A Filha Da Morte E O Príncipe Dos Mortos escrita por Ana Flávia Souza


Capítulo 1
Último dia de aula...


Notas iniciais do capítulo

nova fic..essa é a segunda fic que eu escrevo, mas é a primeira fic de PJO.... espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281906/chapter/1

POV Jayne

Minha vida nunca foi, digamos... Normal. Eu fui expulsa de cinco escolas em sete anos, não que eu aprontasse muito ou que eu realmente tivesse culpa das coisas que aconteciam, mas a minha vida realmente deixou de ter quaisquer traços de normalidade quando eu fiz quatorze anos.

Era um dia dos que eu menos gostava, quente e úmido. O sol parecia querer me torrar e a sala de aula parecia um verdadeiro forno gigante. Mesmo assim eu não podia tirar o casaco, mas essa foi a parte boa do meu dia.

As minhas aulas pareciam durar uma eternidade, tanto que em determinado ponto eu até cochilei. No intervalo sentei-me sozinha como sempre fazia e olhei, pela segunda vez naquele dia, o estranho anel que aparecera em cima da minha cama no último sábado.

Ele tinha uma caveira com olhos de rubis, vermelhos como sangue, e uma foice, que parecia sair do topo do crânio. Olhei mais atentamente para aqueles olhos cor de sangue e senti um calafrio. Incrível como apenas a menção dessa palavra com “s” era suficiente para fazer os pelos do meu braço arrepiarem. Minha mente viajou até a última gaveta do armarinho do banheiro, aonde eu guardava aquela lâmina.

Minha mão deslizou para as cicatrizes antigas em meu braço. Esse era um dos motivos pelo qual todos na escola me evitavam. Eu costumava me cortar quando aquilo aparecia em meus sonhos ou quando as coisas começavam a ficar estranhas. Eu fazia isso para me sentir viva, me sentir mais humana e menos estranha, mas os outros encaravam isso como uma doença ou como se eu fosse depressiva.

O sinal tocou e eu tive que voltar para a sala. No caminho, um menino alto e loiro esbarrou em mim. Quando ele estava prestes a dizer algo nada agradável pra mim, seus olhos se arregalaram ao me reconhecer e ele saiu correndo, gritando algumas desculpas atropeladas. Suspirei e entrei na minha sala.

Era aula de Física e eu não estava a fim de ouvir já que eu não precisava de nota nessa matéria. Encostei a cabeça na parede e dormi, de novo. Ninguém notou que eu adormeci. Ninguém nunca nota.

Sonhei com um chalé. Ele era feito com rochas totalmente negras e havia tochas penduradas na parede onde queimava um estranho fogo verde que eu reconhecia de outros sonhos, mas não sabia exatamente o que era.

– Mas eu preciso ir até La agora. – Percebi que havia alguém no quarto. Um menino de uns quatorze anos, cabelos escuros e rebeldes, ele usava jeans e um casaco estilo aviador sobre uma camisa preta. Por alguma razão, falava numa língua diferente, mas que parecia tão fácil de entender como se fosse português.

– É muito longe, e igualmente perigoso. Acho melhor você ficar, Nico. Nós já enviamos um sátiro atrás dela para buscá-la. Tenha calma, meu jovem - Disse uma outra pessoa, que eu ainda não tinha notado pois este estava escondido atrás de um dos beliches que preenchiam as paredes do chalé.

Senti que Nico iria responder novamente, mas se calou e abaixou a cabeça. A pessoa que falava com ele foi embora, ela estava sentada em um cadeira de rodas, mas isso foi só o que consegui ver do homem.

Antes do meu sonho mudar, o garoto olhou na minha direção. Eu não sabia se ele de fato podia me ver. Ele andou para mais perto e, antes de desaparecer em meio às sombras, disse:

– tome cuidado... Eu estou indo, me aguarde!

O sonho mudou para uma das ruas que eu sempre uso para voltar para casa depois da escola. Cinco mulheres com corpos de serpente no lugar das pernas estavam paradas encostadas em uma parede. Uma delas se virou para mim e sibilou, uma língua bifurcada ficando a mostra. As outras acompanharam o olhar da primeira e sorriram.

