Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 13
Paris - parte final


Notas iniciais do capítulo

Eu ia postar este ontem, mas ele ficou muito grande e não quis postar sem revisar antes... Eu perdi este cap e tive que reescrever, - Talvez não esteja bom - enfim, espero que gostem.
Boa leitura!
p.s.: Estou amando o número de novos leitores, estão me fazendo uma escritora feliz. ^^ Obrigada! Leiam as notas finais!!!!!



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–Parabéns minha filha. Nossa! Me pegou de surpresa. Imagino você. – minha mãe diz após eu contar as novidades.

–Eu acho que ainda estou em choque. Eu nunca iria imaginar que... Enfim, Tyler me disse que ele tinha fama de imprevisível uma vez, mas... Ai mãe, estou mais que contente. É um cargo importante.

–Eu sei filha. Parabéns! Seu pai vai ficar feliz. Você vai ligar pra ele?

–Pode dizer a senhora mãe. Eu avisei pra Bonnie e já estou em cima da hora pra um compromisso.

–Certo querida. Se cuide. Se bem que acho que com a nova postura de seu chefe, você está sendo bem cuidada. – reviro os olhos.

–Certo mãe... Te amo.

–Te amo querida. – e desligo.

Estou terminando a maquiagem pra descer até o hall. Estou usando um vestido longo, ao que parece é um jantar de gala, optei por um verde musgo, detalhado com sobre tons, tomara que caia e as joias que uso, o colar e brincos além do anel, dão o toque de equilíbrio ao visual. Caroline foi acompanhar Stefan nas primeiras apresentações do encontro. Vou acompanhar Damon e Alaric. Chego no hall e eles ainda não estão, enquanto espero Elijah se aproxima de mim.

–Seu chefe é mesmo um tigre, como costumam chamar ele na Salvatore. – sua voz está fria e o tom é duro.

–Bem, apenas vamos considerar que ele é bom no que faz. – estou irônica.

–Damon mostra bem quem é, passando o irmão pra trás daquela forma.

–Não tanto quanto você, usando seu irmão pra conseguir o que quer. Acredito que Klaus concorda comigo. – ele me olha fuzilante. E se aproxima de mim, seu olhar me faz engolir.

–Foi uma jogada suja Elena. Como tudo o que vem daquele bastardo. – ele rosna. Bastardo?

–Ele apenas fez uma proposta de trabalho pro seu irmão, que pelos motivos dele aceitou. Talvez você devesse estar zangado com Klaus, ele voltou atrás em seus planos e te passou a perna de verdade. – ele segura meu braço, é um tanto forte.

–O reinado do Damon não será eterno. Eu posso ter subestimado ele desta vez, e superestimado demais o meu irmão, mas o reinado de Damon tem data de validade. Digamos apenas que se colhe o que se planta. Talvez você deva lembrar disto Elena. Eu achei que você fosse superior a ele, mas... Tem muito em comum. – meu braço está doendo e tento me soltar. Meus olhos no dele. Porque ele odeia tanto Damon?

–Está me machucando Elijah. – eu falo a meia voz, pois seu tom era alto e algumas pessoas já nos olhavam, ele está furioso.

–Algum problema aqui? – é a voz de Damon e Elijah imediatamente me solta, virando pra ele, Alaric está bem ao lado do amigo e também encara Elijah.

–Problema algum, apenas elogiando a senhorita Gilbert, ela está maravilhosa, como sempre. – fala entre dentes. – Tenho muito o que fazer, já deveria estar recepcionando , se me dão licença. – ele me olha ainda com fúria e eu tremo, forçando um riso ele encara Damon e Alaric. – Espero vocês. – então se afasta e eu acho que reaprendo a respirar. Damon o segue com o olhar até perdê-lo de vista e depois se volta pra mim.

–Você está bem? – eu não respondo, não sei se estou segura pra isto, as palavras e o tom de Elijah descarregaram em mim uma vibração sombria demais, pesada demais. Apenas aceno positivamente, mas não sei se é verdade.

–Mikaelson são maus perdedores. – diz Alaric em tom sombrio.

–Você está pálida Elena. O que ele fez com você? Te ameaçou? – eu nego também com a cabeça e Damon rosna.- Hora você sabe que odeio este tipo de coisa, fale comigo.

–Apenas estava um pouco... – eu respiro, estou tremendo – zangado. Como Alaric disse, ele não sabe perder.

–Ele te machucou? - Alaric pergunta, Damon está me olhando, apenas aceno pra dizer que não. Embora meu braço esteja doendo um pouco.

–Bem, se recomponha e vamos pra recepção então. – diz Damon me oferecendo seu braço, Alaric se coloca ao meu lado direito e repete o gesto. Estou bem amparada o que é bom, porque não estou segura de meus passos.

–Você está mesmo linda Elena. – Alaric se inclina e sussurra ao pé de meu ouvido, me faz sorrir e o encarar. Ele é muito legal comigo. Sempre foi.

