Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 46
Por Ele: "I still loving you"


Notas iniciais do capítulo

Voltei...
No mais, desfrutem.
P.s.: eu fiz um texto legal aqui, mas depois da terceira tentativa de post desisti de copiar e colar ele.



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–Se você quer que esse seu plano dê certo mesmo, sugiro que você se esforce um pouco mais. – Alaric está sussurrando perto de mim, enquanto observo Elijah e Elena dançando juntos.

–Correndo o risco de soar repetitivo com você Ric, esse não era meu plano.

–Bem, a ideia inicial foi sua, e se eu pudesse apostar, diria que se você pedisse a ela, certamente, Elena não pensaria duas vezes antes de desistir dessa coisa toda de vingança. Se você desistisse também, é claro. – eu o encaro um pouco e ele toma um bom gole de sua bebida. Meredith está com a irmã e minha noiva, conversando adiante.

–E então? – é a voz de minha filha, sorridente e empolgada ao lado de seu namorado. – Eu não disse que a casa ficaria inteira. – sorri.

–Bem, isso é meio discutível. No momento estou preocupado com meus ouvidos e sanidade metal. O que este DJ está tocando? – Heitor sorri e ela revira os olhos.

–Elena não está parecendo incomodada. – ela fala perdendo o tom de graça ao encarar o casal dançando quase que a nossa frente. -Eu estava errada em pensar que depois do que aconteceu na fazenda vocês ficariam bem outra vez? – ela me pergunta um tanto impaciente e irônica.

–O pai dela morreu. Ela estava vulnerável. Além do mais, você sabe que entre Elena e eu a amizade e cumplicidade era uma das coisas mais significativas.

–Bem, vocês que são os adultos. Muito embora hoje, eu tenha acabado de me tornar uma. Ainda não entendo a dinâmica. –Alaric gargalha.

–Definitivamente você é filha de seu pai. – diz risonho e eu o olho. Não entendi a piadinha.

–Vou pedir para tocarem alguma coisa do seu tempo pai. Talvez você e Rose se animem um pouco.

Ela se afasta e leva o namorado consigo e não posso evitar visualizar uma madame puxando seu totó pela coleira. É uma cena engraçada. Me recordo do tempo quando Rose tinha o mesmo poder sobre mim. Tão certo como Sofia é minha filha, assim também é de Rose.

De fato o estilo de música na festa mudou, parecia que eu tinha voltado ao passado, obviamente estou exagerando, não é como se eu fosse tão velho assim, mas as músicas que me faziam reviver amores adolescentes eram pré-históricas hoje em dia. Vejo Rose caminhar em minha direção. Ela volta com Meredith e Katherine.

–O que acha de relembrarmos um pouco nossos bons tempos Damon? – ela sorri sugestiva acenando para a pista de dança, onde Elena ainda está dançando com Elijah. Isso vai ser insuportável.

–Antes que você me proponha o mesmo Alaric, eu prefiro sentar um pouco. – diz Meredith – Ainda estou tentando esquecer o plantão. – Ric concorda. – Mas sei que Katherine quer dançar. – elas sorriem cúmplices.

–Então vamos? – Rose anima-se e apenas dou de ombros.

Eu sei que foi de propósito Rose se posicionar quase ao lado de Elena e Elijah na pista, mas Elena e eu sabíamos que esta noite seria muito longa. As únicas pessoas cientes de nosso plano eram Alaric e Robert, e nenhum dos dois nos apoiavam, embora meu novo irmão mais velho, tenha se mostrado interassado em fazer os dois pagarem e não só os dois. Como eu me livrei de Natasha, minha falsa irmã mais nova, concordamos que ela ainda tinha que colaborar. Então a deixamos no encalço de Elijah e Rose, ela era nossa principal fonte. Eu não fazia muita ideia ainda de como faríamos esses dois paragem, mas com certeza nós faríamos.

Eu estava tentando me concentrar em não pisar no pé de Rose, quando uma música em específico começou a tocar. Amaldiçoei mentalmente aquele DJ. Rose me olhou imediatamente e sorriu. Ela sempre me dizia que não importa o quanto nós brigássemos na época, essa seria a nossa música. Sempre que ela pisasse na bola comigo, ou eu com ela, aquela letra diria tudo por nós. Seria nossa chance de recomeço. O pior era: Eu tinha contado isso a Elena, uma vez. O que automaticamente tornou “i still loving you”, de Scorpions, a música mais detestada por ela.

Eu procurei-a imediatamente na pista e não me surpreendi por encontrá-la fora dela, depois de uma sequência de músicas dançadas com Elijah. Seria pedir demais pedir pra ela ignorar aquilo. Ela visivelmente o convenceu a parar pra tomar um refresco ou algo assim. Procurei seu olhar o mais discretamente possível, mas não fui bem sucedido.

Enquanto Rose e eu bancávamos o casal apaixonado na pista, vi Elena ao longe, conversando com Elijah.

–Quem diria, que depois de tanto tempo, você e eu estaríamos assim outra vez, não? – Rose chama a minha atenção e eu a encaro.

–Quem diria... – suspiro. Ela sorri e se inclina para me dar um beijo. Meu instinto me faz recuar, quase como num susto.

–Que foi? – ela me encara em dúvida.

–Am... Eu... É maravilhoso estar assim com você outra vez. – ela sorri e forço meu melhor risinho, deixando que ela me beije e torcendo pra Elena não esquecer que desejo que fosse ela aqui ao invés de Rose.

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–Acho que a trilha sonora de agora foi um pedido do casal anfitrião. Eles com certeza estão desfrutando. – Elijah me provoca. – Talvez queira ir embora...

–Por que? Não consegue ver sua ex-peguete, com seu ex-amigo? – ele abre e fecha a boca sem ter o que responder. Acho que surpreso. Eu dou um risinho debochado pra ele e ele franze a testa. – Vamos lá, voltar a dançar. Acho que agora vão tocar apenas músicas do seu tempo. – ele tenta sair do estado de surpresa e sorri.

–Não é muito distante das músicas do seu. – diz risonho.

–Bem, eu gosto muito delas também. Vamos só dançar, então?

–Claro.

Voltamos pra pista. No movimento que fazemos eu tento encontrar uma forma de olhar para Damon e Rose e, por fim, decido que deitar minha cabeça nos ombros de Elijah me deixaria fazer isso sem medo de ser pega. Mas também daria a imprensa local motivos para nos ver como um casal muito fofo e talvez a Damon de se irritar, mas o meu foco naquela noite eram Elijah e Rose, e talvez, só talvez eu consiga os deixar confusos.

Observo Damon até que ele encontra meu olhar, não dura muito, ele continua girando devagar com Rose e eu com Elijah, mas este pequeno momento foi o suficiente para eu notar. Estou me esforçando demais. Mas ele também está se esforçando mais do que deve, como o beijo apaixonado e tudo mais.

Ficamos nessa dança e em mais duas outras são os dois que saem da pista primeiro. Eu mantive minha cabeça nos ombros de Elijah, abraçando seu pescoço e ele segurando minha cintura. Não haveria dúvidas para quem visse que estava acontecendo algo entre nós. Estávamos grudados desde que chegamos na festa.

Quando o mestre de cerimônias anunciou a hora do bolo eu suspirei.

–Cansada? – Elijah me pergunta atencioso, e aos poucos vamos parando de dançar.

–Chateada, nem notei as músicas passarem. – ele está me olhando, confuso e desconfiado, eu vejo que posso fazer algo mais. Ninguém poderia perdoar o que Elijah me fez, mas de alguma forma ele gostava de mim, então eu decidi o convencer com a mesma história que ele tentou me convencer antes, quanto a deixar Damon. Eu respiro fundo e o encaro de frente, cruzando meus braços numa posição de autodefesa. – Olha Elijah, o que você fez pra me separar do Damon, me magoou demais. Eu nunca imaginei que alguém de verdade poderia fazer aquilo, não no mundo real. Eu só havia visto em livros, ou em novelas, sei lá. Eu me decepcionei. Eu sofri demais. Mas... Eu entendi. Eu nunca vou entender esse seu jeito torto de gostar. Capaz de tramar coisas e armar pesado pra conseguir o que quer, porém eu entendi finalmente o que você queria me dizer naquela conversa sobre Damon anos atrás. – ele está prestando atenção em cada palavra dita – Ele não serve pra mim. Na verdade eu acho que ele não pode fazer nenhuma mulher normal ser feliz, isso explica sua atual noiva. E eu estou feliz em perceber isto a tempo e não me machucar mais. Não estou te prometendo nada Elijah, eu tentei fazer dar certo com Damon e entender todos os problemas dele, mas não deu certo. No momento eu só quero alguém que seja capaz de tudo por mim, sem um passado mal resolvido ou confusões de ex-mulheres. Então quem sabe, isso. Seja lá o que for, entre nós possa funcionar. E eu possa entender aquela armação do hotel mais como uma missão de resgate do que outra coisa.

