Plus Que Ma Propre Vie. escrita por Isabella


Capítulo 4
Capítulo 4




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“Uma visita humana, masculina e com cheiro forte.” Essas eram as palavras que Edward usava para descrever todos os meninos que eram interessados em nossa filha. Exceto Jacob. Jacob era apenas Jacob. Notei, no entanto, uma diferença simples e pequena nas suas palavras dessa vez. Ao invés de usar ‘com cheiro forte’, Edward disse ‘perfumada demais’. Não que isso fosse um problema, já que significava, basicamente, a mesma coisa. Eu ri e revirei os olhos enquanto o acompanhava até a porta da frente, deixando Renesmee em seu quarto trocando de roupa.

- Eu abro ou você? – falei em um tom de voz normal.

- Eu abro. Mas fica abraçada comigo, meu amor. – as palavras de Edward eram baixas, quase como se ele não quisesse que o humano ouvisse. E talvez ele não quisesse mesmo. Dei de ombros e o acompanhei, abraçando-o de lado, até a porta.

- Posso ajudar? – Edward disse, abrindo a porta e sorrindo para o menino.

Por um segundo fiquei chocada. Eu nunca havia reparado nesse menino pelos corredores da escola, e agora que eu o vi, a única emoção que prevalecia em mim era susto. Renesmee estava certa, ele era muito bonito. O padrão de beleza humana, para ser mais exata. Seu cabelo castanho escuro e sua pele morena bem clara contrastavam lindamente com os olhos azuis brilhantes. A boca era volumosa, com covinhas no sorriso. Ele tinha um corpo escultural. Se eu o tivesse visto treze anos atrás, meu primeiro palpite seria de que ele era um vampiro. Mas ele cheirava como um humano, apesar da quantidade exagerada de perfume que usava. E o perfume dele… Lembrava algum cheiro diferente. Um cheiro bom. Eu não conseguia me lembrar de onde conhecia esse cheiro, mas sabia que já o havia sentido antes, na minha época de humana. Mas o mais assustador naquele menino, era que ele tinha um rosto bizarramente familiar.

- Boa tarde. – ele sorriu, mostrando os dentes perfeitos – Eu gostaria de saber se a Renesmee está.

Para todos os humanos, a história dos Cullen era um pouco complicada. Carlisle e Esme Cullen haviam adotado os irmãos Edward e Emmett, cujo sobrenome anterior não se conhecia, e os gêmeos Rosalie e Jasper Hale. Renesmee, eu e Alice éramos as irmãs Brandon, e havíamos nos juntado a eles no Alaska, onde havíamos os conhecido. Nós havíamos morado sozinhas lá depois da morte de nossos pais, mesmo sendo isso proibido já que, teoricamente, eu era menor de 18 anos, então nós deixávamos correr o boato de que eu mantinha documentos falsos para que não fôssemos levadas para um abrigo. Jacob Black era um dos nossos vizinhos lá, e Renesmee insistiu para que ele se mudasse conosco, já que ele era nosso melhor amigo de infância. Como ele morava apenas com a irmã mais velha e já procurava um jeito de sair de lá há um tempo, aceitou. O mais difícil era explicar o motivo de Renesmee, eu e Edward morarmos separados de todos. Nós dizíamos que Edward e eu havíamos resolvido morar juntos porque tínhamos planos de casar cedo, e queríamos experimentar a vida de casal logo. E Renesmee morava conosco porque eu a lembrava muito de nossa mãe, e Edward não se importava. Para os humanos daqui, Renesmee e Jacob tinham 16 anos, Alice, Edward e eu tínhamos 17, sendo Alice dez meses mais nova que eu, e Rosalie, Jasper e Emmett 18.

- Ela está sim. – Edward sorriu – Entre e fique à vontade, que eu vou chamá-la. Seu nome é?

- Matthew Jones – ele estendeu a mão – Mas meus amigos me chamam de Matt.

- Olá, Matthew – Edward apertou a mão do menino, e eu suspirei aliviada por aquele humano estar usando luvas muito grossas – meu nome é Edward Cullen.