Chegamos na recepção. Elijah e seus assistentes na entrada, passamos apenas acenando ao longe, o que eu achei muito bom. Elena, você beijou mesmo aquele homem? É melhor nem pensar nisto por agora, ou meu estômago vai me trair. Nos dirigimos até a mesa da Salvatore e ficam três lugares vagos nela. Rebekah, Stefan e Caroline não estão. Damon está rodando o salão e estou na mesa com Alaric.

–Gostou de seu novo cargo? – ele me pergunta sorrindo e eu consigo relaxar, é contagiante, o seu riso.

–Estou surpresa e assustada, mas feliz. – ele baixa a cabeça risonho.

–Damon é meio... imprevisível, mas ele sempre faz a coisa certa, o olho dele é muito bom.

–Eu espero não decepcionar.

–Acredite Elena, se ele quer te confiar este cargo é porque ninguém fará melhor. – ele diz e segura minha mão em cima da mesa. Damon está de volta e senta diante de nós. Alaric retoma sua posição inicial piscando pra mim, sorrio em resposta.

–Soube que ele vai fazer aquele jogo idiota outra vez. – Damon rosna irritado.

–Melhores do ano? – Alaric pergunta rindo.

–É um idiota. – Damon está risonho.

–Do que se trata? – me sinto perdida ao perguntar.

Damon acena pra Alaric, para que ele me responda.

–É uma brincadeira. Tipo ele premia todos os empresários das principais companhias daqui do encontro com ironia. Digamos maior mico em público, entre outras coisas. É divertido, mas ele sempre aproveita e destila um pouco de veneno. – eu aceno entendendo tudo. Damon se move na cadeira e tira de seu bolso um de seus vários frascos de comprimidos e toma dois em nossa frente. – Rebekah ligou? – Alaric pergunta e Damon apenas acena negando.

–Só Sofia. Ainda insiste sobre o tango. – ele rosna.

–Deixa sua filha dançar Damon. É a festa dela. – ele olha pro amigo mortalmente e Alaric ergue os braços em sinal de rendição.

–Talvez devesse apenas ver do que se trata a dança. Ela estava disposta a mostrar. – eu falei não sei com que coragem e ele me encara.

–Eu sei exatamente do que se trata o tango Elena. E minha filha não vai dançar tango no aniversário de quinze anos dela. Irá valsar e ponto.

–Ela quer valsar Damon. – Alaric acode.

–E ela vai, apenas isto. – ele fala em tom final e a conversa morre. O anfitrião faz seu discurso inicial e mecânico apenas cumprimentando a todos os presentes e autorizando o jantar. Imediatamente todos começam a serem servidos.

Damon e Alaric passam o jantar falando de negócios. Novas ideias e a cada segundo fico mais impressionada com meu chefe, não adianta, ele sempre me causará isto. Ao final do jantar, Elijah toma o palco outra vez e a tal premiação começa.

–Bem, todos sabem que momento é este. Geralmente muitos estão prestes a correr, mas os nomes ainda serão citados. – ouvimos risos. – Estamos diante de homens criativos, com um tino comercial grandioso, experientes, tubarões da tecnologia atual e seus principais sócios e clientes. Um prato cheio. Vamos declarar aberta a premiação Krhomos Comedy deste ano.

Aplausos são ouvidos e começam as premiações. Melhor invenção furada, maior contrato perdido. O escândalo do ano. A melhor compra e venda do ano, tudo com muita ironia e humor. Damon e Alaric acertam todos os nomes antes de serem chamados e eu vejo como cada um deste meio conhece seus rivais e sócios, etc. Muito divertido de fato. Em um dado momento Elijah está de volta ao palco.

–Sua vez Damon. – diz Alaric e Damon dá de ombros.

–Ele sempre faz questão de anunciar o meu, a mesma piada sem sal de sempre. – meu chefe me explica a meia voz.

–Este é bem especial, - Elijah começa – todos sabem que prêmio eu faço questão de anunciar todos os anos, este cara realmente é imprevisível e cheio de excentricidades. Em outras palavras o melhor prêmio pra ser anunciado. Ele já é conhecido por nós por ser alguém curto e grosso. Todos sabem. – as pessoas ao redor começam a se voltar para nossa mesa – É jovem e brilhante. Resolvi, porém mudar um pouco as coisas este ano e ao invés de o premiar por mais uma de suas decisões bombásticas e inesperadas quero premiá-lo por uma nova capacidade recém descoberta. – Damon franze o cenho pro palco e Alaric e eu revezamos olhares para ele.

–O que ele vai aprontar? – Damon se inclina ao perguntar a Alaric que dá de ombros.

–Ele está sentido, coisa boa não é... – ele fala fazendo a voz morrer pra voltarmos a ouvir Elijah, ele tem um sorriso nos lábios e Damon começa a inquietar-se na cadeira.

–Quero premiar o empresário Damon Salvatore pela incrível capacidade de manter em segredo a estada de uma de suas ex mulheres, e sim, é mais de uma, numa das maiores clínicas de reabilitação dos Estados Unidos. – puta merda!! – Realmente um feito inacreditável para alguém tão público.

–Filho de uma mãe! – Alaric rosna, eu olho pro meu chefe, paralisado. Todo o salão voltado pra ele.

