Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 67
Com Ele: novas tensões - parte um


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não pude postar semana passada, mas estou aqui com os caps. Se der posto outro mais tarde!!!!
Desfrutem, Beijos!!!



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Eu ainda conseguia ouvir os risos agudos da Sofia vindos da frente da casa, onde deixei minha esposa e seus amigos. Por alguma razão, que continuo a desconhecer, eu sentia uma inquietação dentro de mim. Poderia ter sido o pesadelo, ou mesmo minha ansiedade e expectativa diante de minha nova situação com Elena, eu sabia com toda certeza, de que minhas dúvidas estavam, por hora, apaziguadas, mas ainda sim, tinha algo me incomodando. Algo de que eu não conseguia me livrar.

Suspiro alto, tentando aquietar meus pensamentos, reorganizá-los. Vamos partir do zero, mais uma vez, e eu preciso ter toda certeza de que estou fazendo tudo o que é preciso, de que nada poderá me desviar de meus objetivos, que agora, mais que nunca são: manter minha família e ser um bom marido e pai. O empresário milionário tem que ficar em segundo, terceiro plano. Passei toda minha vida me escondendo no meu trabalho para evitar o fracasso de uma vida pessoal normal em família. A cada frustração, briga ou decepção, quando algo dava errado ou até mesmo não era o que eu esperava, sempre, o trabalho era uma válvula, mas agora eu não queria válvula alguma. Apenas queria agarrar esta chance que Elena estava me dando de ser o homem que sempre quis ser. E todos os fracassos do passado tinham que ficar neles.

–Você já ligou seu lado antissocial? – é quando ouço sua voz que sou trazido de volta à fazenda dos Gilbert. Elena me encara da entrada da cozinha, com braços cruzados e um riso acolhedor.

–Precisava de um pouco de silêncio. Eu não conseguia pensar direito. – ela assenti cerrando os olhos e se aproxima mais de mim, sentando-se perto do balcão à minha frente.

–E no que exatamente precisava pensar? – pergunta sem me encarar, brincando com as frutas que tem diante de si.

–No que temos que encarar na volta pra casa. – digo me aproximando e sentando diante dela, agora estamos frente è frente.

–Acho que temos que voltar pra casa e ser um casal feliz, à espera de um filho. – fala em tom óbvio – Não há muito no que pensar, Damon!

Assinto em silêncio e a ouço suspirar, então sinto suas mãos em contato com as minhas e encaro nossos dedos se entrelaçarem.

–Amor, eu sei que você tem muitas questões não resolvidas em sua cabeça. Sua infância, seu passado com Rose, todas as perdas e frustrações, mas acredito sinceramente que é hora de ser feliz. – eu a encaro, ela está olhando bem no fundo dos meus olhos – Sua filha é uma jovem incrível, com um futuro promissor, você e Andie, apesar de tudo, fizeram um ótimo trabalho. Sofia é incrível. Sua empresa nunca esteve melhor, seu irmão é tão competente, e ele se espelha em você, e a cada dia se supera, você é um bom amigo, e um dos empresários mais respeitados do mercado. Com toda a sua bagagem, você conquistou tanto, e tem tanto. Eu nem vou mencionar a esposa maravilhosa que você possui e este presente lindo de ter mais um filho com ela. – sorrio, sentindo a face corar – Você sobreviveu a tudo. É tão forte. E eu o amo demais. Tudo o que tem que fazer é deixar pra trás as coisas que já superou, e recolher os frutos de tudo isso, desfrutar.

O que eu podia dizer, ou fazer diante disso? Elena era tudo pra mim, e, quando eu achava que não poderia ter mais nada dela, que ela já havia me dado mais que o suficiente, ela dizia coisas assim e me fazia sentir que não importava quantos anos se passassem, ela sempre me daria mais e mais. E eu nunca me conformaria com menos. Levanto, dando a volta no balcão e ficando diante de seu olhar doce e acolhedor.

–Eu nunca vou merecer alguém como você, vou? – ela sorri corando e eu seguro seu rosto com minhas mãos, fazendo-a me olhar. – Eu te amo! – ela sorri e colo nossos lábios. É um beijo doce, sem desesperação. Elena me traz calma. Ela se afasta devagar, mas eu não a deixo desgrudar de mim, então ficamos com nossas testas coladas, suas mãos acalentando minha cintura.

–Amor, você precisa deixar essas coisas para trás, e se dedicar ao presente. – beijo seu testa.

–Eu sei. Vou tentar. – me afasto a encarando, ela está ansiosa – Farei isso. – ela sorri fracamente, suas mãos migram de minha cintura para meus ante braços, que ela aperta firme, soltando um gemido, enquanto suspira, sua expressão muda, e há um franzido em sua testa. – O quê? – pergunto. Ela se remexe no banco incomoda.

