ocasional desentendimento e resultara nela presa, e nele... Bem, e nele uma marca temporária do quão certeiro podia ser o punho dela. Ela gritou, debateu-se contra os homens, mas um dos soldados aplicou-lhe anestesia e em pouco tempo, Chris amoleceu e perdeu a consciência, e assim, sem problemas, foi carregada e depositada na cela minúscula, fria e escura.


–--


Não sabia por quanto tempo estivera desacordada, mas aos poucos ía recuperando os sentidos, a cabeça doía e o corpo não obedecia aos seus comandos. A visão dela estava embaçada e o local não ajudava em nada, já que era muito escuro, mas onde estava? Lembrava-se de ter discutido com Nick e depois... E depois ela foi levada para uma solitária. Sentou-se rapidamente, mas o movimento brusco só fez com que sua cabeça latejasse ainda mais, a escuridão era opressora e ela sentia-se enclausurada. Segurando-se pela parede, ficou em pé e mediu o quanto de espaço tinha e não foi necessário muito tempo para que decobrisse que estava presa em um cubículo. Gemendo de dor, bateu nas paredes, com o intuito de saber se mais alguém estava lá. Mas havia apenas um corredor, e este levava para a saída, era uma única cela, revestida com ferro frio e cimento úmido coberto de limo e teias de aranha. Apenas uma lâmpada iluminava o local, e estava tão distante dela que mal iluminava sua cela, apenas uma pequena parte era inundada pela luz branca mórbida.


– Hey, garota! Sossegue. Não estou a fim de ouvir resmungos de garotas mimadas que acham que podem ser um homem. - O homem riu, ela estava tonta, mas sentiu alguma raiva dele. Mais um machista...


– Rick... Rick... - Sussurrava ela, quase agonizada. Tinha de sair daquele torpor e reagir, tinha que dar um jeito de livrar-se daquela cela! Seu amigo precisava dela, não podia se dar ao luxo de ficar desnorteada devido a qualquer substância enquanto ele podia sofrer coisas piores.


– Me tire daqui, por favor... Meu amigo... A missão...


– Já não lhe disse para ficar calada? - Retrucou ele em um rosnado impaciente. Desistiu. Sentou-se no fino colchonete e ficou por ali até que recuperasse totalmente os sentidos, não foi mais que uma hora aguardando seu organismo reagir. Foi então, que teve um plano para sair dali o quanto antes.


– Senhor... Eu não me sinto bem... Socorro... - Usara um tom desesperado tão convincente, que ele resmungando abriu a cela, quando abriu, ela levantou-se e deu uma pancada na cabeça dele e depois, pegou o boné, as calças, coturnos e casaco dele, vestiu e ajeitou da melhor maneira possível e recolocou o cinto onde guardava-se as armas e chaves.


Espiou cuidadosamente pela fresta da porta quanto tempo já tinha se passado, e constatou que foram horas, pois já devia ser noite avançada. Nenhum barulho no refeitório, nem os jogos de cartas costumeiros nas redondezas, nem cheiro de cigarros e bebidas. Verificou um pouco maise saiu, começando uma caminhada aparentemente tranquila, um soldado passou por ela e ela sentiu o corpo gelar, mas o soldado não a reconheceu e achou que ela fosse o outro soldado que deixara desacordado em seu lugar.


– Soldado Benn. - Disse ele. Ela apenas acenou com a cabeça, ou sua voz a denunciaria. Sorrateiramente foi até o quarto e pegou a mochila que deixara preparada, ninguém mais prestava atenção nela. Silenciosa como a escuridão. Avistou um furgão sendo carregado, enquanto o outro partia, esperou por perto até que o último suprimento fosse colocado, e só então, entrou na caçamba sem ser vista, acomodou-se o melhor que pôde, e então, o furgão pôs-se em movimento para fora da base.


Livre daqui. Pensou ela. Como Fury prometeu. Não da forma que esperava, mas é por causa dele que estou livre, embora ele tenha dificultado meu trabalho. Se ele a subestimara, jamais deveria tê-lo feito, assim como ela fez com ele e também não devia. Ambos aprenderam a lição. Porém, agora ela só tinha de pensar em como faria para sair dali de dentro quando precisasse, mas isso naquele momento não era o importante, seu coração enchera-se de coragem, determinação e esperança que quase não cabia em si, o importante agora era que finalmente iria em busca de Rick.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Mereço reviews? Nem que seja um "continua, gostei". Faz bem pro autor e não mata ninguém! s2