–Venha receber o prêmio do mais discreto do ano amigo. Embora é claro isso tenha sido uma ironia, afinal eu sei de tudo. Como está a Rose? – o salão no maior silêncio do mundo. Quem diabos é Rose? Damon engole e se põe de pé, imediatamente deixa o salão e Alaric está em seu encalço assim como eu. Ouvimos conversas e comentários no percurso. A imprensa presente já nos perseguindo.

Estamos indo em direção aos elevadores, Damon com seus passos largos e Alaric e eu tentando acompanhar.

–Filho da mãe desgraçado. – Alaric rosna no caminho.

–Quem é Rose? – eu peço para ele a meia voz, Damon a nossa frente.

–Agora não Elena. – ele pede e entramos no elevador com Damon. – Vamos dar um jeito nisso cara. – ele fala em tom aflito.

Damon está desfazendo o nó de sua gravata, suado, agitado. Que droga houve ali?

–Tinha muitos repórteres Ric. Sofia. Desgraçado! – Damon grita batendo a mão na parede do elevador.

–Ele joga pesado, sabemos disso. Fica calmo.

–Como ele descobriu isso? Apenas você além de Stefan, Rebekah e Andie sabiam disto.

–Não faço ideia.

–Desgraçado! Eu vou acabar com ele pode apostar. Vou exterminar a empresa dele, roubar cada cliente, deixar ele na fossa de onde ele surgiu. Rato desprezível.

Eu estava atordoada.

–Elena, - ele se vira pra mim – tire o Stefan da apresentação agora, quero falar com ele. Peça pra estar em meu quarto em quarenta minutos.

–Sim. – eu falo. Estou tentando entender tudo.

–Você tem que ficar calmo. Lembre de seus problemas. Não quero você recorrendo a um marca passo. – Alaric pede ao amigo, tocando seu ombro.

–Eu sei. – Damon respira. – Você vem comigo Elena. Temos que começar a pensar em como vamos suavizar tudo isto, a imprensa inteira estava naquele jantar. – eu apenas aceno. Alaric segue com a mão no ombro de Damon e dá leves tapas em suas costas. – Ele acabou com a semana pra mim, a imprensa vai ficar na minha cola, vão querer chegar ao fundo de tudo isso.

–Vamos dar um jeito. – diz Alaric.

–Eu só consigo pensar na Sofia. Se ela sonhar que... Meu Deus Ric. – a voz dele vacila, senhor ele está prestes a chorar? Nossa!

–Vamos dar um jeito cara. Fica calmo.

Chagamos no andar do quarto de Damon. Ele entra e imediatamente Alaric o serve uma dose de conhaque, ele está agitado. Se livrou do paletó e gravata e anda de um lado pro outro com a mão na cabeça. Eu ligo pra Stefan, menos de quarenta minutos depois ele está diante de nós. Eu avisei que seu irmão não estava bem.

–Como ele soube disso? – Stefan indaga. Eu estou afastada, sentada ao longe na sala onde eles conversam.

–É o que eu estou tentando saber. – Damon rosna.

–E a Rebekah? Ela andava meio revoltada sobre o assunto. Terminou tudo com você por conta disto. – Stefan fala e Damon paralisa, se voltando pra ele, em seguida olha pra Alaric que está de olhos arregalados.

–Não... – a voz de Damon vacila – ela não faria isso. Não para ajudar o Mikaelson, ela odeia ele tanto quanto eu odeio agora. Ela entende as implicações. Ela não iria expor assim a Sofia.

–Você sabe que eu não contei. – Stefan fala – Alaric também não o faria. Você nos conhece a anos. Quem mais seria? Você ainda via ela Damon. Rebekah nunca gostou disto. Nem ela nem Andie. Aliás as duas terminaram com você pelo mesmo motivo. – eu estou realmente perdida, do que estão falando?

–E o que você acha que eu deveria fazer? Deixar ela esquecida apodrecendo naquele lugar? Ela é a mãe da minha filha. – Oh que merda! – Eu tenho que saber como ela está, se ela vai ficar bem algum dia. – Stefan está de cabeça baixa. E eu estou perdida. Mãe da Sofia? A tal de Rose? Oh céus! – Você pode imaginar o que vai acontecer se minha filha descobre que a mãe que ela acha que sumiu no mundo e a abandonou na verdade é uma drogada que está presa numa clínica a mais de quinze anos? Clínica onde ela mesma nasceu de sete meses por conta das drogas que a mãe não conseguia para de ingerir? Você já parou pra pensar o quanto ela vai me odiar por ter escondido isto dela? A mãe dela, bem embaixo de seu nariz. Todos estes anos. Stefan ela vai me odiar. Você entende isso? Minha filha. Não posso deixar acontecer. – Jesus Cristo!

–Tem certeza que quer continuar desabafando assim? – Stefan fala e acena pra minha direção. Verdade, eu ainda estou ouvindo tudo e Damon sabe.

–Confio em Elena. Não há ninguém mais leal. Posso confiar em todos neste quarto, estou seguro disto. E nunca erro sobre este tipo de coisa. – Damon fala e em seguida me olha, eu estou engolindo e ao encontrar seu olhar eu solto um riso discreto e ele desvia rapidamente voltando a sua agonia.