–Não sei, eu... Ah! – solta um grito abafado, segurando firme em mim.

–Amor?! O que foi? – seus olhos estão fechados, sua expressão é de dor, sua boca está aberta em um grito mudo, e eu, estou desesperado. – Elena! – ela arregala os olhos.

–Está doendo. – ofega – Damon, doi muito. – geme empalidecendo ainda mais. A ergo em meus braços e a levo até a sala, deitando-a no sofá.

–Vou subir e pegar as chaves do carro.

–Não! – ela sequer me deixa ficar de pé.

–Elena...

–Não me deixa sozinha. – diz se contorcendo - Estou assustada.

–Mas tenho que fazer algo, não dá pra ficar aqui te vendo se contorcer de dor. – ela afunda a cabeça nas almofadas.

–Ai! – começa chorar.

–Amor, por favor... Eu vou chamar alguém, e vou pegar o carro.

–Damon... – ela me prende a ela, e estou quase em colapso.

–Seu irmão é muito doido. – a voz de Hayley chega até meus ouvidos como uma música adorada. – Eu não sei como... Ai meu Deus!

–Me ajuda aqui! – ela corre até mim e Elena quando assimila a cena.

–O que houve?

–Eu não sei ela estava bem e... Fica com ela eu vou pegar o carro. –encaro minha mulher, ainda sem fala sofrendo com a dor. – Eu já volto. –beijando sua testa faço sinal pra Hayley e levanto, soltando minha mão das de Elena, minha amiga assumi meu lugar no sofá ao lado dela e eu disparo escada acima.

.....

–Fica calmo, pai! – Sofia pede novamente.

–Aí vem o doutor. – Miranda fala e todos na sala se agitam. Estamos todos aqui.

–Familiares de Elena Salvatore Gilbert? – médicos e suas linguagens formais.

–Sim. – digo impaciente.

–Ela está bem. – ele diz sério e ouço um suspiro coletivo na sala.

–O bebê, ele...

–Os dois estão bem. – ele interrompe – Senhor Salvatore? – pergunta a mim e assinto. – Sua esposa e filho estão fora de perigo, mas preciso falar com o senhor. Pode me acompanhar? – afirmo com a cabeça.

–Podemos vê-la doutor? – Miranda pergunta.

–Ela está sedada no momento, acho melhor deixa-la descansar um pouco. – ele fala de uma forma mais amigável, em seguida acena pra mim me mostrando pra que direção ir e o sigo. Caminhamos por um corredor e ele me dirige até uma sala e me aponta a cadeira.

–Estou bem assim. – falo e ele senta diante de mim.

–Senhor Salvatore, o médico de sua esposa não se encontra na cidade, então assumi o caso por esta noite. – eu fico satisfeito em não ter que rever Elena perto daquele médico que a secava, mas não sei se me sinto bem com o tom ou com o rumo da conversa. – Acredito que no decorrer da gestação os problemas de sua esposa tendam a piorar, e os cuidados devem aumentar, obviamente. – eu certamente estava perdendo algo.

–Ao que se refere? O senhor acabou de falar que ela estava bem.

–Sim, estabilizamos seu quadro, mas isso não elimina seus problemas.

–Que problemas? – falo exasperando.

–Achei que o seu médico havia comentado.

–O que exatamente, doutor? – ele franze o cenho e suspira.

–Sua esposa está em uma gravidez de risco senhor Salvatore. Pelos prontuários do seu obstetra, ela desconhece isso, e apenas ele e outro membro da família sabem do quadro, como o senhor é o esposo, eu achei que... – eu estou tonto e sinto-me fraquejar, sentando na cadeira diante de mim.

–Estivemos um tempo separados. Eu não fazia ideia.

–Bem, alguém próximo a ela faz. Nos prontuários consta que a decisão de manter o sigilo para com a paciente, deve-se simplesmente ao fato de que isso poderia aumentar sua ansiedade e agravar o quadro.

–E qual é o quadro?

–Sua esposa é Rh negativa, e o filho de vocês Rh positivo, nessas situações apenas a criança sofre com a incompatibilidade, pois o organismo da mãe rejeita o feto naturalmente, mas no caso de sua esposa é diferente, por alguma razão, que ainda desconhecemos, a gestação, conforme evolui, também prejudica a saúde de sua esposa. – eu mal acredito no que estou ouvindo – O procedimento padrão nestes casos é deixar seguir a gestação como puder e apenas ao final dar a mãe uma injeção, que numa gestação posterior eliminaria a resistência dela. Crianças da primeira gestação de casos como o de sua esposa tendem a nascer com doenças degenerativas, má formação ou até mesmo síndrome de Down.