–Eu ficaria feliz se você pudesse fazer mais que tentar. Por que foi exatamente aquilo. Um resgate. Ele não te merece.

–Bem, não vejo motivos pra você merecer também, mesmo sendo capaz de qualquer coisa, mas isso pode ser o começo. Desde que saiba separar o que pode ser perdoado e o que não pode. Eu preciso confiar em você outra vez. Eu amei o Damon, mas isso só me destruiu. Eu quero outra coisa pra mim. Você pode me dar isso ou não. De qualquer forma não tenho intenção de tentar com outra pessoa. Você sempre me atraiu.

–Você também me atrai demais Elena. Mais que isso. – sorrio e somos trazidos de volta pra festa com o som dos “parabéns” sendo cantados para Sofia.

Nos aproximamos da grande aglomeração um bolo foi trazido no meio da festa, Sofia está cercada por sua família, pais, namorado, Alaric.

–Onde está Stefan? – Elijah questiona do nada - Eu só agora reparei que não o vi por aqui.

–Talvez cobrindo Damon em algum compromisso de trabalho. – ainda está bravo com o irmão certamente.

–Os homens dessa família sempre põem coisas erradas na frente. Trabalho, disputas, vinganças...

–Pelo que eu me lembre, os homens da sua também.

–Não. Isso é só eu, corrompendo meu irmão mais novo e tentando pagar o Damon na mesma moeda. Mas eu nunca perderia compromissos em família por trabalho.

–É meio difícil te imaginar assim.

–Seu chefe é um dos poucos empresários dessa cidade que ainda merecem meu respeito Elena.

–O senhor Stark é um homem exemplar.

–Alguns diriam que é mais que isso. – sorrimos e eu desvio de seu olhar prestando atenção em Sofia, ela sopra as velas em seu bolo e mais música começa e depois fogos de artifício. –Coisa da Rose, certamente. – Elijah revira os olhos e não consigo evitar sorrir. Seria típico de alguém como ela mesmo. Se bem que é impossível saber, com exatidão, até onde Rose vai ou do que é capaz.

Depois do momento do bolo Elijah se retira um momento e eu fico um pouco só. Alaric vem até mim, ele está sozinho.

–Eu já vou indo. A farra jovem está pra começar, não estou muito afim. – sorri. – Tenha uma boa noite. Ele estende a mão para mim e eu a seguro, e então eu sinto um pedaço de papel preso entre seus dedos e ele solta discretamente. – Eu achei isso desnecessário, mas devo admitir que me senti no “Titanic” – eu pisco confusa e ele se afasta rindo. -Até mais Elena!

Eu o observo se afastar e alcançar Meredith, só então encaro o pedaço de papel, eu abro e reconheço a letra.

“Encontre-me no relógio”

É só o que diz, com escrita rápida e pesada, sobre o papel. Damon! Eu sorrio finalmente entendendo o que Alaric quis dizer sobre “Titanic” e me recomponho para dar um jeito de chegar no grande relógio que fica no escritório de Damon, aqui, em sua casa. Eu não encontro Elijah e sinto que se não for agora não seria nunca. Me apresso procurando por ele e Rose. Não vejo nenhum deles, nem Elijah, e então eu entro na casa e sigo direto e rápida até o escritório. Está escuro, eu caminho devagar até a mesa a acendo a luz de leitura, eu suspiro, me permitindo respirar, me apoio na mesa e tento me acalmar. Eu joguei minha última cartada com Elijah, e eu espero que ele tenha caído.

–Você está levando a sério mesmo hein? – eu pulei com o susto. Damon estava sentado na escuridão, bem atrás de mim.

–Você está tentando me matar de susto?

–Você vai ter que parar com a parte do Elijah. Não quero mais você com ele Elena. – ele fala enfático.

–O que?

–Você me ouviu. – eu solto minha respiração e sento devagar na cadeira diante de mim.

–Eu vou ser bem direta. Eu não passei a noite bancando a apaixonada em danças românticas com Elijah pra você tornar isso tudo em vão. Não mesmo.

–Não está em discussão Elena. Não quero você com ele. – ele está numa posição autoritária na poltrona onde está. Me encarando como se estivesse pronto pra uma guerra.

–Eu também não quero você com Rose. – ele bufa. Eu estou igual Damon, pronta pra guerra!

–A única coisa que faz você insistir com isso, é por que quer me fazer sentir na pele o que sente quando me vê com Rose? – ele pergunta acusativamente.

–Damon, por mim você nem estaria nesse negócio de vingança. – ele se mexe inquieto e impaciente, ainda sentado -Você não vê? Mas eu combinei com você. Vamos fazer isso juntos. Eu estou arrumando um jeito de fazer com que eles paguem pelo que nos fizeram sem grandes danos, pra mim, você ou sua filha.

–Tá e isso enquanto você praticamente dorme nos braços dele? – ele rosna e se põe de pé, começando a andar de um lado pro outro, me mantenho sentada observando.

–Pelo amor de Deus! Não vou discutir isso com você de novo. Temos que ser frios Damon. Você era muito bom nisso antes. – ele me encara furioso -Sempre foi.

–Não quando o assunto é você. – ele rosna - E certamente não quando envolve o Elijah. – ele aponta para a direção da festa, onde meu acompanhante me espera.

–Que incomodo pra você. Não vou recuar. – ele passa a mão no cabelo - Acho que eu descobri o caminho pra me aproximar dele esta noite. – ele sorri sem graça.

–Oh! Eu tenho certeza que você não só conseguiu isso como também está bem próxima a ele já. – isso me irrita, é uma discussão desnecessária.

–E você e sua noiva? Revivendo momentos juntos, em trilhas sonoras rebuscadas de romantismo e nostalgia. Eu assisti você beijá-la. – minha voz fica mais alta.

–Mas que droga Elena! Não sou capaz de ver mais coisas feito as de hoje.

–Eu também não! – levanto e vou até ele - Mas se você parar eu paro. – digo segurando seu rosto, ele me encara.

–Desistir de tudo? - eu engulo e apenas o observo - É isso que você quer desde o começo. Eu não vou! – se livra de minhas mãos e vai em outra direção.

–Meu Deus Damon! Concordo que eles tem que pagar, mas... Essa coisa de vingança... Deixa o Robert reunir mais provas, denuncie, faça eles pagarem dentro da lei. – ele rejeita com um aceno de cabeça - É o que eu quero. Estou em busca de um deslize, uma confissão, um direcionamento vindo de Elijah, qualquer coisa.

–Eu quero que ela sofra pelo que fez você e eu passarmos. Pela morte de Andie e minha quase morte. Por tudo que nos fez. Justiça alguma fará isso como se deve.

–Vamos sair daqui, ou vão suspeitar. – sugiro cansada demais pra continuar com isso.

–Eu ainda não terminei com você. Me espere no seu apartamento eu vou...

–Vou sair com Elijah. – ele arregala os olhos e perde a fala em confusão, e então fica com uma expressão matadora. -Combinamos tomar umas bebidas.

–É quase meia- noite. Pra onde você vai com ele a esta hora da noite?

–Eu vou esperar você. – ignoro indo para a porta.

–Aonde vai? – ele insiste, não vou continuar com isso agora.

–Nos vemos mais tarde!

–Elena! – eu o deixo falando sozinho e fecho as portas do escritório atrás de mim.

Volto pra festa e encontro Elijah. Ele estava me procurando.

–Onde esteve? – pergunto.

–Fui tomar um ar, sair da confusão.

–Poderia ter me levado, mas acabei fazendo isso sozinha. – ele me encara.

–Tudo bem?

–Vamos nos despedir da aniversariante e sair daqui. Quero beber. – ele dá de ombros e me oferece o braço.

Agradeço mentalmente por não ver mais Damon, ou Rose. Então quando me despeço de Sofia, ele sussurra em meu ouvido um “O que você está fazendo?” Eu apenas sorrio pra ela e pisco lhe dando as costas. E vou embora.

Não estou com nenhuma vontade de sair com Elijah, mas eu preciso saber o que ele concluiu nessa noite toda, tenho certeza que algo irá surgir nesta saída.