–Ele apenas sabe que ela é uma ex. Não faz ideia sobre a Sofia, do contrário teria dito algo. Estou certo. – Alaric acode. Damon está andando pelo quarto outra vez, se serve de mais conhaque.

–Ele pode ter colocado alguém na sua cola Damon. O cara é obcecado por você. Ele deve ter te seguido até a clínica. – Stefan fala e Damon está concordando.

Isso é um problema muito sério eu consigo ver. A filha é tudo de mais precioso na vida de meu chefe. O que mais importa pra ele sempre. Não sei o que aconteceria se ele perdesse o respeito dela. Ele estaria no chão. Elijah é imoral, nunca poderia imaginar que tanto assim. Ele estaria em êxtase se descobrisse de fato o tanto que causou. – Se é que não saiba.

–A primeira coisa que vou fazer é falar pra Andie. Sofia está com ela esta semana é primordial que ela continue afastada de tudo isto até que eu possa me livrar de imprensa. – ele olha pra mim – Elena, ligue para ela. Fale o essencial, ela não vai precisar saber de muito. Apenas diga que quero falar sobre a Rose. E que ela deve ampliar a visita a mãe por tempo indeterminado. Peça pra ela me ligar pela manhã, bem cedo. Você pode ir.

–Certo, com licença. – eu falo e me ergo saindo da sala onde Damon continua a discutir sobre o assunto. Estou tão atordoada. É realmente muito grave.

Estou no elevador, voltando ao meu quarto. Quando entro já ligo para Andie, ela me atente no terceiro toque.

–Senhora Star?

–Pode falar Elena.

–Aconteceu algo. Damon precisa que ligue para ele amanhã, o mais breve possível. É sobre Rose.

–Oh Céus! – ela exala.

–Ele pediu que o passeio com Sofia também fosse ampliado. Por precaução.

–Entendi. Farei isto. Obrigada! – ela desliga.

Quanta coisa. A mãe de Sofia, uma drogada em reabilitação. A vida de Damon surge diante de meus olhos e me faz cada dia o admirar mais. Como ele consegue?

Que dia estrondoso.

...

Na manhã seguinte, estou esperando meu chefe. Vamos assistir as apresentações e a Salvatore tem uma marcada no final do dia. Estou no Hall do Hotel quando Stefan se aproxima, acompanhado por Caroline.

–Bom dia Elena! – ele fala sorrindo.

–Bom dia! Caroline. – ela sorri.

–Damon me contou a novidade. Parabéns! Isto te torna o braço direito do meu irmão. – ele está falando da promoção. Caroline parece perdida.

–Obrigada!

–Sabia que isto me torna seu subordinado? – ele fala risonho. Hein?! Senhor! Ele sorri ao ver minha reação, provavelmente tão bizarra quanto a da Caroline que o olha assustada. – Sou o diretor do setor de produção, criação, marketing e financeiro. Além da diretoria de assuntos externos e segurança de trabalho. Mas não importa quantas diretorias eu ocupe. Ainda terei que me reportar a você. Será a nova voz do Conselho administrativo da Salvatore. Todas a decisões de meu irmão serão repassadas a empresa por você.

–Você está na diretoria executiva... – a voz de Caroline é um sussurro, ela está chocada. Eu sabia de minhas obrigações neste cargo, mas Stefan como meu subordinado? Ele é acionista.

–Ainda está em sigilo Caroline. – ele fala pra sua assistente. – Deixemos assim. – ela assenti e me olha, depois pisca risonha. Eu não consigo prender o riso. Ela solta ‘Parabéns’ com os lábios e eu ‘Obrigada’. Damon está vindo em nossa direção.

–Vamos? – ele está alinhado como sempre, mas com expressão cansada. Fora do habitual. Teve uma péssima noite com certeza.

Começamos a andar para o estacionamento.

–Tudo resolvido sobre a Sofia. – Stefan pergunta antes de chegarmos nos carros.

–Sim. – meu chefe responde sem rodeios e ele se afasta.

Stefan em seu carro com Caroline, e eu irei com Damon no seu. Ele irá dirigir, o que é novo, nunca vi. Estou no banco do carona.

–Stefan me falou sobre ser meu subordinado. – eu estou com voz vacilante e tensa.

–Sim. Será minha nova CEO. Não nomeio ninguém pra este cargo a anos, pois eu mesmo o ocupava. – estou mortificada.

–Damon...

–Você vai se sair bem. Não indicaria você se não soubesse disto. Sobre o Stefan está tudo bem. Vocês tem a mesma idade, mas você consegue ser mais madura e tem opinião própria o que eu admiro, meu irmão ainda é uma cópia minha. Ele está mudando agora. – sua atenção está no trânsito enquanto fala. Eu suspiro.

–É muita responsabilidade.

–Eu sei. – ele diz e me olha. – Você é perfeita pra isto. – eu desvio do seu olhar corando e um riso bobo escapa de meus lábios. Perfeita... Estou testando a palavra e sorrio ainda mais.