–Cristo!

–É comum os pais levarem a primeira gestação até o fim, com acompanhamento adequado, ultrassons para ver se o feto se desenvolve normalmente, e, na maioria dos casos a criança nasce perfeitamente bem e normal. A mãe recebe a vacina e está pronta para uma segunda gestação. Mas no caso da senhora Salvatore...

–O que tem?

–Não é só observar o desenvolvimento da criança, é a debilitação de sua esposa também. Isso é realmente raro, mas ela não reage bem a gestação e o cuidado deve ser redobrado, sempre.

–O que o senhor sugere que eu faça?- ele suspira.

–A decisão que o parente de sua esposa tomou é totalmente compreensível. Poupá-la de tamanha pressão e preocupação pode ajudar no processo, mas depois de hoje não estou muito seguro. Embora eu deva respeitar a decisão dos familiares. O quadro dela é grave, ela deve entender pelo menos uma parte do problema, para podermos tomar todas as precauções necessárias e garantir que ela chegue ao fim da gestação, se puder. – sua forma de falar me deixa devastado. “Se puder”.

–Qual sua sugestão?

–Sugiro que expliquemos a questão da compatibilidade e o tratamento necessário para o acompanhamento, mas que deixemos de lado a possibilidade dela ser obrigada a abortar o filho por estar correndo risco de não resistir a gestação.

–Compreendo.

–Ela tem um novo médico, não? – afirmo – Sugiro que converse com ele e procure a melhor maneira de contar a sua esposa. Ela precisa começar a se cuidar. Ela está entrando no segundo trimestre, e as coisas podem piorar.

Depois de mais uns minutos incansáveis e perturbadores de conversa, deixo a sala do médico indo em busca da única pessoa que deduzi saber de tudo, e que, juntamente com o outro médico de Elena resolveram deixar tudo em sigilo: Miranda.

.....

–Eu tive o mesmo problema com Elena, foi uma gestação complicada e no fim, Grayson e eu não pudemos mais ter filhos. Ela sempre me perguntou porque não lhe demos um irmão, segura de que o pai sentia falta de um filho que cuidasse da fazenda, mas nunca lhe dissemos a razão. Foi uma gravidez muito tensa, eu não conseguia dormir pensando que estava causando mal ao meu filho, que podia estar prestes a abortar meu bebê. E conforme os dias passavam, meu coração se apertava com a ansiedade. Não queria isso pra Elena.

–Quando você soube?

–Na noite que ela passou mal, depois da visita da mãe de Sofia, você estava conosco. – assinto – Jason achou que havia algo estranho naquele mal estar, foi um susto muito grande. Ele solicitou exames de rotina e depois contou para mim, atendendo meu pedido. Dissemos a Elena que tudo estava bem, mas eu já suspeitava o que era, por que tinha passado por aquilo. Quando descobrimos que era mais grave que isso, aí sim foi pior.

–Miranda... – sento sem fôlego no sofá da sala de espera do hospital. Dispensamos todos de volta pra fazenda, ficando apenas nós pra passar a noite no hospital.

–Minha filha não merece saber que corre o risco de não ter condições de levar adiante esta gestação Damon, se ela não puder, vai pensar que é um aborto espontâneo, ou fatalidade e não porque não pode ser mãe.

–Mas ela pode. – relho com ela, e ela faz uma expressão de compaixão.

–Sim, pode, mas há riscos.

–O médico disse que ela deve saber ao menos metade, e eu concordo, como já falei. – ela assente.

–Sei que é o marido dela, que se amam, mas sei também o que saber disso vai trazer a ela.

–Ela precisa de tratamento específico, e acompanhamento também. Sua filha é inteligente, notaria isso. Temos que contar logo, antes que passe mais tempo e corramos o risco dela não nos perdoar. –ela baixa a cabeça e solta um suspiro longo. – Sei que isso vai trazer à tona muitas coisas, mas sinceramente, Miranda, ela merece saber. E eu vou contar à ela.

–A decisão é do casal. – ela fala firme. – Você e Elena estavam separados e tomei a decisão pensando como mãe e no que passei. Mas eu passei, e se passei foi porque tive Grayson do meu lado. – ela fala com lágrimas nos olhos. - E ela agora tem você outra vez. – assinto a abraçando e a ouço soluçar.

–Elena é tão forte quanto você, e eu vou cuidar dela sempre. Ela vai passar por isso, como você, e eu não vou sair do lado dela.


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Notas finais do capítulo

Até logo!!!



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