- De jeito nenhum! – Eu e Jacob quase gritamos juntos. – Você não vai a lugar nenhum sozinha com esse menino.

Renesmee ignorou o que falávamos e olhou para o Jasper, provavelmente enviando algum pensamento a ele.

- Faz sentido – ele sorriu – mas não sou louco de contradizer a sua mãe.

- Edward – quase rosnei – o que ela pensou?

- Você pode falar comigo, mãe. – Ela revirou os olhos – Eu não sou mais criança, ok? E eu só pensei que estar no ambiente dele é um bom modo de descobrir o que está acontecendo. E o tio Jasper concorda.

- Não vem colocar peso nas minhas costas não. – Ele riu. – Só um pensamento estratégico. Mas eu não colocaria você em perigo.

Ela fez biquinho e se jogou no sofá, sabendo que estava vencida.

- Renesmee – Edward suspirou – Talvez exista uma alternativa.

Olhei para ele absolutamente chocada. Ele estava mesmo considerando a ideia de colocar a nossa filha na casa de alguém que, provavelmente, está se unindo com outro alguém para nos fazer mal? O olhar de Renesmee era esperançoso, porém triste.

- Acalme-se, Bella. – Ele acariciou meu braço. – Renesmee pode ir à festa. – Ele parou para olhar as reações de todos, e eu fiz o mesmo. Jacob estava indignado, Renesmee sorridente. Rosalie, Alice e Emmett estavam surpresos, Carlisle e Jasper demonstravam compreensão, e Esme, solidariedade. Eu sabia que eu mesma refletia a expressão do meu melhor amigo. – Se Bella e eu pudermos ir também.

- O que? – Ela exclamou, surpresa. – Que mico, pai! Levar os pais pra festa na casa do amigo. Eca. Coisa de criança.

- Você não estará levando os seus pais – Jasper sorriu – E sim a sua irmã e o seu cunhado. Coisa de adolescente.

Edward percebeu que eu ainda não concordava, e me puxou para olhar em seus olhos.

- Jasper está certo em relação à estratégia. É a melhor que temos. Eu pensei em ir sozinho com ela – ele deu de ombros – mas eu acho que você não gostaria.

- Achou certo. – Suspirei – Eu não gosto da ideia de qualquer maneira mas, se é pra alguém ir, eu com certeza vou junto.

Jacob limpou a garganta, fazendo com que todos nós olhássemos pra ele.

- Eu não vou me convidar pra ir – Ele estava olhando para o chão – Porque ver a Ness com aquele moleque iria me estressar, com certeza. Mas eu vou estar do lado de fora. Sem dúvidas.

- E você não vai estar sozinho – Emmett disse, animado. – Eu com certeza quero estar lá. De jeito nenhum eu vou perder a ação.

- Não vai haver ação – Carlisle interviu – Eles estão provavelmente reconhecendo o terreno. Mas concordo que é uma boa ideia vocês dois ficarem do lado de fora, caso algum deles precise de algo.

- Ah pronto, como se já não fosse ruim eu ter que sair com babás, eu tenho que sair com QUATRO. – Renesmee revirou os olhos.

- É isso ou ficar em casa conosco.

- Jogando xadrez com seus pais – Emmett riu, e Rosalie deu um tapinha no braço dele, sorrindo.

- Alice, Esme… – Eu chamei – Vocês estão muito caladas.

- Já disse que não gosto dele. – Alice deu de ombros. - E não ajuda nada o fato de o futuro dele ser completamente tedioso.

- Não sei o que pensar – Esme sorriu – Não quero vocês em perigo, mas entendo que é a melhor opção… Só nos liguem se algo for necessário. Podemos chegar na cidade em cinco minutos, se corrermos muito.

- Não vai ser necessário – Edward sorriu, acalmando-a – Amanhã na escola Renesmee vai perguntar a ele se há algum problema na nossa ida, e ele provavelmente dirá que não.

- Isso – Alice disse, carrancuda – Ele está disposto a deixar vocês irem. Eu vi isso assim que a Nessie aceitou perguntar.

- Então quarta-feira nós faltaremos aula, por causa do sol. Que durará até sexta. – Edward explicou.

- Que é o dia da festa – Renesmee o interrompeu.

- Voltamos das montanhas sexta à tarde, e vocês se preparam para ir à festa. Jacob pode voltar antes para dormir um pouco – Carlisle continuou com o raciocínio.

Eu ainda não estava muito feliz com a ideia, mas começava a aceitá-la. Assim como Renesmee e Jacob. Depois de mais alguns minutos de conversa, todos foram embora, e Renesmee voltou a fazer o dever de casa.

- Mãe – Ela chamou. – Vem aqui?

- Claro, querida – Eu beijei a mão de Edward antes de levantar do sofá e ir até a mesa. – O que foi?

- Você acredita nisso tudo? – Ela disse, com uma expressão triste.

Ambas sabíamos que Edward podia nos escutar perfeitamente, mas tínhamos noção de que ele entendia que aquela conversa era nossa, e ele não iria nos interromper.

- Acredito, amorzinho – Eu a olhei nos olhos – Depois de tudo o que eu passei, eu acredito em qualquer coisa.

- Mas ele não é uma pessoa ruim. – Ela choramingou. – Porque ninguém acredita nisso?

- Filha – eu suspirei - eu confio plenamente em você, e você sabe disso. Mas eu não posso colocar você em risco de jeito nenhum, entende? Eu sou fisicamente incapaz disso. E se o meu cérebro está mandando eu tomar cuidado com esse garoto, é isso que eu sou obrigada a fazer. Mas fica tranquila – eu sorri – eu e seu pai vamos te dar todo o espaço que você precisar na festa.

- Nunca se esqueçam que vocês são os melhores pais do mundo. – Ela me abraçou – Mesmo que eu esqueça de vez em quando.