"O livro!" eu gritei.

Peguei o livro Crepúsculo, o primeiro da série. Ele estava se desintegrando.

"O que está acontecendo?" eu estava gritando. Ainda bem que a livraria estava fechada.

"Eu não sei!" disse Mary Poppins com horror. Eu toquei a capa e ela se esfacelou em minha mão.

"Meu Deus!" eu gritava, não encontrava limites para a altura da minha voz. Eu estava desesperada.

Mary Poppins abanou a cabeça, não encontrando sua voz para dizer o que estava em seus pensamentos. Ela segurava o exemplar de Amanhecer, para o qual Edward acabava de se transportar.

"Mary Poppins? O quê? O que foi?" eu exigia, e ela não respondia.

Finalmente, depois de infinitamente longos segundos, ela disse, sua voz quase um murmúrio surdo. "Colapso."

O quê? Um colapso aconteceu? Como?

"A história? Ela vai desaparecer? Tudo vai acabar?"

"Sim." disse Mary Poppins, entre lágrimas. Ela estava deixando seu desespero tomar conta. "Isso já aconteceu antes. Minha antiga ajudante! Em 1962, quando abri a livraria. Ela não foi cuidadosa e..."

Ela não terminou a frase. Apenas emendou com outra. "Não era uma série. Era uma única história. E desapareceu. Junto com a pobre garota. Ela e a história existem apenas em minha memória."

Estava acabado então?

"Como Edward pode fazer isso? Eu não acredito que ele não tenha sido cuidadoso o suficiente..."

Mary Poppins calou minhas perguntas estendendo-me o livro com a página aberta. Eu li e quase caí para trás.

"Como não pensamos nisso?" eu murmurei.

Um erro. Um erro que cometemos.

"Como eu não pensei nisso!" Mary Poppins se condenou.

Edward Cullen leu seus próprios pensamentos e correu à velocidade máxima para o interior da casa, ficando frente a frente com seu próprio eu, sem dar-lhe a chance de fugir.

Uma dor aguda os atingiu. Bella os encontrou caídos no chão do quarto, com veias aparentes, dedos começando a esfacelar-se. Uma cena de horror.

Bella caiu entre eles, com as mãos no peito. E a história parou de ser narrada.

Um colapso devido ao poder de Edward. Uma coisa que não acontecera no passado, quando impedimos a nós mesmas de trazermos James ao nosso mundo fora dos livros, pois Edward estava a uma distância segura de seus pensamentos, agindo incrivelmente rápido.

Coisa que não acontecera, estando ele limitado pela festa, convidados humanos e paredes de alvenaria, que quebraria sem o menor esforço, se não fosse pela festa que não deveria interferir.

Colapso.

"Mary Poppins!" eu gritei. Gesticulei na direção do livro Crepúsculo, incapaz de formar uma frase sequer.

Ele tinha virado cinzas, que voavam agora com a brisa que entrava pela janela.