....

Quando eu chego no meu apartamento, eu apenas preciso de um banho. São pouco mais de uma da manhã. São quase duas quando eu sento no sofá da sala, fiquei segundos lá até que o interfone tocou. Damon!

Quando eu abri a porta para ele depois de autorizar que subisse, ele passou direto por mim, em silêncio.

–Oi! – digo.

–Você tem bebida aqui? – pergunta me cortando.

–Sim.

–Cerveja? – eu pisco.

–Claro! Eu já volto.

Vou pra cozinha confusa. Pego duas cervejas, embora eu tenha bebido com Elijah e na festa, não estou nem perto de ficar bêbada. Eu travo na entrada da sala, por que eu acho uma piada o que estou ouvindo.

–Isso é algum tipo de brincadeira? – Damon está sentado ao lado de seu celular, que agora toca uma música que eu pensei que não ouviria mais pelo resto de minha vida, ou, ao menos eu queria evitar isso. Ele deixa o aparelho tocando e caminha devagar até mim.

–Sabe... – ele pega as duas cervejas da minha mão e coloca sobre o centro ao nosso lado – Quando eu estava longe de você. Quando estava tudo acabado, eu me vi escutando essa música outra vez. Eu achei que nunca mais iria querer ouvi-la, mas eu a ouvia e pensava em você. E quando eu fui atrás de você aquela noite, eu acho que ouvi ela o dia inteiro pra me inspirar. E hoje a noite, quando eu estava dançando com Rose, e achava que essa música era a que era nossa a um tempo atrás, eu percebi que ela nunca foi. Por que eu nunca a amei de verdade Elena, mas eu amei você e eu ainda amo. Então eu quis de maneira desesperada dançar ela com você. E ter você nos meus braços exatamente como você estava nos dele hoje. Eu quero dançar ela com você.

Eu apenas fiquei observando este homem diante de mim e o caminho que nós percorremos ao longo desses anos.O que mais pode nos acontecer? O que mais teremos que enfrentar e vencer para ficar juntos?

–Então dança! – eu digo e me aproximo dele. Dou um selinho de leve. – Dance comigo. Faça dessa a nossa música. Só nossa. Como eu sou só sua. – Ele me encara surpreso com minhas palavras e me envolve em seus braços e, aos poucos, começamos a nos mexer. A música ainda ecoa de seu aparelho e seu abraço me passa a mensagem de que não quer me soltar jamais. E eu não quero sair de perto dele. “I still Loving You” , diz a letra. Eu ainda amo você.

Depois de anos separados é a primeira vez que ele está aqui comigo, em minha nova casa, e parece que estamos de volta ao meu antigo apartamento, onde ficamos várias noites, anos atrás. Onde ele me fazia sentir todo esta amor que agora quer me provar que nunca morreu. Que continua vivo.

Nos braços de Damon é sempre essa a sensação que tenho: Voltar para casa. É quente, seguro. Seu perfume me faz relaxar. Eu nunca vou querer estar em outro lugar, por que é aqui que eu pertenço. Quando a música está chegando ao fim, ele procura meu olhar e me faz sorrir tímida com sua expressão intensa. Ele encosta sua testa na minha e fecha os olhos com força.

–Foi torturante te ver a noite toda com ele Elena. Eu falei bem sério em meu escritório, não vou mais suportar.

–Vou fazer de tudo para evitar que nos encontremos juntos novamente. Foi ruim pra mim também, você já sabe.

A música acaba e ele beija minha testa repetidas vezes. Até que se afasta, agarra as duas cervejas e senta no sofá, fazendo um gesto para que eu me sente ao seu lado.

–Sofia com dezoito anos. Já me sinto cem mais velho.

–Ela está se tornando uma bela mulher.

–Sim. Ela tem a beleza da mãe. – ele diz com sinceridade e é verdade. Rose é bonita. E Sofia se parece muito com ela, embora os olhos e expressão sejam de Damon.

–No entanto, quando ela fala, ou anda, ou sorri, eu só consigo ver você. – ele sorri e toma um gole de sua cerveja.

Damon livrou-se de seu terno da festa e está mais despojado. Com jeans e camiseta preta. Cabelos meio úmidos e bagunçados, face corada. Eu mal consigo processar essa imagem, pois eu a imaginei tantas vezes em minha mente desde que estive aqui. Me imaginei com ele nesse apartamento fazendo mil coisas como antes e agora ele está mesmo aqui, comigo.

–O que foi? – sua voz me trás de volta e percebo que fantasiei. Ele está me encarando com expressão engraçada. Quase rindo de mim.

–Nada. – sacudo a cabeça, tentando me concentrar – Apenas estava pensando como desejei você aqui comigo, por várias noites. – ele suspira e se perde por uns segundos em pensamento, em silêncio e depois ele me olha.

–Eu estou aqui agora. O que você vai fazer?

Essa pergunta é como se um gênio da lâmpada estivesse me oferecendo um único pedido ao invés de três.

–“Quero te jogar na minha cama e não deixar você sair jamais.” – ele abre e fecha a boca sem nada responder, eu deixo a garrafa de minha bebida, após dar apenas um gole, de lado e tomo a dele de sua mão, deixando ao lado da minha na mesa de canto e então eu me arrasto no sofá até estar em cima dele, passando as mãos em seu peito. – Sinto sua falta. – ele apenas agarra minha nuca da maneira possessiva que tanto desejei e me beija intensamente, como se não conseguisse parar mais.

–Elena... - ele suspirou, cheio de carinho nos olhos, depois agarrou minha garganta, roçando meu queixo com os polegares. -Você está me deixando perturbado. Sabia disso? Está fazendo de propósito? – sorrio e ele remexe embaixo de mim, sem me liberar de suas mãos possessivas.

Desci minhas mãos de seu peito, até o seu cinto e o soltei, abrindo sua calça e acariciando-o por cima de sua cueca e o agarrei por inteiro, oferecendo os lábios para serem beijados. Foi o que ele fez, atacando minha boca com uma ferocidade que me deixou sem fôlego.

–Quero você agora. - ele gemeu.

Ajoelhei no piso acarpetado, abaixando sua calça enquanto me colocava de joelhos, Damon estava atordoado e apenas me observava, envolto em sua vontade por mim, e eu guiada pela minha por ele. Ele expirou com força.

–Elena, o que você está...

Me livrei de sua cueca e meus lábios o envolveram em todo o diâmetro. Ele agarrou a beirada do sofá, fazendo suas juntas ficarem pálidas com o esforço. Eu o segurei com as duas mãos e abocanhei a cabeça do membro dele, chupando bem de leve. A maciez de sua pele e seu cheiro irresistível me fizeram gemer. Senti uma onda de excitação percorrer seu corpo e ouvi um som áspero ressoar em seu peito. Damon pôs a mão no meu queixo.

–Devagar! – ele exigiu.

Excitada por aquela voz de comando, percorri com a língua toda a extensão, agarrei a base do seu membro com uma das mãos, abri bem a boca e comecei a fazer movimentos ritmados, à espera do que viria. Queria ter mais tempo, para fazer aquele momento durar mais. Deixá-lo louco... Ele soltou um gemido temperado pela mais doce agonia.

– Ah, Elena... Essa sua boca... Senti sua falta.

Fiquei com tanto tesão por dar prazer a ele que me contorci inteira. Suas mãos se enterraram nos meus cabelos presos, puxando-os pela raiz. Eu senti falta do modo mais bruto de Damon na cama, e de como à medida que o desejo que sentia por mim aumentava, ele perdia a cabeça. Essa leve pontada de dor me deixou ainda mais ávida e sedenta. Minha cabeça subia e descia sobre ele, masturbando-o com uma das mãos enquanto chupava e lambia a parte de cima do seu membro. Ele foi ficando cada vez mais excitado. Meus joelhos estavam doendo, mas isso não importava; meus olhos estavam grudados em Damon, que jogava a cabeça para trás e tentava não perder o fôlego.

–Elena... Que saudade... - Ele segurou minha cabeça e assumiu o controle. Começou a mexer os quadris. Estava em tamanho estado de excitação que a única coisa que importava era chegar ao orgasmo. Essa ideia me deixou enlouquecida. Apertei ainda mais seus quadris, mexendo os lábios e a língua freneticamente, desesperada para fazê-lo chegar ao clímax.

–Elena... - Seu tom de voz era rouco e gutural. Ele puxou com mais força meus

cabelos. - Você vai me fazer gozar. – E ele gozou. Perdido em seu prazer, Damon continuava desfrutando da sensação de seu orgasmo em minha boca.

