Por que semideuses não podem ter um simples sonho, com uma bela ilha e seu grande amor ao seu lado e não passar de um sonho, como os mortais? Por que nossos sonhos são sempre uma ameaça, um aviso ou sua morte em detalhes? Quando pensamos “Ah! Que dia perfeito, sem monstros e com você meu amor...” acontece algo e vira o pior dia da sua vida.

            Rebecca ameaçada por um titã, nada bom, só falta UMA quase morte para cumprir a profecia... Me preocupo cada vez mais, não só com meus amigos, mas também comigo e com minha vida. Meu turno de vigia havia sido esta noite com Danillo, já que João Vítor quis ficar ao lado de Rebecca na barraca.

Quando eles levantaram, decidimos continuar nossa caminhada até San Francisco, onde teríamos que chegar em poucos dias. Todos caminhavam calados e só ouvia-se o som do trânsito. Peguei o mapa em minha mochila, há três dias encontramos um monstro naquela farmácia, então tudo está aparentemente parado...

De acordo com meus cálculos, estamos em Washington, ou chegando. Tínhamos que chegar mais rápido, mas sem um veículo, não chegamos nunca!

- Onde estamos, Dani? – perguntou Rebecca.

- Washington ou bem perto... Vamos dar uma parada na próxima lojinha ou algo do tipo? To morta!

Todos concordaram. Andamos mais um pouco e uma concessionária enorme apareceu numa rua à direita.

- Automóveis Usados e Baratos da Medy. É... Parece bem legal esse nome. – disse David. -  Podemos entrar pessoal.

Entramos todos atrás dele. A loja era linda, os carros baratos e funcionários meio robóticos. E um bilhão de estátuas, por TODOS os cantos. Uma lanchonete maneirinha, ficava do outro lado. Caminhávamos até lá, quando uma bela senhora com um vestido longo, de óculos escuros e um lenço nos cabelos... ahm... verdes, veio nos oferecer uma van, que estava em promoção.

Aceitamos e ela nos levou para ver a van, que pra nossa alegria, estava em muito bom estado.

- Quanto é senhora? – perguntei.

- Pra vocês... O pressssssssço, vai sssser bem barato! A vida de cada um. – ela gargalhou e seus cabelos de cobra subiram e nos ameaçaram, suas vestes, se tornaram pretas e seus óculos caíram.

- Fechem os olhos. Não olhem pra ela! – gritei deseperada.

Peguei minha espada e ergui, tarde demais... Ela me pegou pelos cabelos e murmurou:

- Sabe quando uma profecia não é realizada? Não, isssssso nunca aconteceu. Masssss hoje. Hoje é um dia diferente! Pense... em suasss curiosidadess... Não quer saber como são meus olhosss, como eu sou? Abra seus lindos olhos azuis, se não abrir por bem; Vai ser por mal!

Suas garras entraram em meu pulso esquerdo, e arranharam meu rosto. Danillo partiu pra cima dela e a jogou no chão. Em uma fração de segundo, ele abriu os olhos e olhou nos dela. Não sei o que mais doía em mim, as feridas na pele ou a dor de perder um amigo em luta. Logo após, vê-lo petrificar, David começou a lutar com a Medusa, mas meu desmaio me impediu de observar.