A Filha Da Morte E O Príncipe Dos Mortos escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 27
Dívida


Notas iniciais do capítulo

Olá povo, desculpe a demora, minha mãe me escravizou esses últimos dias :(

Espero que gostem!!
A fic está chegando ao fim... E os próximos capítulos sarão maiores!! ;D



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POV. Jayne


Estávamos correndo em direção ao ninho onde Nico estava preso. Eu estava ansiosa e muito nervosa. E se não conseguirmos? E se der tudo errado? E se...? De repente sinto uma sensação estranha. Um frio repentino tomou conta do meu corpo e eu comecei a tremer um pouco.

Parei no meio do caminho. Suor escorria pela minha testa. Virei bruscamente para trás e arregalei os olhos com o que eu vi.

Era um homem alto, pele morena e porte robusto e forte. Sem dúvidas ele era o deus mais bonito que eu já tinha visto. Se não fosse pelo jogo de mitomagia eu teria pensado que aquele ali era Eros, ou cupido para a maioria, mas a capa negra e a foice deixavam claro quem ele era de verdade.

– Pai? - Ele deu um sorriso. Meggy se virou rapidamente e depois caiu de joelhos e cuspiu sangue. - O que veio fazer aqui? - Gritei para o deus.

– Vim levar sua amiga. - Ele respondeu calmamente, sua voz era suave e aveludada. Deixei minha foice cair no chão e corri para me colocar entre Tânatos e Meggy.

– Por que? O que ela tem? - Perguntei desesperada. Meus olhos corriam do deus para a garota encolhida atrás de mim. Ela cobria a boca com uma mão e com a outra ela apoiava no chão para não cair para frente.

–Escuta Jayne. Não é nada pessoal, mas Hades me mandou cobrar sua dívida. - Ele chegou um pouco mais perto, mas eu me mantive entre ele e Meggy. Giullia estava agachada ao lado da filha de Hades e não parecia notar a presença do meu pai, ou pelo menos não se importava com ela.

– Dívida, que dívida idiota é essa? Eu não estou entendendo nada. - Disse confusa. Minha cabeça girava e eu pensei que iria vomitar.

– Você não precisa entender, só precisa me deixar fazer meu trabalho. Agora saia da frente.

– Não! - Gritei recuando um passo ainda me mantendo no caminho dele. - Não até me explicar o que está acontecendo.

– Jayne... - Disse Meggy atrás de mim com a voz fraca. - Está tudo bem, eu vim nessa missão assumindo esse risco, eu sabia que não conseguiria sair viva dessa missão.

– Como assim? Não estou entendendo mais nada. Por que você tem uma dívida com Hades?

– Tânatos! Posso pelo menos falar pra ela? - Disse a filha de Hades. Ela estava de pé, mas eu podia ver que ela estava se esforçando muito para não cair. O deus suspirou e depois disse:

– Está bem, mas seja rápida, eu não tenho a noite toda e nem vocês.

– Jayne, na verdade era para eu ter morrido a pelo menos uns seis anos, mas eu consegui fazer um acordo com o meu pai. - Ela fez uma pausa e começou a tossir sangue. - Ele me deixou voltar a vida, mas em troca eu deveria viver apenas para mim, se eu interferisse com o ciclo de vida de alguém o acordo estaria desfeito e eu ficaria devendo a minha vida para ele, ou seja, eu morreria. - Ela terminou de falar e voltou a tossir.

– Então você deveria ter morrido desde...

– Desde o momento em que eu salvei você do minotauro na colina meio-sangue.

Arregalei os olhos. Isso não pode estar acontecendo. Eu não podia acreditar.

– Tânatos... Pai. - Me virei novamente na direção do deus da morte. - Deixe ela viver até completarmos essa missão. Se não tem mesmo um jeito de salvá-la, pelo menos deixe-a viver só mais uma noite.

– Sabe que eu não posso. São ordens de Hades. - Ele continuou avançando. - Me desculpe filha.

– Não me importa se são ordens ou não! - Gritei, lágrimas escorriam pelo meu rosto. - Deixe-a viver só mais um pouco, nós precisamos dela... Eu preciso dela. Se você não puder eu vou até o mundo inferior e chuto a bunda daquele deus dos mortos! - Por um segundo tive a impressão de ter escutado uma risada vindo de debaixo do solo.

– Você é corajosa filha, mas acho melhor não dizer que vai chutar a bunda de um deus de novo. Você teve sorte dessa vez, Hades estava de bom humor. - Ele se virou e começou a se afastar. - Mas lembre, assim que o filho de Hades estiver a salvo, a Meggy vem comigo.

Depois de dizer isso ele desapareceu e só então eu reparei em como estava tremendo, tanto de frio como de medo. O ar voltou a ficar quente e e pude ouvir a voz da Giullia. Meggy estava desacordada em seus braços, mas ela não estava em pé do meu lado pouco tempo atrás?

– Meggy! O que aconteceu? Ei cria de Hades me responda. - Ela parecia atordoada e apavorada ao mesmo tempo. Meggy gemeu e depois abriu os olhos devagar. Ela me encarou e parecia aliviada.

– Obrigada Jayne! - Me agradeceu e se levantou. Não parecia que estivera a ponto de morrer alguns minutos atrás. Tampouco parecia sentir dor.