Seu corpo estremeceu. Seus gemidos e murmúrios foram o som mais gratificante que já ouvi na vida. Era o que eu queria fazer para ele. Para nós.

Voltei a sentar no sofá e ele me encarava ofegante, meio atordoado, vermelho, suado, lindo. -Minha vez. – ele disse vindo pra cima de mim. - Vou fazer você enlouquecer também. Ele agarrou minha bunda com uma das mãos, erguendo-me até que eu me encaixasse em seus quadris.

–Vai? – ele apenas assentiu sorrindo e me dando um selinho.

–Eu senti sua falta, Elena.

Fiz um sinal de negativo com os dedos, para o provocar.

–Você não ficou muito tempo longe de mim a ponto de sentir minha falta. – ele me olha como se me repreendesse.

–Para você ver como não sabe de nada. Anos costumam ser bastante tempo pra algumas pessoas. – Damon reclamou, descendo por meu corpo e se posicionando entre meus seios.

Respirei fundo quando ele, com muita habilidade, tirou do caminho a peça de roupa que o impedia e abocanhou e chupou um mamilo, sucções poderosas que reverberaram por todo o meu corpo contorcido. Ele passou para o outro seio, puxando com a mão a barra de minha blusa. Eu me inclinei em sua direção, entregue à magia de sua boca, que percorria todo o meu corpo. Sua língua entrou no meu umbigo, e depois começou a descer ainda mais.

–E você sentiu minha falta? - ele perguntou e gemeu de satisfação masculina, enfiando a pontinha do dedo do meio em mim. Nossa! Nem o notei chegando perto de lá. -Está toda molhada pra mim.

Damon apoiou minhas pernas sobre seus ombros e me lambeu no meio das pernas com toques provocativos e aveludados contra minha pele sensível. Minhas mãos agarraram as almofadas, e meu peito subia e descia enquanto ele circundava meu clitóris com a ponta da língua e depois começava a brincar com aquela terminação nervosa hipersensível. Gemi bem alto, remexendo incansavelmente os quadris na direção daquele tormento delicioso, sentindo meus músculos enrijecerem diante da necessidade incontornável de gozar. E pensando que a um tempo atrás, pra ele isso seria uma exceção. Mas com toda a saudade entre nós, não cabia nenhum tipo de restrição. Não nos negaríamos nenhum prazer. O estímulo de sua língua estava me deixando maluca, fazendo minha excitação chegar às alturas, mas não era suficiente para me fazer gozar.

–Damon, por favor.

–Ainda não. – ele disse meio severo.

Ele me torturou, levando meu corpo até a beira do orgasmo e depois deixando a excitação baixar. De novo e de novo. Até que o suor brotasse da minha pele e meu coração parecesse que ia explodir. Sua língua era incansável, concentrando-se habilmente no meu clitóris até perceber que eu estava prestes a gozar, e então abrindo caminho para dentro mim. Aquelas estocadas rasas e macias eram de enlouquecer. Seu estímulo contra meus tecidos aflorados me deixou desesperada a ponto de implorar sem a menor vergonha.

–Por favor, Damon... Por favor.

–Quietinha, Elena... Deixe que eu cuido de você.

Ele me fez chegar ao clímax com uma suavidade que fez com que o orgasmo me invadisse como o arrebentar de uma onda, elevando-se e ganhando corpo antes de se espalhar por mim como uma inundação morna de prazer. Damon envolveu meus dedos com os dele quando me fez gozar mais uma vez, segurando meus braços. A cabeça do seu membro se aninhou na entrada úmida do meu corpo e ele me invadiu de forma implacável. Gemi, ajeitando a posição para o acomodar. A respiração de Damon se tornava mais áspera e úmida contra meu pescoço, e seu corpo tremia à medida que ele entrava e saía de dentro de mim.

–Você é tão quentinha e macia. E minha, Elena. Você é minha.

Envolvi seus quadris com as pernas, convidando-o a entrar mais fundo, sentindo seus glúteos se flexionarem e relaxarem contra minhas panturrilhas enquanto ele demonstrava para meu corpo que ia me penetrar até o fim. Com nossas mãos entrelaçadas, ele beijou minha boca e começou a se mover, entrando e saindo com uma habilidade de enlouquecer, num ritmo preciso e incansável, apesar de tranquilo e sem pressa. Eu sentia cada centímetro do seu membro duro, sentia que ele tomaria posse de cada pedacinho do meu corpo. Ele reiterou a mensagem sem parar até eu ficar sem fôlego beijando sua boca, movendo-me sem parar ao seu encontro, com as mãos pálidas sob a pegada forte das mãos dele. Damon soltava palavras elogiosas e excitantes, dizendo-me o quanto eu era linda... O quanto era perfeita para ele... Que ele não ia parar... Não conseguia parar... Que nada nos separaria mais. Gozei com um grito agudo de alívio, sentindo meu corpo vibrar de êxtase, e ele também estava quase lá. Acelerou o ritmo em várias estocadas arrebatadoras, e depois chegou ao clímax sussurrando meu nome, gozando dentro de mim. Afundei no sofá me sentindo sem forças, suada e totalmente preenchida.

–Ainda não terminei. - ele murmurou de forma quase ameaçadora, ajeitando os

joelhos para aumentar a força de suas investidas. Ele continuou num ritmo cuidadosamente controlado. Cada estocada parecia dizer “Seu corpo existe para ser meu”. Mordendo os lábios, lutei para reprimir os ruídos de prazer inenarrável que teriam perturbado o silêncio da noite... Eu não queria que ela acabasse jamais. Temia que tudo isso fosse um sonho. Ele estava mesmo aqui comigo? Estava mesmo acontecendo tudo isto depois da noite horrenda que ambos tivemos que enfrentar na festa? Fingindo estar com outros. Nos evitando. Lutando contra nossos instintos. Eu não queria o soltar mais e acho que ele também sentia-se igual.

–Vamos pro meu quarto. – falei quase sem folgo e Damon me pegou nos braços, e seguindo minhas instruções, encontrou o cômodo. Eu quase não parava mais para pensar que era a primeira vez dele aqui. Ele estava aqui agora e eu só conseguia pensar no seu corpo junto ao meu, em suas mãos percorrendo e acendendo todas as minhas terminações nervosas. Nunca me senti tão excitada e entregue, nunca senti tanto prazer. Ele me colocou no chão, de pé, e por uns segundos nos encaramos. Ele estava divino, suado e ofegante de desejo.

Avançamos um para o outro ao mesmo tempo. Nossas bocas se encontraram quando ele me levantou para que eu envolvesse seus quadris com minhas pernas. Ele cambaleou até a cama e se jogou sobre ela, usando uma das mãos para absorver o peso combinado dos nossos corpos. Abri bem minhas pernas, soluçando e quase sem fôlego, se aconchegando em seu colo. Damon agarrou meus cabelos e os puxou. Foi um gesto um tanto bruto e impaciente, seu habitual na cama, e eu estava adorando. Gostei ainda mais quando ele nos girou e me fez ficar em baixo dele e meteu em mim sem cerimônia. Eu já estava toda molhada, e aquela sensação me fez expirar com força, então senti seu polegar no meu clitóris, em movimentos circulares que faziam meus quadris se remexerem sem parar.

–Isso. - gemi, arranhando com força suas costas. Ele tinha voltado pra mim. Ele era meu e eu era dele. – Faz amor comigo, Damon. Com força.

–Elena, meu Deus. - Ele cobriu minha boca com a sua e agarrou meu cabelo, mantendo-me imóvel enquanto investia contra mim de novo e de novo, entrando cada vez mais fundo. Ele afastou algumas almofadas e veio sobre mim com toda a vontade, perseguindo seu orgasmo de maneira obstinada e feroz. - Minha... minha... minha...

Ele não estava me poupando. Estava sendo bruto. Sentia um novo estímulo no meu corpo a cada pontada de dor. Sentia meu sexo ficar cada vez mais apertado conforme a excitação crescia. Com um grunhido longo e gutural, ele começou a gozar, estremecendo dos pés à cabeça à medida que se esvaziava dentro de mim. Eu o agarrei quando ele chegou ao clímax, acariciando suas costas, beijando seus ombros.