–Eu disse que você era parecida com meu irmão, mas é comigo que se parece. A Elena de verdade, a por trás desta nova. – eu o olho devagar, ele está me olhando e olhando o trânsito, reveza entre nós – Você está mais subordinada. – ele diz e sorri de lado. Deus! – Quando chegou na Salvatore você não tinha medo de me olhar, ou perguntar. Sempre ávida a entender porque seu chefe era tão maluco e sem noção. – ele está tendo mesmo esta conversa? – Mesmo com todos te apavorando, dizendo que você tinha que mudar, você manteve sua essência, sua fibra, sua personalidade e depois você a flexionou como estratégia, se rendeu a algumas das exigências do meu perfil de funcionária, - ele acena com a mão para a minha roupa - mas manteve o que mais admiro em você. Sua ambição, sua vontade de crescer. É nisto que nos parecemos. – respire Elena. Ele está me olhando tão profundamente. Volta a encarar o trânsito em silêncio.

–Eu não acho que pereça com você. Você é tão... Como consegue fazer o que faz? É sufocante.

–Todos nós estamos sufocados Elena. De algum jeito. É o que nosso mundo exige. Não dá pra questionar demais. É um mundo de ação e reação, que não para. Se você para, fica pra traz.

–Mas se perde tanto tempo com quem é importante. – ele me olha neste instante. Testa franzida. Volta a encarar a frente, respira.

–Algumas pessoas não entendem. E outras nos admiram mais por isto. Temos que lidar com os dois tipos. Todos os dias. Mas apenas nós sabemos os nossos motivos. – sua voz está distante. Ele consegue imaginar muitas pessoas e eu também. – Elena, nós perdemos muitas pessoas, mas as que ficam são as mais importantes. Pode ter certeza. – eu estou com olhos nele. Nos parecemos? É o que ele diz. Certamente o admiro. – Prezo amizades de pessoas como você e realmente quero que me veja assim daqui pra frente. – o que? – Tenho poucas pessoas neste departamento, mas digamos apenas que eu seja exigente demais. No mundo que vivo as relações de amizades são escassas e se mesclam com as de interesse. Depois que você aprende a diferenciar o número de amigos diminui. – Oh meu Deus!

–Seria muito bom. – eu sorrio, mas é uma reação automática. Estou vibrando. Preza minha amizade... Que único.

–Acredito que sim. – ele sorri. Jesus, me ensine a respirar outra vez.

O resto do caminho estamos calados. Assistimos a todas a apresentações, Damon e Stefan tomam nota de algumas coisas, conversam comigo e Caroline, nos ensinam algumas coisas. A relação deles é boa, realmente algo muito complexo. Acima de tudo há o respeito.

O resto da semana seguiu normal. No último dia, no jantar de encerramento oferecido pelas indústrias Stark, Damon teve que lidar com a imprensa. Respondeu algumas perguntas, mesmo estando nervoso conseguiu manter o tom e discrição. Sem muitos alardes. Stefan já tinha voltado pra Salvatore na quinta e levou Caroline consigo. Alaric foi na sexta pela manhã. Klaus foi com o irmão no mesmo dia. Certamente teriam muito que falar. Damon ficou a convite pessoal de Jonny Stark, que realmente apreciava muito sua companhia e Damon o admirava demais. O jantar foi oferecido fora do hotel e na volta pro hotel Damon dirigia, ele havia bebido bastante, mas nada que o deixasse incapacitado de dirigir, apenas a bebida o tornava mais... Falastrão. Ele não parava de falar. Sobre toda a semana, as coisas que vimos o que aprendeu. Tudo, empolgado e meio amargurado, por tudo o que houve sobre a Rose e imprensa, mas estava aliviado também, pois soube lidar com destreza sobre tudo.

–Rebekah sempre foi fraca. – este era o assunto da vez. O fim do casamento dele. – Depressiva. Ela não teve muitas experiências boas com homens antes de mim. Mas era uma mulher maravilhosa, doce e que sabia o significado da palavra família. O que mais admirava nela. A pena é que ela casou comigo. – sorriu divertido, um riso exagerado. – E eu não entendo muito disso. – ele fala sorrindo ainda mais. Não entende de família. – Então ela começou a sofrer e cobrar e beber. Eu me sentia culpado por isso. Só que eu tinha que fazer meu trabalho. Vivo disso. Ela não se casou comigo por dinheiro sabe... Ela sempre foi humilde, mas muito culta e justa. E como se esforçava. Por mim, e minha filha. – ele me olha e enfim para de sorrir. – Estraguei tudo, outra vez. – ele está sério. – Faço muito isso, mas você já sabe. – eu sorrio.

–Você é impaciente, controlador, exigente, emburrado. – ele me olha de sobrancelhas erguidas. Elena pare agora... – Desculpa! – falo quase sem voz. Devo estar louca. Ele não me deu tanta confiança assim deu?

–Não. Tudo bem... – ele franzi o cenho. – Eu acho que gostei. Você falou como minha filha e minha mãe. – ele volta a sorrir e eu a respirar. – Gosto quando você é você. Curiosa, desafiadora. Sem papas na língua. – hein??? Ele gosta?

Estamos chegando ao hotel, mas Damon desvia uma rua antes, são quase onze da noite.

–Nosso voo amanhã é cedo. – falo com voz falha. Pra onde ele vai?