– Obrigada Jayne? - Ela deu ênfase no meu nome. - Que história é essa cria de Hades? - Gritou Giullia confusa. -

– como assim? Você não ouviu o que Tânatos disse? - Perguntei começando a ficar confusa também.

– Tânatos? Do que você está falando? Meggy desmaiou do nada e eu fui ajudá-la, ao contrário de você que ficou parada com cara de paisagem. Nem vem tentando dar uma desculpa não. - Ela continuou falando por mais algum tempo e parecia que estava me dando uma bronca, o que não parecia ser da personalidade dela. Pelo jeito ela foi "infectada" pela Meggy nesse sentido, ou foi só o choque de quase perdê-la.

– Na verdade nós estav... - Meggy fez que não com a cabeça e eu entendi que era melhor não contar nada agora. Foi então que eu percebi que nós só teríamos poucas horas antes que Meggy fosse levada embora para sempre.

Giullia ficou olhando para mim e para Meggy por algum tempo. Eu me forçava para não chorar ou ela perguntaria mais coisas que eu não queria e não podia responder. O silêncio estava incomodando. E ele só foi quebrado quando um grifo do tamanho de um gato doméstico me derrubou no chão.

–Spike! Saia já de cima de mim! - Gritei. - Giullia tira o seu bichinho de mim por favor?

Depois que eu estava livre novamente, continuamos a correr em direção à casa. Pelas minhas contas nós andamos por cerca de uma hora até podermos ver a casa ao longe.

Era uma casa feita de madeira escura. Parecia com uma casa de acampamento de filme americano, só que duas vezes maior. Ao redor da casa havia uma dezena de monstros. Nenhum deles parecia ser pior do que os que já enfrentamos até agora, mas eles estavam em maior número. Uma proporção de cinco monstros para cada uma de nós contanto com Spike.

A cena já era horrível, mas quando chegamos mais perto ficou ainda pior. Na chaminé da casa saía uma fumaça de um tom esverdeado. E preso pelos punhos estava Nico. Ele estava com a cabeça abaixada, o que me impedia de ver o seu rosto. Sua camisa estava rasgada e ele estava apoiando todo o peso nas correntes. O que sugeria que estivesse desacordado.

Eu tentei gritar, mas Meggy tapou a minha boca. Nos escondemos atrás de uma moita e ficamos em silêncio. Até que Giullia falou:

– O que exatamente estamos esperando? - Ela sussurrava para não sermos percebidas.

– Estou tentando montar um plano para passarmos pelos monstros sem morrer. - Meggy devolveu irritada, mas ainda falando baixo. - Se você me ajudasse eu agradeceria.

– Plano? É simples. Por que não mandamos Spike até lá para diminuir o número de monstros e depois atacamos os que ficarem para trás.

– Não sei se daria certo Giullia...

– Eu acho que pode dar certo sim. De acordo com a carta de grifo que eu tinha do mitomagia o ataque dele é mais forte do que a defesa de seis monstros de nível médio baixo, que é o caso da maioria desses aí. - Apontei para o grupo de monstros em volta da casa. O único monstro que me preocupava era um que ao contrario de ter duas pernas humanas, tinha o corpo de duas serpentes na metade de baixo do corpo. Sua pele era escamosa e de um verde vivo. Ela empunhava algo que lembrava uma lança e tinha também um grande escudo.

Giullia e Meggy se entreolharam e depois olharam para mim.

– O que foi? - Perguntei.

– Nada, é que você parece muito com o Nico... - Senti meu rosto esquentar.

– É, você é quase uma versão feminina dele. - Completou Giullia.

– Vamos acabar com os monstros agora ou esperar amanhecer? - Perguntei tentando disfarçar e mudar de assunto.

Giullia conversou um pouco com Spike, instruindo-o sobre o que deveria fazer. Eu disse a ela que mandasse ele não atacar a mulher dragão. Ela era mais forte do que os outros monstros. Depois que ela acabou de dar as instruções, Spike pulou para fora do arbusto e avançou com cuidado para o lado, sem se aproximar dos monstros.

– O que ele está fazendo? - Perguntei.

– Ele vai atacá-los por um outro ângulo. Para não denunciar onde estamos.

Arregalei os olhos. Ela notou é claro, mesmo naquela noite escura as luzes que vinham da casa iluminavam um pouco os nossos rostos.

– O que foi? Surpresa por eu ter pensado em algo assim? - Apenas assenti. Ela suspirou e bateu a mão na testa. - Vocês realmente não tem confiança nenhuma em mim né?

– Não. - Respondi dando uma leve risada. - Olha! O Spike ficou grande!

O grifo estava agora a poucos metros do primeiro grupo de monstros. Ele tinha o tamanho de um elefante adulto e passava por cima dos inimigos com facilidade.

Poucos minutos depois o exercito que estivera ali antes havia sido totalmente dizimado. Apelas a mulher dragão ainda estava lá. E antes que Spike pudesse reagir e fugir ela o cortou no meio com uma espada que ela tirou de um dos monstros que foram derrotado. Spike voltou a ser uma estátua depois disso.

Giullia, que estava do meu lado, se levantou, sacou a espada e avançou em direção ao último monstro...


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Notas finais do capítulo

Comentem e recomendem a fic se estiverem gostando!!
E se não estiver gostando... Bem, se você leu até aqui eu acho que você está gostando '-'
Até o próximo capítulo!! o/