–Espere aí. - ele disse asperamente, posicionando suas mãos por baixo de mim e me apertando contra ele. Damon me levantou e depois me pôs em cima dele, invertendo nossas posições. Eu estava lubrificada pelo orgasmo dele, o que facilitou a tarefa de trazê-lo de volta para dentro de mim. Ele me encarou por uns segundos, em seu rosto havia um misto de emoções e sensações tão difíceis de identificar. - Eu senti tanto sua falta. Quero estar sempre aqui para você. Se alguma coisa puder mudar isso, então eu já não serei mais eu. Entendeu? - Agarrei seus pulsos com as mãos.

–Sim.

–Agora mostre que você ainda me quer Elena. Que nada nesses anos mudou como se sente. Que me deseja como antes. Que nada mudou. Me deixe sentir isso. - Seu rosto estava vermelho e suado, e os olhos, inebriados e turbulentos. -Preciso saber que se eu voltar a perder o controle não significa perder você também. Nunca mais.

Peguei suas mãos e as levei aos meus seios. Quando ele os agarrou, lancei os braços nos seus ombros e comecei a remexer os quadris. Ele estava semiereto, mas logo endureceu quando comecei a rebolar. Seus dedos nos meus mamilos, apertando e fazendo movimentos circulares, provocaram ondas de prazer pelo meu corpo, um estímulo suave que chegava até as profundezas do meu ser. Quando ele me puxou mais para perto e abocanhou um dos meus peitos, gritei bem alto, ficando toda acesa e querendo mais. Flexionei as coxas e me ergui na cama. Fechei os olhos para me concentrar na sensação que ele produziu ao sair de dentro de mim; depois mordi o lábio ao senti-lo entrar novamente.

–Isso mesmo. - ele murmurou, lambendo meus seios até chegar ao outro mamilo, passando suavemente a língua pela pontinha dura e hipersensível. - Goza pra mim. Quero que você goze assim. Sou seu.

Mexendo os quadris, desfrutei da sensação maravilhosa de tê-lo dentro de mim por inteiro. Sem pudor e sem remorso, entrei em uma espécie de frenesi me movimentando sobre seu membro.

–Damon... - sussurrei. - Ai, assim... que delícia...

–Você é tão linda. - Ele agarrou minha nuca com uma das mãos e minha cintura com a outra, arqueando os quadris para entrar ainda mais fundo. -Tão sexy. Vou gozar pra você de novo. É isso que você faz comigo, Elena. Foi isso que todo esse tempo sem você me fez. Eu não me canso.

Estremeci ao sentir que meu corpo todo se enrijecia, assim como a gostosa tensão que surgiu a partir dos movimentos ritmados. Estava ofegante e quase fora de mim, remexendo os quadris sem parar. Levei a mão até o meio das pernas e massageei o clitóris com os dedos, ansiosa pelo momento de chegar ao clímax. Ele respirou fundo e jogou a cabeça para trás. Era possível ver suas veias saltando no pescoço esticado.

–Você está prontinha pra gozar de novo e eu também. Ah, Elena...

Suas palavras e sua voz eram o que faltava. Gritei bem alto quando fui atingida pela primeira onda de tremor, depois senti o orgasmo se espalhar pelo meu corpo, sentindo meu sexo pulsar em torno da sólida ereção de Damon. Com os dentes rangendo audivelmente, ele se manteve firme até as contrações diminuírem; depois ergueu meus quadris e me penetrou com força. Na terceira estocada profunda, ele urrou meu nome e soltou seu jorro quente, exterminando meus últimos medos e questionamentos. Ele estava aqui. Estávamos juntos outra vez. Nada nem ninguém mudaria isso.

Não sei quanto tempo ficamos na cama daquele jeito, grudados um no outro, com minha cabeça apoiada no seu ombro e suas mãos acariciando a curvatura das minhas costas. Damon beijou minha cabeça e pediu:

–Posso ficar aqui?

–Sempre. - Ele me abraçou.

– Você é tão corajosa, Elena. Tão forte e sincera. Você é um milagre. Meu milagre. E eu não vou te perder nunca mais.

–Eu achei que tinha te perdido pra sempre.

–Minha nossa. Nunca mais fale disso. – ele se agarrou mais a mim e inalou nos meus cabelos. - Elena, não deixe que eu estrague tudo. Não permita que eu afaste você de mim de outra vez. - Levantei a cabeça em busca de seu rosto. Estava insuportavelmente lindo. Às vezes era difícil pensar que Damon Salvatore, meu ex-chefe insuportável, era agora o homem da minha vida. E que eu temia tento perdê-lo quanto ele a mim.

–Você não pode ficar repensando tudo o que já fez ou falou pra mim por causa do passado, Rose, Elijah, ou seja lá o que. Isso só vai nos afastar. Vai acabar com a gente.

–Não me diga uma coisa dessas. Nem pense nisso. – ele me apertou mais, quase doeu.

Com os polegares, atenuei a expressão fechada de sua testa franzida.

–Eu não devia ter concordado com esta sua vingança. Seria melhor se você desistir de tudo isso. - Ele pegou minha mão e beijou meus dedos.

–Preciso que você desista apenas de sua parte nisso. E se afaste de Elijah.

–Sem chance. Não se você não desistir da Rose.

–Elena... – ele ia começar a relutar, mas o impedi, colocando meus dedos em seus lábios.

–Damon. Sh. Não estraga esse momento. – provoquei e ele relaxou um pouco, voltei a deitar em seu colo. E ouvir as batidas fortes de seu coração.

–O que houve hoje entre você e ele depois da festa?

–Uma mulher precisa ter seus segredos, não? – ele bufa.

–Comigo você não vai ter nenhum. - Ele me agarrou pelos cabelos e me forçou a encará-lo de novo, passou um dos braços pelos meus quadris, apertando-me - E eu vou possuir você, Elena. E vai ser justo, porque você já me possuiu.

– Possui? – ele afirma sorrindo e me dá um beijo casto - E o que vamos fazer a respeito de Rose, Damon?

Seu rosto se transformou em uma máscara inexpressiva, com uma naturalidade tão grande que dava para perceber que aquilo era parte da natureza dele. Ele estava decidido, não ia desistir.

–Recomecei do zero com você hoje. Tudo o que eu pensava que era, tudo o que eu achava que precisava antes, mudou. Hoje tenho outras prioridades, dentre elas estar com você, te manter segura. Você e Sofia. Estamos começando outra vida juntos. Você é a única pessoa com quem quero estar. A única que me conhece. – isso estava me deixando confusa.

–Damon... Se você me disser exatamente o que quer... - Ele engoliu em seco.

–Quero você. Depois que tudo isso acabar teremos nosso momento, nossa chance. Só não... Não desista de mim Elena.

Jesus! Como era fácil para ele me deixar com o coração na mão. Algumas palavras, um olhar de desespero e eu já estava entregue e aceitando todas as suas decisões. Acariciei seu rosto, seus cabelos, seus ombros, buscando confortá-lo.

–Preciso que você faça uma coisa por mim Damon.

–Qualquer coisa. É só pedir.

–Preciso que você me prometa que essa vingança não se tornará maior que nós, maior que nosso futuro juntos. - Damon me olhou desconfiado.

–Você acha que vou deixar isso acontecer?

Concordei com a cabeça. Ele franziu o cenho.

–Não conscientemente, mas eu temo por isso. - Ele bufou.

–Certo.- falou enfim.

Eu o beijei bem de levinho em sinal de agradecimento. Roçando o nariz contra o meu, Damon perguntou:

–Vamos sair pra tomar café quando amanhecer ou quer pedir alguma coisa? – mudança brusca de assunto, nada sutil. Tão Damon.

–Tem certeza de que é uma boa sairmos juntos? – ele resmunga, frustrado com a lembrança de que não é uma boa, se estamos fingindo um término definitivo, ele estando noivo e eu aos flertes com Elijah.

–Queria mostrar pra todo mundo que você é minha namorada de novo.

–E eu sou? Porque, como da primeira vez, você não deixou isso muito claro. – ele sorri.

–Achei que a pouco, enquanto eu gemia e te fazia gemer, isso estava mais que claro.

–Hum. Touché! – sorrio e dou-lhe um beijo demorado e cheio de paixão.

Seu sorriso de alegria foi minha recompensa, além do banho que tomamos juntos depois. Eu adorava aquele momento íntimo de lavar seu corpo, assim como adorava sentir suas mãos deslizando sobre o meu. Quando peguei sua mão e a pus entre as minhas pernas, incentivando-o a enfiar os dedos em mim, vi o tão familiar e bem-vindo tesão no seu olhar quando ele sentiu o que havia deixado lá dentro. Ele me beijou e murmurou:

–Minha.

Isso me incentivou a pegar seu membro com as duas mãos e sussurrar eu mesma um pronome possessivo. O dia já estava começando a raiar.