–Acho que depois desta semana merecemos um descanso. Ao menos uma bebida. Dentro de um mês você estará ocupando o seu novo cargo na empresa e bem... Você ainda não comemorou. – han? – E eu ainda não absorvi meu divorcio e tenho que me dá os parabéns por não me matar depois do que aquele idiota falou sobre mim e Rose. E é claro, agradecer a minha jovem assistente que ministrou muito bem seu trabalho ao meu lado esta semana e me ajudou a abafar todo o escândalo. – ele me olha rindo torto. – Motivos suficientes pra uma bebida? – estou sorrindo sem jeito. Ele é divertido. Não poderia imaginar.

–Acho que sim. – digo sem graça.

–Ótimo senhorita Gilbert. – eu arrepio, pois quando ele fala assim comigo parece mais pessoal do que quando ele diz meu primeiro nome.

–Todavia não podemos demorar, senhor Salvatore. – ele me olha com cenho enrugado. Oh droga! Longe demais?

–Não vamos. – ele fala ainda me olhando. Ele parece confuso... Ele é ilegível por vezes e certamente imprevisível. Fama mais que perfeita.

Chegamos num restaurante, bastante sofisticado por sinal. Fico feliz por estar bem vestida. Damon desce e logo quando abro a porta pra sair, depois de rever a maquiagem e me livrar do cinto, ele está na porta ao meu lado e a abre oferecendo a mão pra mim, em seguida oferece o braço e passa a chave para o manobrista. Eu não me acostumo com esta proximidade. Me deixa tonta e me faz tremer. Ele pede uma mesa para dois. Somos guiados até ela. Ele pede um bom vinho e petiscos. Fica me encarando um pouco e céus... Ele tem que parar com isso, sinto minha pele queimar.

–Você sabe muito sobre mim é um fato. Sei de você o suficiente pra manter você em minha empresa, mas adoraria saber mais. – ele está me olhando nos olhos. Que olhos!

–Não sei o que dizer... Mas posso responder o que quiser.

–Mesmo? – sua voz é divertida e desafiadora. Posso não posso? Posso sim.

–Mesmo. – ele baixa a cabeça, um riso abafado sai de seus lábios.

–Por que desistiu de direito? – é uma pergunta bem simples. Me movo na cadeira e ele sorri.

–Apenas não era o meu objetivo. Era mais um sonho de meu pai. – ele ergue as sobrancelhas.

–Foi pra Nova Iorque sozinha. Tem família lá?

–Não! – ele arregala os olhos.

–Audaciosa... – solta a palavra no ar. – Mora sozinha?

–Agora sim.

–Agora?

–Morava com meu namorado, mas terminamos no fim da semana passada. – a boca dele abre e fecha bem rápido.

–Tenho culpa nisso. – hein??

–Não vejo porque teria. – ele pigarreia, está se movendo, tenso...

–Quero dizer... Err... Não seria a primeira assistente com problemas pessoais pelo trabalho é só... Comum.

–Matt e eu nos damos bem, mas pensamos diferente, temos planos diferentes, é como se estivéssemos indo por caminhos diferentes. Apenas, acho que ele adiantou o inevitável.

–Ele terminou?

–Sim.

–Mas você não está acomodada com isso?

–Não! – ele sorri.

A bebida chega e enquanto o garçom nos serve ele está me olhando. Oh pare com isso! Estou totalmente sem jeito. Desviando de seu olhar. O garçom se vai.

–Você é bem tímida. E isto não combina com sua postura, seu jeito.

–Bem isto acontece mais frequentemente diante de você. – porra! Saiu! Ele me olha risonho.

–Te deixo sem jeito?

–Você me intriga. – ele arregala os olhos. Droga Elena, você não bebeu tanto assim.

–Te intrigo? – ele está sorrindo e o olho como se fosse o bater. Ora ele intriga a todos e sabe disso. Ele baixa o olhar ainda risonho.

–Ok. – diz simplesmente. – Converse com ele. É complicado as vezes aceitar as implicações que o trabalho nos exige, mas o diálogo ainda tem muito poder e se gosta dele... – Uou! Damon Salvatore aconselhando sobre minha vida pessoal... Novo!

Ele dá um gole no vinho, leva um pedaço de ameixa seca a boca, me olha. Eu bebo vinho devagar, Estou nervosa. Porque estou nervosa?

–Sofia gosta mesmo de você.

–Bem, no primeiro dia que viu disse não saber como eu tinha conseguido o emprego com você. – E Damon gargalha, de verdade, um riso novo e contagiante... Lindo!

–Ela sempre fala o que pensa. Coisa de família, eu acho...

–Sim. – estou sorrindo dele porque de alguma forma, ele está sem jeito.

–Dança comigo? – hein? O fogo em meu corpo é substituído por gelo, estou paralisada, taça erguida no ar, olhos arregalados e acho que minha boca está aberta. Se mova!

–Oh! – eu solto, porque é o que consigo, devagar baixo a taça de volta pra mesa e ele está me olhando, há música no lugar, piano e violino. Leve e envolvente.