- Eu sei – ele sorriu – e essa é sua namorada Bella, não é mesmo? Renesmee fala muito da irmã e do cunhado.

- Eu prefiro esposa – assenti, apertando a mão do menino. O nome ‘Isabella’ havia morrido para mim, desde que deixamos Forks. Todos os meus documentos me chamavam de Bella Cullen ou Bella Brandon. – Tenho certeza que ela fala.

Demos espaço para que ele entrasse no chalé, e ele parecia admirado. Alice sempre foi uma ótima decoradora, mas ela havia se superado dessa vez. Dizem que a terceira vez é a da sorte, e eu sou obrigada a concordar.

- Sente-se, Matthew – eu apontei para o sofá bege e espaçoso – Renesmee já deve estar vindo. Posso te servir alguma coisa?

- Não, obrigado. Estou bem. Por acaso eu te conheço de algum lugar? Além da escola, quero dizer. Tenho essa sensação desde o primeiro dia de aula. – Edward parecia alarmado com a suspeita do menino, mas não deixou que isso transparecesse para ele.

- Acho um pouco difícil, a não ser que você tenha morado no Alaska também. – Eu ri. Então eu não estava louca. Aquele menino era realmente familiar. Mas ele tinha no máximo 18, 19 anos. Eu tinha 31, apesar da aparência. De onde aquela criança poderia me conhecer?

- Não… Nunca visitei o Alaska, apesar de ter muita vontade de conhecer o lugar onde a Renesmee cresceu.

- Oi, Matt! – minha filha apareceu, vindo do fim do corredor. – Que surpresa!

- Ah… Eu estava passando por aqui, e pensei ‘o que será que a Renesmee está fazendo nesse domingo?’ então resolvi arriscar uma visita.

Agora eu entendia o que Jacob e Edward queriam dizer. Passando por aqui? Ninguém simplesmentepassava por essa parte da cidade. O chalé era tão afastado da parte movimentada da cidade quanto a casa dos Cullen em Forks. Edward murmurou um ‘com licença, crianças’, e me abraçou, me conduzindo para o nosso quarto.

- Edward – eu fechei a porta e sussurrei. Não havia maneira de o menino escutar os meus sussurros. Eram baixos demais para ouvidos humanos. – Porque ninguém nunca falou desse menino comigo antes?

- Porque ele nunca fez nada de errado, claro.

Ficha completa, Edward. Sem delongas.

- 18 anos, terceiro ano do ensino médio, jogador de futebol americano, quarterback do time da escola, queridinho das meninas, aparentemente apaixonado pela sua filha híbrida, como todos os outros. – Edward revirou os olhos – Se mudou pra cá para morar com os tios, um pouco antes de começar o ensino médio. Sem ficha policial. A tia tem uma loja de roupas, que Alice diz que é a mais brega que ela já viu em todos os seus anos de existência, e o tio, uma oficina de carros, que Rosalie gosta de dizer que é extremamente de baixo padrão. Rendem bastante dinheiro pra eles, no entanto. O menino quer fazer administração em alguma faculdade da Ivy League. Fim.

- Edward… Eu conheço esse menino. Eu não sei de onde, mas eu conheço. O cheiro dele é tão familiar… Parece… Não sei.

- Ele cheira a perfume barato pra mim. E o sangue dele não é particularmente atraente.

- Faz sentido. Talvez seja só cisma minha mesmo… Ele parece ser um bom garoto.

- Um bom garoto que estava passando por aqui?

- Não engoli essa também. Mas não posso negar que ver a Renesmee é um ótimo motivo pra dirigir até aqui. – Sorri orgulhosa.

- Verdade. – Edward me abraçou. – Ela é muito linda. Como a mãe.

Revirei os olhos enquanto ele me beijava cada vez mais forte.

- Edward! Temos visitas.

Ele se afastou um pouco e deitou na cama, me abraçando por trás.

- Gosto cada vez menos desse menino. – Eu ri com o comentário dele enquanto ele ligava a televisão em um filme qualquer e fazia carinho no meu cabelo. Apesar da televisão ligada, nós dois só tínhamos ouvidos para a conversa que vinha da sala.


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