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–O quê achou deles ontem na festa?

–Elena certamente desistiu de Damon. Você está com o caminho livre.

–Hum. Pode ser, mas a primeira opção dela ainda me inspira desconfiança.

–O que quer dizer?

–Ora Elijah. Você armou pra ela. Mulher nenhuma esquece isso. E aquela ceninha patética na pista de dança.

–Se eu achasse que você realmente se importa com algo nessa vida diria que está se acabando de ciúmes dela.

–Me poupe... Damon esteve relutante, nervoso e não tirava os olhos dela.

–O cara é apaixonado por ela o que queria?

–Quero ele maluco por mim outra vez. Comendo na minha mão, baixando a guarda e me permitindo entrar com tudo. Tem alguma coisa errada.

–Você é muito paranoica.

–E você não costuma usar o cérebro.

–Quero ver eles interagindo outra vez. Mas agora só nós quatro. Como naquela noite em Paris.

–Ela já sabe que vocês estão juntos e está bem satisfeita em se livrar dele. Não tem porque outro flagrante. O que você quer? Que ela pegue vocês dois na cama dessa vez?

–Não seria má ideia. Mas não. Nada carnal. Quero algo mais profundo, mais sentimental. Um ato que faça ela pensar: Ele nunca fez isso comigo. E como isso a afetará.

–Não parece má ideia.

–Claro que não é má ideia.

–O que exatamente tem em mente?

–Damon também guarda muito ressentimento comigo, eu preciso criar uma situação que o faça por pra fora o que ele esconde.

–Que seria?

–Seu cuidado. Não importa o que eu faça, Damon se preocupa com meu bem estar. Com o bem estar da mãe da filha dele, com a mulher que ele já amou. Passe o tempo que passar, haja o que houve, sinta o que sentir, esse cuidado nunca vai mudar. E Elena pode confundir isso com amor de verdade. E se isso a atingir, você verá e eu verei os efeitos em Damon. É assim que descobriremos se eles estão realmente bem com tudo isso.

–E por que eles não estariam? Elena está convencida que ele nunca deixou de te amar.

–Tenho meus motivos Elijah. E você sabe quais.

–Esquece o incidente com a morte do pai dela. Você sabe que Damon morria de amores pelo velho, o cara era fã.

–Não. Quero zerar todas as possibilidades. Vamos fazer isso.

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Algumas semanas depois...

– Eu não quero mais ouvir você.

–Você não ouve mais ninguém Damon. Este é seu problema. Seu irmão mais novo está a semanas viajando, não se sabe quase nada dele. A última notícia que tivemos foi de uma briga de bar onde ele se meteu. – Alaric consegue me tirara do sério quando quer.

–Stefan sabe se virar sozinho. Quando estiver pronto, ele vai voltar.

–Sofia está nesta guerra pessoal com Rose dentro do mesmo teto. – Ele continua.

–Não vou recuar só por que Sofia descobriu, do nada, que a mãe não presta.

–Você está deixando tudo de lado pra focar só nessa maldita vingança, Damon.

–Eu já tentei argumentar. – diz Robert, metendo-se onde não é chamado. - Elena conseguiu todas as provas de que precisamos.

–Não metam a Elena nisso. – rosno.

–Oh, não. Não vamos meter ela. Ela apenas está constantemente te implorando que acabe com isso. Você tem o que precisa para manter Rose na cadeia por anos, quem sabe o resto da vida dela. O que diabos você mais quer? – Alaric grita.

–Vingança! É tudo o que restou de importante pra ele agora, certo? – Elena surge do nada, e faz nós três encararmos a porta de entrada da casa de Ric.

–Não vamos começar de novo Elena.

–Essa é minha deixa. – diz Robert e se despede.

–A minha também. Acho bom você acordar antes que seja tarde. – Alaric fala antes de me deixar sozinho com Elena.

–Não devia estar aqui. – falo.

–Não? Onde então? Com ele? – ela diz sentando diante de mim, numa postura de reprimenda.

–Elena, você quis entrar nessa. Eu disse que seria má ideia.

–Sim eu quis. Fiz por você e também tinha meus motivos e já alcancei o que eu queria. Você já tem as suas provas Damon. Tudo o que precisa. Apenas dê um fim a isso.

–Ainda não.

–Por quê?

–Não vou voltar a discutir isso com você.

–Não posso mais continuar com Elijah. No fundo ele é só mais uma peça no jogo dela. – certo, agora ela vai defender.

–Ah, claro. Você vai voltar a defender seu namorado?

–Pare! Só estou dizendo que ela fez tudo.

–E ele ajudou.

–Indiretamente. Por fora de quase tudo.

–Quem te garante que ele não desconfiou de nada e apenas tirou o corpo fora, Se fazendo de vítima?

–Não tenho garantia de nada Damon. Mas todas as provas que eu te dei foram mais que suficientes. Deus, eu estava tão feliz em ver que isso teria um fim antes do que eu imaginava. Por que você quer levar isso adiante?

–Eu sei o que estou fazendo Elena.

–Sabe? Vai casar com ela dentro de alguns dias. Pra quê?

–Ela tem que sofrer.

–Ela vai. Na prisão. Não é uma colônia de férias lá.

–É pouco.

–É o certo. Não cabe a você Damon.

–Nem a você.

–Por favor...

–O que, Elena?

–Você prometeu. – ela grita, e percebo que antes eu estava gritando - Nada na nossa frente.

–Quando tudo isso acabar...

–Já acabou Damon. Você está prolongando por que quer que seja do seu jeito. Robert está segurando tudo o que tem contra eles, por que você não o deixa agir.

–Eu quero acabar com ela!

–E essa vontade está acabando com a gente. – suspira -Não posso mais estar com Elijah. Mal consigo ficar perto dele.

–Você mesma disse que já fez o que precisava. Não há por que ficar com ele.

–Damon...

–Fez sua parte. Me deixe fazer a minha.

–Vai casar com ela.

–Por Deus... Nada será autêntico. – é tão difícil entender?

–Mas pra quê? E depois?

–Elena, não vou recuar.

–Eu não entendo... Por que não pode deixar isso de lado? Por que não podemos ser felizes? É como se não estivéssemos juntos. Aqueles anos estão entre nós Damon. Eles e essa sua obcessão.

–Ninguém está te pedindo nada aqui.

–Você me fez prometer que não deixaria você estragar as coisas entre nós. – ela levanta e começa a caminhar em minha direção. Estou de pé no lado oposto da sala - Pois bem, você está estragando. Eu quero uma vida com você.

–Acha que eu não quero?

–Então vamos construir. – ela prende minha nuca com suas mãos, seu olhar dentro do meu. Suplicante.

–É melhor você ir. – me afasto. Não vou recuar - Eu tenho que me encontrar com ela no apartamento. – dou-lhe as costas.

–Depois de tudo é só o que resta? Fazê-la pagar? – perco a paciência.

–O que mais seria? – grito e encaro Elena apenas arregalar seus olhos antes de baixar a cabeça e se retirar. Quando ela se vai pela porta, Alaric volta e prova que estava ouvindo tudo lá de cima. Sua expressão diz: “Seu idiota.”

....

–O que foi que houve? – estou voltando pra casa, depois de me encontrar com Rose. Elena não passou muito bem e Bonnie avisou a Ric.

–Ela fez alguns exames e vai ficar em observação. A amiga dela está aqui com o marido. – ele fala friamente.

–O que ela tem?

–Foi só uma queda de pressão. Meredith acha que pode ser estresse. Ela vai ter que passar a noite aqui. Mas amanhã será liberada. Você vem?

–Não posso. – suspiro e ele bufa.

–Você vai estragar tudo amigo. Sofia veio vê-la, então quando acabarmos aqui eu passo e a deixo em sua casa.

–Obrigado.

–Damon... – hesito na linha, esperando - Sabe o que eu acho sobre isso. Essa mulher vive em cima de grande pressão e está ficando doente. Você tem que dar um basta nisso. Por que ela só está nessa por você.

–Não vamos voltar com isso Alaric.

–Quer saber. Tudo bem. Você é adulto, sabe de si. Mas deixa eu dizer só uma coisa... Tá pondo essa droga toda na frente dela, de vocês dois. Vai acabar perdendo ela outra vez Damon. Dessa vez eu sinto que será pra sempre. Acaba com isso antes que isso destrua vocês.

–Droga! – desconto no volante minha frustração.

....

Dou um jeito de passar na casa de Elena e falar com ela. saber como ela está. A encontro dormindo em sua cama. Quando acaricio seu rosto, ela se assusta e acorda.