Acordei assustada e alerta. Minha mão correu instintivamente até o meu bolso, mas não encontrei a lâmina ali, é claro.

Os outros alunos já terminavam de arrumar seu material e conversavam entre si, alegremente. Eu fiz o mesmo, mas sem o mesmo entusiasmo. Fiquei no meu lugar, pensando no estranho sonho que tivera. Mesmo depois que o sinal tocou eu não me levantei. Precisava ir para casa, precisava da minha lâmina para poder sentir-me normal.

Aquele menino, o Nico, ele disse para eu tomar cuidado, mas com o que? Com aquelas mulheres serpentes? Ou eu simplesmente tinha chegado ao limite da insanidade causada por todos os outros sonhos e acontecimentos estranhos?

– Jayne! Saia da sala, agora! Eu preciso trancar a sala e você está me atrapalhando. - Disse meu professor de Física de forma ríspida sem nem ao menos moderar a voz ou olhar para mim.

– Já estou indo, não precisa se estressar. - retruquei inconformada.

– Ande logo, já se passaram uns bons cinco minutos desde que o sinal tocou. Acha que é a rainha do mundo, senhorita? - Ele falava com uma voz estranhamente controlada, mas seu rosto estava contorcido de fúria, a pele em um tom intenso de vermelho. - Apresse-se e vá embora, já perdi tempo demais esperando você!

Saí de lá muito irritada com a forma com que fui tratada. Dentre todos os professores, o de física era o que eu menos gostava. E o sentimento era recíproco, já que eu era a aluna que ele mais detestava. E eu guardava um rancor especial por ele desde que este insinuou, na frente da sala, que eu não poderia ser mentalmente estável, já que fui expulsa de diversas escolas. Agora, minha raiva estava tão intensa que eu sentia um peso no meu estômago.

Antes que eu me afastasse da porta, um barulho fez com que eu voltasse. Para meu espanto, me deparei com o corpo do meu professor caído sobre a mesa encarando o teto com olhos vazios. Seu tórax não se mexia e, ao me aproximar, constatei que sua pele estava gelada. Ele estava morto.

Não havia sinais de agressão física, alguma lesão ou qualquer outro indício da causa da morte. Ele deve ter morrido de ataque cardíaco ou algo do tipo. Saí correndo da escola para não ter que ficar olhando para aquilo. Passei pela entrada da escola e pude ouvir as pessoas gritando, provavelmente ao encontrar o corpo inerte do professor.

Eu já sabia que logo logo eu seria acusada daquela morte e seria expulsa de mais uma escola assim como acusada de assassinato, mesmo sem provas disso. Era nessas horas em que eu gostaria de sumir, me trancar em uma sala e cortar o meu braço minha perna ou minha barriga até que o sangue escorrendo pelo meu corpo me fizesse sentir normal como todos os outros, o sangue era a única coisa que eu sabia que tinha em comum com as outras pessoas. além, é claro, da morte.

Faltando cerca de cinquenta metros para chegar em casa virei em uma rua e dei de cara com as mulheres serpente à minha espera. Uma delas avançou em minha direção e me atacou com suas unhas que mais pareciam garras de bronze. Pulei para o lado, mas acabei batendo a cabeça na lateral de um carro, o que me deixou tonta por tempo suficiente para que ela me agarrasse pelo pescoço e me segurasse a poucos centímetros do chão. Lagrimas escorriam pelo meu rosto e embaçavam a minha visão.

Bem quando eu achei que tudo tinha acabado e que eu ia morrer, ele apareceu. Aquele garoto do meu sonho agora empunhava uma espada de lamina negra. Com um único golpe, ele fez a mulher cobra virar pó, então avançou em direção as outras. Eu desmaiei antes de poder vê-lo matando-as e as reduzindo a pó como havia feito com a primeira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

comentem por favor... façam críticas ou elogios... e espero q gostemeu ja tenho o próximo cap. pronto só falta postar



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha Da Morte E O Príncipe Dos Mortos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.