–E então? – ele insiste já se erguendo da cadeira e vindo em minha direção, estende a mão pra mim. – respire Elena.

–Claro. – falo enfim, e antes de me erguer inalo fortemente. Ele nos guia entre as mesas até a pista de dança, sua mão na minha que está tão suada, sinto seu polegar acariciar a minha mão. Droga! Me causa espasmos.

Há alguns casais dançando, dois e agora três. Damon se põe diante de mim e como já está segurando a minha mão direita apenas leva a sua até minha cintura. Outro espasmo corre por meu corpo. Isso é uma droga. Ele pode sentir isso, eu sei. Sua respiração está em meu rosto, eu ainda não o olhei, não sei se posso, já estou tonta, foi apenas meia taça com vinho.

–Quando voltarmos amanhã só precisará trabalhar na quarta. – ele começa a falar. – Isto te dará tempo pra descansar e relaxar antes de voltar ao trabalho. Stefan assumirá as coisas por lá nesse meio tempo. Tenho que estar com Sofia na Geórgia.

–Tudo bem. – eu falo, mas não estou olhando pra ele, estou encarando seu ombro. É tão largo! Damon dá um pequeno giro e com isso aperta seu abraço eu o encaro finalmente e ele está me encarando. Oh meu Deus!

Sua respiração me deixa ainda mais tensa. Inferno! Ele usa um perfume divino. O que estou fazendo? O que ele está fazendo? Não... O que eu estou fazendo e ponto, ele é meu chefe. Um homem que teve uma semana ruim entre divórcios e segredos vindos a tona e é claro a rasteira no irmão. Um homem que provavelmente está carente e que bebeu demais, um homem que a pouco falava sobre ser meu amigo. Que tipo de amiga seria se o deixasse levar por um impulso? E se eu me deixasse levar... Não!

–É tarde Damon. Nosso voo ele...- ele se move e eu gelo, inclina sua cabeça pra perto de mim, ainda mais, seu nariz a poucos centímetros do meu, olho no olho. Respire Elena. Ele encara minha boca, engole. Senhor o que ele tem? No que está pensando? O que está fazendo? Ele pisca e desvia o rosto pro lado colando o lábio em minha orelha. Oh que inferno! Meu corpo é um traidor.

–Apenas terminaremos a dança e podemos ir. – sua voz está tão... O que diabos está havendo aqui? Ele volta a posição inicial e a me encara enquanto terminamos a dança.

Ao final ele para e estamos nos dirigindo de volta a mesa, ele larga algumas notas de euro sobre a mesa e em seguida segura a minha mão e estamos de saída. Está tarde e frio e enquanto esperamos o carro sinto meu corpo pular.

–Tome. – sinto o seu paletó em minhas costas, ele esfrega meus braços e se afasta um pouco. Melhor assim. Isto está muito estranho. – Sou um pouco espaçoso Elena. – ele diz e me faz o olhar. – Você pode demorar a se acostumar com isso, mas em resumo eu não misturo minhas relações. – é como se ele estivesse respondendo todas as minhas perguntas. Eu não falo nada, o carro chega e permanecemos em silêncio no caminho de volta.

No elevador o silêncio permanece. Estou me sentindo uma idiota agora. Ele sentiu o meu pavor e deduziu que eu estava com medo de algum tipo de assédio. Era isso? Ai... estou atordoada. Ele não estava dando em cima de você Elena Gilbert, sua demente.

–Damon... – eu chamo e ele me olha na mesma hora. O que eu quero dizer? Fala logo lesada!

–Que foi? – sua voz está calma.

–Amanhã as oito. – ele acena.

–Tudo bem. – diz sério.

–Obrigada pela bebida e pela dança...

–Hum... Queria relaxar, mas não sei se... Você estava assustada?

–Intrigada!. – falo rindo como uma tola. Pare!

–Agora percebi. Desculpe, não queria que entendesse errado. – Oh não pare, eu sou a idiota aqui.

–Não, tudo bem é que... Sou uma tola. – ele bufa.

–Você é sincera e ética. Isso não é tolice. Me desculpe. Como eu disse, sou espaçoso. – ele sorri e acho que relaxei em horas.

–Seu casaco. - eu falo, pois estamos próximos de meu andar – Boa noite Damon! – o elevador se detém e estou de saída, antes da porta se fechar eu escuto sua resposta.

–Boa noite Elena! – ela foi só um sussurro, melodioso e nostálgico, mas eu ouvi e não pude evitar de sorrir. Mantive o sorriso até o banheiro do meu quarto onde pude o encarar. Eu estou radiante e nem sei direito o porque. Alívio por acabar de tirar da cabeça que meu chefe estava me assediando ou foi apenas a noite, a dança, a bebida, a semana, a promoção? Apenas o boa noite...

O que você está sentindo Elena?

...

–Você gosta dela seu idiota.

–Não fala besteira.

–Sério? Besteira... – ele me olha como se eu fosse um bandido asqueroso.

–O que você quer que eu diga?

–Quero que admita. – Alaric tem sempre esse jeito idiota de achar que sabe tudo sobre mim. O pior é que sabe mesmo, mas sobre isto... Não! Sempre há exceções.