–Ei! Como se sente? – pergunto afagando seus cabelos.

–O que faz aqui?

–Eu disse que tinha uma viagem de última hora. - ela revira os olhos e se esforça pra sentar e cruzar seus braços, se afastando de meu toque.

–Não esqueça de calcular bem a hora que você chega no seu destino. Ligue pra ela antes que ela ligue pra você.

–Elena... – ela ergue uma das mãos para que eu pare.

–Não, Damon. Só vai embora.

–Não posso. Preciso saber que estamos bem.

–Não estou. Não estamos. Não posso continuar com isso Damon. Você vai casar com ela.

–É mentira.

–Não pra ela. Toda a farsa que você vai armar... Não quero isso.

–Elena... – tento tocar seu rosto.

–Não! – ela se afasta levantando bruscamente cama e saindo do quarto.

–Espera... Elena volta aqui. – corro atrás dela e a encontro perto da porta. De braços cruzados.

–Vai embora Damon. – ela abre a porta pra mim.

–Não. – me aproximo dela. Não vou a lugar algum.

–Quero que você saia daqui. – ela fala com voz firme, porém seus olhos estão marejados.

–Não, você não quer. Eu também não quero. Elena, por favor. Confie em mim. – chego mais perto e seguro rosto e ela recua.

–Não encoste em mim. – fala e se afasta. Eu fecho a porta atrás de mim e tento mais uma vez me aproximar - Não jogue comigo, Damon. Não quero essa discussão terminando na cama outra vez. Eu...

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Damon rosnou, chegou mais perto e me deu um beijo de fazer doer os lábios. Suas mãos agarraram meus cabelos, impedindo que eu virasse a cabeça. Empurrei seus ombros com o máximo de força de que era capaz, mas não consegui afastá-lo. Damon me beijava como se estivesse desesperado para sentir meu gosto, e minha resistência começou a ceder. O cheiro dele era tão bom, tão familiar. Seu corpo se encaixava tão bem no meu. Meu coração reverberava dentro do peito. Meu Deus, o desejo que eu sentia por ele... Ele me pegou no colo. Aprisionada por seus braços firmes, não conseguia respirar

direito, e minha cabeça começou a rodar. “Não passe mal agora.” Quando ele me levou para trás da porta de meu quarto e a fechou com o pé, tudo o que consegui fazer foi soltar um ruído quase inaudível de protesto. De repente me vi prensada contra a parede, subjugada pelo corpo forte e maciço de Damon. Sua mão começou a descer pela minha cintura, apalpando por baixo da saia que eu vestia, até encontrar a parte da minha bunda que ficava exposta pela calcinha de renda. Ele encaixou meus quadris contra o dele, fazendo-me sentir a proporção de sua ereção. Meu sexo estremeceu de desejo, sentindo uma espécie de desamparo, uma necessidade de ter aquele vazio preenchido.

Desisti de lutar. Meus braços caíram para o lado, com as palmas viradas para a

porta. Senti a tensão se esvair do corpo dele quando me rendi. A pressão de sua boca diminuiu, e o beijo se transformou em uma carícia apaixonada.

–Elena... - ele estava ofegante. - Não tente resistir. Eu não aguento. - Fechei os olhos.

– Me solta, Damon.

Ele esfregou seu rosto contra o meu, com a respiração cada vez mais rápida e

profunda perto da minha orelha.

–Não consigo. Sei que você deve estar muito brava, chateada com tudo isso, mas... Elena... Estou enlouquecendo sem você. - Sua boca passeava por meu pescoço, sua língua acariciava minhas veias pulsantes. Ele chupou minha pele, e uma onda de prazer me invadiu. -Não consigo pensar. Não consigo trabalhar nem dormir.

As lágrimas corriam por meu rosto. À medida que caíam no meu colo, ele ia lambendo e fazendo-as sumir. Como eu ia me recuperar se fizéssemos amor mais uma vez? Como eu sobreviveria se não fizéssemos?

–Desista disso. - sussurrei. - Você já me magoou, Damon. Você tem esse poder, mais do que qualquer outra pessoa. - Seus olhos estavam vidrados em mim, e ele parecia confuso.

–Eu magoei você? Por quê?

–Você se fechou pra mim. - Peguei seu rosto nas mãos, tentando fazê-lo me entender de uma vez por todas. -O passado não tem o poder de me afastar. Mas você tem, e é isso que está fazendo.

–E o que eu devo fazer? - ele rebateu – Esquecer tudo? Fingir que não aconteceu, que ela não nos destruiu?

–É exatamente esse o problema, Damon. – ele pisca confuso. – Ela não nos destruiu. Estamos aqui, você e eu. Mas você não acha mais suficiente.

–Estou tentando. Quando piso na bola eu tento consertar. Como agora, mas eu não aguento mais sentir que estou pisando em ovos, com medo de fazer ou dizer alguma coisa que afaste você de mim. Tem que confiar em mim. Me deixar agir.

Quando ele me beijou de novo, sua boca não estava mais tensa. Decidi não discutir. Como poderia? Ele estava ali agora, e isso me acalmava. Eu o queria. Queria esquecer tudo isso só por uns minutos e desfrutar, como se não houvesse nada mais.

–Queria que você desistisse por iniciativa própria... Queria brigar com você até isso acontecer, mas não aguento mais essa distância entre nós. Vou fazer o que for necessário para ficar sozinha com você e desfrutar ao máximo.

– Nunca vou desistir de você, Elena.

Olhei para ele, sentindo meu coração sangrar diante de sua beleza. Fiquei na ponta dos pés e beijei o rosto dele, agarrando seus cabelos sedosos com ambas as mãos. Damon dobrou os joelhos para ficarmos da mesma altura. Sua respiração estava acelerada e fora de controle.

–Faço o que você quiser, o que for preciso. Qualquer coisa. Só me deixe ficar aqui com você, hoje. Depois de tudo.

Talvez esse desespero todo não devesse me causar nada, por que eu queria que ele tirasse essa ideia da mente, e talvez eu devesse me aproveitar desse desespero e ter o que quero, mas eu me sentia igualmente louca por ele. Acariciando seu peito com as mãos para tentar acalmá-lo, decidi jogar limpo:

–Ao que parece, não conseguimos deixar de fazer mal um ao outro. Não consigo evitar que você faça bobagem e me faça sofrer, e não posso mais continuar vivendo entre tantos altos e baixos. Damon. Somos extremamente disfuncionais.

–Meu único medo é perder você.

Dei um beijo no rosto de Damon. Nós nos completávamos. Mesmo naquele momento, com suas mãos percorrendo meu corpo de maneira obsessiva e possessiva, senti minha alma se derreter em alívio por estar finalmente nos braços do homem que entendia e satisfazia meus desejos mais íntimos e intensos.

–Preciso de você. - A boca dele deslizava por meu rosto e meu pescoço. Preciso ter a sensação de estar dentro de você...

–Não. Eu falei sério Damon. Hoje não. - Meu protesto, no entanto, não pareceu muito convincente nem para mim mesma. Eu o queria a qualquer momento, em qualquer lugar, de qualquer forma...

–Precisa ser hoje. - ele murmurou, ficando de joelhos. - Precisa ser agora.

Damon arranhou minha pele ao abaixar a calcinha de renda; depois levantou minha saia até a cintura. Prendi a respiração e tentei me afastar, mas não havia para onde ir. Não com aquela parede às minhas costas e um Damon irredutível à minha frente, prendendo-me com uma das mãos enquanto com a outra segurava minha perna esquerda sobre seu ombro, invadindo-me com sua língua ardente. Bati com a cabeça na parede, sentindo meu sangue ferver a partir do ponto onde ele me tocava com a língua. Minha perna se contraiu contra suas costas, trazendo-o mais para perto. Agarrei sua cabeça com as mãos para que ele permanecesse imóvel enquanto eu mesma me esfregava nele. Senti o toque de seus cabelos contra a pele sensível da parte interna das minhas coxas, tentando não me esquecer de todo o resto ao redor... Ele sabia como mexer comigo, sabia do que eu gostava e precisava. Tinha uma compreensão da minha natureza que ia além de suas inacreditáveis habilidades no sexo oral inacreditáveis mesmo, se você pensar que ele odiava isso anos atrás. A combinação disso tudo era devastadora e viciante. Meu corpo tremia, e meus olhos se fechavam de prazer, um prazer ilícito.

–Damon...

