Kristen se viu em um beco sem saída, não tinha para onde correr, por quem chamar, nem em quem confiar, seu professor querido era seguidor de Lorde Voldemort, que por sua vez tinha voltado, o que era considerado impossível pelos bruxos de todo o mundo.

Mas mesmo com tudo isso, o que mais intrigava ela, era o que ela tinha a ver com isso, porque tinham raptado ela e Marina.

Foi então que Kristen percebeu que Marina não estava com ela, virou-se para Sr. Manson que já estava saindo por onde entrou no quarto escuro onde ela se encontrava:

-Onde ela está? Onde está Marina? – gritou Kristen para ele cheia de raiva.

Ele riu para ela e disse:

-Marina? Sua amiguinha? Logo você saberá onde ela está. – ele se virou e desaparatou.

Kristen olhou para os lados, mas não achou outra escolha a não ser esperar, estava tudo escuro ao seu redor, o vidro era muito resistente.

Então ela se abaixou e pressionou os joelhos contra o peito e abaixou a cabeça desejando que tudo fosse apenas um pesadelo, mas não era.

Seu tênis ainda estava sujo de terra por causa da longa caminhada pela floresta, ficou olhando para o par todo sujo e lembrou-se de Charlie, ele que havia dado os tênis para ela, um presente de natal, ela sempre reclamava que seus tênis não eram confortáveis.

-Charlie, como queria que você estivesse aqui, tomara que você esteja bem. – Kristen começou a chorar, queria que ele estivesse com ela, consolando-a e a fazendo sorrir como sempre, mas não estava.

Ela estava lá, encolhida no chão quando ouviu uma voz, em sua mente, ela já sabia quem era:

“Kristen, eu te avisei para não ir, por que não me obedeceu?” “Você não manda em mim.”

“Vai continuar me tratando assim mesmo estando no estado que está?”

“O que você quer? Jogar na minha cara que você estava certo?” “Isso também, mas quero te ajudar, bem, se você quiser é claro.” “Tudo bem, eu aceito sua ajuda.”

“Só se você admitir que eu estava certo e que sou um ótimo pai.” “O que? Não vou fazer isso.”

“Está bem, então acho que já vou.”

“Apolo!”

“Kristen”

“Tá bom, você estava certo.”

“E...”  

“Por favor, Apolo, não me faça falar mentiras.”

O rosto de Kristen ficou muito sério ao falar isso, ela realmente estava brava com o pai:

“Tudo bem, mas saiba que cada vez que você fala isso, é uma flechada de Ártemis no meu coração.”

“Por favor, não temos todo tempo do mundo.”

“Eu sou o Deus do Sol, é claro que temos.”

 “Apolo, por favor.”

“ Tá, olha, preste bem atenção porque não vou repetir duas vezes, nós não temos todo tempo do mundo.”

“Ei!”

“Posso continuar? Enfim, se você se jogar enquanto pula em um dos lados do vidro com bastante força ele vai cair, você terá que rastejar por dentro dele, indicaria você pular para as suas costas, ali tem algo fofo que fará não fazer barulho. Continuando, depois você precisa pegar aquele caderno que está em cima da única mesa que tem aqui nessa sala, depois tem uma pequena porta atrás daquele quadro que te levará de volta para a floresta, o resto é com você.”

“Mas, e a Marina?”

“ Você não pode cuidar de vocês duas.”

“Mas, cuidar, ela precisa de...”

“Disse que você não tem tempo, adeus filha, eu... eu... bem, eu te amo.”

“PAIII... eu também te amo.”

Ele já tinha ido.

Então ela se levantou e teve que pular umas três vezes ou mais no vidro até que felizmente ele virasse, porém não para o lado certo, o vidro acabou caindo em um lugar que fez tanto barulho que onde Voldemort estivesse com certeza teria ouvido.

Ela então foi rápida, se arrastou pela sala até achar a mesa com vários papéis em cima, quais ela pegou todos, e depois voltou a se arrastar até achar o quadro, a sala ainda estava muito escura, era difícil se localizar, mas ela conseguiu encontrar.

Depois de várias tentativas conseguiu arrancar o quadro, então começou a ouvir passos se aproximando por fora daquele quarto, a porta estava trancada.

 Ela se levantou e dobrou os papéis e colocou-os no bolso da calça, depois procurou algo que pudesse usar para bater no fecho da porta, os passos se aproximavam.

Então Kristen tropeçou no tapete do chão, foi quando sua varinha caiu do lado de sua calça. Ela já tinha passado por tanta coisa que já tinha até esquecido que ela estava lá:

-Estou passando por um momento de muita necessidade agora, não tenho desculpa para não usá-la. – ela falou enquanto se levantava com a varinha na mão.

Correu tentando não tropeçar em nada até perto da portinha:

- Alohomora. – falou, enquanto a porta se abria.

Então ela entrou ali dentro. Era apertado e escuro. Ouviu que os passos já estavam na porta, então puxou rapidamente o quadro para frente da portinha e a fechou.

Foi a tempo, logo ouviu barulhos de vozes reclamando de a menina não estar mais lá, tentou ouvir, mas não conseguia entender o que diziam, então decidiu continuar o caminho que durou mais ou menos de uns vinte minutos andando ajoelhada.      Acabou saindo em um cano que dava na floresta, assim como Apolo dissera.

Ela olhou para um lado para outro, não sabia para onde ir, não tinha nada para comer ou beber, não tinha nada, só a roupa do corpo.

Provavelmente a carta de aviso que alunos não podem fazer magia até terem completado todo o ensino de magia não soube chegar ao lugar onde ela estava, nem ela sabia onde ela estava.

Kristen estava perdida no meio da mata. Se voltasse, Voldemort a mataria. Se continuasse, provavelmente se perderia.

Kristen estava perdida, sozinha, no meio do nada.

E não tinha absolutamente nenhuma ideia do que fazer.