–Admitir o que? – ele bate o pé e revira os olhos, vem pra cima de mim com fúria, pega meu celular de minhas mãos.

–Isso aqui. – ele fala e me mostra as fotos que tirei dela. Ela estava mesmo linda ontem.

–Eu só tirei pra te enviar. Você que ficou me enchendo sobre ela por uma semana. Você que está caído por ela. – ele me olha incrédulo.

–Você é um idiota mesmo. – ele quer o que? Me pirar?

–O que você quer Ric? – ele senta diante de mim.

–Eu vou devagar porque sei o quanto você pode ser lento e teimoso também. – ele fala ainda com meu celular nas mãos.

–Hum... – dou de ombros esnobe pra ele seguir.

–Desde quando virou meu cupido?

–Ah...

–Desde quando você me liga tipo as duas da manhã pra me contar de como sua assistente foi brilhante, de como você está satisfeito por não a demitir? E ainda por cima me manda fotos dela num evento em que eu não fui com os dizeres: “ela esteve fabulosa.” – ele está ironizando.

–Isso...

–Cala a boca droga, você gosta dela. – fala agoniado.

–Não! – eu grito porque ele não me deixa falar e isso é ridículo.

–Não?

– Não. Olha ela é inteligente e sagaz e sincera e determinada, ela não tem medo de mim, não como as outras, é atenta e age rápido. Resolve as coisas. Ela é jovem e singela e doce e... – eu paro porque ele está me olhando bizarramente. – Que foi? – ele cruza os braços e rola os olhos.

–Fala logo! Termina... Jovem, singela e doce e...? Bonita? Atraente? Sedutora? O que?

–Você é ridículo. – eu levanto. Ele é ridículo.

–Sou mesmo? – eu o olho. – Quando foi a última vez que você falou comigo assim? Sobre qualquer outra mulher? – eu bufo, porque sei onde ele quer chegar.

–Não inventa. – ele se põe de pé e dou um bote retomando meu celular. – Você que está fascinado por ela. Eu apenas quis te mostrar como ela esteve ontem.

–Qual é Damon? – ele está irritado. – Você gosta da Elena. Ela mexe com você. Você sente confiança, segurança nela. Gosta dela.

–Não fala besteira.

–Você estava com ciúmes de mim no almoço hoje. – o que??

–Claro que não seu idiota. Apenas você não estava ontem no evento e me faz um elogio a ela como se tivesse ido. Falando como ela estava linda. Você não estava lá. Ela é esperta, coisa que você não sabe o que significa, se fez tal comentário. – ele está fervendo eu posso sentir.

–Vá se ferrar. Tá caidinho por ela. Ligou pra mim todo bobo no dia que se surpreendeu dizendo que ela tinha mudado e que estava ainda mais linda. – eu faço menção de falar e ele me para. – Detalhe, você já falava da beleza dela antes mesmo dessa mudança toda.

–Claro, porque me referia a interior. Você sabe disso.

–Que droga! – ele grita. – Admite logo porra! – ah pro inferno com isso!

–Certo! – eu grito de volta. Droga é isso, eu gosto. – Eu gosto dela. Pronto falei. Vai parar de me encher? – ele respira e me olha especulativo.

–O quanto você gosta? – pelo amor de Deus!

–Você só pode estar de brincadeira.

–Responde!

–Eu apenas admiro e respeito o jeito dela, a ética. Ela é uma mulher admirável e só. Gosto dela por todas as qualidades que um chefe pode admirar. Essa é nossa única relação. Mas que droga você está pensando?

–Tá apaixonado. – foda-se Ric.

–Não fala asneira.

–Vamos começar de novo com o jogo da admissão? – eu abro a boca pra responder.

–Que jogo é esse? – Rebekah surge diante de nós no escritório.

–Nada amor. – eu falo e Alaric abafa um riso. Bastardo!

–Sofia está impaciente, já é tarde Damon. – ela pede manhosa.

–Vamos então. – eu falo e ela se despede de Alaric.

–Obrigada pelo jantar Ric. – diz risonha.

–Disponha Bekah. – ela se vira pra mim e sinalizo que já vou segui-la.

–Eu ainda não terminei com você Salvatore. – ele fala esnobe, depois que Rebekah some da entrada.

–Você está ficando velho e ridículo Saltzman.

–Sei... Leve ela pra Paris com você – ele fala quando estou perto da porta.

–Não pense que é por que você está dizendo, mas depois do que ela fez por mim ontem, com certeza a levarei. Até já falei a ela, disse que não aceito um não.

–Claro que não aceitaria. – ele gargalha e eu lhe dou as costas.

Alaric é meu amigo de anos. Crescemos juntos. Eu sempre o escuto, como um irmão mais velho. Mas agora está extrapolando. Insinuar que eu estou envolvido por minha assistente. Nunca!


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Notas finais do capítulo

Um vislumbre sobre "a cabeça do Damon", eu aviso que teremos algumas coisas assim no meio dos capítulos, para amarrar outras coisas que eu deixei soltas nos caps anteriores, não sei se todas perceberam, talvez percebam mais depois deste final de cap. Eu espero que tenham gostado desta "surpresa".
Beijos!