Sua língua se esfregava sem parar na abertura úmida e sedenta do meu corpo,

provocando-me, obrigando-me a me esfregar sem pudor em sua boca inquieta. Suas mãos agarravam minha bunda, apertando-me, puxando-me para sua língua enquanto ele abria caminho dentro de mim. Havia certa reverência nessa avidez que ele sentia por mim, uma impressão inequívoca de que ele idolatrava meu corpo, de que me dar prazer e extrair prazer de mim era um elemento tão vital de sua vida como o sangue que corria em suas veias.

–Assim. - sussurrei, sentindo o orgasmo se aproximando. Meus seios queriam expandir os limites do cada vez mais apertado sutiã sem alças, e meu corpo tremia diante da necessidade desesperadora de gozar. - Estou quase lá.

Senti meu corpo se contrair violentamente, e depois se liberar em uma torrente furiosa de prazer. O orgasmo me atingiu como uma onda ardente de prazer. Gemi bem alto, empurrando cegamente os quadris contra sua boca, totalmente entregue à conexão primitiva que havia entre nós. Damon me segurou quando meus joelhos ficaram bambos, enfiando a língua em mim até que o último tremor cessasse. Levantando-se depressa, Damon me pegou no colo e me deitou na cama. Quando ele abriu a calça e tirou seu membro enorme lá de dentro, ele podia me ter do jeito que quisesse. Gemi quando o senti dentro mim. Meu corpo precisava se esforçar para acomodar aquele membro que eu tanto desejava. Deixei escapar um ganido trêmulo, estimulada por suas investidas. Por ele. Só por ele. Algumas estocadas mais e ele jogou a cabeça para trás e sussurrou meu nome, remexendo os quadris e me deixando em um estado de frenesi.

–Me abraça, Elena. Me abrace, forte. - Quando eu obedeci, o ruído que ele soltou foi tão sensual que meu ventre inteiro tremeu. - Isso, meu amor... assim. - Aumentei ainda mais o aperto e ele soltou um gemido. Seu olhar encontrou o meu, e o azul deslumbrante de seus olhos brilhou de euforia. Um tremor convulsionado sacudiu seu corpo inteiro, seguido de um ruído agoniado de êxtase. Ele entrou com ainda mais força em mim, uma vez, duas, e então seu membro jorrou. Eu o olhei com um misto de admiração e orgulho feminino. Eu era capaz de fazer isso com ele. No momento do orgasmo, eu o dominava da mesma maneira como ele fazia comigo o tempo inteiro, na cama e fora dela.

Damon se debruçou sobre mim, ofegante, com seus cabelos fazendo cócegas no meu peito.

–Meu Deus, não posso passar mais de um dia sem isso. Até as horas no trabalho pareceram uma eternidade.

Percorri com os dedos as raízes úmidas de suor dos seus cabelos.

–Também senti a sua falta nesses dias, amor. – ele sorri. Passou o rosto entre meus seios.

–Quando estou longe de você, fico... Não vamos mais brigar, Elena. Não consigo ficar sem você. - De repente ele pareceu distante, com um tom de voz controlado demais.

–Você tem ideia do quanto me deixa chateada com tudo o que está havendo? – ele assenti em silêncio. Do nada comecei a chorar baixinho, com o peito queimando de dor. – Por que simplesmente não podemos ficar juntos e felizes? – eu soluçava.

– Meu amor, não. - Ele me abraçou, me puxando para seu peito e nos virando na cama, estava acariciando minhas costas para que eu me acalmasse. - Não chore. Por favor, Elena, geralmente você é tão forte. O que há?

–Eu não sei. Eu... Apenas quero ficar com você. - Alguma coisa na minha voz fez com que ele desse um beijo na minha testa.

–Fui grosseiro demais com você hoje. Desculpe. Fico agressivo e irritado quando voltamos neste assunto, mas isso não é motivo para lhe magoar.

Agarrei seu rosto com as duas mãos e olhei bem para os olhos dele, conseguindo um vislumbre dos sentimentos turbulentos que Damon estava tão acostumado a esconder.

–Nunca se desculpe por ser você mesmo quando está comigo. É isso que eu quero. Quero ser seu porto seguro, Damon.

–Isso você já é. Você nem imagina quanto. - Ele grudou sua testa contra a minha.

Meus quadris começaram a se mover em pequenos círculos. Suas palavras e seu toque reacenderam o desejo que ele havia tornado ainda mais intenso ultimamente. Eu queria gozar de novo. Tomei seu pulso entre os dedos e guiei lentamente sua mão pelo meu quadril até chegar à minha bunda.

–Elena... - Ele deitou o rosto sobre a parte de cima da minha cabeça. Eu o apertei ainda mais forte.

–Com você eu me sinto segura. - Ficamos abraçados por um bom tempo. Ouvi sua pulsação se acalmar e sua respiração ficar mais lenta. Inspirei profundamente, deliciando-me com a mistura do cheiro dele com o da nossa luxúria furiosa e do sexo ainda mais intenso. Damon provocava aquilo em mim, fazendo-me esquecer de tudo o que havia acontecido antes. Eu não tinha gatilhos negativos com ele, nem medos e hesitações. Já estava ficando com tesão de novo, só de pensar no que estava por vir. -Não me preocupo com mais nada quando você está me tocando.- Sua mão livre subiu até meus cabelos e os agarrou pela raiz, mantendo minha cabeça imóvel. Meus quadris se mexiam sem parar. Ele me olhou profundamente, e aquilo que alguma maneira me inquietou.Eu preciso tanto assim de Damon, mas e ele? Eu sento na cama de repente e lhe dou as costas. -Quero ser o que você precisa.

–Elena, sabe que preciso de você. - Ele roçou seus lábios contra os meus ombros ao se aproximar de mim. Eu sei que você precisa, só não do mesmo jeito que eu..

–Eu sei. – Neste momento eu senti minhas forças se esvaindo. Me senti estranha e tragada por uma forte tontura que me fez soltar um gemido em desagrado.

–Está tudo bem? - Damon perguntou assustado quando eu quase caí sobre ele novamente, parando suas carícias.

–Quer que eu pare?

–Não... Não pare. - Ele continuou com as carícias e aos poucos eu me deixei envolver, e até esqueci o mal estar, mas outro gemido involuntário escapou de minha garganta e Damon hesitou outra vez. - Não. Por favor. Quero mais.

–Elena, se está passando mal... – eu o calei com outro beijo. Curvando-me para a frente, pressionando meus seios contra seu peito. Ele agarrou com mais força meus cabelos, puxando minha cabeça para trás para me dar um beijo molhado e cheio de tesão. Nossas bocas abertas se esfregavam uma na outra, em um movimento cada vez mais frenético à medida que minha excitação crescia.

–Você é tão linda. - ele murmurou, num tom de voz infinitamente gentil. - Adoro te dar prazer. Adoro ver o orgasmo tomar conta do seu corpo.

–Damon. - Eu estava entregue, rendida ao contentamento arrebatador de estar em seus braços, sendo amada por ele. - Preciso de você.

– Eu sei. - Ele lambeu meus lábios, fazendo minha cabeça entrar em parafuso. – Estou bem aqui. - Joguei os braços em seus ombros e enterrei a cabeça em seu pescoço quando senti tudo girar outra vez. O que há comigo? Ele largou meus cabelos, apoiando a mão espalmada sobre minhas costas para me manter bem perto.

–O que foi, Elena? - Eu mal me dava conta dos gemidos emitidos por minha garganta. Meus sentidos estavam sobrecarregados pelo cheiro de Damon, eu estava cercada por ele, sendo preenchida por ele, sendo... Sendo...

–Oh! Mas que droga! – resmungo pulando do colo de Damon do nada e o deixando atordoado.

–Elena? Está tudo bem?

Eu não sabia se estava, não enquanto observava tudo o que comi durante o dia ir embora pelo ralo, por que estou tão enjoada? Eu me sentia muito estranha ultimamente. Meu estado sentimental e físico estavam um caco. O mal estar de hoje foi um sinal de alerta, eu preciso me cuidar mais. E todas aquelas noites de maratona com Damon. Eu estava ficando uma maluca por sexo e exigindo demais de meu corpo. E eu falava de Bonnie na época dos surtos dela com Jeremy. Felizmente aquilo teve uma explicação menos desesperadora do que virar uma predadora sexual, ela estava grávida e...

Não! Não Elena. Você...

–Elena, é sério. Fala comigo. O que foi? Quer que eu te leve ao médico? Me deixa entrar Elena...

Não pode ser. Não. Não. Não!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que tenha compensado.